DOTeCOMe...o Blog: A crise de 1983

19-12-2009
marcar artigo


.Há precisamente 25 anos estava eu, na minha empresa, a lutar contra o imposto retroactivo que se preparava para levar 28 % do nosso subsídio de Natal.O IX Governo Constitucional, dito do Bloco Central, capitaneado por Mário Soares e pelo líder do PSD, Mota Pinto, tinha sido empossado por Eanes a 9 de Junho de 1983.Marcado pela política de austeridade, imposta pelo FMI, tinha a seguinte composição: António de Almeida Santos (ministro de Estado), Rui Machete (defesa nacional), Eduardo Pereira (administração interna), Jaime Gama (negócios estrangeiros), Mário Raposo (justiça), Ernâni Lopes (finanças e plano), João de Deus Pinheiro (educação), Amândio de Azevedo (trabalho e segurança social), Maldonado Gonelha (saúde), Álvaro Barreto (agricultura), José Veiga Simão (indústria e energia), Joaquim Ferreira do Amaral (comércio e turismo), Coimbra Martins (cultura), Carlos Melancia (equipamento social) e José de Almeida Serra (mar).O escudo, que era então uma moeda fraca, desvalorizou de uma só vez em 12% e depois foi decaindo 1% por mês. Aumentaram as taxas de juro, os impostos e os preços de combustíveis e cereais, e a saída de divisas passou a ser mais “controlada”.A despesa pública caiu e a contenção salarial foi marcante. Foi ainda decretado um imposto extraordinário, retroactivo, sobre o 13º mês. Uma medida que muitos defendiam anticonstitucional e que se tornou numa das medidas mais impopulares das últimas décadas.Os efeitos foram violentos: um crescimento negativo do PIB, uma inflação recorde de 29,3 % em 1984, subida em flecha da tacha de desemprego.O número de falências cresceu, os salários em atraso chegaram a números nunca antes vistos, entre outros sintomas de crise. A contestação ao governo esteve ao rubro mas Portugal acabou por ultrapassar a crise.Comparada com a de 1983 a crise actual até parece suave.Mário Soares, o primeiro ministro de então, diz hoje no DN:"O neoliberalismo implodiu, pela mesma forma inesperada e radical, com que, há quase duas décadas, caiu o "muro de Berlim", a Cortina de Ferro e implodiu o totalitarismo soviético"..


.Há precisamente 25 anos estava eu, na minha empresa, a lutar contra o imposto retroactivo que se preparava para levar 28 % do nosso subsídio de Natal.O IX Governo Constitucional, dito do Bloco Central, capitaneado por Mário Soares e pelo líder do PSD, Mota Pinto, tinha sido empossado por Eanes a 9 de Junho de 1983.Marcado pela política de austeridade, imposta pelo FMI, tinha a seguinte composição: António de Almeida Santos (ministro de Estado), Rui Machete (defesa nacional), Eduardo Pereira (administração interna), Jaime Gama (negócios estrangeiros), Mário Raposo (justiça), Ernâni Lopes (finanças e plano), João de Deus Pinheiro (educação), Amândio de Azevedo (trabalho e segurança social), Maldonado Gonelha (saúde), Álvaro Barreto (agricultura), José Veiga Simão (indústria e energia), Joaquim Ferreira do Amaral (comércio e turismo), Coimbra Martins (cultura), Carlos Melancia (equipamento social) e José de Almeida Serra (mar).O escudo, que era então uma moeda fraca, desvalorizou de uma só vez em 12% e depois foi decaindo 1% por mês. Aumentaram as taxas de juro, os impostos e os preços de combustíveis e cereais, e a saída de divisas passou a ser mais “controlada”.A despesa pública caiu e a contenção salarial foi marcante. Foi ainda decretado um imposto extraordinário, retroactivo, sobre o 13º mês. Uma medida que muitos defendiam anticonstitucional e que se tornou numa das medidas mais impopulares das últimas décadas.Os efeitos foram violentos: um crescimento negativo do PIB, uma inflação recorde de 29,3 % em 1984, subida em flecha da tacha de desemprego.O número de falências cresceu, os salários em atraso chegaram a números nunca antes vistos, entre outros sintomas de crise. A contestação ao governo esteve ao rubro mas Portugal acabou por ultrapassar a crise.Comparada com a de 1983 a crise actual até parece suave.Mário Soares, o primeiro ministro de então, diz hoje no DN:"O neoliberalismo implodiu, pela mesma forma inesperada e radical, com que, há quase duas décadas, caiu o "muro de Berlim", a Cortina de Ferro e implodiu o totalitarismo soviético"..

marcar artigo