Definir prioridades
A doença foi, durante um ano, camuflada por sintomas que foram entendidos pelos médicos como uma depressão até que um neurologista diagnosticou a doença de Alzheimer.
Passada a primeira fase da demência, em que a família se sentia perdida sem saber o que estava a acontecer, decidiram estabelecer estratégias para manter o equilíbrio e garantir o bem-estar da progenitora: «A partir daí, a doença de Alzheimer torna-se, mais do que nunca, a doença da família que envolve o pai, os filhos e os netos. Fomos, lentamente, tomando consciência de que a nossa mãe estava a perder a noção do seu drama e estava mais indefesa, mas também mais tranquila.
Decidimos estabelecer três prioridades. Primeiro, cuidar dela assegurando-lhe todo o conforto e bem-estar físico. Não sabíamos nada e aprendemos. Segundo, dar-lhe todo o afecto, sem desistir, mesmo na fase de maior distância, em que já nada parecia ligá-la a nós. Terceiro, manter a dignidade até ao fim. A nossa mãe podia até ter-se esquecido de nós... mas nós, em momento algum, deixámos de a sentir pessoa ou esquecemos que ela era a nossa mãe», revela.
A mãe de Francisca passou os últimos seis anos da vida numa cama. Morreu aos 75 anos. A perda deixou marcas, mas ajudou esta família a «crescer» como pessoas. Francisca Távora pertence à Alzheimer Portugal, uma associação que serve de apoio aos doentes e aos cuidadores: «Nunca mais nenhum de nós voltou a ser o mesmo. O meu pai morreu antes da minha mãe e eu, a minha irmã Margarida e o meu irmão Luís envelhecemos e ficámos mais tristes.
No entanto, sentimos todo o conforto de termos dado o nosso melhor e de termos crescido como pessoas com um drama como este. Hoje, sentimos que temos de continuar a ajudar os outros com o nosso testemunho. Por isso, o drama transformou-se numa causa»
Definir prioridades
A doença foi, durante um ano, camuflada por sintomas que foram entendidos pelos médicos como uma depressão até que um neurologista diagnosticou a doença de Alzheimer.
Passada a primeira fase da demência, em que a família se sentia perdida sem saber o que estava a acontecer, decidiram estabelecer estratégias para manter o equilíbrio e garantir o bem-estar da progenitora: «A partir daí, a doença de Alzheimer torna-se, mais do que nunca, a doença da família que envolve o pai, os filhos e os netos. Fomos, lentamente, tomando consciência de que a nossa mãe estava a perder a noção do seu drama e estava mais indefesa, mas também mais tranquila.
Decidimos estabelecer três prioridades. Primeiro, cuidar dela assegurando-lhe todo o conforto e bem-estar físico. Não sabíamos nada e aprendemos. Segundo, dar-lhe todo o afecto, sem desistir, mesmo na fase de maior distância, em que já nada parecia ligá-la a nós. Terceiro, manter a dignidade até ao fim. A nossa mãe podia até ter-se esquecido de nós... mas nós, em momento algum, deixámos de a sentir pessoa ou esquecemos que ela era a nossa mãe», revela.
A mãe de Francisca passou os últimos seis anos da vida numa cama. Morreu aos 75 anos. A perda deixou marcas, mas ajudou esta família a «crescer» como pessoas. Francisca Távora pertence à Alzheimer Portugal, uma associação que serve de apoio aos doentes e aos cuidadores: «Nunca mais nenhum de nós voltou a ser o mesmo. O meu pai morreu antes da minha mãe e eu, a minha irmã Margarida e o meu irmão Luís envelhecemos e ficámos mais tristes.
No entanto, sentimos todo o conforto de termos dado o nosso melhor e de termos crescido como pessoas com um drama como este. Hoje, sentimos que temos de continuar a ajudar os outros com o nosso testemunho. Por isso, o drama transformou-se numa causa»