A Feira do Livro é a festa das crianças e está com mais visitantes do que no ano passado

16-05-2010
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Vai-se ao Parque Eduardo VII, em Lisboa, para ver escritores, comprar livros mas também para passear, beber ginjinha, comer bifanas, farturas e cupcakes

Parece mesmo um lugar de peregrinação. É domingo e a Feira do Livro de Lisboa, a decorrer no Parque Eduardo VII até 16 de Maio, está a transbordar. Quando se olha, a partir do Marquês de Pombal, para os corredores entre os pavilhões dos editores, alfarrabistas e livreiros vê-se um gigantesco carreiro de pessoas em constante movimento.

Famílias inteiras comem algodão doce cor-de-rosa e farturas, pais e mães passeiam carrinhos de bebé e pedem desculpa pelo incómodo no meio da multidão. Ao fim da tarde, é impossível entrar no auditório onde decorre a homenagem a Fernando Guedes, fundador da Editorial Verbo e da revista Távola Redonda nos anos 50.

No sábado, o dia tinha corrido mal a todos. O Cordão Humano previsto para as quatro da tarde para comemorar os 80 anos da Feira do Livro de Lisboa não se realizou e foi adiado para data a anunciar. E por causa das condições atmosféricas a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) decidiu encerrar a feira mais cedo (fechou às 18h e não às habituais 23h30). Quem estava a vender livros tentava aquecer-se com mantas e aquecedores. Alguns resistiram, mantiveram os pavilhões abertos e fizeram negócio, porque entretanto o tempo melhorou.

Embora a APEL não divulgue números concretos, estima que já passaram pela feira "mais visitantes que em igual período do ano passado". Quanto a vendas, dizem que estão "a correr conforme o esperado", apesar das contrariedades provocadas pelo mau tempo: "O saldo é positivo, mesmo em comparação com a edição anterior."

De facto, ao fim-de-semana são poucas as horas em que é possível andar por lá sossegado. As crianças, levadas pela mão dos pais, saltam e brincam na relva e querem tudo: os balões coloridos da editora Objectiva; as fotografias gratuitas que se podem tirar com o Panda gigante de peluche na Porto Editora; querem abraçar-se à Coelhinha Miffy, tirar fotografias com os bonecos da Rua Sésamo e ter autógrafos da Bruxa Mimi. Na Praça Leya, as crianças têm um espaço onde os livros estão expostos à altura delas e onde podem escolher o que querem comprar. É o desespero dos pais.

Aliás, a Praça Leya - onde se juntam todas as editoras do grupo - é uma ilha dentro da feira. Se toda a feira parece ter, este ano, mais movimento, na Praça Leya não se consegue andar. Tudo está feito para os visitantes se sentirem bem e passarem ali o maior tempo possível. Além da promoção "Leya 4 [livros] pague 3", há ainda livros de 2,99 a 9,99 euros.

O grupo Leya, tal como outras editoras, tem participado na novidade deste ano, a Hora H (a happy hour, de segunda a quinta, das 22h30 às 23h30). Quem adere coloca um dístico a avisar, mas não confirma se participa ou não antes da hora. Na Hora H os livros com mais de 18 meses são vendidos com 50 por cento de desconto. A partir das 22h as pessoas começam a rondar os pavilhões, às 22h30 já há filas para pagar. Paulo Ferreira, dos consultores Booktailors conseguiu comprar Os Filhos da Meia-Noite, de Salman Rushdie a nove euros e aproveitou também os 50 por cento de A Sala Magenta, de Mário de Carvalho, e de Património, de Philip Roth. São livros muito bons a preços muito baixos.

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Até ao primeiro fim-de-semana da feira, a Leya vendeu mais de 15 mil livros e para já são esses os números oficiais, diz José Menezes, do departamento de comunicação. Passaram pela praça mais de 80 autores e a Leya distribui um pequeno jornal com as suas actividades e estão a fazer vídeos do que ali se vai passando.

Perto do Marquês de Pombal, no início da feira, fica o espaço da Porto Editora, que tem agora 14 pavilhões - e no próximo ano, quando já estiverem no grupo as editoras que adquiriram à Bertelsmann em Portugal, ainda terá mais. Pela primeira vez trouxeram à feira autores estrangeiros. Montaram um palco, coberto, para animação e autógrafos. Passaram por lá a italiana Sveva Casati Modignani, o britânico Paul Hoffman e o espanhol Ricardo Menéndez Salmón. Em termos de vendas notaram já um aumento de 42 por cento em relação a igual período do ano passado. "Ainda poderia ter sido melhor, se não fosse o sábado passado", explica Paulo Gonçalves, da comunicação. O romance de Rosa Lobato Faria As Esquinas do Tempo, por exemplo, foi duas vezes livro do dia e das duas vezes esgotou.

Quem ficou a perder este ano na Feira foi a britânica Penguin. O ano passado estava muito bem representada na Tinta da China. Este ano se alguém for procurar livros da Penguin encontra-os no pavilhão de livros estrangeiros da Fnac, quase escondidos. Outra das zonas apetecíveis da feira é a das BI - Editoras independentes, que agrupa a Relógio d"Água, a Cotovia, Assírio & Alvim (que tem livros a três euros). E mesmo que na sua carteira só haja um euro para gastar em livros, pode ir à feira: a Frenesi, ali ao lado, tem livros a um euro.

Vai-se ao Parque Eduardo VII, em Lisboa, para ver escritores, comprar livros mas também para passear, beber ginjinha, comer bifanas, farturas e cupcakes

Parece mesmo um lugar de peregrinação. É domingo e a Feira do Livro de Lisboa, a decorrer no Parque Eduardo VII até 16 de Maio, está a transbordar. Quando se olha, a partir do Marquês de Pombal, para os corredores entre os pavilhões dos editores, alfarrabistas e livreiros vê-se um gigantesco carreiro de pessoas em constante movimento.

Famílias inteiras comem algodão doce cor-de-rosa e farturas, pais e mães passeiam carrinhos de bebé e pedem desculpa pelo incómodo no meio da multidão. Ao fim da tarde, é impossível entrar no auditório onde decorre a homenagem a Fernando Guedes, fundador da Editorial Verbo e da revista Távola Redonda nos anos 50.

No sábado, o dia tinha corrido mal a todos. O Cordão Humano previsto para as quatro da tarde para comemorar os 80 anos da Feira do Livro de Lisboa não se realizou e foi adiado para data a anunciar. E por causa das condições atmosféricas a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) decidiu encerrar a feira mais cedo (fechou às 18h e não às habituais 23h30). Quem estava a vender livros tentava aquecer-se com mantas e aquecedores. Alguns resistiram, mantiveram os pavilhões abertos e fizeram negócio, porque entretanto o tempo melhorou.

Embora a APEL não divulgue números concretos, estima que já passaram pela feira "mais visitantes que em igual período do ano passado". Quanto a vendas, dizem que estão "a correr conforme o esperado", apesar das contrariedades provocadas pelo mau tempo: "O saldo é positivo, mesmo em comparação com a edição anterior."

De facto, ao fim-de-semana são poucas as horas em que é possível andar por lá sossegado. As crianças, levadas pela mão dos pais, saltam e brincam na relva e querem tudo: os balões coloridos da editora Objectiva; as fotografias gratuitas que se podem tirar com o Panda gigante de peluche na Porto Editora; querem abraçar-se à Coelhinha Miffy, tirar fotografias com os bonecos da Rua Sésamo e ter autógrafos da Bruxa Mimi. Na Praça Leya, as crianças têm um espaço onde os livros estão expostos à altura delas e onde podem escolher o que querem comprar. É o desespero dos pais.

Aliás, a Praça Leya - onde se juntam todas as editoras do grupo - é uma ilha dentro da feira. Se toda a feira parece ter, este ano, mais movimento, na Praça Leya não se consegue andar. Tudo está feito para os visitantes se sentirem bem e passarem ali o maior tempo possível. Além da promoção "Leya 4 [livros] pague 3", há ainda livros de 2,99 a 9,99 euros.

O grupo Leya, tal como outras editoras, tem participado na novidade deste ano, a Hora H (a happy hour, de segunda a quinta, das 22h30 às 23h30). Quem adere coloca um dístico a avisar, mas não confirma se participa ou não antes da hora. Na Hora H os livros com mais de 18 meses são vendidos com 50 por cento de desconto. A partir das 22h as pessoas começam a rondar os pavilhões, às 22h30 já há filas para pagar. Paulo Ferreira, dos consultores Booktailors conseguiu comprar Os Filhos da Meia-Noite, de Salman Rushdie a nove euros e aproveitou também os 50 por cento de A Sala Magenta, de Mário de Carvalho, e de Património, de Philip Roth. São livros muito bons a preços muito baixos.

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Até ao primeiro fim-de-semana da feira, a Leya vendeu mais de 15 mil livros e para já são esses os números oficiais, diz José Menezes, do departamento de comunicação. Passaram pela praça mais de 80 autores e a Leya distribui um pequeno jornal com as suas actividades e estão a fazer vídeos do que ali se vai passando.

Perto do Marquês de Pombal, no início da feira, fica o espaço da Porto Editora, que tem agora 14 pavilhões - e no próximo ano, quando já estiverem no grupo as editoras que adquiriram à Bertelsmann em Portugal, ainda terá mais. Pela primeira vez trouxeram à feira autores estrangeiros. Montaram um palco, coberto, para animação e autógrafos. Passaram por lá a italiana Sveva Casati Modignani, o britânico Paul Hoffman e o espanhol Ricardo Menéndez Salmón. Em termos de vendas notaram já um aumento de 42 por cento em relação a igual período do ano passado. "Ainda poderia ter sido melhor, se não fosse o sábado passado", explica Paulo Gonçalves, da comunicação. O romance de Rosa Lobato Faria As Esquinas do Tempo, por exemplo, foi duas vezes livro do dia e das duas vezes esgotou.

Quem ficou a perder este ano na Feira foi a britânica Penguin. O ano passado estava muito bem representada na Tinta da China. Este ano se alguém for procurar livros da Penguin encontra-os no pavilhão de livros estrangeiros da Fnac, quase escondidos. Outra das zonas apetecíveis da feira é a das BI - Editoras independentes, que agrupa a Relógio d"Água, a Cotovia, Assírio & Alvim (que tem livros a três euros). E mesmo que na sua carteira só haja um euro para gastar em livros, pode ir à feira: a Frenesi, ali ao lado, tem livros a um euro.

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