Terror regressa a Moscovo, apesar do alerta feito às autoridades

06-02-2011
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Atentado no maior aeroporto da capital russa provocou pelo menos 35 mortos e 170 feridos. Autoria ainda não foi reivindicada

Um grito ecoou na área reservada às chegadas internacionais do aeroporto Domodedovo de Moscovo, o maior e mais movimentado terminal aéreo da Rússia, minutos depois das 16h30, hora local. "Vou matar-vos a todos!" Depois, uma violenta explosão arrasou o espaço, logo engolido pelo fumo e chamas. Pelo menos 35 pessoas morreram e mais de 170 ficaram feridas.

O ataque terá sido obra de um único bombista suicida, segundo a agência russa Interfax, um homem de "aparência árabe" e idade entre os 30 e 35 anos. "Estava a menos de dez metros dele, [era] um homem baixo, muito moreno, agarrado a uma mala", descreveu Artiom Zhilinkov, um taxista que se encontrava junto à vedação que separa a zona de espera da porta das chegadas.

"Como é que eu escapei? Não sei, não sei. As pessoas atrás de mim, à direita e à esquerda, ficaram completamente desfeitas", contou, com o fato transformado num farrapo, manchado de sangue.

À hora de fecho desta edição, nenhum grupo reivindicara a autoria do ataque - mas as suspeitas recaíam sobre a guerrilha islamista do Cáucaso do Norte.

"Todas as informações preliminares indicam que se tratou de um atentado terrorista", declarou o Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, que imediatamente cancelou a sua partida para a Suíça, onde deveria discursar na sessão inaugural do Fórum Económico Mundial de Davos. "Os responsáveis por este ataque serão encontrados e punidos", prometeu.

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, denunciou o "ultrajante acto de terrorismo contra o povo russo" e condenou os seus responsáveis. O porta-voz da Casa Branca disse que os EUA estão preparados para fornecer toda a ajuda solicitada pelas autoridades russas.

O Governo russo reforçou a segurança em todos os aeroportos e também na rede de transportes públicos. Em Março de 2010, um ataque semelhante no metropolitano de Moscovo causou 38 mortes (ver caixa). O alerta de terrorismo na região de Moscovo foi elevado para o nível máximo.

"O edifício abanou"

Alexei Spiridonov, o funcionário de uma agência de aluguer de automóveis situada na zona das chegadas, contou que a explosão, a cerca de cem metros do seu balcão, foi tão forte que o projectou da cadeira, contra a parede, para o chão. "Comecei a ver pessoas em pânico a correr pelo terminal, aos gritos, cobertas em sangue", relatou à Associated Press.

Do seu balcão da Lufthansa, Ielena Zatserkovnaia, começou a ver centenas de feridos serem transportados nos carrinhos das bagagens. "Havia pessoas em muito mau estado e sangue por todo o lado", contou.

Mark Green, passageiro de um voo da British Airways que aterrou minutos antes do ataque, disse à BBC que acabara de sair do terminal, quando ouviu o forte estrondo. "Literalmente, o edifício abanou. Os alarmes dos carros cá fora dispararam. Pude ver pedaços do tecto a cair e ouvi os gritos das pessoas", relatou. Informações não confirmadas oficialmente dão conta da existência de duas vítimas britânicas.

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Segundo a agência estatal RIA Novosti, as agências de segurança russas receberam um aviso para um possível atentado num aeroporto de Moscovo há cerca de uma semana. Uma fonte policial citada sob anonimato informou que as autoridades procuravam três suspeitos, um dos quais poderá ser o bombista suicida. Os indivíduos que a polícia havia referenciado são originários do Cáucaso, estavam em Moscovo há algum tempo e alegadamente tinham contactos com uma bombista que atacou um clube de tiro em Moscovo a 31 de Dezembro e uma outra suspeita de terrorismo detida na cidade de Volgogrado.

"O ataque foi planeado de forma tão profissional e executado com uma eficácia tão brutal que não existem muitos grupos na Rússia com o tipo de experiência necessária para levá-lo a cabo. Não admira que toda a gente esteja a pensar nos tchetchenos ou nos militantes do Cáucaso especificamente treinados para isso", explicou à BBC o analista russo Andrei Ostalski.

Atentado no maior aeroporto da capital russa provocou pelo menos 35 mortos e 170 feridos. Autoria ainda não foi reivindicada

Um grito ecoou na área reservada às chegadas internacionais do aeroporto Domodedovo de Moscovo, o maior e mais movimentado terminal aéreo da Rússia, minutos depois das 16h30, hora local. "Vou matar-vos a todos!" Depois, uma violenta explosão arrasou o espaço, logo engolido pelo fumo e chamas. Pelo menos 35 pessoas morreram e mais de 170 ficaram feridas.

O ataque terá sido obra de um único bombista suicida, segundo a agência russa Interfax, um homem de "aparência árabe" e idade entre os 30 e 35 anos. "Estava a menos de dez metros dele, [era] um homem baixo, muito moreno, agarrado a uma mala", descreveu Artiom Zhilinkov, um taxista que se encontrava junto à vedação que separa a zona de espera da porta das chegadas.

"Como é que eu escapei? Não sei, não sei. As pessoas atrás de mim, à direita e à esquerda, ficaram completamente desfeitas", contou, com o fato transformado num farrapo, manchado de sangue.

À hora de fecho desta edição, nenhum grupo reivindicara a autoria do ataque - mas as suspeitas recaíam sobre a guerrilha islamista do Cáucaso do Norte.

"Todas as informações preliminares indicam que se tratou de um atentado terrorista", declarou o Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, que imediatamente cancelou a sua partida para a Suíça, onde deveria discursar na sessão inaugural do Fórum Económico Mundial de Davos. "Os responsáveis por este ataque serão encontrados e punidos", prometeu.

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, denunciou o "ultrajante acto de terrorismo contra o povo russo" e condenou os seus responsáveis. O porta-voz da Casa Branca disse que os EUA estão preparados para fornecer toda a ajuda solicitada pelas autoridades russas.

O Governo russo reforçou a segurança em todos os aeroportos e também na rede de transportes públicos. Em Março de 2010, um ataque semelhante no metropolitano de Moscovo causou 38 mortes (ver caixa). O alerta de terrorismo na região de Moscovo foi elevado para o nível máximo.

"O edifício abanou"

Alexei Spiridonov, o funcionário de uma agência de aluguer de automóveis situada na zona das chegadas, contou que a explosão, a cerca de cem metros do seu balcão, foi tão forte que o projectou da cadeira, contra a parede, para o chão. "Comecei a ver pessoas em pânico a correr pelo terminal, aos gritos, cobertas em sangue", relatou à Associated Press.

Do seu balcão da Lufthansa, Ielena Zatserkovnaia, começou a ver centenas de feridos serem transportados nos carrinhos das bagagens. "Havia pessoas em muito mau estado e sangue por todo o lado", contou.

Mark Green, passageiro de um voo da British Airways que aterrou minutos antes do ataque, disse à BBC que acabara de sair do terminal, quando ouviu o forte estrondo. "Literalmente, o edifício abanou. Os alarmes dos carros cá fora dispararam. Pude ver pedaços do tecto a cair e ouvi os gritos das pessoas", relatou. Informações não confirmadas oficialmente dão conta da existência de duas vítimas britânicas.

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Segundo a agência estatal RIA Novosti, as agências de segurança russas receberam um aviso para um possível atentado num aeroporto de Moscovo há cerca de uma semana. Uma fonte policial citada sob anonimato informou que as autoridades procuravam três suspeitos, um dos quais poderá ser o bombista suicida. Os indivíduos que a polícia havia referenciado são originários do Cáucaso, estavam em Moscovo há algum tempo e alegadamente tinham contactos com uma bombista que atacou um clube de tiro em Moscovo a 31 de Dezembro e uma outra suspeita de terrorismo detida na cidade de Volgogrado.

"O ataque foi planeado de forma tão profissional e executado com uma eficácia tão brutal que não existem muitos grupos na Rússia com o tipo de experiência necessária para levá-lo a cabo. Não admira que toda a gente esteja a pensar nos tchetchenos ou nos militantes do Cáucaso especificamente treinados para isso", explicou à BBC o analista russo Andrei Ostalski.

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