PALAVROSSAVRVS REX: PORNOCRACIA POETOCRÁTICA

24-12-2009
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Fiquei, meu amor, de te falar de um Courbet que tem dado pano.Prometi descrever-te a peça, pintar-te em palavra uma pintura feita para os olhos,feita para ti, que nem tens tempo para ócios, só para angústiaso tempo não está para mais. Quadro pintado! Um ventre.Estirado, um corpo de mulher faz das suas pernas garganta, canyon de carne.Luz e óleo cintilam nela nua: o entrepernas abre em fenda invitativa,o púbere é um tufo farto, semelha desfiladeirode onde se atiram águas e piam águias. Tudo é negligente e cuidado.Abre-se a Arte ao coito, se o quisermos.lkjE sinestesias saltam da tela faz-se luz, textura, tacto, talvez o arfar que lambe e desliza,séculos de dedos à procura do caminhoem frémitos florestais de fragor e mistério, sem GPS certo para o Cerne,sem ponto de suco onde sugar em fadiga por sossego.Negro, o tufo não mais é moda.lkjAnda, mulher, vem comigo a olhar e a sorrir com esta A Origem do Mundo, de Courbet.Depois entrelacemos as almas como que em Missa.Rezemos pelos restrictores do Belo.Peçamos que nunca um arrepio na espinha por seu bafo nos ameace ou impeçasorver o gozo de luz de esta ou outra mulher paisagem,por acaso um Courbet, talhado para as oras renitentesde um certo Portugal mais indisposto e zangado com uma réstia de Gozo ou de Luz.


Fiquei, meu amor, de te falar de um Courbet que tem dado pano.Prometi descrever-te a peça, pintar-te em palavra uma pintura feita para os olhos,feita para ti, que nem tens tempo para ócios, só para angústiaso tempo não está para mais. Quadro pintado! Um ventre.Estirado, um corpo de mulher faz das suas pernas garganta, canyon de carne.Luz e óleo cintilam nela nua: o entrepernas abre em fenda invitativa,o púbere é um tufo farto, semelha desfiladeirode onde se atiram águas e piam águias. Tudo é negligente e cuidado.Abre-se a Arte ao coito, se o quisermos.lkjE sinestesias saltam da tela faz-se luz, textura, tacto, talvez o arfar que lambe e desliza,séculos de dedos à procura do caminhoem frémitos florestais de fragor e mistério, sem GPS certo para o Cerne,sem ponto de suco onde sugar em fadiga por sossego.Negro, o tufo não mais é moda.lkjAnda, mulher, vem comigo a olhar e a sorrir com esta A Origem do Mundo, de Courbet.Depois entrelacemos as almas como que em Missa.Rezemos pelos restrictores do Belo.Peçamos que nunca um arrepio na espinha por seu bafo nos ameace ou impeçasorver o gozo de luz de esta ou outra mulher paisagem,por acaso um Courbet, talhado para as oras renitentesde um certo Portugal mais indisposto e zangado com uma réstia de Gozo ou de Luz.

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