Cravo de Abril: PREOCUPAÇÃO COMOVENTE...

23-05-2011
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Chega a ser comovente a preocupação manifestada pelo Público com a «situação financeira do PCP».Há dias, em extensa peça, uma jornalista deu-nos conta das conclusões sobre a matéria a que chegou após ter treslido as Teses do XVIII Congresso - conclusão que exemplarmente resumiu assim, mais coisa menos coisa: a situação financeira actual é insustentável e o PCP vai despedir funcionários.Vejamos agora, em resumo, o que sobre a matéria dizem as Teses:1 - a fonte de receitas básica e essencial do PCP radica nas quotizações, nas contribuições dos militantes e dos eleitos, nas inicativas várias de angariação de fundos (de que a Festa do Avante é a mais relevante) - enquanto que outros partidos (PS, PSD, CDS/PP e BE) vivem sobretudo do financiamento do Estado;2 - a Lei de Financiamento dos Partidos - reforçando fortemente o financiamento do Estado e penalizando gravemente as inicativas partidárias - veio criar grandes dificuldades ao PCP (que vive sobretudo das suas receitas próprias) e veio facilitar a vida aos partidos que vivem essencialmente à custa do Estado - e que, por isso, a revogação dessa lei antidemocrática constitui um objectivo da luta dos comunistas;3 - apesar da evolução positiva nas receitas e no esforço para conter ou diminuir as despesas, as contas do Partido, entre 2004 e 2007, apresentaram resultados negativos;4 - isso criou uma situação insustentável que exige a definição de medidas adequadas e a concretização dessas medidas - e as Teses apontam, a seguir, e propõem ao colectivo partidário, um vasto conjunto de medidas, uma das quais é «a gestão, contenção e mesmo redução de despesas, particularmente daquelas que sendo custos de estrutura não implicam directamente com a acção política, designadamente a diminuição do peso relativo de funcionários sem tarefas de organização, de modo a contribuir para o equilíbrio financeiro indispensável à sustentabilidade do Partido e à manutenção da sua intervenção política».Como se vê, é grande a diferença entre a tresleitura das Teses feita pelo Público e o que as Teses realmente dizem - tão grande que bem se pode dizer que o Público... leu outras teses...O PCP já esclareceu o Público sobre o assunto, já lhe disse que, como pode ler-se nas Teses, a «diminuição do peso relativo de funcionários sem tarefas de organização» não significa «despedir funcionários» - que, pelo contrário, tal proposta consagra, isso sim, a possibilidade do aumento do número de funcionários que têm tarefas de organização.O Público - sem reconhecer que tinha errado - publicou parte do esclarecimento do PCP - o suficiente, diga-se, para qualquer leitor atento perceber que o jornal tinha errado...Nisto tudo o que mais me espanta - e me comove... - é esta preocupação do jornal da Sonae precisamente com a situação financeira do PCP - parecendo nada se preocupar com a sua própria situação financeira...É que, como é sabido, o Público vive uma situação financeira que só é sustentável porque a Sonae despeja para lá milhões de euros todos os anos - disso dependendo, exclusivamente, o tempo de vida do jornal...Quanto ao PCP - que depende de si próprio: dos seus militantes, da sua qualidade de partido da classe operária e de todos os trabalhadores - o colectivo partidário comunista saberá definir as medidas necessárias para resolver os problemas existentes, e sairá do XVIII Congresso em condições de, também financeiramente, fortalecer o Partido.


Chega a ser comovente a preocupação manifestada pelo Público com a «situação financeira do PCP».Há dias, em extensa peça, uma jornalista deu-nos conta das conclusões sobre a matéria a que chegou após ter treslido as Teses do XVIII Congresso - conclusão que exemplarmente resumiu assim, mais coisa menos coisa: a situação financeira actual é insustentável e o PCP vai despedir funcionários.Vejamos agora, em resumo, o que sobre a matéria dizem as Teses:1 - a fonte de receitas básica e essencial do PCP radica nas quotizações, nas contribuições dos militantes e dos eleitos, nas inicativas várias de angariação de fundos (de que a Festa do Avante é a mais relevante) - enquanto que outros partidos (PS, PSD, CDS/PP e BE) vivem sobretudo do financiamento do Estado;2 - a Lei de Financiamento dos Partidos - reforçando fortemente o financiamento do Estado e penalizando gravemente as inicativas partidárias - veio criar grandes dificuldades ao PCP (que vive sobretudo das suas receitas próprias) e veio facilitar a vida aos partidos que vivem essencialmente à custa do Estado - e que, por isso, a revogação dessa lei antidemocrática constitui um objectivo da luta dos comunistas;3 - apesar da evolução positiva nas receitas e no esforço para conter ou diminuir as despesas, as contas do Partido, entre 2004 e 2007, apresentaram resultados negativos;4 - isso criou uma situação insustentável que exige a definição de medidas adequadas e a concretização dessas medidas - e as Teses apontam, a seguir, e propõem ao colectivo partidário, um vasto conjunto de medidas, uma das quais é «a gestão, contenção e mesmo redução de despesas, particularmente daquelas que sendo custos de estrutura não implicam directamente com a acção política, designadamente a diminuição do peso relativo de funcionários sem tarefas de organização, de modo a contribuir para o equilíbrio financeiro indispensável à sustentabilidade do Partido e à manutenção da sua intervenção política».Como se vê, é grande a diferença entre a tresleitura das Teses feita pelo Público e o que as Teses realmente dizem - tão grande que bem se pode dizer que o Público... leu outras teses...O PCP já esclareceu o Público sobre o assunto, já lhe disse que, como pode ler-se nas Teses, a «diminuição do peso relativo de funcionários sem tarefas de organização» não significa «despedir funcionários» - que, pelo contrário, tal proposta consagra, isso sim, a possibilidade do aumento do número de funcionários que têm tarefas de organização.O Público - sem reconhecer que tinha errado - publicou parte do esclarecimento do PCP - o suficiente, diga-se, para qualquer leitor atento perceber que o jornal tinha errado...Nisto tudo o que mais me espanta - e me comove... - é esta preocupação do jornal da Sonae precisamente com a situação financeira do PCP - parecendo nada se preocupar com a sua própria situação financeira...É que, como é sabido, o Público vive uma situação financeira que só é sustentável porque a Sonae despeja para lá milhões de euros todos os anos - disso dependendo, exclusivamente, o tempo de vida do jornal...Quanto ao PCP - que depende de si próprio: dos seus militantes, da sua qualidade de partido da classe operária e de todos os trabalhadores - o colectivo partidário comunista saberá definir as medidas necessárias para resolver os problemas existentes, e sairá do XVIII Congresso em condições de, também financeiramente, fortalecer o Partido.

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