Cravo de Abril: QUAL É A ABU GHRAIB QUE SE SEGUE?

21-05-2011
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Sabe-se que há mais de 2 000 fotografias tiradas na prisão de Abu Ghraib, entre 2001 e 2005, documentando os horrores praticados por soldados dos EUA sobre prisioneiros iraquianos: torturas, violações, abusos sexuais - e confirmando que as atrocidades cometidas pelos soldados norte-americanos no Iraque foram muito mais e mais graves do que se imaginava.Divulgar ou não divulgar essas fotografias: eis a questão que se coloca ao governo do país responsável pelas barbaridades praticadas.O Presidente Obama acha que não, e tem feito tudo para impedir a publicação das referidas fotografias.Não porque não condene e lamente tais horrores, entenda-se: claro que condena!; claro que lamenta!; ou não fosse ele o transportador da onda de «mudança» graças à qual se catapultou para a presidência do mais poderoso país do mundo.Só que, argumenta Obama, a publicação de tais fotografias viria agravar o sentimento anti-norte-americano provocado pela invasão, destruição e ocupação do Iraque; viria enegrecer a imagem dos EUA aos olhos do mundo - e isso, não!, isso não pode ser!, a imagem dos EUA é intocável!: é a imagem que todos os dias chega aos mais recônditos recantos do planeta: pátria da liberdade, da democracia e da paz; pátria onde, como pode confirmar quem ler as suas leis, a tortura é expressamente proibida e os direitos humanos são integralmente respeitados; pátria que é modelo a seguir por todos os países...Ou seja: Obama condena e lamenta as barbaridades que os militares do seu país praticaram - mas, a bem da imagem fabricada do seu país, quer esconder bem escondidas as provas dessas barbaridades...Há que convir que se trata de uma estranha forma de condenação e de lamento - tão estranha que dá vontade de perguntar: qual é a Abu Ghraib que se segue?...


Sabe-se que há mais de 2 000 fotografias tiradas na prisão de Abu Ghraib, entre 2001 e 2005, documentando os horrores praticados por soldados dos EUA sobre prisioneiros iraquianos: torturas, violações, abusos sexuais - e confirmando que as atrocidades cometidas pelos soldados norte-americanos no Iraque foram muito mais e mais graves do que se imaginava.Divulgar ou não divulgar essas fotografias: eis a questão que se coloca ao governo do país responsável pelas barbaridades praticadas.O Presidente Obama acha que não, e tem feito tudo para impedir a publicação das referidas fotografias.Não porque não condene e lamente tais horrores, entenda-se: claro que condena!; claro que lamenta!; ou não fosse ele o transportador da onda de «mudança» graças à qual se catapultou para a presidência do mais poderoso país do mundo.Só que, argumenta Obama, a publicação de tais fotografias viria agravar o sentimento anti-norte-americano provocado pela invasão, destruição e ocupação do Iraque; viria enegrecer a imagem dos EUA aos olhos do mundo - e isso, não!, isso não pode ser!, a imagem dos EUA é intocável!: é a imagem que todos os dias chega aos mais recônditos recantos do planeta: pátria da liberdade, da democracia e da paz; pátria onde, como pode confirmar quem ler as suas leis, a tortura é expressamente proibida e os direitos humanos são integralmente respeitados; pátria que é modelo a seguir por todos os países...Ou seja: Obama condena e lamenta as barbaridades que os militares do seu país praticaram - mas, a bem da imagem fabricada do seu país, quer esconder bem escondidas as provas dessas barbaridades...Há que convir que se trata de uma estranha forma de condenação e de lamento - tão estranha que dá vontade de perguntar: qual é a Abu Ghraib que se segue?...

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