SOLIDARIEDADEVamos, dêem as mãos.Porquê esse ar de eterna desconfiança?esse medo, essa raiva?Porquê essa imensa barreiraentre o Eu e o Nós na natural conjugação do verbo ser?Vamos, dêem as mãos.Para quê esses bons-dias, boas-noites,se é um grunhido apenas e não uma saudação?Para quê esse sorrisose é um simples contrair de pele e nada mais?Vamos, dêem as mãos.Já que a nossa amargura é a mesma amargura,já que a miséria para nós tem as mesmas sete letras,já que o sangrar dos nossos corpos é o vergão da mesma chicotada,fiquemos juntos,sejamos juntos.Porquê esse ar de eterna desconfiança?esse medo, essa raiva?Vamos, dêem as mãos.Mário Dionísio
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SOLIDARIEDADEVamos, dêem as mãos.Porquê esse ar de eterna desconfiança?esse medo, essa raiva?Porquê essa imensa barreiraentre o Eu e o Nós na natural conjugação do verbo ser?Vamos, dêem as mãos.Para quê esses bons-dias, boas-noites,se é um grunhido apenas e não uma saudação?Para quê esse sorrisose é um simples contrair de pele e nada mais?Vamos, dêem as mãos.Já que a nossa amargura é a mesma amargura,já que a miséria para nós tem as mesmas sete letras,já que o sangrar dos nossos corpos é o vergão da mesma chicotada,fiquemos juntos,sejamos juntos.Porquê esse ar de eterna desconfiança?esse medo, essa raiva?Vamos, dêem as mãos.Mário Dionísio