Cravo de Abril: POEMA

28-05-2010
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UMA CHAMA NÃO SE PRENDErodeado de paredesrodeadas de muros altosque foram depois muralhasum preso encarceradoao longo da terrível década de 50inteiraNão cedeu.Levado a tribunalem 3 e 10 de Maio de 1950só então fica a saber que Militão e Sofiapresos com ele torturados não «falaram»não cederam E que esse grande patriota MilitãoRibeiro fazendo greve da fome foi mortoPerante o tribunal acusa os seus acusadoresDefende o seu Partido a sua acçãoe a sua orientação políticaPonto a ponto responde às calúniasque são os porcos argumentos do ódioe do terror de estado Ponto a pontoresponde com o orgulho do homem livree o vigor da inteligência Responde por sie pelos seus como quem acusae ameaça Ameaça o inimigo que o tem presoDos 11 anos seguidos, preso,14 meses incomunicável,8 anos em isolamentoE não cedeu Nunca cedeuAgora na humidade salina da celacontra o eco do estrondo do marque não esquece/e grita/contra a fortalezacontra a corrente contínua dos dias e das noiteseste homem livre é uma chamauma lâmpara marinaNão cede lê e desenha lêe estuda e escreve este homem livreque está preso e é uma chamaaçoitada pelo vento e pelo silêncionuma celaNão cede e escreveA Questão AgráriaAs lutas de classes em Portugal nos fins da Idade Médiae escreve uma tradução do Rei Leare escreveAté Amanhã, camaradaso homem livre encarceradofugiu enfimcolectivamentea 3 de Janeiro de 1960e nunca mais foi apanhadoManuel Gusmão(de «Três Curtos Discursos em Homenagem Póstuma a Álvaro Cunhal»)


UMA CHAMA NÃO SE PRENDErodeado de paredesrodeadas de muros altosque foram depois muralhasum preso encarceradoao longo da terrível década de 50inteiraNão cedeu.Levado a tribunalem 3 e 10 de Maio de 1950só então fica a saber que Militão e Sofiapresos com ele torturados não «falaram»não cederam E que esse grande patriota MilitãoRibeiro fazendo greve da fome foi mortoPerante o tribunal acusa os seus acusadoresDefende o seu Partido a sua acçãoe a sua orientação políticaPonto a ponto responde às calúniasque são os porcos argumentos do ódioe do terror de estado Ponto a pontoresponde com o orgulho do homem livree o vigor da inteligência Responde por sie pelos seus como quem acusae ameaça Ameaça o inimigo que o tem presoDos 11 anos seguidos, preso,14 meses incomunicável,8 anos em isolamentoE não cedeu Nunca cedeuAgora na humidade salina da celacontra o eco do estrondo do marque não esquece/e grita/contra a fortalezacontra a corrente contínua dos dias e das noiteseste homem livre é uma chamauma lâmpara marinaNão cede lê e desenha lêe estuda e escreve este homem livreque está preso e é uma chamaaçoitada pelo vento e pelo silêncionuma celaNão cede e escreveA Questão AgráriaAs lutas de classes em Portugal nos fins da Idade Médiae escreve uma tradução do Rei Leare escreveAté Amanhã, camaradaso homem livre encarceradofugiu enfimcolectivamentea 3 de Janeiro de 1960e nunca mais foi apanhadoManuel Gusmão(de «Três Curtos Discursos em Homenagem Póstuma a Álvaro Cunhal»)

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