Alto Hama: MPLA quer silenciar a Rádio Despertaracusando-a, afinal, de fazer Jornalismo

07-08-2010
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O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que (des)governa o país desde 1975, acusou hoje a "Rádio Despertar" de não cumprir a sua linha editorial, referindo que a mesma se tem pautado por um "pendor mais político ligado à UNITA do que comercial". Por outras palavras, não há lugar para os jornalistas mas, apenas, para os comerciais.O secretário para Informação do MPLA, Norberto dos Santos "Kuata- Kanawa" (foto), considera a situação "grave", refere que a "Rádio Despertar" não pode fazer actividade política, enquanto foi licenciada como emissora comercial.Ou seja, para falar de desporto teria de estar licenciada como emissora desportiva, para falar de economia, deveria estar licenciada como emissora económica, para falar de política como emissora política, para falar de crimes como emissora criminosa, para falar de prostituição como emissora…O secretário para a Comunicação e Marketing da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, refutou as acusações afirmando que a "Rádio Despertar" assume-se como um "verdadeiro Parlamento, onde os ouvintes sem distinção de qualquer espécie expõem os seus problemas e isso não tem agradado ao partido no poder".Pois é. Mas não pode ser assim. É uma emissora comercial e, por isso, só pode noticiar o que o patrão (o MPLA) quer que seja noticiado. É tão simples."Essa acusação não colhe porque a Rádio Despertar trouxe uma mais-valia na informação pública, com visões de todos os partidos, até do próprio MPLA, o que não acontece com os demais órgãos de informação públicos, como a Rádio Nacional de Angola que privilegia o partido no poder", disse Adalberto da Costa Júnior.Pois não acontece com a RNA. A diferença é que essa tem licença política e a RD só tem comercial e, portanto, só pode falar da venda de alhos e do preço dos loengos.Já o editor-chefe da "Rádio Despertar", José Ernesto, disse que "não têm razão de ser as críticas proferidas pelo secretário para a Informação do MPLA, pois estão desprovidas de qualquer fundamento"."O que acontece é que as pessoas com opiniões críticas ao Governo encontram nesta emissora e não na oficial espaço para exprimirem os seus pontos de vista e geralmente nós também ouvimos a voz dos governantes, mas estes normalmente nunca estão disponíveis", afirmou José Ernesto.A isto chama-se Jornalismo. Mas como a Rádio Despertar só tem licença comercial, está bom de ver que não pode fazer jornalismo.A "Rádio Despertar" é uma estação emissora comercial angolana criada ao abrigo dos acordos de paz em Angola, em substituição da extinta "Voz da Resistência do Galo Negro", antiga rádio da UNITA.


O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que (des)governa o país desde 1975, acusou hoje a "Rádio Despertar" de não cumprir a sua linha editorial, referindo que a mesma se tem pautado por um "pendor mais político ligado à UNITA do que comercial". Por outras palavras, não há lugar para os jornalistas mas, apenas, para os comerciais.O secretário para Informação do MPLA, Norberto dos Santos "Kuata- Kanawa" (foto), considera a situação "grave", refere que a "Rádio Despertar" não pode fazer actividade política, enquanto foi licenciada como emissora comercial.Ou seja, para falar de desporto teria de estar licenciada como emissora desportiva, para falar de economia, deveria estar licenciada como emissora económica, para falar de política como emissora política, para falar de crimes como emissora criminosa, para falar de prostituição como emissora…O secretário para a Comunicação e Marketing da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, refutou as acusações afirmando que a "Rádio Despertar" assume-se como um "verdadeiro Parlamento, onde os ouvintes sem distinção de qualquer espécie expõem os seus problemas e isso não tem agradado ao partido no poder".Pois é. Mas não pode ser assim. É uma emissora comercial e, por isso, só pode noticiar o que o patrão (o MPLA) quer que seja noticiado. É tão simples."Essa acusação não colhe porque a Rádio Despertar trouxe uma mais-valia na informação pública, com visões de todos os partidos, até do próprio MPLA, o que não acontece com os demais órgãos de informação públicos, como a Rádio Nacional de Angola que privilegia o partido no poder", disse Adalberto da Costa Júnior.Pois não acontece com a RNA. A diferença é que essa tem licença política e a RD só tem comercial e, portanto, só pode falar da venda de alhos e do preço dos loengos.Já o editor-chefe da "Rádio Despertar", José Ernesto, disse que "não têm razão de ser as críticas proferidas pelo secretário para a Informação do MPLA, pois estão desprovidas de qualquer fundamento"."O que acontece é que as pessoas com opiniões críticas ao Governo encontram nesta emissora e não na oficial espaço para exprimirem os seus pontos de vista e geralmente nós também ouvimos a voz dos governantes, mas estes normalmente nunca estão disponíveis", afirmou José Ernesto.A isto chama-se Jornalismo. Mas como a Rádio Despertar só tem licença comercial, está bom de ver que não pode fazer jornalismo.A "Rádio Despertar" é uma estação emissora comercial angolana criada ao abrigo dos acordos de paz em Angola, em substituição da extinta "Voz da Resistência do Galo Negro", antiga rádio da UNITA.

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