Cravo de Abril: A REPRESENTAÇÃO CONTINUA

20-05-2011
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Retomo o título do texto de ontem para referir uma outra encenação recorrente na vida política nacional: o espectáculo do nascimento de um ex.Também neste caso estamos perante uma representação repetitiva: o ex acabado de nascer repete tudo o que disseram os ex que o antecederam; por seu lado, os média dominantes repetem tudo o que disseram sobre o anterior ex.Assim, sempre que um militante do PCP deixa de o ser e passa a integrar a família dos ex, é certo e sabido que... temos notícia! - e ao recém-chegado ex são oferecidas páginas e páginas do precioso espaço desses paladinos da liberdade de informação e de expressão e de opinião que são os jornais de referência.Se o ex escreve um livro, então... não se fala noutra coisa: é o livro; é a apresentação do livro; é o apresentador do livro; é a presença de x, y e z na cerimónia, eu sei lá.Quanto ao conteúdo essencial do livro, não há nada que enganar: é o mesmo conteúdo do anterior livro do anterior ex: a perseguição, e a vitimização, e a perseguição, e o delito de opinião, e a perseguição, e a vitimização, e a perseguição, e o delito de opinião, e a perseguição. E, é claro, a perseguição...Com isto tudo, o ex, mal acaba de nascer e solta os primeiros vagidos, fica a saber, pelos média dominantes, que possui qualidades, capacidades, virtualidades, competências, valências e inteligências que jamais julgou possuir.E, extasiado com a inesperada novidade, nem tem tempo para se interrogar sobre a razão pela qual os média dominantes demoraram tanto tempo a descobrir-lhe a genialidade e andaram durante décadas a tratá-lo... como um comunista.


Retomo o título do texto de ontem para referir uma outra encenação recorrente na vida política nacional: o espectáculo do nascimento de um ex.Também neste caso estamos perante uma representação repetitiva: o ex acabado de nascer repete tudo o que disseram os ex que o antecederam; por seu lado, os média dominantes repetem tudo o que disseram sobre o anterior ex.Assim, sempre que um militante do PCP deixa de o ser e passa a integrar a família dos ex, é certo e sabido que... temos notícia! - e ao recém-chegado ex são oferecidas páginas e páginas do precioso espaço desses paladinos da liberdade de informação e de expressão e de opinião que são os jornais de referência.Se o ex escreve um livro, então... não se fala noutra coisa: é o livro; é a apresentação do livro; é o apresentador do livro; é a presença de x, y e z na cerimónia, eu sei lá.Quanto ao conteúdo essencial do livro, não há nada que enganar: é o mesmo conteúdo do anterior livro do anterior ex: a perseguição, e a vitimização, e a perseguição, e o delito de opinião, e a perseguição, e a vitimização, e a perseguição, e o delito de opinião, e a perseguição. E, é claro, a perseguição...Com isto tudo, o ex, mal acaba de nascer e solta os primeiros vagidos, fica a saber, pelos média dominantes, que possui qualidades, capacidades, virtualidades, competências, valências e inteligências que jamais julgou possuir.E, extasiado com a inesperada novidade, nem tem tempo para se interrogar sobre a razão pela qual os média dominantes demoraram tanto tempo a descobrir-lhe a genialidade e andaram durante décadas a tratá-lo... como um comunista.

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