O Cachimbo de Magritte: A natureza é a suprema autoridade

30-05-2010
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"A 'natureza' não diz nada sobre ninguém. Somos nós — e só nós — que dizemos tudo." Dificilmente poderíamos encontrar uma frase menos filosófica do que esta que João Galamba escreveu no 5dias. No período que antecedeu a emergência da filosofia na Grécia, as coisas eram aquilo que as leis ou convenções do tempo diziam acerca delas. Com a emergência dos primeiros filósofos, as leis ou convenções foram questionadas e as coisas passaram a ser aquilo que a natureza dizia acerca delas. Aristóteles escreveu na Metafísica que os primeiros "philosophos" eram homens que discursavam sobre a natureza, por oposição aos "philomythos" que discursavam sobre os deuses. Para o filósofo, a natureza é a autoridade suprema. Sem a natureza do homem, sem a natureza da família, sem a natureza da política, os homens não têm como compreender porque o bem é preferível ao mal, porque a democracia é um melhor regime do que a tirania, porque os direitos fundamentais do homem são realmente fundamentais. Sem a natureza, os homens ficam cativos do arbítrio dos que têm mais dinheiro, dos que estão em maior número, dos que falam em nome de um Deus mais poderoso. A natureza é a linha que divide a civilização da barbárie, mas infelizmente vamos vivendo num período em que insistimos no direito a achar que as coisas podem ser tudo aquilo que nós quisermos.


"A 'natureza' não diz nada sobre ninguém. Somos nós — e só nós — que dizemos tudo." Dificilmente poderíamos encontrar uma frase menos filosófica do que esta que João Galamba escreveu no 5dias. No período que antecedeu a emergência da filosofia na Grécia, as coisas eram aquilo que as leis ou convenções do tempo diziam acerca delas. Com a emergência dos primeiros filósofos, as leis ou convenções foram questionadas e as coisas passaram a ser aquilo que a natureza dizia acerca delas. Aristóteles escreveu na Metafísica que os primeiros "philosophos" eram homens que discursavam sobre a natureza, por oposição aos "philomythos" que discursavam sobre os deuses. Para o filósofo, a natureza é a autoridade suprema. Sem a natureza do homem, sem a natureza da família, sem a natureza da política, os homens não têm como compreender porque o bem é preferível ao mal, porque a democracia é um melhor regime do que a tirania, porque os direitos fundamentais do homem são realmente fundamentais. Sem a natureza, os homens ficam cativos do arbítrio dos que têm mais dinheiro, dos que estão em maior número, dos que falam em nome de um Deus mais poderoso. A natureza é a linha que divide a civilização da barbárie, mas infelizmente vamos vivendo num período em que insistimos no direito a achar que as coisas podem ser tudo aquilo que nós quisermos.

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