Saudações Angolanas

10-11-2009
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Cheias no interior de Angola

Chuvas torrenciais já provocaram 38 mortos e 37 feridos em quatro províncias angolanas, disse nesta quarta-feira o coordenador da Comissão Nacional de Protecção Civil (Cnpc), Eugénio Laborinho. Chuvas torrenciais já provocaram 38 mortos e 37 feridos em quatro províncias angolanas, disse nesta quarta-feira o coordenador da Comissão Nacional de Protecção Civil (Cnpc), Eugénio Laborinho.

Os dados da Cnpc dizem respeito ao período entre Janeiro e Março e apontam como principais causas para as mortes os afogamentos e desabamentos de terras.

A província do Bié registrou 17 mortes, o Cunene 14, Kuando-Kubango três, Luanda duas e Malange e Huíla uma morte cada.

Segundo Laborinho, no litoral angolano não há registo de chuvas intensas, com excepção das províncias de Cabinda e Zaire (norte), embora Luanda registe já duas mortes.

“No Namibe está a chuviscar, não é nada de preocupante, só no interior é que têm estado a cair chuvas torrenciais, estando as províncias do Cunene, Kuando-Kubango, Moxico, Lundas Norte e Sul, Malange, Bié e Uíge sob alerta amarelo”, disse Laborinho.

Em consequência das chuvas ficaram destruídas cinco pontes hidráulicas, uma ponte fixa, uma agência bancária, três postos médicos, seis igrejas, 115 escolas, 655 lavras da população e 4446 residências.

Além disso, 4470 famílias ficaram desabrigadas, 13 753 pessoas desalojadas e 228 mil hectares de terras aráveis inundadas.

“De uma maneira geral, a situação das cheias em todo o país está a ser acompanhada e monitorizada pela Cnpc, com as comissões provinciais e os governos provinciais, todos neste momento estão a dar apoio de forma a poder acudir as populações”, frisou.

Situação crítica

O coordenador da Cnpc disse ainda que a situação é preocupante nas províncias do Kuando-Kubango e Cunene, mas as autoridades governamentais estão a “fazer de tudo” para apoiar as populações, sobretudo das áreas fronteiriças, que são as mais afectadas.

De acordo com Laborinho, a situação na província do Cunene “está controlada”, tendo o governo apoiado um plano de emergência e disponibilizado USD 8 milhões.

“Foi criado um posto de comando operacional de proteção civil que está no local e enviadas quantidades diversas de alimentação, tendas, chapas de zinco, kits de sobrevivência e medicamentos, incluindo para tratamento de água”, afirmou o coordenador.

“Foi criado um posto de comando operacional de proteção civil que está no local e enviadas quantidades diversas de alimentação, tendas, chapas de zinco, kits de sobrevivência e medicamentos, incluindo para tratamento de água”, afirmou o coordenador. De acordo com Laborinho, a situação na província do Cunene “está controlada”, tendo o governo apoiado um plano de emergência e disponibilizado USD 8 milhões. O coordenador da Cnpc disse ainda que a situação é preocupante nas províncias do Kuando-Kubango e Cunene, mas as autoridades governamentais estão a “fazer de tudo” para apoiar as populações, sobretudo das áreas fronteiriças, que são as mais afectadas. “De uma maneira geral, a situação das cheias em todo o país está a ser acompanhada e monitorizada pela Cnpc, com as comissões provinciais e os governos provinciais, todos neste momento estão a dar apoio de forma a poder acudir as populações”, frisou. Além disso, 4470 famílias ficaram desabrigadas, 13 753 pessoas desalojadas e 228 mil hectares de terras aráveis inundadas. Em consequência das chuvas ficaram destruídas cinco pontes hidráulicas, uma ponte fixa, uma agência bancária, três postos médicos, seis igrejas, 115 escolas, 655 lavras da população e 4446 residências. “No Namibe está a chuviscar, não é nada de preocupante, só no interior é que têm estado a cair chuvas torrenciais, estando as províncias do Cunene, Kuando-Kubango, Moxico, Lundas Norte e Sul, Malange, Bié e Uíge sob alerta amarelo”, disse Laborinho. Segundo Laborinho, no litoral angolano não há registo de chuvas intensas, com excepção das províncias de Cabinda e Zaire (norte), embora Luanda registe já duas mortes. A província do Bié registrou 17 mortes, o Cunene 14, Kuando-Kubango três, Luanda duas e Malange e Huíla uma morte cada. Os dados da Cnpc dizem respeito ao período entre Janeiro e Março e apontam como principais causas para as mortes os afogamentos e desabamentos de terras.

O tabu da corrupção em Angola

No final da segunda etapa da deslocação a África, a alma dos angolanos estará certamente mais fortalecida. A Igreja angolana somou pontos no contexto africano, nomeadamente com a criação da nova diocese do Namibe. Menos clara foi a resposta das autoridades de Luanda à pretensão dos católicos de abrir a todo o território nacional as emissões da Rádio Ecclesia. No final da segunda etapa da deslocação a África, a alma dos angolanos estará certamente mais fortalecida. A Igreja angolana somou pontos no contexto africano, nomeadamente com a criação da nova diocese do Namibe. Menos clara foi a resposta das autoridades de Luanda à pretensão dos católicos de abrir a todo o território nacional as emissões da Rádio Ecclesia.

Mas, depois de o Sumo Pontífice ter embarcado no avião da Alitalia de regresso a Roma, muitas coisas permaneceram imutáveis, apesar dos apelos, das palavras de circunstância e, até, das promessas.

O novo 'eldorado' angolano continuará a atrair investidores de muitas latitudes e, só de Portugal, chegam diariamente hordas deles, nos superlotados aviões da TAP. As crianças continuarão a morrer de raiva, embora a estatística não tenha evoluído, quase que por milagre, nos dias de permanência do Papa.

Os chineses cruzarão a toda a hora o hall escuro do Hotel Tivoli com o olhar esbugalhado em direcção ao casino. Muitos deles, viajantes ocasionais, terão pago 250 euros por uma noite, num hotel rasca da cidade.

Há, depois, os problemas mais estruturais da sociedade angolana. E esses também não vão mudar. Pelo menos para já. Daí a importância da declaração corajosa do Papa quando, logo no sábado, pediu o fim imediato da corrupção, apelo que reiterou ontem ao deixar o Aeroporto 4 de Fevereiro.

Uma declaração que, tal como dois dias antes, estava a ser transmitida em directo pelas televisão e rádio estatais e que, desta forma, terá chegado sem intermediários aos agentes de poder mas, sobretudo, à população angolana.

É que a mensagem da corrupção em Angola (denunciada há vários anos por insuspeitas ONG que estudam o problema e até alguns jornalistas locais que têm pago com penas de prisão a ousadia) não passa o crivo do controlo estatal dos media, sejam eles privatizados ou públicos, mas quase sempre coniventes, quando não mesmo dependentes, das mais altas esferas do Estado.

"Se me permitissem um apelo final", disse Bento XVI antes de embarcar, "seria para pedir que a justa realização das aspirações fundamentais das populações mais necessitadas constitua a preocupação principal de quantos ocupam cargos políticos públicos, visto que a sua intenção, estou certo, é desempenhar a missão recebida não para si mesmo, mas em vista do bem comum".

Ao lado de Joseph Ratzinger, o presidente de Angola ouviu, como todos os angolanos, sem filtro e por duas vezes em três dias, a mensagem papal que, por isso, não poderia ficar sem resposta.

José Eduardo dos Santos comprometeu-se, perante o líder supremo dos católicos, a governar "no respeito pelos direitos humanos, na democracia e na justiça social". As "palavras de apreço, de alento, de esperança e de encorajamento" proferidas pelo santo padre em Luanda incentivam os angolanos, segundo Eduardo dos Santos, a "prosseguir na senda da consolidação da paz e da reconciliação nacional".

José Eduardo dos Santos comprometeu-se, perante o líder supremo dos católicos, a governar "no respeito pelos direitos humanos, na democracia e na justiça social". As "palavras de apreço, de alento, de esperança e de encorajamento" proferidas pelo santo padre em Luanda incentivam os angolanos, segundo Eduardo dos Santos, a "prosseguir na senda da consolidação da paz e da reconciliação nacional". Ao lado de Joseph Ratzinger, o presidente de Angola ouviu, como todos os angolanos, sem filtro e por duas vezes em três dias, a mensagem papal que, por isso, não poderia ficar sem resposta. "Se me permitissem um apelo final", disse Bento XVI antes de embarcar, "seria para pedir que a justa realização das aspirações fundamentais das populações mais necessitadas constitua a preocupação principal de quantos ocupam cargos políticos públicos, visto que a sua intenção, estou certo, é desempenhar a missão recebida não para si mesmo, mas em vista do bem comum". É que a mensagem da corrupção em Angola (denunciada há vários anos por insuspeitas ONG que estudam o problema e até alguns jornalistas locais que têm pago com penas de prisão a ousadia) não passa o crivo do controlo estatal dos media, sejam eles privatizados ou públicos, mas quase sempre coniventes, quando não mesmo dependentes, das mais altas esferas do Estado. Há, depois, os problemas mais estruturais da sociedade angolana. E esses também não vão mudar. Pelo menos para já. Daí a importância da declaração corajosa do Papa quando, logo no sábado, pediu o fim imediato da corrupção, apelo que reiterou ontem ao deixar o Aeroporto 4 de Fevereiro.Uma declaração que, tal como dois dias antes, estava a ser transmitida em directo pelas televisão e rádio estatais e que, desta forma, terá chegado sem intermediários aos agentes de poder mas, sobretudo, à população angolana. O novo 'eldorado' angolano continuará a atrair investidores de muitas latitudes e, só de Portugal, chegam diariamente hordas deles, nos superlotados aviões da TAP. As crianças continuarão a morrer de raiva, embora a estatística não tenha evoluído, quase que por milagre, nos dias de permanência do Papa.Os chineses cruzarão a toda a hora o hall escuro do Hotel Tivoli com o olhar esbugalhado em direcção ao casino. Muitos deles, viajantes ocasionais, terão pago 250 euros por uma noite, num hotel rasca da cidade. Mas, depois de o Sumo Pontífice ter embarcado no avião da Alitalia de regresso a Roma, muitas coisas permaneceram imutáveis, apesar dos apelos, das palavras de circunstância e, até, das promessas.

Ecos da visita de E. dos Santos a Portugal

Sim, já sei que muitos não gostam que nós, angolanos, pensemos pela nossa própria cabeça, mas nós somos teimosos. Se não o fôssemos, talvez ainda hoje estivéssemos aos tiros uns com os outros. Sim, já sei que muitos não gostam que nós, angolanos, pensemos pela nossa própria cabeça, mas nós somos teimosos. Se não o fôssemos, talvez ainda hoje estivéssemos aos tiros uns com os outros.

A recente visita do presidente José Eduardo dos Santos a Portugal foi um sucesso. Esta avaliação é praticamente unânime. Até o chefe de Estado angolano, conhecido pelo seu estilo sóbrio, não poupou observações encomiásticas.

“Os resultados da nossa visita ultrapassaram as nossas expectativas”, disse ele. Na minha opinião, o facto deve encher de satisfação os angolanos e portugueses de boa vontade.

Desta vez, a própria imprensa portuguesa foi comedida nos seus habituais equívocos (ou mesmo dislates, em inúmeros casos) em relação a Angola, alguns dos quais alimentados por pseudo políticos angolanos, que já não sabem o que hão-de fazer para justificar certas bolsas.

Em vez de regressarem e lutarem pelas suas convicções com coragem, competência e criatividade, como outros o fazem, preferem vegetar no exterior, à espera da chamada de uma qualquer redacção, ONG ou instituição de “estudos estratégicos”, para fazerem as suas análises supostamente “independentes”.

Entretanto, e como toda a regra tem excepção, houve algumas recaídas. Não vou perder tempo, obviamente, com exemplos abjectos. Mas não posso deixar de mencionar o editorial do Diário de Notícias – órgão que se pretende de referência - do dia 10 de Março.

Aparentemente, para o autor do referido texto, o dinheiro angolano é bom, mas Portugal deve ser “politicamente exigente” com Angola. Em causa, alegadamente, estão a construção da democracia e o respeito pelos direitos humanos em Angola.

Sem frontalidade para dizer quais são, afinal, os problemas existentes nesses dois domínios, apenas foram deixadas no ar, aleivosamente, insinuações difusas.

Pelo mesmo jornal, fiquei também a saber que os deputados do Bloco de Esquerda não compareceram ao encontro entre o presidente José Eduardo dos Santos e o presidente da Assembleia da República Portuguesa, Jaime Gama, por “motivos ideológicos”. Digamos que tomei boa nota desse facto.

Pus-me então a pensar. Sim, já sei que muitos não gostam que nós, angolanos, pensemos pela nossa própria cabeça, mas nós somos teimosos. Se não o fôssemos, talvez ainda hoje estivéssemos aos tiros uns com os outros.

Mas fizemos a paz que nós próprios escolhemos e definimos, aplicámos uma política de reconciliação e harmonização rigorosamente autónoma e, apesar das falsas promessas do Ocidente, iniciámos um programa de reconstrução e desenvolvimento concebido por nós e com fundos que o nosso país soube mobilizar no mercado internacional.

Finalmente a descentralização

O Governo angolano vai apostar na criação de Zonas Económicas Especiais (ZEE) para dinamizar os investimentos privados, anunciou esta quarta-feira em Lisboa o ministro da Economia angolano, Manuel Nunes Júnior. O Governo angolano vai apostar na criação de Zonas Económicas Especiais (ZEE) para dinamizar os investimentos privados, anunciou esta quarta-feira em Lisboa o ministro da Economia angolano, Manuel Nunes Júnior.

O governante, que falava num seminário empresarial organizado por ocasião da visita de Estado de dois dias do Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, a Portugal, que terminou ontem, acrescentou que o executivo angolano vai agora regulamentar as ZEE.

"Consideramos as ZEE como uma forma rápida e efectiva de podermos pôr numa relação de complementaridade investimentos públicos e investimentos privados. Os investimentos públicos são feitos no sentido de tornar o investimento privado mais atractivo e mais rentável", acentuou.

Manuel Nunes Júnior acrescentou caber ao Estado efectuar os investimentos de base, assegurando infra-estruturas como abastecimento de água, de energia e telecomunicações, "enfim, todas as condições necessárias para que o investimento privado possa ser um investimento com um retorno apropriado".

A definição da primeira ZEE já está em curso, em Viana, arredores de Luanda, e está a ser considerada uma segunda na Catumbela, província de Benguela, a cerca de 600 quilómetros de Sul da capital.

"Em termos de intenções de criação de zonas, temos a zona da Catumbela", precisou Manuel Nunes Júnior.

No seminário, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Portugal Angola e pelas Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e Agência Nacional para o Investimento Privado (ANIP), o presidente desta última instituição angolana, Aguinaldo Jaime, anunciou, por seu lado, que o executivo angolano está a preparar um pacote de incentivos fiscais para o investidor privado estrangeiro.

"Um problema que temos e vamos procurar resolver através de uma correcta política de incentivos, é que os investimentos ainda se concentram maioritariamente no litoral", lamentou.

"Mas o que nós queremos é que o investimento saia do litoral e se estenda até às áreas remotas do país. O que o Estado, para além obviamente das infra-estruturas básicas, vai fazer é criar incentivos especiais para investimentos fora do litoral", adiantou.

Os incentivos serão "mais generosos quanto mais afastado o investimento está dos centros urbanos mais desenvolvidos", salientou.

O governante, que falava num seminário empresarial organizado por ocasião da visita de Estado de dois dias do Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, a Portugal, que terminou ontem, acrescentou que o executivo angolano vai agora regulamentar as ZEE."Consideramos as ZEE como uma forma rápida e efectiva de podermos pôr numa relação de complementaridade investimentos públicos e investimentos privados. Os investimentos públicos são feitos no sentido de tornar o investimento privado mais atractivo e mais rentável", acentuou.Manuel Nunes Júnior acrescentou caber ao Estado efectuar os investimentos de base, assegurando infra-estruturas como abastecimento de água, de energia e telecomunicações, "enfim, todas as condições necessárias para que o investimento privado possa ser um investimento com um retorno apropriado".A definição da primeira ZEE já está em curso, em Viana, arredores de Luanda, e está a ser considerada uma segunda na Catumbela, província de Benguela, a cerca de 600 quilómetros de Sul da capital."Em termos de intenções de criação de zonas, temos a zona da Catumbela", precisou Manuel Nunes Júnior.No seminário, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Portugal Angola e pelas Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e Agência Nacional para o Investimento Privado (ANIP), o presidente desta última instituição angolana, Aguinaldo Jaime, anunciou, por seu lado, que o executivo angolano está a preparar um pacote de incentivos fiscais para o investidor privado estrangeiro."Um problema que temos e vamos procurar resolver através de uma correcta política de incentivos, é que os investimentos ainda se concentram maioritariamente no litoral", lamentou."Mas o que nós queremos é que o investimento saia do litoral e se estenda até às áreas remotas do país. O que o Estado, para além obviamente das infra-estruturas básicas, vai fazer é criar incentivos especiais para investimentos fora do litoral", adiantou.

Preocupação fundamentada

O antigo governante Bagão Félix mostrou-se terça-feira preocupado com a entrada do Estado angolano nas empresas portuguesas, defendendo que o dinheiro não é tudo e que é necessário preservar sectores estratégicos em mãos nacionais.

"Para quem tem ouvido nas últimas décadas a necessidade de defender os centros estratégicos nacionais, demonstro alguma preocupação com posições estratégicas angolanas tomadas em empresas nacionais", afirmou Bagão Félix em declarações à agência Lusa.

O Estado angolano tem participações estratégicas em bancos como o BCP e o BPI e noutras empresas como a Galp Energia, a Américo Amorim e a Construtora do Tâmega.

Depois de ter dito que as relações comerciais e empresariais entre Portugal e Angola "são sempre bem vindas" e que devem ser "aprofundadas", sobretudo num momento em que as exportações são "vitais" para a economia portuguesa, Bagão Félix afirmou que "o dinheiro é fundamental, mas não é tudo".

Há sinais do "processo de desenvolvimento em Angola", reconheceu o antigo ministro do governo do PSD/CDS-PP, "mas ainda há direitos cívicos que não estão salvaguardados" por esse país.

Sem concretizar, o antigo ministro das Finanças avisou que "talvez um dia mais tarde as situações não sejam tão desejáveis como parecem hoje" e que a sua preocupação é com o "amanhã" de Portugal.

"Portugal tem que preservar, nalguns sectores estratégicos, posições muitas claras", concluiu Bagão Félix.

Quem está a entrar no capital de muitas empresas portuguesas é o Estado angolano e não empresários de Angola, frisou ainda.

"Para quem tem ouvido nas últimas décadas a necessidade de defender os centros estratégicos nacionais, demonstro alguma preocupação com posições estratégicas angolanas tomadas em empresas nacionais", afirmou Bagão Félix em declarações à agência Lusa.O Estado angolano tem participações estratégicas em bancos como o BCP e o BPI e noutras empresas como a Galp Energia, a Américo Amorim e a Construtora do Tâmega.Depois de ter dito que as relações comerciais e empresariais entre Portugal e Angola "são sempre bem vindas" e que devem ser "aprofundadas", sobretudo num momento em que as exportações são "vitais" para a economia portuguesa, Bagão Félix afirmou que "o dinheiro é fundamental, mas não é tudo".Há sinais do "processo de desenvolvimento em Angola", reconheceu o antigo ministro do governo do PSD/CDS-PP, "mas ainda há direitos cívicos que não estão salvaguardados" por esse país.Sem concretizar, o antigo ministro das Finanças avisou que "talvez um dia mais tarde as situações não sejam tão desejáveis como parecem hoje" e que a sua preocupação é com o "amanhã" de Portugal."Portugal tem que preservar, nalguns sectores estratégicos, posições muitas claras", concluiu Bagão Félix.

Investimento Português triplica em Angola

O investimento português em Angola atingiu os 620 milhões de dólares (49 milhões de euros) em 2008, quase triplicando face os 230 milhões de dólares (183 milhões de euros) registados em 2007. O investimento português em Angola atingiu os 620 milhões de dólares (49 milhões de euros) em 2008, quase triplicando face os 230 milhões de dólares (183 milhões de euros) registados em 2007.

Este valor foi revelado quinta-feira por Francisco Ribeiro Teles, embaixador de Portugal em Angola. Este montante significa que, excluindo os sectores petrolífero e diamantífero, as empresas portuguesas são as que mais investem em Angola.

O diplomata diz ainda que se vê com grande regozijo o surgimento de investimentos angolanos em Portugal, através da aquisição das participações na banca, Galp e sectores imobiliários, entre outros.

Francisco Ribeiro Teles defendeu ainda o cruzamento de investimentos entre empresas dos dois países, considerando que os mesmos possibilitam consolidar as relações entre os dois países.

O embaixador português revelou ainda que durante a visita de José Eduardo dos Santos a Portugal será negociada a abertura de terceira linha de crédito, no valor de 500 milhões de dólares (399 milhões de euros), para investimentos de empresas nacionais em Angola.

Actualmente estão em vigor duas linhas de crédito que totalizam 600 milhões de dólares (478 milhões de euros).

O Presidente da República angolano visita Portugal entre os próximos dias 10 e 11 de Março a convite do seu homólogo português, Cavaco Silva.

Este valor foi revelado quinta-feira por Francisco Ribeiro Teles, embaixador de Portugal em Angola. Este montante significa que, excluindo os sectores petrolífero e diamantífero, as empresas portuguesas são as que mais investem em Angola.Francisco Ribeiro Teles defendeu ainda o cruzamento de investimentos entre empresas dos dois países, considerando que os mesmos possibilitam consolidar as relações entre os dois países.

Um sinal de evolução democrática

Cheias no interior de Angola

Chuvas torrenciais já provocaram 38 mortos e 37 feridos em quatro províncias angolanas, disse nesta quarta-feira o coordenador da Comissão Nacional de Protecção Civil (Cnpc), Eugénio Laborinho. Chuvas torrenciais já provocaram 38 mortos e 37 feridos em quatro províncias angolanas, disse nesta quarta-feira o coordenador da Comissão Nacional de Protecção Civil (Cnpc), Eugénio Laborinho.

Os dados da Cnpc dizem respeito ao período entre Janeiro e Março e apontam como principais causas para as mortes os afogamentos e desabamentos de terras.

A província do Bié registrou 17 mortes, o Cunene 14, Kuando-Kubango três, Luanda duas e Malange e Huíla uma morte cada.

Segundo Laborinho, no litoral angolano não há registo de chuvas intensas, com excepção das províncias de Cabinda e Zaire (norte), embora Luanda registe já duas mortes.

“No Namibe está a chuviscar, não é nada de preocupante, só no interior é que têm estado a cair chuvas torrenciais, estando as províncias do Cunene, Kuando-Kubango, Moxico, Lundas Norte e Sul, Malange, Bié e Uíge sob alerta amarelo”, disse Laborinho.

Em consequência das chuvas ficaram destruídas cinco pontes hidráulicas, uma ponte fixa, uma agência bancária, três postos médicos, seis igrejas, 115 escolas, 655 lavras da população e 4446 residências.

Além disso, 4470 famílias ficaram desabrigadas, 13 753 pessoas desalojadas e 228 mil hectares de terras aráveis inundadas.

“De uma maneira geral, a situação das cheias em todo o país está a ser acompanhada e monitorizada pela Cnpc, com as comissões provinciais e os governos provinciais, todos neste momento estão a dar apoio de forma a poder acudir as populações”, frisou.

Situação crítica

O coordenador da Cnpc disse ainda que a situação é preocupante nas províncias do Kuando-Kubango e Cunene, mas as autoridades governamentais estão a “fazer de tudo” para apoiar as populações, sobretudo das áreas fronteiriças, que são as mais afectadas.

De acordo com Laborinho, a situação na província do Cunene “está controlada”, tendo o governo apoiado um plano de emergência e disponibilizado USD 8 milhões.

“Foi criado um posto de comando operacional de proteção civil que está no local e enviadas quantidades diversas de alimentação, tendas, chapas de zinco, kits de sobrevivência e medicamentos, incluindo para tratamento de água”, afirmou o coordenador.

“Foi criado um posto de comando operacional de proteção civil que está no local e enviadas quantidades diversas de alimentação, tendas, chapas de zinco, kits de sobrevivência e medicamentos, incluindo para tratamento de água”, afirmou o coordenador. De acordo com Laborinho, a situação na província do Cunene “está controlada”, tendo o governo apoiado um plano de emergência e disponibilizado USD 8 milhões. O coordenador da Cnpc disse ainda que a situação é preocupante nas províncias do Kuando-Kubango e Cunene, mas as autoridades governamentais estão a “fazer de tudo” para apoiar as populações, sobretudo das áreas fronteiriças, que são as mais afectadas. “De uma maneira geral, a situação das cheias em todo o país está a ser acompanhada e monitorizada pela Cnpc, com as comissões provinciais e os governos provinciais, todos neste momento estão a dar apoio de forma a poder acudir as populações”, frisou. Além disso, 4470 famílias ficaram desabrigadas, 13 753 pessoas desalojadas e 228 mil hectares de terras aráveis inundadas. Em consequência das chuvas ficaram destruídas cinco pontes hidráulicas, uma ponte fixa, uma agência bancária, três postos médicos, seis igrejas, 115 escolas, 655 lavras da população e 4446 residências. “No Namibe está a chuviscar, não é nada de preocupante, só no interior é que têm estado a cair chuvas torrenciais, estando as províncias do Cunene, Kuando-Kubango, Moxico, Lundas Norte e Sul, Malange, Bié e Uíge sob alerta amarelo”, disse Laborinho. Segundo Laborinho, no litoral angolano não há registo de chuvas intensas, com excepção das províncias de Cabinda e Zaire (norte), embora Luanda registe já duas mortes. A província do Bié registrou 17 mortes, o Cunene 14, Kuando-Kubango três, Luanda duas e Malange e Huíla uma morte cada. Os dados da Cnpc dizem respeito ao período entre Janeiro e Março e apontam como principais causas para as mortes os afogamentos e desabamentos de terras.

O tabu da corrupção em Angola

No final da segunda etapa da deslocação a África, a alma dos angolanos estará certamente mais fortalecida. A Igreja angolana somou pontos no contexto africano, nomeadamente com a criação da nova diocese do Namibe. Menos clara foi a resposta das autoridades de Luanda à pretensão dos católicos de abrir a todo o território nacional as emissões da Rádio Ecclesia. No final da segunda etapa da deslocação a África, a alma dos angolanos estará certamente mais fortalecida. A Igreja angolana somou pontos no contexto africano, nomeadamente com a criação da nova diocese do Namibe. Menos clara foi a resposta das autoridades de Luanda à pretensão dos católicos de abrir a todo o território nacional as emissões da Rádio Ecclesia.

Mas, depois de o Sumo Pontífice ter embarcado no avião da Alitalia de regresso a Roma, muitas coisas permaneceram imutáveis, apesar dos apelos, das palavras de circunstância e, até, das promessas.

O novo 'eldorado' angolano continuará a atrair investidores de muitas latitudes e, só de Portugal, chegam diariamente hordas deles, nos superlotados aviões da TAP. As crianças continuarão a morrer de raiva, embora a estatística não tenha evoluído, quase que por milagre, nos dias de permanência do Papa.

Os chineses cruzarão a toda a hora o hall escuro do Hotel Tivoli com o olhar esbugalhado em direcção ao casino. Muitos deles, viajantes ocasionais, terão pago 250 euros por uma noite, num hotel rasca da cidade.

Há, depois, os problemas mais estruturais da sociedade angolana. E esses também não vão mudar. Pelo menos para já. Daí a importância da declaração corajosa do Papa quando, logo no sábado, pediu o fim imediato da corrupção, apelo que reiterou ontem ao deixar o Aeroporto 4 de Fevereiro.

Uma declaração que, tal como dois dias antes, estava a ser transmitida em directo pelas televisão e rádio estatais e que, desta forma, terá chegado sem intermediários aos agentes de poder mas, sobretudo, à população angolana.

É que a mensagem da corrupção em Angola (denunciada há vários anos por insuspeitas ONG que estudam o problema e até alguns jornalistas locais que têm pago com penas de prisão a ousadia) não passa o crivo do controlo estatal dos media, sejam eles privatizados ou públicos, mas quase sempre coniventes, quando não mesmo dependentes, das mais altas esferas do Estado.

"Se me permitissem um apelo final", disse Bento XVI antes de embarcar, "seria para pedir que a justa realização das aspirações fundamentais das populações mais necessitadas constitua a preocupação principal de quantos ocupam cargos políticos públicos, visto que a sua intenção, estou certo, é desempenhar a missão recebida não para si mesmo, mas em vista do bem comum".

Ao lado de Joseph Ratzinger, o presidente de Angola ouviu, como todos os angolanos, sem filtro e por duas vezes em três dias, a mensagem papal que, por isso, não poderia ficar sem resposta.

José Eduardo dos Santos comprometeu-se, perante o líder supremo dos católicos, a governar "no respeito pelos direitos humanos, na democracia e na justiça social". As "palavras de apreço, de alento, de esperança e de encorajamento" proferidas pelo santo padre em Luanda incentivam os angolanos, segundo Eduardo dos Santos, a "prosseguir na senda da consolidação da paz e da reconciliação nacional".

José Eduardo dos Santos comprometeu-se, perante o líder supremo dos católicos, a governar "no respeito pelos direitos humanos, na democracia e na justiça social". As "palavras de apreço, de alento, de esperança e de encorajamento" proferidas pelo santo padre em Luanda incentivam os angolanos, segundo Eduardo dos Santos, a "prosseguir na senda da consolidação da paz e da reconciliação nacional". Ao lado de Joseph Ratzinger, o presidente de Angola ouviu, como todos os angolanos, sem filtro e por duas vezes em três dias, a mensagem papal que, por isso, não poderia ficar sem resposta. "Se me permitissem um apelo final", disse Bento XVI antes de embarcar, "seria para pedir que a justa realização das aspirações fundamentais das populações mais necessitadas constitua a preocupação principal de quantos ocupam cargos políticos públicos, visto que a sua intenção, estou certo, é desempenhar a missão recebida não para si mesmo, mas em vista do bem comum". É que a mensagem da corrupção em Angola (denunciada há vários anos por insuspeitas ONG que estudam o problema e até alguns jornalistas locais que têm pago com penas de prisão a ousadia) não passa o crivo do controlo estatal dos media, sejam eles privatizados ou públicos, mas quase sempre coniventes, quando não mesmo dependentes, das mais altas esferas do Estado. Há, depois, os problemas mais estruturais da sociedade angolana. E esses também não vão mudar. Pelo menos para já. Daí a importância da declaração corajosa do Papa quando, logo no sábado, pediu o fim imediato da corrupção, apelo que reiterou ontem ao deixar o Aeroporto 4 de Fevereiro.Uma declaração que, tal como dois dias antes, estava a ser transmitida em directo pelas televisão e rádio estatais e que, desta forma, terá chegado sem intermediários aos agentes de poder mas, sobretudo, à população angolana. O novo 'eldorado' angolano continuará a atrair investidores de muitas latitudes e, só de Portugal, chegam diariamente hordas deles, nos superlotados aviões da TAP. As crianças continuarão a morrer de raiva, embora a estatística não tenha evoluído, quase que por milagre, nos dias de permanência do Papa.Os chineses cruzarão a toda a hora o hall escuro do Hotel Tivoli com o olhar esbugalhado em direcção ao casino. Muitos deles, viajantes ocasionais, terão pago 250 euros por uma noite, num hotel rasca da cidade. Mas, depois de o Sumo Pontífice ter embarcado no avião da Alitalia de regresso a Roma, muitas coisas permaneceram imutáveis, apesar dos apelos, das palavras de circunstância e, até, das promessas.

Ecos da visita de E. dos Santos a Portugal

Sim, já sei que muitos não gostam que nós, angolanos, pensemos pela nossa própria cabeça, mas nós somos teimosos. Se não o fôssemos, talvez ainda hoje estivéssemos aos tiros uns com os outros. Sim, já sei que muitos não gostam que nós, angolanos, pensemos pela nossa própria cabeça, mas nós somos teimosos. Se não o fôssemos, talvez ainda hoje estivéssemos aos tiros uns com os outros.

A recente visita do presidente José Eduardo dos Santos a Portugal foi um sucesso. Esta avaliação é praticamente unânime. Até o chefe de Estado angolano, conhecido pelo seu estilo sóbrio, não poupou observações encomiásticas.

“Os resultados da nossa visita ultrapassaram as nossas expectativas”, disse ele. Na minha opinião, o facto deve encher de satisfação os angolanos e portugueses de boa vontade.

Desta vez, a própria imprensa portuguesa foi comedida nos seus habituais equívocos (ou mesmo dislates, em inúmeros casos) em relação a Angola, alguns dos quais alimentados por pseudo políticos angolanos, que já não sabem o que hão-de fazer para justificar certas bolsas.

Em vez de regressarem e lutarem pelas suas convicções com coragem, competência e criatividade, como outros o fazem, preferem vegetar no exterior, à espera da chamada de uma qualquer redacção, ONG ou instituição de “estudos estratégicos”, para fazerem as suas análises supostamente “independentes”.

Entretanto, e como toda a regra tem excepção, houve algumas recaídas. Não vou perder tempo, obviamente, com exemplos abjectos. Mas não posso deixar de mencionar o editorial do Diário de Notícias – órgão que se pretende de referência - do dia 10 de Março.

Aparentemente, para o autor do referido texto, o dinheiro angolano é bom, mas Portugal deve ser “politicamente exigente” com Angola. Em causa, alegadamente, estão a construção da democracia e o respeito pelos direitos humanos em Angola.

Sem frontalidade para dizer quais são, afinal, os problemas existentes nesses dois domínios, apenas foram deixadas no ar, aleivosamente, insinuações difusas.

Pelo mesmo jornal, fiquei também a saber que os deputados do Bloco de Esquerda não compareceram ao encontro entre o presidente José Eduardo dos Santos e o presidente da Assembleia da República Portuguesa, Jaime Gama, por “motivos ideológicos”. Digamos que tomei boa nota desse facto.

Pus-me então a pensar. Sim, já sei que muitos não gostam que nós, angolanos, pensemos pela nossa própria cabeça, mas nós somos teimosos. Se não o fôssemos, talvez ainda hoje estivéssemos aos tiros uns com os outros.

Mas fizemos a paz que nós próprios escolhemos e definimos, aplicámos uma política de reconciliação e harmonização rigorosamente autónoma e, apesar das falsas promessas do Ocidente, iniciámos um programa de reconstrução e desenvolvimento concebido por nós e com fundos que o nosso país soube mobilizar no mercado internacional.

Finalmente a descentralização

O Governo angolano vai apostar na criação de Zonas Económicas Especiais (ZEE) para dinamizar os investimentos privados, anunciou esta quarta-feira em Lisboa o ministro da Economia angolano, Manuel Nunes Júnior. O Governo angolano vai apostar na criação de Zonas Económicas Especiais (ZEE) para dinamizar os investimentos privados, anunciou esta quarta-feira em Lisboa o ministro da Economia angolano, Manuel Nunes Júnior.

O governante, que falava num seminário empresarial organizado por ocasião da visita de Estado de dois dias do Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, a Portugal, que terminou ontem, acrescentou que o executivo angolano vai agora regulamentar as ZEE.

"Consideramos as ZEE como uma forma rápida e efectiva de podermos pôr numa relação de complementaridade investimentos públicos e investimentos privados. Os investimentos públicos são feitos no sentido de tornar o investimento privado mais atractivo e mais rentável", acentuou.

Manuel Nunes Júnior acrescentou caber ao Estado efectuar os investimentos de base, assegurando infra-estruturas como abastecimento de água, de energia e telecomunicações, "enfim, todas as condições necessárias para que o investimento privado possa ser um investimento com um retorno apropriado".

A definição da primeira ZEE já está em curso, em Viana, arredores de Luanda, e está a ser considerada uma segunda na Catumbela, província de Benguela, a cerca de 600 quilómetros de Sul da capital.

"Em termos de intenções de criação de zonas, temos a zona da Catumbela", precisou Manuel Nunes Júnior.

No seminário, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Portugal Angola e pelas Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e Agência Nacional para o Investimento Privado (ANIP), o presidente desta última instituição angolana, Aguinaldo Jaime, anunciou, por seu lado, que o executivo angolano está a preparar um pacote de incentivos fiscais para o investidor privado estrangeiro.

"Um problema que temos e vamos procurar resolver através de uma correcta política de incentivos, é que os investimentos ainda se concentram maioritariamente no litoral", lamentou.

"Mas o que nós queremos é que o investimento saia do litoral e se estenda até às áreas remotas do país. O que o Estado, para além obviamente das infra-estruturas básicas, vai fazer é criar incentivos especiais para investimentos fora do litoral", adiantou.

Os incentivos serão "mais generosos quanto mais afastado o investimento está dos centros urbanos mais desenvolvidos", salientou.

O governante, que falava num seminário empresarial organizado por ocasião da visita de Estado de dois dias do Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, a Portugal, que terminou ontem, acrescentou que o executivo angolano vai agora regulamentar as ZEE."Consideramos as ZEE como uma forma rápida e efectiva de podermos pôr numa relação de complementaridade investimentos públicos e investimentos privados. Os investimentos públicos são feitos no sentido de tornar o investimento privado mais atractivo e mais rentável", acentuou.Manuel Nunes Júnior acrescentou caber ao Estado efectuar os investimentos de base, assegurando infra-estruturas como abastecimento de água, de energia e telecomunicações, "enfim, todas as condições necessárias para que o investimento privado possa ser um investimento com um retorno apropriado".A definição da primeira ZEE já está em curso, em Viana, arredores de Luanda, e está a ser considerada uma segunda na Catumbela, província de Benguela, a cerca de 600 quilómetros de Sul da capital."Em termos de intenções de criação de zonas, temos a zona da Catumbela", precisou Manuel Nunes Júnior.No seminário, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Portugal Angola e pelas Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e Agência Nacional para o Investimento Privado (ANIP), o presidente desta última instituição angolana, Aguinaldo Jaime, anunciou, por seu lado, que o executivo angolano está a preparar um pacote de incentivos fiscais para o investidor privado estrangeiro."Um problema que temos e vamos procurar resolver através de uma correcta política de incentivos, é que os investimentos ainda se concentram maioritariamente no litoral", lamentou."Mas o que nós queremos é que o investimento saia do litoral e se estenda até às áreas remotas do país. O que o Estado, para além obviamente das infra-estruturas básicas, vai fazer é criar incentivos especiais para investimentos fora do litoral", adiantou.

Preocupação fundamentada

O antigo governante Bagão Félix mostrou-se terça-feira preocupado com a entrada do Estado angolano nas empresas portuguesas, defendendo que o dinheiro não é tudo e que é necessário preservar sectores estratégicos em mãos nacionais.

"Para quem tem ouvido nas últimas décadas a necessidade de defender os centros estratégicos nacionais, demonstro alguma preocupação com posições estratégicas angolanas tomadas em empresas nacionais", afirmou Bagão Félix em declarações à agência Lusa.

O Estado angolano tem participações estratégicas em bancos como o BCP e o BPI e noutras empresas como a Galp Energia, a Américo Amorim e a Construtora do Tâmega.

Depois de ter dito que as relações comerciais e empresariais entre Portugal e Angola "são sempre bem vindas" e que devem ser "aprofundadas", sobretudo num momento em que as exportações são "vitais" para a economia portuguesa, Bagão Félix afirmou que "o dinheiro é fundamental, mas não é tudo".

Há sinais do "processo de desenvolvimento em Angola", reconheceu o antigo ministro do governo do PSD/CDS-PP, "mas ainda há direitos cívicos que não estão salvaguardados" por esse país.

Sem concretizar, o antigo ministro das Finanças avisou que "talvez um dia mais tarde as situações não sejam tão desejáveis como parecem hoje" e que a sua preocupação é com o "amanhã" de Portugal.

"Portugal tem que preservar, nalguns sectores estratégicos, posições muitas claras", concluiu Bagão Félix.

Quem está a entrar no capital de muitas empresas portuguesas é o Estado angolano e não empresários de Angola, frisou ainda.

"Para quem tem ouvido nas últimas décadas a necessidade de defender os centros estratégicos nacionais, demonstro alguma preocupação com posições estratégicas angolanas tomadas em empresas nacionais", afirmou Bagão Félix em declarações à agência Lusa.O Estado angolano tem participações estratégicas em bancos como o BCP e o BPI e noutras empresas como a Galp Energia, a Américo Amorim e a Construtora do Tâmega.Depois de ter dito que as relações comerciais e empresariais entre Portugal e Angola "são sempre bem vindas" e que devem ser "aprofundadas", sobretudo num momento em que as exportações são "vitais" para a economia portuguesa, Bagão Félix afirmou que "o dinheiro é fundamental, mas não é tudo".Há sinais do "processo de desenvolvimento em Angola", reconheceu o antigo ministro do governo do PSD/CDS-PP, "mas ainda há direitos cívicos que não estão salvaguardados" por esse país.Sem concretizar, o antigo ministro das Finanças avisou que "talvez um dia mais tarde as situações não sejam tão desejáveis como parecem hoje" e que a sua preocupação é com o "amanhã" de Portugal."Portugal tem que preservar, nalguns sectores estratégicos, posições muitas claras", concluiu Bagão Félix.

Investimento Português triplica em Angola

O investimento português em Angola atingiu os 620 milhões de dólares (49 milhões de euros) em 2008, quase triplicando face os 230 milhões de dólares (183 milhões de euros) registados em 2007. O investimento português em Angola atingiu os 620 milhões de dólares (49 milhões de euros) em 2008, quase triplicando face os 230 milhões de dólares (183 milhões de euros) registados em 2007.

Este valor foi revelado quinta-feira por Francisco Ribeiro Teles, embaixador de Portugal em Angola. Este montante significa que, excluindo os sectores petrolífero e diamantífero, as empresas portuguesas são as que mais investem em Angola.

O diplomata diz ainda que se vê com grande regozijo o surgimento de investimentos angolanos em Portugal, através da aquisição das participações na banca, Galp e sectores imobiliários, entre outros.

Francisco Ribeiro Teles defendeu ainda o cruzamento de investimentos entre empresas dos dois países, considerando que os mesmos possibilitam consolidar as relações entre os dois países.

O embaixador português revelou ainda que durante a visita de José Eduardo dos Santos a Portugal será negociada a abertura de terceira linha de crédito, no valor de 500 milhões de dólares (399 milhões de euros), para investimentos de empresas nacionais em Angola.

Actualmente estão em vigor duas linhas de crédito que totalizam 600 milhões de dólares (478 milhões de euros).

O Presidente da República angolano visita Portugal entre os próximos dias 10 e 11 de Março a convite do seu homólogo português, Cavaco Silva.

Este valor foi revelado quinta-feira por Francisco Ribeiro Teles, embaixador de Portugal em Angola. Este montante significa que, excluindo os sectores petrolífero e diamantífero, as empresas portuguesas são as que mais investem em Angola.Francisco Ribeiro Teles defendeu ainda o cruzamento de investimentos entre empresas dos dois países, considerando que os mesmos possibilitam consolidar as relações entre os dois países.

Um sinal de evolução democrática

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