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04-05-2011
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Em 1987, uma famosa crise rebentou em Wall Street. Aposto que nessa altura não faltaram as habituais certidões de óbito do "capitalismo" e da "sociedade liberal". Passados dois anos, o muro de Berlim caiu e o comunismo recebeu a sua certidão de óbito. A sociedade liberal, assente no liberalismo político e económico, continuou o seu caminho e viveu o período mais próspero e pacífico da história recente. Em 2008, rebentou nova crise financeira em Wall Strett, e novas certidões de óbito foram distribuídas nos média e universidades: "o fim do liberalismo", "o fim do capitalismo", e mais bla, bla neo-pós-marxista. Ora, hoje em dia, um pormaior está à vista de todos: não é o liberalismo que está no fim; o socialismo democrático - tal como o conhecemos - é que bateu na parede da história (ver aqui e aqui ).

Este socialismo democrático continua a ser usado nos países do sul da Europa (Portugal, Espanha e Grécia). Não por acaso, estamos a falar de países que estão a enfrentar enormes dificuldades. Há aqui uma relação de causa-efeito entre as políticas socialistas e as crises económicas sentidas por estes países. Mas, perante isto, o que dizem os nossos socialistas queridos? Ora essa, o socialismo do sul da Europa está a ser atacado pelos mercados. Porquê? Porque são socialistas numa Europa liderada por conservadores, liberais e sociais-democratas. Que bela teoria da conspiração. Se não me engano, a pessoa que inaugurou esta linda sinfonia foi Jamila Madeira. No congresso norte-coreano, Jamila Madeira falou de um "cerco inaceitável" dos mercados aos brilhantes Estados Sociais de Portugal, Grécia e Espanha. Repare-se: este discurso socialista não assume o fracasso das suas políticas. Prefere invocar um ataque externo. A mente socialista não quer (não pode) assumir que existe uma relação entre o seu socialismo (a causa) e a bancarrota (o efeito). Os socialistas são bonzinhos, e a bancarrota só bateu à porta por causa de uns homens maus . O socialismo tem este efeito: acaba sempre por infantilizar a política e a realidade.

Eu pensava que ninguém de peso iria pegar nesta indigência intelectual. Há limites para essa actividade conhecida por fazer-os-outros-de-parvos. Mais uma vez, estava enganado. O dr. Mário Soares não resistiu e resolveu difundir esta notável sinfonia de pobreza intelectual. Mas eu quero acreditar que Mário Soares não acredita numa linha do que está a dizer.

Em 1987, uma famosa crise rebentou em Wall Street. Aposto que nessa altura não faltaram as habituais certidões de óbito do "capitalismo" e da "sociedade liberal". Passados dois anos, o muro de Berlim caiu e o comunismo recebeu a sua certidão de óbito. A sociedade liberal, assente no liberalismo político e económico, continuou o seu caminho e viveu o período mais próspero e pacífico da história recente. Em 2008, rebentou nova crise financeira em Wall Strett, e novas certidões de óbito foram distribuídas nos média e universidades: "o fim do liberalismo", "o fim do capitalismo", e mais bla, bla neo-pós-marxista. Ora, hoje em dia, um pormaior está à vista de todos: não é o liberalismo que está no fim; o socialismo democrático - tal como o conhecemos - é que bateu na parede da história (ver aqui e aqui ).

Este socialismo democrático continua a ser usado nos países do sul da Europa (Portugal, Espanha e Grécia). Não por acaso, estamos a falar de países que estão a enfrentar enormes dificuldades. Há aqui uma relação de causa-efeito entre as políticas socialistas e as crises económicas sentidas por estes países. Mas, perante isto, o que dizem os nossos socialistas queridos? Ora essa, o socialismo do sul da Europa está a ser atacado pelos mercados. Porquê? Porque são socialistas numa Europa liderada por conservadores, liberais e sociais-democratas. Que bela teoria da conspiração. Se não me engano, a pessoa que inaugurou esta linda sinfonia foi Jamila Madeira. No congresso norte-coreano, Jamila Madeira falou de um "cerco inaceitável" dos mercados aos brilhantes Estados Sociais de Portugal, Grécia e Espanha. Repare-se: este discurso socialista não assume o fracasso das suas políticas. Prefere invocar um ataque externo. A mente socialista não quer (não pode) assumir que existe uma relação entre o seu socialismo (a causa) e a bancarrota (o efeito). Os socialistas são bonzinhos, e a bancarrota só bateu à porta por causa de uns homens maus . O socialismo tem este efeito: acaba sempre por infantilizar a política e a realidade.

Eu pensava que ninguém de peso iria pegar nesta indigência intelectual. Há limites para essa actividade conhecida por fazer-os-outros-de-parvos. Mais uma vez, estava enganado. O dr. Mário Soares não resistiu e resolveu difundir esta notável sinfonia de pobreza intelectual. Mas eu quero acreditar que Mário Soares não acredita numa linha do que está a dizer.

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