Arquivo Fantasma

22-12-2009
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Disse, há alguns posts atrás, que não pretendia fazer comentário político neste blogue, por variadas razões que agora não interessa especificar. Como se tem visto, não tenho conseguido resistir à tentação. Acaba por ser compreensível, dado o período de eleições que o país atravessa e, principalmente, o galinheiro que isto se tornou. A ideia geral é que não se pode descer mais baixo, mas a cada dia que passa, lá surge algo que desmente essa ideia, e obriga-nos a repensar o nosso conceito de baixa política. Eu sei que não é só aqui, em Itália temos o que temos, a Áustria passou por uma crise bem mais grave da qual conseguiu sair ilesa, a França tem o Le Pen e a Holanda teve o Pym Fortuyn e, há pouco tempo, o caso van Gogh. Bem, adiante. O que eu quero dizer é que, nos dias que correm, é difícil não se posicionar no centro das nossas preocupações o estado a que isto chegou.

Diariamente surgem novos casos, o de hoje apaga o de ontem, o de ontem apagara o de anteontem, a verdade é que a maior parte das pessoas acabam por esquecer o que foi dito há apenas uma semana, uma perigosa máquina de desinformação e propaganda foi posta em andamento e vai levando tudo à frente num rolo compressor que acaba inevitavelmente por varrer para debaixo do tapete aquilo que verdadeiramente interessa: o futuro do país. Mas o que podemos esperar depois de 4 meses do pior governo de sempre em Portugal, antecedido de três anos de um apertar de cinto irresponsável e incompetente, uma perigosa corrida em contramão em relação ao resto da União Europeia? Depois do circo que Sampaio permitiu, que outra atitude é que poderia vir de Santana Lopes, a ele interessa-lhe tudo menos discutir a herança da passagem do PSD pelo governo. Portanto, entretem-se a deitar areia para os olhos de todos, esbraceja furiosamente atingindo os que o rodeiam, tornou-se uma figura que a mim, neste momento, apenas inspira pena e vergonha.

Mas o pior não é Santana. O pior é a falta de opções à esquerda. Que dizer de Sócrates, o homem de olhar sério e vazio, indicativo do deserto de ideias que tem trazido à campanha? Quem acredita ainda que Sócrates tenha um projecto para o país? Pior, nós sabemos que as ideias que ele veicula são sopradas por outros, e que outros! Será que toda a gente já se esqueceu dos últimos anos de governação guterrista, de homens como Pina Moura, Jaime Gama, Fernando Gomes e companhia, a "tralha guterrista" que agora se coloca em bicos de pés de modo a assegurar um lugar no poleiro? Espero bem que não.

Chegámos ao ponto a que chegámos, e vemos, horrorizados, como Paulo Portas passa por ser o único político respeitável deste país. É claro que nós sabemos o que ele é, mas saberá o votante médio, o portuguesinho que apenas se preocupa com as contas a pagar no fim do mês? É isto o populismo, e receio que o futuro lhe reserve surpresas agradáveis. E a culpa é do PSD, partido-referência do pós 25 de Abril, mas também do PS, que ficou refém de uma estratégia incompreensível, quando Ferro Rodrigues se foi embora, e viu as suas melhores figuras recusarem a liderança do partido. Que dizer de Vitorino, que se reconheceu desmotivado para ser secretário-geral do partido e agora vem a terreiro anunciar que se encontra disponível para qualquer cargo no futuro governo? Expliquem-me lá, que eu não percebo. E o Paulinho das feiras lá vai, levando atrás um séquito de salazaristas ressabiados e meninos da Lapa fora de água, gritando aos quatro ventos o seu discurso demagógico e hipócrita, pescando em todos os rios onde existir peixe que morda o isco. Corre em direcção a algo que eu, sinceramente, espero não ser aquilo que toda a gente pensa: o poder total, o governo.

Infelizmente, é esta a política que temos, e o apelo para falar disso é irresistível. Desse modo, até às eleições vou privilegiar os posts políticos, esperando que depois o blogue regresse à sua linha editorial normal. Até daqui a uma semana, mais coisa menos coisa.

Disse, há alguns posts atrás, que não pretendia fazer comentário político neste blogue, por variadas razões que agora não interessa especificar. Como se tem visto, não tenho conseguido resistir à tentação. Acaba por ser compreensível, dado o período de eleições que o país atravessa e, principalmente, o galinheiro que isto se tornou. A ideia geral é que não se pode descer mais baixo, mas a cada dia que passa, lá surge algo que desmente essa ideia, e obriga-nos a repensar o nosso conceito de baixa política. Eu sei que não é só aqui, em Itália temos o que temos, a Áustria passou por uma crise bem mais grave da qual conseguiu sair ilesa, a França tem o Le Pen e a Holanda teve o Pym Fortuyn e, há pouco tempo, o caso van Gogh. Bem, adiante. O que eu quero dizer é que, nos dias que correm, é difícil não se posicionar no centro das nossas preocupações o estado a que isto chegou.

Diariamente surgem novos casos, o de hoje apaga o de ontem, o de ontem apagara o de anteontem, a verdade é que a maior parte das pessoas acabam por esquecer o que foi dito há apenas uma semana, uma perigosa máquina de desinformação e propaganda foi posta em andamento e vai levando tudo à frente num rolo compressor que acaba inevitavelmente por varrer para debaixo do tapete aquilo que verdadeiramente interessa: o futuro do país. Mas o que podemos esperar depois de 4 meses do pior governo de sempre em Portugal, antecedido de três anos de um apertar de cinto irresponsável e incompetente, uma perigosa corrida em contramão em relação ao resto da União Europeia? Depois do circo que Sampaio permitiu, que outra atitude é que poderia vir de Santana Lopes, a ele interessa-lhe tudo menos discutir a herança da passagem do PSD pelo governo. Portanto, entretem-se a deitar areia para os olhos de todos, esbraceja furiosamente atingindo os que o rodeiam, tornou-se uma figura que a mim, neste momento, apenas inspira pena e vergonha.

Mas o pior não é Santana. O pior é a falta de opções à esquerda. Que dizer de Sócrates, o homem de olhar sério e vazio, indicativo do deserto de ideias que tem trazido à campanha? Quem acredita ainda que Sócrates tenha um projecto para o país? Pior, nós sabemos que as ideias que ele veicula são sopradas por outros, e que outros! Será que toda a gente já se esqueceu dos últimos anos de governação guterrista, de homens como Pina Moura, Jaime Gama, Fernando Gomes e companhia, a "tralha guterrista" que agora se coloca em bicos de pés de modo a assegurar um lugar no poleiro? Espero bem que não.

Chegámos ao ponto a que chegámos, e vemos, horrorizados, como Paulo Portas passa por ser o único político respeitável deste país. É claro que nós sabemos o que ele é, mas saberá o votante médio, o portuguesinho que apenas se preocupa com as contas a pagar no fim do mês? É isto o populismo, e receio que o futuro lhe reserve surpresas agradáveis. E a culpa é do PSD, partido-referência do pós 25 de Abril, mas também do PS, que ficou refém de uma estratégia incompreensível, quando Ferro Rodrigues se foi embora, e viu as suas melhores figuras recusarem a liderança do partido. Que dizer de Vitorino, que se reconheceu desmotivado para ser secretário-geral do partido e agora vem a terreiro anunciar que se encontra disponível para qualquer cargo no futuro governo? Expliquem-me lá, que eu não percebo. E o Paulinho das feiras lá vai, levando atrás um séquito de salazaristas ressabiados e meninos da Lapa fora de água, gritando aos quatro ventos o seu discurso demagógico e hipócrita, pescando em todos os rios onde existir peixe que morda o isco. Corre em direcção a algo que eu, sinceramente, espero não ser aquilo que toda a gente pensa: o poder total, o governo.

Infelizmente, é esta a política que temos, e o apelo para falar disso é irresistível. Desse modo, até às eleições vou privilegiar os posts políticos, esperando que depois o blogue regresse à sua linha editorial normal. Até daqui a uma semana, mais coisa menos coisa.

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