Israel deveria investigar eventuais crimes de guerra na Faixa de Gaza, para evitar a possibilidade, aventada no relatório Goldstone, de que líderes do país sejam indiciados no Tribunal Penal Internacional, afirmou o vice-primeiro-ministro Dan Meridor (Partido Trabalhista) em entrevista publicada esta quarta-feira. "Um país que se investiga coloca um obstáculo a uma agressão (jurídica)", disse Meridor ao jornal Haaretz. "Uma comissão de inquérito ou exame, que eu espero que seja nomeada, deve examinar as acusações do relatório Goldstone." Uma investigação liderada pelo jurista sul-africano Richard Goldstone acusou Israel e o grupo islâmico Hamas de terem cometido crimes de guerra durante o conflito de Dezembro e Janeiro últimos na Faixa de Gaza. O texto, que foi particularmente crítico a Israel pela falta de cooperação na investigação, recomendou que o caso seja submetido ao Conselho de Segurança da ONU, e possivelmente em seguida ao Tribunal Criminal Internacional de Haia, caso os dois lados não realizem um inquérito credível num prazo de seis meses. A proposta de Meridor pode criar tensões na coligação que governa Israel. O ministro da Defesa, Ehud Barak, igualmente do Partido Trabalhista, já havia manifestado apoio a uma investigação interna do Exército sobre as conclusões do relatório Goldstone. Outros ministros, no entanto, preferem que Israel rejeite as conclusões do relatório Goldstone. Na entrevista, Meridor, também responsável pela supervisão dos serviços de informações de Israel, afirmou: "Tenho confiança nos militares e devo defendê-los." "A ferramenta mais eficaz para a defesa é um auto-inquérito sério", acrescentou. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu, entretanto, que iria se esforçar ao máximo para "deslegitimar" as conclusões do relatório Goldstone, e numa reunião ministerial, na passada terça-feira deu orientações ao seu gabinete para que sejam redigidas propostas para alterar as leis internacionais da guerra.
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Israel deveria investigar eventuais crimes de guerra na Faixa de Gaza, para evitar a possibilidade, aventada no relatório Goldstone, de que líderes do país sejam indiciados no Tribunal Penal Internacional, afirmou o vice-primeiro-ministro Dan Meridor (Partido Trabalhista) em entrevista publicada esta quarta-feira. "Um país que se investiga coloca um obstáculo a uma agressão (jurídica)", disse Meridor ao jornal Haaretz. "Uma comissão de inquérito ou exame, que eu espero que seja nomeada, deve examinar as acusações do relatório Goldstone." Uma investigação liderada pelo jurista sul-africano Richard Goldstone acusou Israel e o grupo islâmico Hamas de terem cometido crimes de guerra durante o conflito de Dezembro e Janeiro últimos na Faixa de Gaza. O texto, que foi particularmente crítico a Israel pela falta de cooperação na investigação, recomendou que o caso seja submetido ao Conselho de Segurança da ONU, e possivelmente em seguida ao Tribunal Criminal Internacional de Haia, caso os dois lados não realizem um inquérito credível num prazo de seis meses. A proposta de Meridor pode criar tensões na coligação que governa Israel. O ministro da Defesa, Ehud Barak, igualmente do Partido Trabalhista, já havia manifestado apoio a uma investigação interna do Exército sobre as conclusões do relatório Goldstone. Outros ministros, no entanto, preferem que Israel rejeite as conclusões do relatório Goldstone. Na entrevista, Meridor, também responsável pela supervisão dos serviços de informações de Israel, afirmou: "Tenho confiança nos militares e devo defendê-los." "A ferramenta mais eficaz para a defesa é um auto-inquérito sério", acrescentou. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu, entretanto, que iria se esforçar ao máximo para "deslegitimar" as conclusões do relatório Goldstone, e numa reunião ministerial, na passada terça-feira deu orientações ao seu gabinete para que sejam redigidas propostas para alterar as leis internacionais da guerra.