"Carrilho podia personificar alguma divergência interna do PS", defende Vitalino

05-02-2011
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Membro do Secretariado do PS considera que seria "clarificador" haver outro candidato à liderança além de Sócrates, mas afirma que não há oposição interna

Está feito o desafio pelos órgãos oficiais do PS: "É bom que apareça um candidato" alternativo a José Sócrates nas directas de Março e "Manuel Maria Carrilho podia personificar alguma divergência interna" do partido, afirmou ao PÚBLICO Vitalino Canas, membro do Secretariado Nacional e antigo porta-voz dos socialistas.

"Nestas alturas em que é preciso relançar o PS, uma eleição em que há apenas um candidato é muito mais desvantajoso", justificou, fundamentando esta declaração com a necessidade de "dar um sinal de dinâmica, de diversidade e de pujança do partido". E porquê Carrilho? "Porque se tem revelado algo descontente com o seu percurso dentro do partido, as circunstâncias assim o ditaram", argumenta Vitalino Canas.

Uma referência ao facto de o antigo embaixador da UNESCO, substituído entre polémica, ter desde então criticado a linha socrática e as opções do Governo no espaço de comentário quinzenal na TVI. Na semana passada, Manuel Maria Carrilho afirmou ao PÚBLICO que "gostava de contribuir para a discussão" interna do partido no congresso, mas afastava, para já, a hipótese de concorrer contra Sócrates: "Não me interessa participar numa disputa de exércitos pelo poder", disse.

Mas a direcção do PS parece preferir uma luta corpo a corpo. A necessidade de haver alguma espécie de oposição interna tinha já sido lançada pelo próprio Sócrates, na Comissão Política Nacional do passado domingo. O líder não falou em nomes, nem nessa reunião apareceu qualquer candidato a candidato à liderança. Mas ontem, Capoulas Santos, já anunciado como director de campanha de Sócrates às directas, desafiava Carrilho a avançar, em declarações ao jornal i. "Seria natural que os sectores críticos aparecessem agora. Este é o momento", afirmou o eurodeputado, acrescentando que Carrilho "pode ser um bom exemplo".

Ao PÚBLICO, Vitalino concorda, mas percebe-se que o nome do ex-ministro da Cultura de Guterres surge por falta de comparência de outros sectores críticos. Aquele dirigente é claro quando diz que "Carrilho não é o rosto da oposição interna", mas simplesmente "porque esta não existe". Assim, pode ser que o professor de Filosofia "queira personificar alguma dessa divergência que existe sempre". Carrilho não quis ontem responder aos reptos oficiais. Mas na memória de todos está a sua intervenção muito crítica a Guterres no Congresso de 2001. Foi vaiado. Mas o Governo caiu alguns meses depois.

Membro do Secretariado do PS considera que seria "clarificador" haver outro candidato à liderança além de Sócrates, mas afirma que não há oposição interna

Está feito o desafio pelos órgãos oficiais do PS: "É bom que apareça um candidato" alternativo a José Sócrates nas directas de Março e "Manuel Maria Carrilho podia personificar alguma divergência interna" do partido, afirmou ao PÚBLICO Vitalino Canas, membro do Secretariado Nacional e antigo porta-voz dos socialistas.

"Nestas alturas em que é preciso relançar o PS, uma eleição em que há apenas um candidato é muito mais desvantajoso", justificou, fundamentando esta declaração com a necessidade de "dar um sinal de dinâmica, de diversidade e de pujança do partido". E porquê Carrilho? "Porque se tem revelado algo descontente com o seu percurso dentro do partido, as circunstâncias assim o ditaram", argumenta Vitalino Canas.

Uma referência ao facto de o antigo embaixador da UNESCO, substituído entre polémica, ter desde então criticado a linha socrática e as opções do Governo no espaço de comentário quinzenal na TVI. Na semana passada, Manuel Maria Carrilho afirmou ao PÚBLICO que "gostava de contribuir para a discussão" interna do partido no congresso, mas afastava, para já, a hipótese de concorrer contra Sócrates: "Não me interessa participar numa disputa de exércitos pelo poder", disse.

Mas a direcção do PS parece preferir uma luta corpo a corpo. A necessidade de haver alguma espécie de oposição interna tinha já sido lançada pelo próprio Sócrates, na Comissão Política Nacional do passado domingo. O líder não falou em nomes, nem nessa reunião apareceu qualquer candidato a candidato à liderança. Mas ontem, Capoulas Santos, já anunciado como director de campanha de Sócrates às directas, desafiava Carrilho a avançar, em declarações ao jornal i. "Seria natural que os sectores críticos aparecessem agora. Este é o momento", afirmou o eurodeputado, acrescentando que Carrilho "pode ser um bom exemplo".

Ao PÚBLICO, Vitalino concorda, mas percebe-se que o nome do ex-ministro da Cultura de Guterres surge por falta de comparência de outros sectores críticos. Aquele dirigente é claro quando diz que "Carrilho não é o rosto da oposição interna", mas simplesmente "porque esta não existe". Assim, pode ser que o professor de Filosofia "queira personificar alguma dessa divergência que existe sempre". Carrilho não quis ontem responder aos reptos oficiais. Mas na memória de todos está a sua intervenção muito crítica a Guterres no Congresso de 2001. Foi vaiado. Mas o Governo caiu alguns meses depois.

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