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20-01-2011
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[0.061/2007]

SÓCRATES FAZ BALANÇO DE 2 ANOS DE GOVERNO

José Sócrates assegurou ontem que o défice relativo a 2006 ficará abaixo das previsões de 4,6 por cento do Governo, mas recusou que a folga orçamental possa servir para baixar já os impostos. No dia em que faz o balanço de dois anos de governação, o primeiro-ministro deixou garantias que Portugal vai obter "bons resultados na redução do défice e da despesa pública".

Sócrates, que falava na abertura do Fórum Novas Fronteiras, no Centro de Congressos de Lisboa, perante cerca de mil simpatizantes do PS e alguns dos ministros do seu Executivo, sublinhou que "os dados disponíveis, e ainda provisórios”, já permitem “saber que este ano o défice ficará abaixo da previsão do Governo".

Segundo o semanário “Expresso”, o Governo tem já dados disponíveis que lhe permitem acreditar que o défice de 2006 ficará nos 4,1 por cento, 0,5 por cento abaixo das previsões do Executivo. Questionado sobre este valor de 4,1 por cento, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, presente no fórum, recusou-se para já a confirmá-lo, adiantando que os dados do Instituto Nacional de Estatística apenas serão divulgados no final deste mês.

Ainda na sua intervenção, o primeiro-ministro reiterou a sua recusa em descer os impostos e criticou duramente o presidente do PSD, Marques Mendes, por apresentar uma proposta neste sentido.

"Os resultados [da economia em 2006] são bons, é verdade, mas nós estamos apenas a meio do caminho da consolidação orçamental. Que ninguém tenha a mínima dúvida: nós vamos levar este processo de consolidação orçamental até ao fim, reduzindo o défice e a despesa pública e fazendo as reformas estruturais que são indispensáveis", assegurou.

Sócrates considera "extraordinário" que Marques Mendes, "estando o país a meio da sua consolidação orçamental e permanecendo ainda em défice excessivo perante a União Europeia venha agora propor, com total leviandade, uma baixa dos impostos".

"Nós não vamos deitar por terra o que os portugueses já conseguiram. O resultado do esforço dos portugueses não pode uma vez mais ser posto em causa pela irresponsabilidade e pelo oportunismo de uma proposta de descida dos impostos que se destina apenas a falar para as sondagens, a tentar ganhar popularidade fácil e a resolver os problemas de afirmação de liderança política", contrapôs.

Segundo o também secretário-geral do PS, uma descida imediata de impostos, "para além de absolutamente irresponsável, é também pouco séria".

"Viola frontalmente os nosso compromissos europeus e compromete todo o trabalho de recuperação da credibilidade externa da nossa economia. Mas essa proposta de descida de impostos é também pouco séria porque provém da área política que nos deixou o problema que agora estamos a resolver", reagiu.

Sócrates frisou depois que, em matéria de consolidação orçamental, "não há atalhos". "Bons resultados não significam folga. Bons resultados significam que estamos apenas a andar mais depressa e que podemos chegar mais cedo ao fim do caminho", disse, ainda justificando a razão que leva o Executivo a recusar uma descida de impostos.

Antes da questão do défice do ano passado, Sócrates abriu o Fórum Novas Fronteiras com o balanço dos dois anos de governação PS, um partido que ficará na história como aquele que “lutou e conseguiu pôr mais mulheres no Parlamento e nas autarquias locais" e que “deu o passo decisivo para vencer tabus e fazer a ciência avançar na procriação medicamente assistida”.

O PS será ainda lembrado, segundo Sócrates, como a formação que “propôs e liderou uma lei da interrupção voluntária da gravidez capaz de combater o aborto clandestino e de lutar pela dignidade das mulheres em Portugal".

"Há para aí quem esteja sempre a falar de esquerda e disponível para dar lições sobre esquerda a esta maioria. Pois eu não me lembro de um Governo e de uma maioria em Portugal, que, em dois anos, deixasse marcas tão profundas e tão perenes dos valores do centro esquerda", reforçou.

Na sua intervenção, o secretário-geral do PS sublinhou ainda que o Governo, apesar de apoiado por uma maioria absoluta no Parlamento, fez cinco acordos de concertação social, envolvendo matérias como a contratação colectiva, o subsídio de desemprego, segurança social, salário mínimo e formação profissional.

"Em 30 anos de democracia, nunca um Governo conseguiu cinco acordos com os parceiros sociais em dois anos. Nada mau para um Governo com maioria absoluta que está sempre a ser acusado de não valorizar o diálogo social", comentou.

Segundo José Sócrates, o seu primeiro dever como primeiro-ministro foi "devolver a credibilidade à governação e o sentido de Estado à condução da instituições políticas".

"Ao fim de dois anos podemos afirmar com segurança que os portugueses têm hoje um Governo que está cem por cento concentrado no seu trabalho e a fazer um esforço sério para superar as dificuldades do país", concluiu.

In Lusa/Público

[0.061/2007]

SÓCRATES FAZ BALANÇO DE 2 ANOS DE GOVERNO

José Sócrates assegurou ontem que o défice relativo a 2006 ficará abaixo das previsões de 4,6 por cento do Governo, mas recusou que a folga orçamental possa servir para baixar já os impostos. No dia em que faz o balanço de dois anos de governação, o primeiro-ministro deixou garantias que Portugal vai obter "bons resultados na redução do défice e da despesa pública".

Sócrates, que falava na abertura do Fórum Novas Fronteiras, no Centro de Congressos de Lisboa, perante cerca de mil simpatizantes do PS e alguns dos ministros do seu Executivo, sublinhou que "os dados disponíveis, e ainda provisórios”, já permitem “saber que este ano o défice ficará abaixo da previsão do Governo".

Segundo o semanário “Expresso”, o Governo tem já dados disponíveis que lhe permitem acreditar que o défice de 2006 ficará nos 4,1 por cento, 0,5 por cento abaixo das previsões do Executivo. Questionado sobre este valor de 4,1 por cento, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, presente no fórum, recusou-se para já a confirmá-lo, adiantando que os dados do Instituto Nacional de Estatística apenas serão divulgados no final deste mês.

Ainda na sua intervenção, o primeiro-ministro reiterou a sua recusa em descer os impostos e criticou duramente o presidente do PSD, Marques Mendes, por apresentar uma proposta neste sentido.

"Os resultados [da economia em 2006] são bons, é verdade, mas nós estamos apenas a meio do caminho da consolidação orçamental. Que ninguém tenha a mínima dúvida: nós vamos levar este processo de consolidação orçamental até ao fim, reduzindo o défice e a despesa pública e fazendo as reformas estruturais que são indispensáveis", assegurou.

Sócrates considera "extraordinário" que Marques Mendes, "estando o país a meio da sua consolidação orçamental e permanecendo ainda em défice excessivo perante a União Europeia venha agora propor, com total leviandade, uma baixa dos impostos".

"Nós não vamos deitar por terra o que os portugueses já conseguiram. O resultado do esforço dos portugueses não pode uma vez mais ser posto em causa pela irresponsabilidade e pelo oportunismo de uma proposta de descida dos impostos que se destina apenas a falar para as sondagens, a tentar ganhar popularidade fácil e a resolver os problemas de afirmação de liderança política", contrapôs.

Segundo o também secretário-geral do PS, uma descida imediata de impostos, "para além de absolutamente irresponsável, é também pouco séria".

"Viola frontalmente os nosso compromissos europeus e compromete todo o trabalho de recuperação da credibilidade externa da nossa economia. Mas essa proposta de descida de impostos é também pouco séria porque provém da área política que nos deixou o problema que agora estamos a resolver", reagiu.

Sócrates frisou depois que, em matéria de consolidação orçamental, "não há atalhos". "Bons resultados não significam folga. Bons resultados significam que estamos apenas a andar mais depressa e que podemos chegar mais cedo ao fim do caminho", disse, ainda justificando a razão que leva o Executivo a recusar uma descida de impostos.

Antes da questão do défice do ano passado, Sócrates abriu o Fórum Novas Fronteiras com o balanço dos dois anos de governação PS, um partido que ficará na história como aquele que “lutou e conseguiu pôr mais mulheres no Parlamento e nas autarquias locais" e que “deu o passo decisivo para vencer tabus e fazer a ciência avançar na procriação medicamente assistida”.

O PS será ainda lembrado, segundo Sócrates, como a formação que “propôs e liderou uma lei da interrupção voluntária da gravidez capaz de combater o aborto clandestino e de lutar pela dignidade das mulheres em Portugal".

"Há para aí quem esteja sempre a falar de esquerda e disponível para dar lições sobre esquerda a esta maioria. Pois eu não me lembro de um Governo e de uma maioria em Portugal, que, em dois anos, deixasse marcas tão profundas e tão perenes dos valores do centro esquerda", reforçou.

Na sua intervenção, o secretário-geral do PS sublinhou ainda que o Governo, apesar de apoiado por uma maioria absoluta no Parlamento, fez cinco acordos de concertação social, envolvendo matérias como a contratação colectiva, o subsídio de desemprego, segurança social, salário mínimo e formação profissional.

"Em 30 anos de democracia, nunca um Governo conseguiu cinco acordos com os parceiros sociais em dois anos. Nada mau para um Governo com maioria absoluta que está sempre a ser acusado de não valorizar o diálogo social", comentou.

Segundo José Sócrates, o seu primeiro dever como primeiro-ministro foi "devolver a credibilidade à governação e o sentido de Estado à condução da instituições políticas".

"Ao fim de dois anos podemos afirmar com segurança que os portugueses têm hoje um Governo que está cem por cento concentrado no seu trabalho e a fazer um esforço sério para superar as dificuldades do país", concluiu.

In Lusa/Público

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