Deputados dos Açores e da Madeira do PS e PSD "voam" em económica, mas sob protesto

07-07-2010
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Jaime Gama recusa viajar em executiva. José Lello acha desprestigiante e absteve-se nas alterações de regulamento no Parlamento

Viagens de deputados é, por tradição, sinónimo de polémica no Parlamento. Ontem, a tradição manteve-se. E nem o facto de o presidente da Assembleia ter negociado com os líderes parlamentares a alteração ao regulamento que obriga os deputados dos Açores e da Madeira a fazer as suas viagens semanais em económica, e não em executiva, evitou problemas na hora da votação.

As resistências dos deputados das duas regiões fizeram-se sentir nas semanas anteriores e também na hora da votação. Hugo Velosa, deputado do PSD eleito pela Madeira, votou a proposta, mas apresentou uma declaração de voto. Ricardo Rodrigues, do PS, também. José Lello, presidente do conselho de administração da Assembleia, autor de um parecer que Gama e os líderes parlamentares mudaram ontem, absteve-se. Foi o único.

Um dos argumentos do PS e do PSD é uma questão de desprestígio para os deputados, dado que secretários regionais ou juízes, por exemplo, continuarão a viajar em executiva.

Ao PÚBLICO, Guilherme Silva, deputado do PSD eleito pela Madeira e que assina a declaração de voto, não critica abertamente a opção, mas faz uma declaração irónica. Assume que vai continuar a viajar em executiva e é ele que passará a pagar o upgrade. "Não quero prejudicar a Assembleia da República e, assim, continuo a ajudar a TAP", afirmou.

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Este foi um processo longo: as resistências de deputados, do PSD e do PS, atrasaram o processo. Na terça-feira, o presidente do Parlamento - ele que recusa usar a excepção para voar em executiva - reuniu-se mais uma vez com os representantes dos partidos. No final, não houve declarações, mas houve sinais de entendimento. Na quinta-feira, no final do plenário, Gama e os representantes das bancadas acordaram o texto final da alteração ao regulamento, que viria a ser assinado por todos.

As novas normas sobre as viagens determinam que as viagens de avião sejam feitas em classe económica em voos até três horas. A partir desse tempo, podem viajar em executiva. Uma excepção era admitida: o presidente da Assembleia, ou seu substituto, em caso de missões oficiais.

Só que Jaime Gama não quer usar essa excepção. Depois de já o ter comunicado, nas conversações com os partidos, ontem o presidente da Assembleia assumiu, após a votação do regulamento, que ele não iria viajar em executiva. Viajar em segunda, nas palavras de José Lello, é desprestigiante. "É uma questão de prestígio e não compete ao doutor Jaime Gama optar", afirmou o deputado socialista, que se absteve dado que a decisão de ontem não respeita "uma votação" do conselho de administração.

Jaime Gama recusa viajar em executiva. José Lello acha desprestigiante e absteve-se nas alterações de regulamento no Parlamento

Viagens de deputados é, por tradição, sinónimo de polémica no Parlamento. Ontem, a tradição manteve-se. E nem o facto de o presidente da Assembleia ter negociado com os líderes parlamentares a alteração ao regulamento que obriga os deputados dos Açores e da Madeira a fazer as suas viagens semanais em económica, e não em executiva, evitou problemas na hora da votação.

As resistências dos deputados das duas regiões fizeram-se sentir nas semanas anteriores e também na hora da votação. Hugo Velosa, deputado do PSD eleito pela Madeira, votou a proposta, mas apresentou uma declaração de voto. Ricardo Rodrigues, do PS, também. José Lello, presidente do conselho de administração da Assembleia, autor de um parecer que Gama e os líderes parlamentares mudaram ontem, absteve-se. Foi o único.

Um dos argumentos do PS e do PSD é uma questão de desprestígio para os deputados, dado que secretários regionais ou juízes, por exemplo, continuarão a viajar em executiva.

Ao PÚBLICO, Guilherme Silva, deputado do PSD eleito pela Madeira e que assina a declaração de voto, não critica abertamente a opção, mas faz uma declaração irónica. Assume que vai continuar a viajar em executiva e é ele que passará a pagar o upgrade. "Não quero prejudicar a Assembleia da República e, assim, continuo a ajudar a TAP", afirmou.

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Este foi um processo longo: as resistências de deputados, do PSD e do PS, atrasaram o processo. Na terça-feira, o presidente do Parlamento - ele que recusa usar a excepção para voar em executiva - reuniu-se mais uma vez com os representantes dos partidos. No final, não houve declarações, mas houve sinais de entendimento. Na quinta-feira, no final do plenário, Gama e os representantes das bancadas acordaram o texto final da alteração ao regulamento, que viria a ser assinado por todos.

As novas normas sobre as viagens determinam que as viagens de avião sejam feitas em classe económica em voos até três horas. A partir desse tempo, podem viajar em executiva. Uma excepção era admitida: o presidente da Assembleia, ou seu substituto, em caso de missões oficiais.

Só que Jaime Gama não quer usar essa excepção. Depois de já o ter comunicado, nas conversações com os partidos, ontem o presidente da Assembleia assumiu, após a votação do regulamento, que ele não iria viajar em executiva. Viajar em segunda, nas palavras de José Lello, é desprestigiante. "É uma questão de prestígio e não compete ao doutor Jaime Gama optar", afirmou o deputado socialista, que se absteve dado que a decisão de ontem não respeita "uma votação" do conselho de administração.

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