Confrontos entre polícia e manifestantes no centro de Tunes

05-02-2011
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Duas semanas depois de terem provocado a fuga do Presidente Ben Ali, muitos tunisinos continuam a manifestar-se, pedindo agora o afastamento de Mohamed Ghannouchi, líder do governo interino entretanto formado e que foi durante onze anos primeiro-ministro do ditador deposto.

Ontem, a polícia antimotim evacuou à força a esplanada da Kasbah, a sede do executivo em Tunes, onde desde domingo se concentravam centenas de pessoas. Os manifestantes reagiram lançando pedras contra os polícias e estes disparam de volta uma chuva de granadas de gás lacrimogéneo. Os militares, que já se tinham abstido de participar na repressão aos protestos - que fez pelo menos 100 mortos -, mantiveram-se à distância.

Expulsos da Kasbah, os manifestantes reagruparam-se durante a tarde na Avenida Habib Bourguiba, epicentro dos protestos. A polícia voltou a lançar granadas de gás lacrimogéneo, enchendo de fumo a grande artéria e esvaziando-a de pessoas. Vários manifestantes foram detidos; outros fugiram pelas ruas transversais à Bourguiba, entretanto completamente bloqueada pelas forças de segurança.

Os protestos não pararam com a saída de cena de Ben Ali e têm sido quotidianos, mas desde a queda do Presidente que não se registava este nível de violência.

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Cedendo à pressão da rua, Ghannouchi anunciara quinta-feira uma remodelação do governo. Cinco dos sete ministros que pertenciam ao partido do ex-chefe de Estado foram substituídos por tecnocratas ou independentes quase desconhecidos.

A contestação que explodiu na Tunísia depois da imolação pelo fogo de um jovem vendedor ambulante - e que em 29 dias derrubou um ditador há 23 anos no poder - provocou uma vaga de protestos no Médio Oriente. Enquanto as ruas das cidades do Egipto estavam ontem a ferro e fogo, na capital da Jordânia realizava-se mais uma manifestação pacífica.

Pelo menos 3000 pessoas responderam ao apelo da Irmandade Muçulmana, o maior partido da oposição no reino, e marcharam na capital, Amã, pedindo uma mudança de governo e reformas políticas. Em resposta aos protestos, o rei Abdullah tem-se desdobrado em iniciativas, visitando bairros pobres, recebendo opositores e pedindo ao Parlamento para acelerar reformas económicas. S.L.

Duas semanas depois de terem provocado a fuga do Presidente Ben Ali, muitos tunisinos continuam a manifestar-se, pedindo agora o afastamento de Mohamed Ghannouchi, líder do governo interino entretanto formado e que foi durante onze anos primeiro-ministro do ditador deposto.

Ontem, a polícia antimotim evacuou à força a esplanada da Kasbah, a sede do executivo em Tunes, onde desde domingo se concentravam centenas de pessoas. Os manifestantes reagiram lançando pedras contra os polícias e estes disparam de volta uma chuva de granadas de gás lacrimogéneo. Os militares, que já se tinham abstido de participar na repressão aos protestos - que fez pelo menos 100 mortos -, mantiveram-se à distância.

Expulsos da Kasbah, os manifestantes reagruparam-se durante a tarde na Avenida Habib Bourguiba, epicentro dos protestos. A polícia voltou a lançar granadas de gás lacrimogéneo, enchendo de fumo a grande artéria e esvaziando-a de pessoas. Vários manifestantes foram detidos; outros fugiram pelas ruas transversais à Bourguiba, entretanto completamente bloqueada pelas forças de segurança.

Os protestos não pararam com a saída de cena de Ben Ali e têm sido quotidianos, mas desde a queda do Presidente que não se registava este nível de violência.

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Cedendo à pressão da rua, Ghannouchi anunciara quinta-feira uma remodelação do governo. Cinco dos sete ministros que pertenciam ao partido do ex-chefe de Estado foram substituídos por tecnocratas ou independentes quase desconhecidos.

A contestação que explodiu na Tunísia depois da imolação pelo fogo de um jovem vendedor ambulante - e que em 29 dias derrubou um ditador há 23 anos no poder - provocou uma vaga de protestos no Médio Oriente. Enquanto as ruas das cidades do Egipto estavam ontem a ferro e fogo, na capital da Jordânia realizava-se mais uma manifestação pacífica.

Pelo menos 3000 pessoas responderam ao apelo da Irmandade Muçulmana, o maior partido da oposição no reino, e marcharam na capital, Amã, pedindo uma mudança de governo e reformas políticas. Em resposta aos protestos, o rei Abdullah tem-se desdobrado em iniciativas, visitando bairros pobres, recebendo opositores e pedindo ao Parlamento para acelerar reformas económicas. S.L.

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