NÓSNós,os que temos agora vinte e trinta anose nos arrasta a inquietação de um mundo mais justo,não vivemos nunca a liberdade.Temo-nos andado a chatear, escondidosao fundo deste vexado país, e muita veznos espantámos da indiferença dos irmãos,tornados insensíveis e mudos pelo medo.Algumas vezes tentámos levantar voomas topámos com força contra velhas paredes de ódio.Conhecemos o fel da tranca, a amargura da impotencia,e os mais ousados conheceram também a sufocação de dias longose cinzentos à sombra de geladas grades.Proclamaremos, porém, que enquanto um fio de lucidez ponha a féacima da nossa vontade, não temeremos o venenoda serpe, porque nos sabemos possuidores da razão.Proclamaremos, também, que cada dia seremos maisos que querem, com exigência, um mundo mais justo,um mundo mais nosso, onde possamos saber pela primeira vezo que é, e como se vive, a liberdade.Àlvar Valls
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NÓSNós,os que temos agora vinte e trinta anose nos arrasta a inquietação de um mundo mais justo,não vivemos nunca a liberdade.Temo-nos andado a chatear, escondidosao fundo deste vexado país, e muita veznos espantámos da indiferença dos irmãos,tornados insensíveis e mudos pelo medo.Algumas vezes tentámos levantar voomas topámos com força contra velhas paredes de ódio.Conhecemos o fel da tranca, a amargura da impotencia,e os mais ousados conheceram também a sufocação de dias longose cinzentos à sombra de geladas grades.Proclamaremos, porém, que enquanto um fio de lucidez ponha a féacima da nossa vontade, não temeremos o venenoda serpe, porque nos sabemos possuidores da razão.Proclamaremos, também, que cada dia seremos maisos que querem, com exigência, um mundo mais justo,um mundo mais nosso, onde possamos saber pela primeira vezo que é, e como se vive, a liberdade.Àlvar Valls