Da Literatura: LER OS OUTROS

23-12-2009
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Como prova ao alto, a Angelus Novus tem novidades na manga. O Senhor Palomar faz hoje três meses, mantendo o Meio em polvorosa para identificar o misterioso autor. Sem sucesso, dez hipóteses plausíveis foram descartadas: Carlos Veiga Ferreira, Francisco José Viegas, Isabel Coutinho, Jaime Bulhosa, José Mário Silva, Luis M. Jorge, Manuel Alberto Valente, Pedro Vieira, Ricardo Gross and myself. Estamos aqui estamos na cena do Meu Pipi. / Pedro Mexia tem um novo blogue, Lei Seca. / Quem não tem complexos gourmet deve consultar o Mesa Marcada. / Vasco Graça Moura passou a escrever no PNET Literatura.Eduardo Graça: «O PREC de Manuela Moura Guedes.»Francisco José Viegas: «Salvo excepções muito localizadas, a política na blogosfera tem pouco a ver com a política propriamente dita; é um exercício de aproximações e de simpatias. Isto acontece desde que o território da moral entrou definitivamente na política e desde que a política passou a tratar de assuntos que são da mais estrita responsabilidade individual. [...]»Luís Januário: «[...] Sempre vi aquelas tardes como uma graça, uma efemeridade, um ecosistema frágil, ameaçado pela indiferença dos estudantes e a boçalidade dos professores, a iliteracia da cidade, a desinformação habitual e o mau humor do gajo do som. Eu gostava de tudo às segundas feiras. [...]»Luis M. Jorge: «[...] Louçã tem a pose de um jovem demasiado esperto, que leu muitos livros mas nunca teve um emprego. Jerónimo é um homem de família que vai com os netinhos para o baloiço, bebe uma cerveja ocasional com os camaradas e tenta estar à altura de um trabalho difícil, que não escolheu. É natural que os bloggers prefiram o primeiro. Quanto aos eleitores, logo saberemos.»Miguel Marujo: «A Média Capital/Metro despediu-me ao fim de seis anos, invocando... “período experimental” [...] Agora não despediram ninguém, não calaram nada (as peças sobre o Freeport passaram hoje, com uma nota ridícula sobre serem peças preparadas para o “Jornal de MMG”...), limitaram-se a mudar o nome da coisa e quem apresenta e cai o Carmo e a Trindade. / Escusado será dizer que a senhora marra com todos. Não é só com Sócrates, é com os “maus jornalistas”, como diz agora, que ela tratava de insultar todos os dias na sua própria redacção, quando não os obrigava a mudar de nome, só porque não gostava desse nome, como aconteceu com uma então estagiária. Sim, é ela, MMG, a paladina da verdade.»Palmira F. Silva: «[...] Naquele que se pensa ser o primeiro cartaz de propaganda da História, os apoiantes do papado romano acusavam os seus rivais seculares, os gibelinos, de promoverem o “pecado” considerado mais herético, o agir contra natura, desarmonia, e falta de sentimento de comunidade. Por outras palavras, os guelfos, assentes na mitologia então dominante, lançavam um boato infundado sobre os seus oponentes políticos e acusavam-nos de fomentarem o colapso civilizacional. / Os últimos episódios da politiquice nacional, em que, à falta de ideias, se ululam, com estridência e grandes rasgos de vestes, acusações análogas — com o intuito de obnubilar a discussão e induzir enviesamento cognitivo no eleitorado —, fizeram-me recordar estes métodos de propaganda política. Em particular, fizeram-me recordar as consequências deste tipo de irresponsabilidade política. / Lançar suspeições totalmente infundadas em todas as direcções e esperar que pelo menos algumas peguem, não é debate político admissível no século XXI, muito menos na grave situação em que o país se encontra. Que ficará certamente certamente mais grave se continuarmos o que comentadores sortidos se devotaram ontem em todas as televisões: discussão de boatos e teorias da conspiração em vez de debate de ideias. Se não pretendermos pôr em causa o futuro do país, importa recentrar no que é realmente importante. E importa sobretudo recordar as lições da História e ter presentes as torres de San Giminiano...»Rogério da Costa Pereira: «Trocaram os primos, mas a história é a mesma, certo? O outro era magro, este é gordo. O outro estava na China, este anda por Angola. Brilhante. Segue-se o quê? O primo metrossexual que vive no meio dos Ye'kuana?»Tomás Vasques: «Jerónimo de Sousa demonstra sérias dificuldades nestes “debates” televisivos. Desde logo pelas suas próprias características, mas principalmente por razões de estratégia comunicacional [...] Esta estratégia permite ao adversário, sobretudo devido ao formato dos “debates”, expor à vontade, quase sem contestação, o que tem para dizer. Jerónimo de Sousa não deixa de defender as posições do PCP, mas fá-lo de forma tão “suave”, tão “social-democrata” que dá a ideia que ter mais um ou menos um deputado eleito ou ficar à frente ou atrás do BE são questões decisivas na estratégia do partido. José Sócrates aproveitou a ocasião, naturalmente.»Etiquetas: Blogues

Como prova ao alto, a Angelus Novus tem novidades na manga. O Senhor Palomar faz hoje três meses, mantendo o Meio em polvorosa para identificar o misterioso autor. Sem sucesso, dez hipóteses plausíveis foram descartadas: Carlos Veiga Ferreira, Francisco José Viegas, Isabel Coutinho, Jaime Bulhosa, José Mário Silva, Luis M. Jorge, Manuel Alberto Valente, Pedro Vieira, Ricardo Gross and myself. Estamos aqui estamos na cena do Meu Pipi. / Pedro Mexia tem um novo blogue, Lei Seca. / Quem não tem complexos gourmet deve consultar o Mesa Marcada. / Vasco Graça Moura passou a escrever no PNET Literatura.Eduardo Graça: «O PREC de Manuela Moura Guedes.»Francisco José Viegas: «Salvo excepções muito localizadas, a política na blogosfera tem pouco a ver com a política propriamente dita; é um exercício de aproximações e de simpatias. Isto acontece desde que o território da moral entrou definitivamente na política e desde que a política passou a tratar de assuntos que são da mais estrita responsabilidade individual. [...]»Luís Januário: «[...] Sempre vi aquelas tardes como uma graça, uma efemeridade, um ecosistema frágil, ameaçado pela indiferença dos estudantes e a boçalidade dos professores, a iliteracia da cidade, a desinformação habitual e o mau humor do gajo do som. Eu gostava de tudo às segundas feiras. [...]»Luis M. Jorge: «[...] Louçã tem a pose de um jovem demasiado esperto, que leu muitos livros mas nunca teve um emprego. Jerónimo é um homem de família que vai com os netinhos para o baloiço, bebe uma cerveja ocasional com os camaradas e tenta estar à altura de um trabalho difícil, que não escolheu. É natural que os bloggers prefiram o primeiro. Quanto aos eleitores, logo saberemos.»Miguel Marujo: «A Média Capital/Metro despediu-me ao fim de seis anos, invocando... “período experimental” [...] Agora não despediram ninguém, não calaram nada (as peças sobre o Freeport passaram hoje, com uma nota ridícula sobre serem peças preparadas para o “Jornal de MMG”...), limitaram-se a mudar o nome da coisa e quem apresenta e cai o Carmo e a Trindade. / Escusado será dizer que a senhora marra com todos. Não é só com Sócrates, é com os “maus jornalistas”, como diz agora, que ela tratava de insultar todos os dias na sua própria redacção, quando não os obrigava a mudar de nome, só porque não gostava desse nome, como aconteceu com uma então estagiária. Sim, é ela, MMG, a paladina da verdade.»Palmira F. Silva: «[...] Naquele que se pensa ser o primeiro cartaz de propaganda da História, os apoiantes do papado romano acusavam os seus rivais seculares, os gibelinos, de promoverem o “pecado” considerado mais herético, o agir contra natura, desarmonia, e falta de sentimento de comunidade. Por outras palavras, os guelfos, assentes na mitologia então dominante, lançavam um boato infundado sobre os seus oponentes políticos e acusavam-nos de fomentarem o colapso civilizacional. / Os últimos episódios da politiquice nacional, em que, à falta de ideias, se ululam, com estridência e grandes rasgos de vestes, acusações análogas — com o intuito de obnubilar a discussão e induzir enviesamento cognitivo no eleitorado —, fizeram-me recordar estes métodos de propaganda política. Em particular, fizeram-me recordar as consequências deste tipo de irresponsabilidade política. / Lançar suspeições totalmente infundadas em todas as direcções e esperar que pelo menos algumas peguem, não é debate político admissível no século XXI, muito menos na grave situação em que o país se encontra. Que ficará certamente certamente mais grave se continuarmos o que comentadores sortidos se devotaram ontem em todas as televisões: discussão de boatos e teorias da conspiração em vez de debate de ideias. Se não pretendermos pôr em causa o futuro do país, importa recentrar no que é realmente importante. E importa sobretudo recordar as lições da História e ter presentes as torres de San Giminiano...»Rogério da Costa Pereira: «Trocaram os primos, mas a história é a mesma, certo? O outro era magro, este é gordo. O outro estava na China, este anda por Angola. Brilhante. Segue-se o quê? O primo metrossexual que vive no meio dos Ye'kuana?»Tomás Vasques: «Jerónimo de Sousa demonstra sérias dificuldades nestes “debates” televisivos. Desde logo pelas suas próprias características, mas principalmente por razões de estratégia comunicacional [...] Esta estratégia permite ao adversário, sobretudo devido ao formato dos “debates”, expor à vontade, quase sem contestação, o que tem para dizer. Jerónimo de Sousa não deixa de defender as posições do PCP, mas fá-lo de forma tão “suave”, tão “social-democrata” que dá a ideia que ter mais um ou menos um deputado eleito ou ficar à frente ou atrás do BE são questões decisivas na estratégia do partido. José Sócrates aproveitou a ocasião, naturalmente.»Etiquetas: Blogues

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