Honra, orgulho ecompromissos de luta No mesmo dia, azar dos Távoras, em que na revista do Expresso, embora na rubrica humorística «Cartas Abertas» do «Comendador», Henrique Monteiro sentenciava que «já ninguém tem pelo comunismo senão a curiosidade que se tem por uma chávena da dinastia Ming», realizava-se em Lisboa, com expressivo e indiscutível êxito - traduzido na participação de cerca de 50.000 comunistas e outros democratas-, a Marcha pela Liberdade e pela Democracia assumidamente convocada e organizada pelo PCP, o que constituia uma iniciativa inédita e, por isso mesmo, arriscada e audaciosa.Numa altura e num tempo em que todos os dias não faltam as generalizações abusivas sobre «a crise dos partidos» sobre o fim da militância partidária e do enraizameto social dos partidos, o êxito desta marcha veio pôr os pontos que estavam a faltar nos is. Numa altura e num tempo em que, de forma cega e ligeira, se proclama que «não há oposição» no país só porque o PSD e o CDS sofrem o efeito da sua inconsistência e do roubo das suas bandeiras pelo PS, a marcha de hoje veio justamente lembrar que há uma oposição de esquerda determinada, corajosa e combativa.E, mais que importante que tudo, esta marcha constituiu uma forte afirmação de luta contra o autoritarismo, a arrogância e a lesão de direitos que está em marcha e um imprescindível revalorização do regime democrático consagrado na Constituição e ancorado , de forma simultânea e indissolúvel, na democracia política, económica, social e cultural.Podem alguns não gostar da Marcha que hoje se realizou na capital do país e do seu significado, ou não serem capazes ao menos de os compreender e respeitar, mas tenham paciência pois vão ter de contar com esta realidade: hoje, do Principe Real à Praça do Rossio, desfilaram os compromissos de luta, a força das convicções, a generosidade de ideais, a honra e o orgulho de sermos comunistas no Portugal que amamos. As palavras iniciais de Jerónimo de Sousano comício no Rossio«Permitam-me que vos saúde. Que manifeste aminha admiração e alegria pelo nível edimensão desta Marcha inédita,transformada numa torrente humanaonde se sente o pulsar da inquietaçãoface aos perigos e ameaças, do protesto edo descontentamento perante as injustiças,aliados à determinação e à confiançana luta pela liberdade e democracia.Admiração e alegria tanto mais sentidasquanto nos tempos que correm sopramos ventos avassaladores da ideologia dominanteque nos convidam e empurram parao pântano do conformismo e fatalismo,da alternância sem alternativa,da interiorização nas consciências da ideiada inevitabilidade das injustiças e desigualdades,da negação de um Portugaldesenvolvido e democrático que acreditámosser possível com a vitória de Abril.»[ver aqui intervenção na íntegra]
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Honra, orgulho ecompromissos de luta No mesmo dia, azar dos Távoras, em que na revista do Expresso, embora na rubrica humorística «Cartas Abertas» do «Comendador», Henrique Monteiro sentenciava que «já ninguém tem pelo comunismo senão a curiosidade que se tem por uma chávena da dinastia Ming», realizava-se em Lisboa, com expressivo e indiscutível êxito - traduzido na participação de cerca de 50.000 comunistas e outros democratas-, a Marcha pela Liberdade e pela Democracia assumidamente convocada e organizada pelo PCP, o que constituia uma iniciativa inédita e, por isso mesmo, arriscada e audaciosa.Numa altura e num tempo em que todos os dias não faltam as generalizações abusivas sobre «a crise dos partidos» sobre o fim da militância partidária e do enraizameto social dos partidos, o êxito desta marcha veio pôr os pontos que estavam a faltar nos is. Numa altura e num tempo em que, de forma cega e ligeira, se proclama que «não há oposição» no país só porque o PSD e o CDS sofrem o efeito da sua inconsistência e do roubo das suas bandeiras pelo PS, a marcha de hoje veio justamente lembrar que há uma oposição de esquerda determinada, corajosa e combativa.E, mais que importante que tudo, esta marcha constituiu uma forte afirmação de luta contra o autoritarismo, a arrogância e a lesão de direitos que está em marcha e um imprescindível revalorização do regime democrático consagrado na Constituição e ancorado , de forma simultânea e indissolúvel, na democracia política, económica, social e cultural.Podem alguns não gostar da Marcha que hoje se realizou na capital do país e do seu significado, ou não serem capazes ao menos de os compreender e respeitar, mas tenham paciência pois vão ter de contar com esta realidade: hoje, do Principe Real à Praça do Rossio, desfilaram os compromissos de luta, a força das convicções, a generosidade de ideais, a honra e o orgulho de sermos comunistas no Portugal que amamos. As palavras iniciais de Jerónimo de Sousano comício no Rossio«Permitam-me que vos saúde. Que manifeste aminha admiração e alegria pelo nível edimensão desta Marcha inédita,transformada numa torrente humanaonde se sente o pulsar da inquietaçãoface aos perigos e ameaças, do protesto edo descontentamento perante as injustiças,aliados à determinação e à confiançana luta pela liberdade e democracia.Admiração e alegria tanto mais sentidasquanto nos tempos que correm sopramos ventos avassaladores da ideologia dominanteque nos convidam e empurram parao pântano do conformismo e fatalismo,da alternância sem alternativa,da interiorização nas consciências da ideiada inevitabilidade das injustiças e desigualdades,da negação de um Portugaldesenvolvido e democrático que acreditámosser possível com a vitória de Abril.»[ver aqui intervenção na íntegra]