Cravo de Abril: «VOCAÇÃO GLOBAL»

25-05-2011
marcar artigo


Na apresentação de Portugal aos empresários polacos - incitando-os a investir no nosso País - Cavaco Silva disse que somos «um país em grandes mudanças» e «a realizar um importante conjunto de reformas»; «um país moderno, acolhedor, com uma vasta herança cultural, excelentes infra-estruturas e um sistema financeiro altamente desenvolvido»; um país com «uma nova geração de empresas e de empresários, muitos deles com vocação global, em áreas de forte conteúdo científico e tecnológico» e que «ilustram bem o Portugal deste século».É óbvio que esta imagem eufórica e grandíloqua de Portugal só existe na desaustinada imaginação do Presidente da República - pessoa, aliás, atreita a estas visões e que, quando era primeiro-ministro, «viu» em Portugal um «oásis» posicionado no «pelotão da frente» da União Europeia...Mas é igualmente óbvio que tal imagem muito há-de ter agradado aos empresários polacos que, certamente, viram nela um promissor convite, género: venham e sirvam-se à vossa vontade...Convite semelhante terá sido feito, seguramente, aos 53 empresários portugueses que acompanham Cavaco Silva nesta viagem...Tudo isto a confirmar a importância dos governantes ao serviço do grande capital, e as suas incomensuráveis valências enquanto elos de ligação do que deve ser ligado... sobretudo quando, no exercício da sua profissão de caixeiros-viajantes, cumprem a função de apresentar os capitalistas do seu país aos colegas de outras paragens, de modo a que uns e outros possam exercitar a comum «vocação global», explorando aquém e além fronteiras...A bem das nações, é claro.


Na apresentação de Portugal aos empresários polacos - incitando-os a investir no nosso País - Cavaco Silva disse que somos «um país em grandes mudanças» e «a realizar um importante conjunto de reformas»; «um país moderno, acolhedor, com uma vasta herança cultural, excelentes infra-estruturas e um sistema financeiro altamente desenvolvido»; um país com «uma nova geração de empresas e de empresários, muitos deles com vocação global, em áreas de forte conteúdo científico e tecnológico» e que «ilustram bem o Portugal deste século».É óbvio que esta imagem eufórica e grandíloqua de Portugal só existe na desaustinada imaginação do Presidente da República - pessoa, aliás, atreita a estas visões e que, quando era primeiro-ministro, «viu» em Portugal um «oásis» posicionado no «pelotão da frente» da União Europeia...Mas é igualmente óbvio que tal imagem muito há-de ter agradado aos empresários polacos que, certamente, viram nela um promissor convite, género: venham e sirvam-se à vossa vontade...Convite semelhante terá sido feito, seguramente, aos 53 empresários portugueses que acompanham Cavaco Silva nesta viagem...Tudo isto a confirmar a importância dos governantes ao serviço do grande capital, e as suas incomensuráveis valências enquanto elos de ligação do que deve ser ligado... sobretudo quando, no exercício da sua profissão de caixeiros-viajantes, cumprem a função de apresentar os capitalistas do seu país aos colegas de outras paragens, de modo a que uns e outros possam exercitar a comum «vocação global», explorando aquém e além fronteiras...A bem das nações, é claro.

marcar artigo