Cravo de Abril: POEMA

28-05-2010
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ENSAIO DE CÂNTICO NO TEMPLOAh, que farto que eu estou da minhacobarde e velha terra, tão selvagem,e como gostaria de abalarpara o norteonde dizem que a gente élimpa e nobre, culta e rica,viva, livre, feliz!Então, na confraria, os irmãos diriamreprovando: «Como pássaro que deixa o ninho,assim o homem que deixa o lugar»,enquanto eu, bem longe, ririada lei, da sabedoriaantiga desta terra tão ávida.Porém de que me serve prosseguir um sonho -aqui hei-de ficar até morrer,pois cobarde e selvagem também eu o sou,e além disso amandocom dor desesperadaesta pobre,suja, triste, desgraçada pátria minha.Salvador Espriu


ENSAIO DE CÂNTICO NO TEMPLOAh, que farto que eu estou da minhacobarde e velha terra, tão selvagem,e como gostaria de abalarpara o norteonde dizem que a gente élimpa e nobre, culta e rica,viva, livre, feliz!Então, na confraria, os irmãos diriamreprovando: «Como pássaro que deixa o ninho,assim o homem que deixa o lugar»,enquanto eu, bem longe, ririada lei, da sabedoriaantiga desta terra tão ávida.Porém de que me serve prosseguir um sonho -aqui hei-de ficar até morrer,pois cobarde e selvagem também eu o sou,e além disso amandocom dor desesperadaesta pobre,suja, triste, desgraçada pátria minha.Salvador Espriu

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