Cravo de Abril: POEMA

28-05-2010
marcar artigo


CONVERSA COM JESÚS MENÉNDEZDiz quem o conheceu, que trazia no olhartoda a tristeza da país, e que era sereno e caladocomo alguém que procura que a lua não saia do canavial.Ia pelos campos, com a febre da terra na fronte,entre discursos e bandeiras, e até uma carroça lhe serviade tribuna para defender os nossos direitos, cana lançadaao caminho.Nessa época o povo ia com a vida vaziaà procura de um rincão onde semear a semente do amor,duma Primavera onde florescer. Mas todos os sulcos estavamsecos.A esperança parecia um chapéu de abas largas rio abaixo.Então viram-no abrir o peito e oferecê-lo como um pedaçode terra boa. No Tiempo Muerto a fome nublava o campo,não se ouviam décimas nos portais das cabanas e oscantos desapareciam misteriosamente e a miséria batiaas palmas.Diz quem viu cair seu sangue, que sempre recorda a luz.Agora o seu sacrifício frutifica. Estão abertas as janelasdo país. Já as canas sonham, a fábrica canta, as carroçassão carroças. Estamos a edificar um futuro forte.E a revolução é uma fontederramando-se diante dos nossos olhos.Jesús Cos Causse


CONVERSA COM JESÚS MENÉNDEZDiz quem o conheceu, que trazia no olhartoda a tristeza da país, e que era sereno e caladocomo alguém que procura que a lua não saia do canavial.Ia pelos campos, com a febre da terra na fronte,entre discursos e bandeiras, e até uma carroça lhe serviade tribuna para defender os nossos direitos, cana lançadaao caminho.Nessa época o povo ia com a vida vaziaà procura de um rincão onde semear a semente do amor,duma Primavera onde florescer. Mas todos os sulcos estavamsecos.A esperança parecia um chapéu de abas largas rio abaixo.Então viram-no abrir o peito e oferecê-lo como um pedaçode terra boa. No Tiempo Muerto a fome nublava o campo,não se ouviam décimas nos portais das cabanas e oscantos desapareciam misteriosamente e a miséria batiaas palmas.Diz quem viu cair seu sangue, que sempre recorda a luz.Agora o seu sacrifício frutifica. Estão abertas as janelasdo país. Já as canas sonham, a fábrica canta, as carroçassão carroças. Estamos a edificar um futuro forte.E a revolução é uma fontederramando-se diante dos nossos olhos.Jesús Cos Causse

marcar artigo