AL TEJO: COMENTÁRIOS EM PÉ DE PÁGINA

22-12-2009
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Alandroal desinspirado?... Inspirado é que não 1.Em aparte inicial e quando justamente acabavam de serem escritas aqui palavras de referência sobre “o vizinho” Professor Rosado Fernandes eis que a sua autobiografia “Memórias de um Rústico” foi apresentada, dia 26 de Novembro, na Livraria Parlamentar de S. Bento com a presença do autor, Pedro Mexia e de Jaime Gama, Presidente da Assembleia da II República. 2.Numa das passagens marcantes da sessão ouviu-se, às tantas, o autor dizer finalmente que: “Portugal é o seu maior problema”. Com a Espanha por perto. Parafraseando a inspiração, a ironia, e a coragem da afirmação de Rosado Fernandes será que o Alandroal, por mais polémica e politicamente incorrecta que pareça a frase, não é ou não deve continuar a ser “ O maior problema dos alandroalenses?” O conformismo leva a parte alguma? O futuro espera isso de nós? Há por aqui algum «assédio textual»?Disse Jaime Gama na mesma ocasião que “há contradições criativas no retrato do país” que no caso de Rosado Fernandes, provam que nem Ele nem o País já somos tão rústicos quanto nos fazem crer.Dir-se-á que uma tal opinião se subscreve sem dificuldade, desde que reconheçamos que somos cidadãos eleitores e sendo munícipes, habitantes de Reguengos ou do Alandroal, não podemos deixar de nos assumirmos pelo voto e em tomadas de posição face à governação e aos agentes políticos que, em proximidade directa, nos vão governando mal ou bem. Dizendo-se contudo invariavelmente «cativos» representantes das populações. Conforme o demonstram, os casos «exemplares» de Valentim Loureiro e Fátima Felgueiras, bastante ilustrativos deste dualismo composto de excessos de poder e enviesados protagonismos. Governar não será antes mediar e aceitar que se deve manter a confiança alargada dos governados, valorizando e debatendo as Opiniões contrárias? Na base do regime democrático e da sua evolução, é dispensável a participação da sociedade civil local para se poder ir mais além e superar o pequeno reino dos interesses partidários? Cada vez com menos espaço de intervenção social… como uma eminente personalidade “integrada no sistema” salientou e alertou recentemente. 3.Em termos objectivamente simples, elogiando ou criticando, não será decisivo e mais importante debater aquilo que ainda não está feito… do que gabar o que sendo prometido já foi realizado? Os meandros, os pequenos jogos e a trama dos interesses partidários revertem sempre a favor do Bem comum? É essa a experiência que temos em Portugal? A não discussão destas condições, deixa de ser necessária e deixa de fazer sentido, só porque são incómodas para quem julga que governa sempre bem? A ideia de liberdade deve servir-nos para denunciar e esclarecer ou para (nos) acomodarmos a situações redutoras e decisões menos certas? Vejamos as evidências. 4.É já opinião corrente, começa a ser notado e percebido por bastantes pessoas que, no Alandroal, se mantém a profusão de Sinais de Trânsito. E sentidos proibidos em demasia. Assim como problemas de estacionamento criados a pedido, indevidos e até quando por resolver…O “labirinto circulante” de curvas para entradas e saídas da Vila, veio para ficar? Sem que, entretanto, exista um conceito de Segurança e um Parque de estacionamento digno desse nome? Sejamos positivos:custa assim tanto a uma gestão autárquica atenta e aberta, promover e aplicar um estudo acompanhado do competente plano de ordenamento do trânsito local. A colocação de sinais depende de simples visões e “palpites do momento?” 5.O Fórum Transfronteiriço Um mês antes do Natal…quase às escuras. Mortiço. Intangível. Sem vida cultural. Será que, no essencial, apenas irá servir para uns debates Pré-eleitorais? E porque não há-de servir-nos com as portas abertas para diferentes debates Pós-eleitorais?Então, precisamente neste mês de Dezembro, o Fórum não deveria ter, efectivamente, uma programação e Animação adequada à época natalícia? Especialmente dedicada às crianças do Concelho? 6.Quanto às já célebres e atrasadas (?) obras da Biblioteca Municipal, vêm servindo apenas para apagar memórias das sucessivas gerações de infantes que por lá passaram? O «dever do respeito» deixou de contar? Alguém da parte da autarquia soube auscultar os sentimentos e ideias daqueles que ali fizeram a primeira e dita primária aprendizagem? A salvaguarda do espólio está garantida?... Os professores, excelentes formadores de pessoas, que por lá andaram uma vida ensinando, estão totalmente esquecidos? Algum de nós poderá esquecer o “sagrado espírito de missão” com que a Senhora Dona Antónia Cardoso formou e valorizou sucessivas levas de crianças, meninos e meninas desta terra?A autarquia vai permanecer estranha ao significado do tempo e desatenta destes valores que tocam no mais fundo centro das nossas lembranças e no mais belo senso comum local? 7.Com a mão noutro assunto, o que há-de pensar-se actualmente da parte “Baixa da Vila”. Como havemos de expressar o que qualquer alandroalense vê e não pode deixar de sentir? Está bem iluminada? Tem ou não tem um número crescente de habitações na mais pura decadência? Muros com enormes extensões caídas são um turístico cartão de visita que se mostre?... Como resolver em conjunto um tão simples problema? Há ou não, em suma, um desequilíbrio estrutural evidente que, aliás, se vem agravando entre as duas metades íntimas da mesma Vila?Não existe da parte da autarquia Sensibilidade que lhe chegue para a necessidade urgente de estudar, convalidar e aplicar, digamos, um micro-plano adequado à (sua) recuperação? 8.Finalmente Os custos da surpresa. Fica-se sem se perceber se a Rua Dr. M. V. Xavier Rodrigues vai ficar apenas uma rua marcada por duas mãos cheias de palmeiras e para quê tantas? Ou se, quando as palmeiras crescerem até “marroquinas alturas”, a dita Rua, irá desaparecer dando lugar a um Palmar/Palmeiral onde antes havia uma ex-Rua que foi em tempos um padrão ambiental. Como foi também uma das referências culturais, com o Colégio e o Choupal.Tratar-se-á, ao fim e ao cabo, de repor com palmeiras o azarado corte das laranjeiras que deixaram definitivamente Nua, a artéria e nobre caminho que leva à nossa magnifica Fonte?Em síntese, o Alandroal precisará de algum pequeno Livro Verde para reconhecermos que a sua requalificação é um objectivo local cimeiro com o qual devemos estar todos de acordo? Em todos os casos de reabilitação e projectos de futuro, podemos confiar que os mesmos serão encarados com mais Atenção histórica e não, com menor sensibilidade e falta de cuidado? Tendo, aliás, em conta o modo orientado, aberto e equilibrado como em passado menos longínquo, foram reconstruídos e recuperados traçados principais da nossa vila?Podemos enfim sonhar com a criação de condições e realizações propícias de modo que a identidade do Alandroal possa apresentar-se e assumir-se como Vila Património, referência cultural, do Alentejo Transfronteiriço? António Neves BerbémDez. I/VI Foto:f.tata


Alandroal desinspirado?... Inspirado é que não 1.Em aparte inicial e quando justamente acabavam de serem escritas aqui palavras de referência sobre “o vizinho” Professor Rosado Fernandes eis que a sua autobiografia “Memórias de um Rústico” foi apresentada, dia 26 de Novembro, na Livraria Parlamentar de S. Bento com a presença do autor, Pedro Mexia e de Jaime Gama, Presidente da Assembleia da II República. 2.Numa das passagens marcantes da sessão ouviu-se, às tantas, o autor dizer finalmente que: “Portugal é o seu maior problema”. Com a Espanha por perto. Parafraseando a inspiração, a ironia, e a coragem da afirmação de Rosado Fernandes será que o Alandroal, por mais polémica e politicamente incorrecta que pareça a frase, não é ou não deve continuar a ser “ O maior problema dos alandroalenses?” O conformismo leva a parte alguma? O futuro espera isso de nós? Há por aqui algum «assédio textual»?Disse Jaime Gama na mesma ocasião que “há contradições criativas no retrato do país” que no caso de Rosado Fernandes, provam que nem Ele nem o País já somos tão rústicos quanto nos fazem crer.Dir-se-á que uma tal opinião se subscreve sem dificuldade, desde que reconheçamos que somos cidadãos eleitores e sendo munícipes, habitantes de Reguengos ou do Alandroal, não podemos deixar de nos assumirmos pelo voto e em tomadas de posição face à governação e aos agentes políticos que, em proximidade directa, nos vão governando mal ou bem. Dizendo-se contudo invariavelmente «cativos» representantes das populações. Conforme o demonstram, os casos «exemplares» de Valentim Loureiro e Fátima Felgueiras, bastante ilustrativos deste dualismo composto de excessos de poder e enviesados protagonismos. Governar não será antes mediar e aceitar que se deve manter a confiança alargada dos governados, valorizando e debatendo as Opiniões contrárias? Na base do regime democrático e da sua evolução, é dispensável a participação da sociedade civil local para se poder ir mais além e superar o pequeno reino dos interesses partidários? Cada vez com menos espaço de intervenção social… como uma eminente personalidade “integrada no sistema” salientou e alertou recentemente. 3.Em termos objectivamente simples, elogiando ou criticando, não será decisivo e mais importante debater aquilo que ainda não está feito… do que gabar o que sendo prometido já foi realizado? Os meandros, os pequenos jogos e a trama dos interesses partidários revertem sempre a favor do Bem comum? É essa a experiência que temos em Portugal? A não discussão destas condições, deixa de ser necessária e deixa de fazer sentido, só porque são incómodas para quem julga que governa sempre bem? A ideia de liberdade deve servir-nos para denunciar e esclarecer ou para (nos) acomodarmos a situações redutoras e decisões menos certas? Vejamos as evidências. 4.É já opinião corrente, começa a ser notado e percebido por bastantes pessoas que, no Alandroal, se mantém a profusão de Sinais de Trânsito. E sentidos proibidos em demasia. Assim como problemas de estacionamento criados a pedido, indevidos e até quando por resolver…O “labirinto circulante” de curvas para entradas e saídas da Vila, veio para ficar? Sem que, entretanto, exista um conceito de Segurança e um Parque de estacionamento digno desse nome? Sejamos positivos:custa assim tanto a uma gestão autárquica atenta e aberta, promover e aplicar um estudo acompanhado do competente plano de ordenamento do trânsito local. A colocação de sinais depende de simples visões e “palpites do momento?” 5.O Fórum Transfronteiriço Um mês antes do Natal…quase às escuras. Mortiço. Intangível. Sem vida cultural. Será que, no essencial, apenas irá servir para uns debates Pré-eleitorais? E porque não há-de servir-nos com as portas abertas para diferentes debates Pós-eleitorais?Então, precisamente neste mês de Dezembro, o Fórum não deveria ter, efectivamente, uma programação e Animação adequada à época natalícia? Especialmente dedicada às crianças do Concelho? 6.Quanto às já célebres e atrasadas (?) obras da Biblioteca Municipal, vêm servindo apenas para apagar memórias das sucessivas gerações de infantes que por lá passaram? O «dever do respeito» deixou de contar? Alguém da parte da autarquia soube auscultar os sentimentos e ideias daqueles que ali fizeram a primeira e dita primária aprendizagem? A salvaguarda do espólio está garantida?... Os professores, excelentes formadores de pessoas, que por lá andaram uma vida ensinando, estão totalmente esquecidos? Algum de nós poderá esquecer o “sagrado espírito de missão” com que a Senhora Dona Antónia Cardoso formou e valorizou sucessivas levas de crianças, meninos e meninas desta terra?A autarquia vai permanecer estranha ao significado do tempo e desatenta destes valores que tocam no mais fundo centro das nossas lembranças e no mais belo senso comum local? 7.Com a mão noutro assunto, o que há-de pensar-se actualmente da parte “Baixa da Vila”. Como havemos de expressar o que qualquer alandroalense vê e não pode deixar de sentir? Está bem iluminada? Tem ou não tem um número crescente de habitações na mais pura decadência? Muros com enormes extensões caídas são um turístico cartão de visita que se mostre?... Como resolver em conjunto um tão simples problema? Há ou não, em suma, um desequilíbrio estrutural evidente que, aliás, se vem agravando entre as duas metades íntimas da mesma Vila?Não existe da parte da autarquia Sensibilidade que lhe chegue para a necessidade urgente de estudar, convalidar e aplicar, digamos, um micro-plano adequado à (sua) recuperação? 8.Finalmente Os custos da surpresa. Fica-se sem se perceber se a Rua Dr. M. V. Xavier Rodrigues vai ficar apenas uma rua marcada por duas mãos cheias de palmeiras e para quê tantas? Ou se, quando as palmeiras crescerem até “marroquinas alturas”, a dita Rua, irá desaparecer dando lugar a um Palmar/Palmeiral onde antes havia uma ex-Rua que foi em tempos um padrão ambiental. Como foi também uma das referências culturais, com o Colégio e o Choupal.Tratar-se-á, ao fim e ao cabo, de repor com palmeiras o azarado corte das laranjeiras que deixaram definitivamente Nua, a artéria e nobre caminho que leva à nossa magnifica Fonte?Em síntese, o Alandroal precisará de algum pequeno Livro Verde para reconhecermos que a sua requalificação é um objectivo local cimeiro com o qual devemos estar todos de acordo? Em todos os casos de reabilitação e projectos de futuro, podemos confiar que os mesmos serão encarados com mais Atenção histórica e não, com menor sensibilidade e falta de cuidado? Tendo, aliás, em conta o modo orientado, aberto e equilibrado como em passado menos longínquo, foram reconstruídos e recuperados traçados principais da nossa vila?Podemos enfim sonhar com a criação de condições e realizações propícias de modo que a identidade do Alandroal possa apresentar-se e assumir-se como Vila Património, referência cultural, do Alentejo Transfronteiriço? António Neves BerbémDez. I/VI Foto:f.tata

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