Fado Falado: Info-excluído, mas nem tanto (RPS)

21-01-2011
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Inevitável. Depois de muito tempo em que apenas nos cumprimentávamos, deu-se a aproximação. Não fui eu que puxei conversa, mas não quis ser indelicado - dei-lhe espaço. Conversámos algum tempo e ficou consumada uma amizade - entre a minha pessoa e o senhor Moreira. Ou será Ferreira?... Em qualquer caso, trata-se do funcionário do cyber que, por força dos condicionalismos de horário, mais vezes apanho.No dia seguinte, quando voltei, preparava-me para escrever um post sobre o sucedido: o início da amizade entre mim e o velhote do cyber, cujo nome nem sei ao certo.Antes, dei a blogo-volta costumeira e com que me deparo eu?... Com um post do amigo Aristóteles em que ele relatava o modo como estabeleceu amizade com o funcionário do cyber que frequenta. Deixei cair a ideia.Entretanto, têm-se sucedido episódios com o homem - Moreira ou Ferreira, ainda não percebi. Passam, invariavelmente, por ele a tentar meter conversa comigo, decerto para combater o torpor de um quotidiano solitário e estúpido. É que o senhor, já idoso, é, inequivocamente, um info-excluído, pelo que nem aproveita sequer o que um cyber pode proporcionar a quem nele trabalha.Há dois dias, ele passou pelas minhas costas e espreitou o écran. Por acaso, estava com esta página aberta, a do Fado Falado.- Fado Falado... Isso era do Vilaret... Por acaso, gosto disso...- É...- Aliás, gosto muito de fado...- Pois é, encontra-se de tudo aqui na internet...- Pois é... (com ar malicioso) Há aí umas coisas porreiras...- ...- (com ar já lascivo) Às vezes, ponho-me aí a ver umas coisas...Deve ser fora da hora de ponta - pensei - e, afinal, o homem não será tão info-excluído quanto isso.

Inevitável. Depois de muito tempo em que apenas nos cumprimentávamos, deu-se a aproximação. Não fui eu que puxei conversa, mas não quis ser indelicado - dei-lhe espaço. Conversámos algum tempo e ficou consumada uma amizade - entre a minha pessoa e o senhor Moreira. Ou será Ferreira?... Em qualquer caso, trata-se do funcionário do cyber que, por força dos condicionalismos de horário, mais vezes apanho.No dia seguinte, quando voltei, preparava-me para escrever um post sobre o sucedido: o início da amizade entre mim e o velhote do cyber, cujo nome nem sei ao certo.Antes, dei a blogo-volta costumeira e com que me deparo eu?... Com um post do amigo Aristóteles em que ele relatava o modo como estabeleceu amizade com o funcionário do cyber que frequenta. Deixei cair a ideia.Entretanto, têm-se sucedido episódios com o homem - Moreira ou Ferreira, ainda não percebi. Passam, invariavelmente, por ele a tentar meter conversa comigo, decerto para combater o torpor de um quotidiano solitário e estúpido. É que o senhor, já idoso, é, inequivocamente, um info-excluído, pelo que nem aproveita sequer o que um cyber pode proporcionar a quem nele trabalha.Há dois dias, ele passou pelas minhas costas e espreitou o écran. Por acaso, estava com esta página aberta, a do Fado Falado.- Fado Falado... Isso era do Vilaret... Por acaso, gosto disso...- É...- Aliás, gosto muito de fado...- Pois é, encontra-se de tudo aqui na internet...- Pois é... (com ar malicioso) Há aí umas coisas porreiras...- ...- (com ar já lascivo) Às vezes, ponho-me aí a ver umas coisas...Deve ser fora da hora de ponta - pensei - e, afinal, o homem não será tão info-excluído quanto isso.

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