portugal dos pequeninos: O NÚMERO E A SEMÂNTICA

26-01-2011
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O dr. João Figueiredo mandou contar os funcionários públicos. Apresentou umas contas divertidas. Fica sempre a possiblidade de haver uns quantos que não se sabe o que fazem ou o que ganham, nunca em números inferiores a dez mil, a vinte mil ou mesmo trinta mil. Depois revelou o que já se sabia. A Saúde e a Educação levam a maior fatia - médicos, enfermeiros, restante pessoal do SNS e professores -, e que a Justiça paga bem aos seus magistrados, os do MP e aos judiciais propriamente ditos. Tudo somado, teríamos à volta de quinze por cento do emprego nacional envolvido com o Estado, do central ou local, passando pela Madeira e pelos Açores. Esta percentagem só interessa quando comparada com outros países "similares" O problema é arranjar qualquer coisa similar a isto. No entanto, o mais interessante do exercício foi a semântica. João Figueiredo apareceu solitário, com um ar perfeitamente enjoado, como se viesse a público revelar um crime. No caso concreto, "o crime" da existência de x funcionários públicos - como se fosse uma categoria indivisa -, pedindo quase desculpa por isso. Ainda não cconsegui perceber se a secretaria de Estado da Administração Pública existe para "reformar" a dita, para "reformar" à força os funcionários ou para os perpetuar até serem pré-cadáveres. Dr. Figueiredo, um conselho de um amigo: da próxima vez que aparecer, ponha um arzinho mais satisfeito senão ainda o mandam à junta médica e, mesmo assim, não o deixam ir embora.


O dr. João Figueiredo mandou contar os funcionários públicos. Apresentou umas contas divertidas. Fica sempre a possiblidade de haver uns quantos que não se sabe o que fazem ou o que ganham, nunca em números inferiores a dez mil, a vinte mil ou mesmo trinta mil. Depois revelou o que já se sabia. A Saúde e a Educação levam a maior fatia - médicos, enfermeiros, restante pessoal do SNS e professores -, e que a Justiça paga bem aos seus magistrados, os do MP e aos judiciais propriamente ditos. Tudo somado, teríamos à volta de quinze por cento do emprego nacional envolvido com o Estado, do central ou local, passando pela Madeira e pelos Açores. Esta percentagem só interessa quando comparada com outros países "similares" O problema é arranjar qualquer coisa similar a isto. No entanto, o mais interessante do exercício foi a semântica. João Figueiredo apareceu solitário, com um ar perfeitamente enjoado, como se viesse a público revelar um crime. No caso concreto, "o crime" da existência de x funcionários públicos - como se fosse uma categoria indivisa -, pedindo quase desculpa por isso. Ainda não cconsegui perceber se a secretaria de Estado da Administração Pública existe para "reformar" a dita, para "reformar" à força os funcionários ou para os perpetuar até serem pré-cadáveres. Dr. Figueiredo, um conselho de um amigo: da próxima vez que aparecer, ponha um arzinho mais satisfeito senão ainda o mandam à junta médica e, mesmo assim, não o deixam ir embora.

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