Blogue de Tiago Ildefonso: Eleições Europeias: com muito para contar...

15-10-2009
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"Derrota humilhante para o PS de José Sócrates, derrota estrondosa para as sondagens e cartão vermelho à maioria dos analistas políticos: Manuela Ferreira Leite, a solitária, antipática e old-fashioned líder do PSD, a mulher das gaffes e da falta de jeito para comícios, ainda pode bem ser, daqui a três meses, a nova primeira-ministra de Portugal." Assim escreveu Ana Sá Lopes num artigo do ionline. E depois de tal ler, facilmente concluí que pelo menos para começar, não vale a pena procurar muito mais as palavras para dar início à minha opinião sobre o que se passou politicamente em Portugal neste dia de eleições. Vou só acrescentar que estou ainda mais confortável do que o costume para prosseguir a comentar (este evento de) política, uma vez que votei num partido que não elegeu qualquer deputado ao parlamento europeu... Glória aos vencedores, comecemos então por eles: para todos os efeitos, ganhou mesmo a tão chamada "política de verdade"; afinal, a "Patinha Feia" (como foi apelidada e tratada...) Manuela Ferreira Leite e o cada vez mais reconhecido bom político (em todos os sentidos) de seu nome Paulo Rangel provaram que nem só as caras e os sorrisos de farinha 33 (ou será de papinhas Maizena? bom, não queria economizar na farinha...) fazem valer a confiança e a escolha dos portugueses. A pura imagem cosmética de um político e/ou de um partido está longe de ser tudo, e cada vez o será menos...e os portugueses hoje olharam mais ao que mostraram os corações do que ao que aparentaram as maquilhagens nas caras ou à máscara das palavras por vezes demais, demagogas. Como cidadão deste país, fico bastante satisfeito não pela "estrondosa derrota" do PS (não a considero assim tão estrondosa quanto isso: podia e devia ter sido bem pior, não fosse muito eleitor votar não em consciência mas sim pelo cartão do partido respectivo...), mas pelo claro sinal de aviso sério com que foram carimbados muitos erros cometidos ao longo do caminho pelo PS. Sobretudo pela postura, muito também pelo que teve de ideias para apresentar...e pela clara qualidade reconhecida de pelo menos alguns dos seus deputados, o PSD é um mais que justo vencedor. Mas é evidente que o PSD ganha também com os erros do PS... E os erros do PS foram mais que muitos: o pior de todos, foi sem dúvida escolher Vital Moreira como cabeça de lista...foi a primeira das máscaras cuja pintura borra por completo no fim. Não tenho memória de um candidato a aspirante a político tão mau, mas tão mauzinho mesmo quanto este senhor...e nem me dei muito ao trabalho de ver a detalhe de onde veio (a não ser o que mais correu: ex-militante do PCP e também "um tal de um Tribunal Constitucional"...ironia aparentemente minimizante esta que só serve para expressar a minha intranquilidade em pensar que em órgãos de uma importância destas estejam senhores como este; é que a julgar pelo que mostrou nesta campanha eleitoral...): para se perceber do que é feito Vital Moreira, bastava ter seguido com atenção: este debate; a cobardia e demagogia do cabeça de lista do PS ao recusar participação num segundo debate na RTP a uma semana das eleições; o tal estilozinho sempre a dar para os tiques de arrogância durante toda a campanha; as contradições (e ainda falaram das gaffes de Ferreira Leite...) nas declarações (Durão Barroso? afinal não? imposto europeu? ah...nem por isso?) com o secretário geral e outros membros do PS; e finalmente, o estilo de cinismo, ENORME falta de inteligência e "estratégia de rasquice e peixeirada" na tentativa de implicar o PSD no caso do BPN, como se um partido político tivesse de pagar alguma factura em votos anos depois de alguns seus membros e/ou ex-membros estarem indiciados em crimes de corrupção (que "só por acaso", nem tinham nada a ver com partidos ou políticos: apenas se cingiram a outras actividades profissionais dos visados na banca... ). A política é por vezes demasiado suja, e passam em claro muitas coisas que já de si nunca deveriam passar: mas convém não abusar da estupidez e da cara de pau...porque há limites para o insulto à inteligência dos cidadãos! É que bem mais recentemente, que fazer então com o nosso primeiro ministro que desde o seu diploma de engenheiro, passando pelo caso free port (do qual até esta data ainda não se livrou...), e mais casos em que se viu envolvido que agora nem me vêm à memória...onde fica aqui a coerência deste tal de "um dia já fui um sr. juiz, e era eu quem sentenciava tudo e todos"? Mas que raio de moral tem Vital Moreira para lançar suspeitas sobre o PSD e/ou os seus militantes, quando José Sócrates está debaixo de uma suspeição de que já não há memória num político (e bem no activo...) em Portugal? Veja-se só a postura do PSD em relação a todas as "campanhas negras" que caíram sobre José Sócrates: nem uma só palavra de aproveitamento nestas eleições...e mesmo depois da provocação clara "do tal que era VITAL que tivesse mas era um pouco de juízo"! Posto isto, é evidente que mais uma vez, José Sócrates errou estrondosamente (sobretudo porque se empenhou e associou a este patético cabeça de lista) ao definir a lista de candidatos do PS a estas eleições...aliás, repare-se nos euro-deputados que elegeu: 1 - Vital Martins Moreira 2 - Edite de Fátima Santos Marreiros Estrela 3 - Luís Manuel Capoulas Santos 4 - Elisa Maria da Costa Guimarães Ferreira 5 - António Fernando Correia de Campos 6 - Luís Paulo de Serpa Alves 7 - Ana Maria Rosa Martins Gomes Quem tiver memória política e olhar para esta lista, facilmente conclui que quem o PS manda para o parlamento europeu é basicamente quem já provou não ser exactamente muito apreciado na política nacional. Não consigo deixar de olhar para esta lista e tirando o nome de Luís Alves (que desconheço)...mais me parece uma lista de dinossauros políticos já completamente desgastados e que não vão conseguir mais lugar nenhum que não seja mesmo no parlamento europeu. Abro uma segunda excepção ao julgamento crítico anterior simplesmente à memória de uma Ana Gomes que muito lutou (e bem) pela causa Timorense... Mas Ana Gomes perde no presente o meus respeito ao candidatar-se em simultâneo a autárquicas e europeias! Que, não mais é do que outro erro infantil dos nossos dirigentes políticos (e que quanto a mim, o eleitorado não penalizou como devia): não é admissível que quer o PS (com Ana Gomes e Elisa Ferreira) quer a CDU (com Ilda Figueiredo) apresentem candidatos que mais parecem querer rapar no fim quantos tachos houver a lume! Se no caso do PS, não teria sido muito mais saudável colocar Jamila Madeira em lugar elegível...ou outro qualquer valor (porque há pessoas de valor no PS...aliás, olhando para a lista anterior, atrevia-me a dizer que o que mais tinha o PS eram melhores candidatos que estes: mas aparentemente, ganhou o clientelismo político de quem está já à mais tempo na casa...sobre outros valores reconhecidamente e politicamente competentes, corajosos e coerentes: Manuel Alegre, António José Seguro, ...). Em suma, o PS só está bem na declaração final de Sócrates...mas mesmo assim, sem que houvesse sequer o mínimo de bom senso e cortesia política que evitasse que Paulo Rangel, na sua declaração, pudesse ainda apontar ao PS (e a meu ver, bem, educadamente, e com razão) o facto de ninguém do PS o ter pessoalmente felicitado pela sua pela vitória a tempo e horas como é costume e cortesia. De Vital Moreira, nada mais seria de esperar; de José Sócrates, volto a não perceber como é possível... Analisados PS e PSD, chegamos então ao CDS...e aqui, o mais politicamente relevante não é o resultado do partido: o mais politicamente relevante é a ESTRONDOSA E ABSOLUTA INCOMPETÊNCIA de praticamente tudo quanto foi sondagem e empresa de sondagens que aparentemente, possuem um desejo masoquista de humilhação, sempre apanhadas a mentir sobre o mesmo. Como engenheiro (informático) que sou, tenho conhecimentos e experiência suficientes de matemática e estatística em particular para afirmar que é uma vergonha autêntica os resultados para quem anda neste país a fazer sondagens à tanto tempo (um pequeno punhado de empresas/instituições)...e não é preciso mais do que o raciocínio de uma criança de 7 ou 8 anos com 2 ou 3 anos de escolaridade (arriscava-me aqui a incluir ainda alguma instrução pré-primária) para perceber algo tão simples que se pode descrever numa conclusão tão rudimentar como: "se te andas à enganar anos após ano no mesmo resultado para o mesmo problema...experimenta para a próxima aprender com os erros anteriores"! Garantidamente, se eu fosse director de uma estação de televisão (porque acabam por ser os clientes mais expostos aos erros de quem, a julgar pelo que se tem assistido ao longo destas últimas eleições, nem o tempo deveria ter autorização para prever!), o preço a pagar por uma sondagem seria forçosamente indexado a uma cláusula contratual especial que teria um nome aproximado de "factor de exposição a humilhação pública perante milhares/milhões de espectadores". Para além de outros erros elementares, o que mais devo destacar é que se já é mau demais numa sondagem errar-se sobre quem ganharia as eleições (e por mais de 5%, já agora!)...bom: se não acredito (mas já começa a dar vontade, à luz dos factos...) em perseguições e cabalas ao CDS-PP por parte de quem faz sondagens neste país (ou seja: não ponho em causa a honestidade destas entidades e pessoas)...posso no entanto afirmar com absoluta certeza a quem me lê que há mesmo uma falha grave de competência (leia-se: matemática, engenharia, inteligência e até bom-senso) em que dá valores tão ridículos como "entre 0% a 2%" a um partido que posteriormente arrecada 8,37% dos votos! Termino só com o cúmulo de uma rádio com o prestígio da TSF se ter dado ao luxo (e a meu ver, muito bem) de gabar em pequenos anúncios de auto publicidade que nas sondagens que apresentou, foi a única a prever a vitória do PSD (ao menos, isso!)...dá que pensar! E no que ao CDS-PP em particular diz respeito...efectivamente, apesar de (muito) dificilmente poder considerar votar no CDS-PP dados alguns dos valores concretos que defendem (a começar por definição, em não saberem distinguir e a espaços tentarem misturar política com religião, mistura esta que não era suposto existir de todo num estado laico por definição e indiscutível bom senso)...tenho de ter uma palavra para com Nuno Melo, que será dos políticos mais competentes e que mais luta por aquilo que acredita neste país (independentemente do "perigo" que o CDS pode representar em aspectos que a sociedade por vezes não dá a importância no meu entender devida). De seguida, tem de se falar da tão referida esquerda...e aqui, acabo por estar dividido entre alguns factos que me deixam impressões um pouco contraditórias entre si. Começando pelo Bloco de Esquerda, foi para mim o maior vencedor destas eleições europeias: afinal, afirmou-se pela 1ª vez como o 3º partido político mais votado em Portugal (para além de ter triplicado de 1 para 3 o n.º de deputados eleitos). "Ideologias à parte", vejo aqui um factor bastante positivo: pelo que foi visto e pelo pouco que os portugueses tiveram oportunidade de observar, o Bloco de Esquerda mostrou ter um (se não o) cabeça de lista mais competente e que realmente sabe do que está a falar quando de Europa se fala...por outras palavras, Miguel Portas inspira-me confiança, seriedade e competência...e só posso esperar que os outros euro-deputados do bloco lhe sigam o exemplo. Se como cidadão "tipicamente mais ao centro" concordarei com certeza com algum do trabalho do BE e discordarei com a mesma certeza de outro (porque à semelhança do CDS, também associo "perigo" à esquerda mais à esquerda em relação a certos assuntos...)...não posso deixar de me sentir de certo modo bem representado pelo menos com a figura de Miguel Portas. Mas já não posso dizer o mesmo em relação a Francisco Louça (e dentro do bloco, é uma postura partilhada por muitos dos seus militantes...) que de modo completamente rasteiro e despropositado, invocou no seu "discurso de vitória" alguns avisos de navegação ao facto de considerar esta vitória do PSD como uma vitória ilusória, ainda sobre os termos de comparação com os resultados obtidos por Pedro Santana Lopes no passado. E com isto, Louça deixa vir ao de cima uma das mais lamentáveis debilidades e mesquinhices da esquerda quando tenta ser mais esquerdinha...porque é de muito baixo nível e de enorme pequenez andar-se ainda a perseguir uma pessoa completamente fora de contexto e que de modo nenhum era para ali chamada (e este comportamento do bloco já não é de agora: ainda me recordo bem do que pensei no dia em que vi os militantes do bloco em comício a festejarem a derrota de Santana Lopes e do seu PSD que estiveram constantemente sobre sítio por parte do oportunista e demagogo político que foi Jorge Sampaio aquando da dissolução do governo de Santana Lopes...que no fundo, se mereceu algumas críticas, com certeza não merecia nem metade do que acabou por lhe cair em cima!). E são lamentáveis infelicidades e comportamentos corriqueiros como este de Francisco Louça que fazem com que a tal esquerda esquerdinha perca muita da credibilidade ganha e alguma da qual, até bem merecida. A minha grande curiosidade sobre o BE (e sobre a direcção e o estilo de Louça) acaba por se resumir a um princípio muito básico, e que já me ocorreu várias vezes no passado em relação ao PCP: é que é muito fácil criticar...mas o que farão partidos como estes se um dia chegarem ao poder por exemplo em coligação com o PS (cenário que admito ser menos provável para o PCP)? E falando do PCP...cuja pseudo vitória que se traduziu num aumento de votos não consegue de modo nenhum abafar algo que terá ficado bem atravessado na garganta dos comunistas: nas guerras entre esquerdinhas, vêm os bloquistas a ultrapassarem-nos como 3ª força política mais votada, já para não falar de se verem também com menos um deputado do que estes supostos camaradas...que na realidade mais parecem velhos galos rivais entre si a disputar os mesmo poleiros (e aqui, note-se que aparentemente, continua a ser maior a hostilidade do PCP com o BE do que o contrário!). Mas falta ainda chamar a atenção para alguns números...mais concretamente, algumas percentagens a meu ver muito significativas de votos conquistados nestas eleições: → BE + PCP: 21,39% (trata-se de um número surpreendente para as forças políticas claramente de esquerda) → BE + PCP + PS: 47,96% vs. PSD + CDS: 40,06% (aqui, temos um indicador muito interessante de que, ao contrário do que muito se ouviu dizer, alguma coisa terá ainda de mudar seriamente ate ás próximas eleições legislativas para que tenhamos um governo do PSD e/ou de direita.) → Votos Nulos + Votos Brancos: 6,63% (236.028 portugueses exprimiram assim o seu descontentamento com os partidos políticos portugueses...compare-se este número com os 8,37% do CDS, e perceba-se que se o "protesto" elegesse deputados, provavelmente teria 1 ou 2 eleitos!) Na ressaca destas europeias, fica muito claro que os cidadãos portugueses estão (bastante) descontentes com o rumo que o PS de José Sócrates tem seguido na sua governação (é triste dizer isto com bastante convicção...mas é perfeitamente pacífico e genericamente aceite que há Europa a menos e política nacional a mais sempre que temos eleições europeias...); e este descontentamento está sem dúvida a capitalizar votos à esquerda. Para mim, o PS jamais terá maioria absoluta nas próximas legislativas...e adivinham-se tempos difíceis quer para PS quer para PSD na altura de constituir o próximo governo deste país. E alguma expectativa para ver se teremos ou não em Portugal uma terceira força política com representação parlamentar sobretudo de partidos como o MEP (1,48%), mas não descurando também num futuro mais ou menos próximo candidatos como o PCTP/MRPP (1,21%), MPT (0,66%) e MMS (0,61%). Muitos comentadores e analistas continuam a apostar que quando for para eleger governo, entrará em cena o efeito do "voto útil"...eu, por outro lado, sou um crítico assumido do "voto útil", e tenho cada vez mais dúvidas de que esta pseudo teoria não tenda a revelar-se como uma conveniente mistificação e fuga às responsabilidades dos partidos e movimentos políticos mais votados que têm por obrigação conseguir formar governo sejam quais forem os resultados obtidos. Creio que até tomando em conta o que se vai assistindo na Europa, se percebe que a tendência é para que se continue a abrir algum espaço para novos partidos, movimentos e ideias. E para terminar esta entrada de hoje, não poderia terminar de maneira melhor que destacar o resultado obtido pelo Partido Pirata na Suécia: 5ª força política mais votada, com 7.1% dos votos (leia-se: 214,313 votos), o que lhe dará direito a 2 euro deputados (1 ainda como observador, à espera da confirmação do tratado de Lisboa)! Como já comecei a dar a entender aqui, o julgamento absolutamente parcial e patético de que o sítio Pirate Bay foi alvo representou a gota de água num copo cheio de políticas, atitudes e acções ruinosas de todos os obscuros interesses instalados em indústrias que teimam em insistir em leis de direitos de autor (muitas vezes, à revelia do que desejam os próprios autores, artistas e criadores) claramente ultrapassadas, modelos de desenvolvimento ruinosos baseados em patentes absurdas (veja-se o caso do software em particular)...e sobretudo, ataques às liberdades, garantias e opiniões maioritárias de como deve a sociedade evoluir e acompanhar a cultura tecnológica e digital de consumo dos nossos tempos; nomeadamente, de particular repúdio sobre todo e qualquer tipo de controle e/ou censura sobre o livre uso da Internet como sempre o conhecemos até aqui. E para quem ainda não se apercebeu que estes "piratas" podem muito bem andar a lutar contra outro tipo de piratas bem mais perigosos para uma sociedade bem mais democrática, justa e saudável para a esmagadora maioria das pessoas (o que claramente pode desagradar a muito pequenas minorias de interesses)...deixo como consideração a séria reflexão o simples facto de o fundador do Partido Pirata sueco, Rickard Falkvinge, ser um respeitável empresário, empreendedor e homem de negócios bem sucedido no seu país! Que, digamos, nada tem a ver com a caracterização profundamente negativa e estereotipada que as indústrias de entretenimento tentam fazer nomeadamente dos "piratas" que hoje em dia vão sendo notícia, por exemplo, devido a partilharem e/ou disponibilizarem de modo não comercial conteúdos (como música, filmes, etc...) na Internet, em resposta a culturas, leis e modelos de negócio no mínimo seriamente obsoletos e extremamente distantes da sociedade que a indústria de entretenimento, de um modo geral, continua a tentar impingir a uma opinião pública cada vez mais atenta e desperta para estas questões fundamentais para a sociedade em que queremos viver neste presente e no futuro que se deseje construir. Fontes de informação: [2009-06-16] Movimento na web quer criar o Partido Pirata Português [2009-06-08] How Pirates Shook European Politics [2009-06-07] Partido Pirata na Suécia ganha lugar no Parlamento Europeu [2009-06-07] Pirate Party Wins and Enters The European Parliament [2009-05-28] Partido Pirata já é a terceira força política na Suécia Pirate Party - Wikipedia, the free encyclopedia Pirate Party - Wikipedia, a enciclopédia livre Partido Pirata Português [2009-06-11 15:19h] CDS-PP pediu audiência ao PR para «colocar problema» das sondagens [2009-06-08] Sócrates. Foi você que pediu uma maioria absoluta? [2009-06-08] Rui Tavares é o terceiro deputado eleito do Bloco de Esquerda [2009-06-08] Rangel defende que "política rasteira" saiu derrotada e "venceu a democracia" [2009-06-07] Nuno Melo diz que a grande sondagem do CDS foi nas urnas [2009-06-07] CDS-PP: "Primeiras projecções são desmentido das sondagens" [2009-06-07] Diogo Feio critica sondagens realizadas durante a campanha [2009-06-07] Rangel assinala que PS o felicitou pela televisão e não pessoalmente [2009-06-07] Partidos de centro-direita ganham terreno nas eleições europeias [2009-06-07 19:33h] Sondagens apontam para crescimento dos Conservadores na Europa [2009-06-01] Europeias: Vital Moreira recusa debate de "última hora" com Paulo Rangel Resultados das eleições europeias de 2009

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"Derrota humilhante para o PS de José Sócrates, derrota estrondosa para as sondagens e cartão vermelho à maioria dos analistas políticos: Manuela Ferreira Leite, a solitária, antipática e old-fashioned líder do PSD, a mulher das gaffes e da falta de jeito para comícios, ainda pode bem ser, daqui a três meses, a nova primeira-ministra de Portugal." Assim escreveu Ana Sá Lopes num artigo do ionline. E depois de tal ler, facilmente concluí que pelo menos para começar, não vale a pena procurar muito mais as palavras para dar início à minha opinião sobre o que se passou politicamente em Portugal neste dia de eleições. Vou só acrescentar que estou ainda mais confortável do que o costume para prosseguir a comentar (este evento de) política, uma vez que votei num partido que não elegeu qualquer deputado ao parlamento europeu... Glória aos vencedores, comecemos então por eles: para todos os efeitos, ganhou mesmo a tão chamada "política de verdade"; afinal, a "Patinha Feia" (como foi apelidada e tratada...) Manuela Ferreira Leite e o cada vez mais reconhecido bom político (em todos os sentidos) de seu nome Paulo Rangel provaram que nem só as caras e os sorrisos de farinha 33 (ou será de papinhas Maizena? bom, não queria economizar na farinha...) fazem valer a confiança e a escolha dos portugueses. A pura imagem cosmética de um político e/ou de um partido está longe de ser tudo, e cada vez o será menos...e os portugueses hoje olharam mais ao que mostraram os corações do que ao que aparentaram as maquilhagens nas caras ou à máscara das palavras por vezes demais, demagogas. Como cidadão deste país, fico bastante satisfeito não pela "estrondosa derrota" do PS (não a considero assim tão estrondosa quanto isso: podia e devia ter sido bem pior, não fosse muito eleitor votar não em consciência mas sim pelo cartão do partido respectivo...), mas pelo claro sinal de aviso sério com que foram carimbados muitos erros cometidos ao longo do caminho pelo PS. Sobretudo pela postura, muito também pelo que teve de ideias para apresentar...e pela clara qualidade reconhecida de pelo menos alguns dos seus deputados, o PSD é um mais que justo vencedor. Mas é evidente que o PSD ganha também com os erros do PS... E os erros do PS foram mais que muitos: o pior de todos, foi sem dúvida escolher Vital Moreira como cabeça de lista...foi a primeira das máscaras cuja pintura borra por completo no fim. Não tenho memória de um candidato a aspirante a político tão mau, mas tão mauzinho mesmo quanto este senhor...e nem me dei muito ao trabalho de ver a detalhe de onde veio (a não ser o que mais correu: ex-militante do PCP e também "um tal de um Tribunal Constitucional"...ironia aparentemente minimizante esta que só serve para expressar a minha intranquilidade em pensar que em órgãos de uma importância destas estejam senhores como este; é que a julgar pelo que mostrou nesta campanha eleitoral...): para se perceber do que é feito Vital Moreira, bastava ter seguido com atenção: este debate; a cobardia e demagogia do cabeça de lista do PS ao recusar participação num segundo debate na RTP a uma semana das eleições; o tal estilozinho sempre a dar para os tiques de arrogância durante toda a campanha; as contradições (e ainda falaram das gaffes de Ferreira Leite...) nas declarações (Durão Barroso? afinal não? imposto europeu? ah...nem por isso?) com o secretário geral e outros membros do PS; e finalmente, o estilo de cinismo, ENORME falta de inteligência e "estratégia de rasquice e peixeirada" na tentativa de implicar o PSD no caso do BPN, como se um partido político tivesse de pagar alguma factura em votos anos depois de alguns seus membros e/ou ex-membros estarem indiciados em crimes de corrupção (que "só por acaso", nem tinham nada a ver com partidos ou políticos: apenas se cingiram a outras actividades profissionais dos visados na banca... ). A política é por vezes demasiado suja, e passam em claro muitas coisas que já de si nunca deveriam passar: mas convém não abusar da estupidez e da cara de pau...porque há limites para o insulto à inteligência dos cidadãos! É que bem mais recentemente, que fazer então com o nosso primeiro ministro que desde o seu diploma de engenheiro, passando pelo caso free port (do qual até esta data ainda não se livrou...), e mais casos em que se viu envolvido que agora nem me vêm à memória...onde fica aqui a coerência deste tal de "um dia já fui um sr. juiz, e era eu quem sentenciava tudo e todos"? Mas que raio de moral tem Vital Moreira para lançar suspeitas sobre o PSD e/ou os seus militantes, quando José Sócrates está debaixo de uma suspeição de que já não há memória num político (e bem no activo...) em Portugal? Veja-se só a postura do PSD em relação a todas as "campanhas negras" que caíram sobre José Sócrates: nem uma só palavra de aproveitamento nestas eleições...e mesmo depois da provocação clara "do tal que era VITAL que tivesse mas era um pouco de juízo"! Posto isto, é evidente que mais uma vez, José Sócrates errou estrondosamente (sobretudo porque se empenhou e associou a este patético cabeça de lista) ao definir a lista de candidatos do PS a estas eleições...aliás, repare-se nos euro-deputados que elegeu: 1 - Vital Martins Moreira 2 - Edite de Fátima Santos Marreiros Estrela 3 - Luís Manuel Capoulas Santos 4 - Elisa Maria da Costa Guimarães Ferreira 5 - António Fernando Correia de Campos 6 - Luís Paulo de Serpa Alves 7 - Ana Maria Rosa Martins Gomes Quem tiver memória política e olhar para esta lista, facilmente conclui que quem o PS manda para o parlamento europeu é basicamente quem já provou não ser exactamente muito apreciado na política nacional. Não consigo deixar de olhar para esta lista e tirando o nome de Luís Alves (que desconheço)...mais me parece uma lista de dinossauros políticos já completamente desgastados e que não vão conseguir mais lugar nenhum que não seja mesmo no parlamento europeu. Abro uma segunda excepção ao julgamento crítico anterior simplesmente à memória de uma Ana Gomes que muito lutou (e bem) pela causa Timorense... Mas Ana Gomes perde no presente o meus respeito ao candidatar-se em simultâneo a autárquicas e europeias! Que, não mais é do que outro erro infantil dos nossos dirigentes políticos (e que quanto a mim, o eleitorado não penalizou como devia): não é admissível que quer o PS (com Ana Gomes e Elisa Ferreira) quer a CDU (com Ilda Figueiredo) apresentem candidatos que mais parecem querer rapar no fim quantos tachos houver a lume! Se no caso do PS, não teria sido muito mais saudável colocar Jamila Madeira em lugar elegível...ou outro qualquer valor (porque há pessoas de valor no PS...aliás, olhando para a lista anterior, atrevia-me a dizer que o que mais tinha o PS eram melhores candidatos que estes: mas aparentemente, ganhou o clientelismo político de quem está já à mais tempo na casa...sobre outros valores reconhecidamente e politicamente competentes, corajosos e coerentes: Manuel Alegre, António José Seguro, ...). Em suma, o PS só está bem na declaração final de Sócrates...mas mesmo assim, sem que houvesse sequer o mínimo de bom senso e cortesia política que evitasse que Paulo Rangel, na sua declaração, pudesse ainda apontar ao PS (e a meu ver, bem, educadamente, e com razão) o facto de ninguém do PS o ter pessoalmente felicitado pela sua pela vitória a tempo e horas como é costume e cortesia. De Vital Moreira, nada mais seria de esperar; de José Sócrates, volto a não perceber como é possível... Analisados PS e PSD, chegamos então ao CDS...e aqui, o mais politicamente relevante não é o resultado do partido: o mais politicamente relevante é a ESTRONDOSA E ABSOLUTA INCOMPETÊNCIA de praticamente tudo quanto foi sondagem e empresa de sondagens que aparentemente, possuem um desejo masoquista de humilhação, sempre apanhadas a mentir sobre o mesmo. Como engenheiro (informático) que sou, tenho conhecimentos e experiência suficientes de matemática e estatística em particular para afirmar que é uma vergonha autêntica os resultados para quem anda neste país a fazer sondagens à tanto tempo (um pequeno punhado de empresas/instituições)...e não é preciso mais do que o raciocínio de uma criança de 7 ou 8 anos com 2 ou 3 anos de escolaridade (arriscava-me aqui a incluir ainda alguma instrução pré-primária) para perceber algo tão simples que se pode descrever numa conclusão tão rudimentar como: "se te andas à enganar anos após ano no mesmo resultado para o mesmo problema...experimenta para a próxima aprender com os erros anteriores"! Garantidamente, se eu fosse director de uma estação de televisão (porque acabam por ser os clientes mais expostos aos erros de quem, a julgar pelo que se tem assistido ao longo destas últimas eleições, nem o tempo deveria ter autorização para prever!), o preço a pagar por uma sondagem seria forçosamente indexado a uma cláusula contratual especial que teria um nome aproximado de "factor de exposição a humilhação pública perante milhares/milhões de espectadores". Para além de outros erros elementares, o que mais devo destacar é que se já é mau demais numa sondagem errar-se sobre quem ganharia as eleições (e por mais de 5%, já agora!)...bom: se não acredito (mas já começa a dar vontade, à luz dos factos...) em perseguições e cabalas ao CDS-PP por parte de quem faz sondagens neste país (ou seja: não ponho em causa a honestidade destas entidades e pessoas)...posso no entanto afirmar com absoluta certeza a quem me lê que há mesmo uma falha grave de competência (leia-se: matemática, engenharia, inteligência e até bom-senso) em que dá valores tão ridículos como "entre 0% a 2%" a um partido que posteriormente arrecada 8,37% dos votos! Termino só com o cúmulo de uma rádio com o prestígio da TSF se ter dado ao luxo (e a meu ver, muito bem) de gabar em pequenos anúncios de auto publicidade que nas sondagens que apresentou, foi a única a prever a vitória do PSD (ao menos, isso!)...dá que pensar! E no que ao CDS-PP em particular diz respeito...efectivamente, apesar de (muito) dificilmente poder considerar votar no CDS-PP dados alguns dos valores concretos que defendem (a começar por definição, em não saberem distinguir e a espaços tentarem misturar política com religião, mistura esta que não era suposto existir de todo num estado laico por definição e indiscutível bom senso)...tenho de ter uma palavra para com Nuno Melo, que será dos políticos mais competentes e que mais luta por aquilo que acredita neste país (independentemente do "perigo" que o CDS pode representar em aspectos que a sociedade por vezes não dá a importância no meu entender devida). De seguida, tem de se falar da tão referida esquerda...e aqui, acabo por estar dividido entre alguns factos que me deixam impressões um pouco contraditórias entre si. Começando pelo Bloco de Esquerda, foi para mim o maior vencedor destas eleições europeias: afinal, afirmou-se pela 1ª vez como o 3º partido político mais votado em Portugal (para além de ter triplicado de 1 para 3 o n.º de deputados eleitos). "Ideologias à parte", vejo aqui um factor bastante positivo: pelo que foi visto e pelo pouco que os portugueses tiveram oportunidade de observar, o Bloco de Esquerda mostrou ter um (se não o) cabeça de lista mais competente e que realmente sabe do que está a falar quando de Europa se fala...por outras palavras, Miguel Portas inspira-me confiança, seriedade e competência...e só posso esperar que os outros euro-deputados do bloco lhe sigam o exemplo. Se como cidadão "tipicamente mais ao centro" concordarei com certeza com algum do trabalho do BE e discordarei com a mesma certeza de outro (porque à semelhança do CDS, também associo "perigo" à esquerda mais à esquerda em relação a certos assuntos...)...não posso deixar de me sentir de certo modo bem representado pelo menos com a figura de Miguel Portas. Mas já não posso dizer o mesmo em relação a Francisco Louça (e dentro do bloco, é uma postura partilhada por muitos dos seus militantes...) que de modo completamente rasteiro e despropositado, invocou no seu "discurso de vitória" alguns avisos de navegação ao facto de considerar esta vitória do PSD como uma vitória ilusória, ainda sobre os termos de comparação com os resultados obtidos por Pedro Santana Lopes no passado. E com isto, Louça deixa vir ao de cima uma das mais lamentáveis debilidades e mesquinhices da esquerda quando tenta ser mais esquerdinha...porque é de muito baixo nível e de enorme pequenez andar-se ainda a perseguir uma pessoa completamente fora de contexto e que de modo nenhum era para ali chamada (e este comportamento do bloco já não é de agora: ainda me recordo bem do que pensei no dia em que vi os militantes do bloco em comício a festejarem a derrota de Santana Lopes e do seu PSD que estiveram constantemente sobre sítio por parte do oportunista e demagogo político que foi Jorge Sampaio aquando da dissolução do governo de Santana Lopes...que no fundo, se mereceu algumas críticas, com certeza não merecia nem metade do que acabou por lhe cair em cima!). E são lamentáveis infelicidades e comportamentos corriqueiros como este de Francisco Louça que fazem com que a tal esquerda esquerdinha perca muita da credibilidade ganha e alguma da qual, até bem merecida. A minha grande curiosidade sobre o BE (e sobre a direcção e o estilo de Louça) acaba por se resumir a um princípio muito básico, e que já me ocorreu várias vezes no passado em relação ao PCP: é que é muito fácil criticar...mas o que farão partidos como estes se um dia chegarem ao poder por exemplo em coligação com o PS (cenário que admito ser menos provável para o PCP)? E falando do PCP...cuja pseudo vitória que se traduziu num aumento de votos não consegue de modo nenhum abafar algo que terá ficado bem atravessado na garganta dos comunistas: nas guerras entre esquerdinhas, vêm os bloquistas a ultrapassarem-nos como 3ª força política mais votada, já para não falar de se verem também com menos um deputado do que estes supostos camaradas...que na realidade mais parecem velhos galos rivais entre si a disputar os mesmo poleiros (e aqui, note-se que aparentemente, continua a ser maior a hostilidade do PCP com o BE do que o contrário!). Mas falta ainda chamar a atenção para alguns números...mais concretamente, algumas percentagens a meu ver muito significativas de votos conquistados nestas eleições: → BE + PCP: 21,39% (trata-se de um número surpreendente para as forças políticas claramente de esquerda) → BE + PCP + PS: 47,96% vs. PSD + CDS: 40,06% (aqui, temos um indicador muito interessante de que, ao contrário do que muito se ouviu dizer, alguma coisa terá ainda de mudar seriamente ate ás próximas eleições legislativas para que tenhamos um governo do PSD e/ou de direita.) → Votos Nulos + Votos Brancos: 6,63% (236.028 portugueses exprimiram assim o seu descontentamento com os partidos políticos portugueses...compare-se este número com os 8,37% do CDS, e perceba-se que se o "protesto" elegesse deputados, provavelmente teria 1 ou 2 eleitos!) Na ressaca destas europeias, fica muito claro que os cidadãos portugueses estão (bastante) descontentes com o rumo que o PS de José Sócrates tem seguido na sua governação (é triste dizer isto com bastante convicção...mas é perfeitamente pacífico e genericamente aceite que há Europa a menos e política nacional a mais sempre que temos eleições europeias...); e este descontentamento está sem dúvida a capitalizar votos à esquerda. Para mim, o PS jamais terá maioria absoluta nas próximas legislativas...e adivinham-se tempos difíceis quer para PS quer para PSD na altura de constituir o próximo governo deste país. E alguma expectativa para ver se teremos ou não em Portugal uma terceira força política com representação parlamentar sobretudo de partidos como o MEP (1,48%), mas não descurando também num futuro mais ou menos próximo candidatos como o PCTP/MRPP (1,21%), MPT (0,66%) e MMS (0,61%). Muitos comentadores e analistas continuam a apostar que quando for para eleger governo, entrará em cena o efeito do "voto útil"...eu, por outro lado, sou um crítico assumido do "voto útil", e tenho cada vez mais dúvidas de que esta pseudo teoria não tenda a revelar-se como uma conveniente mistificação e fuga às responsabilidades dos partidos e movimentos políticos mais votados que têm por obrigação conseguir formar governo sejam quais forem os resultados obtidos. Creio que até tomando em conta o que se vai assistindo na Europa, se percebe que a tendência é para que se continue a abrir algum espaço para novos partidos, movimentos e ideias. E para terminar esta entrada de hoje, não poderia terminar de maneira melhor que destacar o resultado obtido pelo Partido Pirata na Suécia: 5ª força política mais votada, com 7.1% dos votos (leia-se: 214,313 votos), o que lhe dará direito a 2 euro deputados (1 ainda como observador, à espera da confirmação do tratado de Lisboa)! Como já comecei a dar a entender aqui, o julgamento absolutamente parcial e patético de que o sítio Pirate Bay foi alvo representou a gota de água num copo cheio de políticas, atitudes e acções ruinosas de todos os obscuros interesses instalados em indústrias que teimam em insistir em leis de direitos de autor (muitas vezes, à revelia do que desejam os próprios autores, artistas e criadores) claramente ultrapassadas, modelos de desenvolvimento ruinosos baseados em patentes absurdas (veja-se o caso do software em particular)...e sobretudo, ataques às liberdades, garantias e opiniões maioritárias de como deve a sociedade evoluir e acompanhar a cultura tecnológica e digital de consumo dos nossos tempos; nomeadamente, de particular repúdio sobre todo e qualquer tipo de controle e/ou censura sobre o livre uso da Internet como sempre o conhecemos até aqui. E para quem ainda não se apercebeu que estes "piratas" podem muito bem andar a lutar contra outro tipo de piratas bem mais perigosos para uma sociedade bem mais democrática, justa e saudável para a esmagadora maioria das pessoas (o que claramente pode desagradar a muito pequenas minorias de interesses)...deixo como consideração a séria reflexão o simples facto de o fundador do Partido Pirata sueco, Rickard Falkvinge, ser um respeitável empresário, empreendedor e homem de negócios bem sucedido no seu país! Que, digamos, nada tem a ver com a caracterização profundamente negativa e estereotipada que as indústrias de entretenimento tentam fazer nomeadamente dos "piratas" que hoje em dia vão sendo notícia, por exemplo, devido a partilharem e/ou disponibilizarem de modo não comercial conteúdos (como música, filmes, etc...) na Internet, em resposta a culturas, leis e modelos de negócio no mínimo seriamente obsoletos e extremamente distantes da sociedade que a indústria de entretenimento, de um modo geral, continua a tentar impingir a uma opinião pública cada vez mais atenta e desperta para estas questões fundamentais para a sociedade em que queremos viver neste presente e no futuro que se deseje construir. Fontes de informação: [2009-06-16] Movimento na web quer criar o Partido Pirata Português [2009-06-08] How Pirates Shook European Politics [2009-06-07] Partido Pirata na Suécia ganha lugar no Parlamento Europeu [2009-06-07] Pirate Party Wins and Enters The European Parliament [2009-05-28] Partido Pirata já é a terceira força política na Suécia Pirate Party - Wikipedia, the free encyclopedia Pirate Party - Wikipedia, a enciclopédia livre Partido Pirata Português [2009-06-11 15:19h] CDS-PP pediu audiência ao PR para «colocar problema» das sondagens [2009-06-08] Sócrates. Foi você que pediu uma maioria absoluta? 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