A capacidade de resposta a situações urgentes e os tempos médios de atendimento de chamadas do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) estão muito aquém das metas fixadas pelo próprio organismo e dos padrões definidos internacionalmente, concluiu o Tribunal de Contas (TC), numa auditoria ontem divulgada.
Exemplo mais paradigmático: nos casos em que há risco imediato de vida, o socorro deveria chegar ao local num intervalo de oito minutos, mas só num quinto dos casos foi possível assegurar este tipo de resposta, refere a auditoria, que avaliou o período compreendido entre 2007 e 2009. A área servida pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do Algarve foi a que evidenciou um pior desempenho.
Mas os problemas detectados pelo TC começam logo no atendimento das chamadas. No período em análise, não houve uma melhoria significativa, com o tempo de atendimento a passar de 14 para 12 segundos, entre 2007 e 2008, e a subir de novo para 13 segundos em 2009; isto quando o objectivo era atender os telefonemas em cinco segundos ou menos, após o primeiro toque, destaca o TC (a revisão deste valor-padrão para 6,7 segundos foi entretanto proposto à tutela).
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Também o tempo que os CODU demoram para perceber se se trata ou não de uma emergência e enviar um meio adequado para o local é muito superior ao recomendado internacionalmente. Em 2009, só em 13,8 por cento dos casos é que o tempo de resposta correspondeu ao padrão europeu, que é de um minuto. Um desempenho que não se ficará a dever à falta de operadores, defende o TC, que nota que só o CODU do Porto tinha um número de operadores "inferior ao óptimo".
Outro ponto crítico assinalado pelo TC tem a ver com a taxa de inoperacionalidade das viaturas médicas de emergência e reanimação (VMER). Mais de um quinto destas viaturas que prestam socorro em caso de emergência estão inoperacionais por períodos superiores a um mês, em grande parte devido à dificuldade dos hospitais assegurarem uma escala permanente de médicos.
"O tempo de socorro está absolu- tamente garantido", respondeu o INEM, lembrando que a Comissão de Apoio à Requalificação da Rede de Serviços de Urgência propunha que não excedesse 15 minutos, em zona urbana, e 30 minutos, em zona rural. "Estes tempos estão a ser cumpridos", frisou o instituto, num comentário à auditoria disponibilizado no seu site, em que reconhece apenas que a inoperacionalidade das VMER é "um problema".
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A capacidade de resposta a situações urgentes e os tempos médios de atendimento de chamadas do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) estão muito aquém das metas fixadas pelo próprio organismo e dos padrões definidos internacionalmente, concluiu o Tribunal de Contas (TC), numa auditoria ontem divulgada.
Exemplo mais paradigmático: nos casos em que há risco imediato de vida, o socorro deveria chegar ao local num intervalo de oito minutos, mas só num quinto dos casos foi possível assegurar este tipo de resposta, refere a auditoria, que avaliou o período compreendido entre 2007 e 2009. A área servida pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do Algarve foi a que evidenciou um pior desempenho.
Mas os problemas detectados pelo TC começam logo no atendimento das chamadas. No período em análise, não houve uma melhoria significativa, com o tempo de atendimento a passar de 14 para 12 segundos, entre 2007 e 2008, e a subir de novo para 13 segundos em 2009; isto quando o objectivo era atender os telefonemas em cinco segundos ou menos, após o primeiro toque, destaca o TC (a revisão deste valor-padrão para 6,7 segundos foi entretanto proposto à tutela).
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Também o tempo que os CODU demoram para perceber se se trata ou não de uma emergência e enviar um meio adequado para o local é muito superior ao recomendado internacionalmente. Em 2009, só em 13,8 por cento dos casos é que o tempo de resposta correspondeu ao padrão europeu, que é de um minuto. Um desempenho que não se ficará a dever à falta de operadores, defende o TC, que nota que só o CODU do Porto tinha um número de operadores "inferior ao óptimo".
Outro ponto crítico assinalado pelo TC tem a ver com a taxa de inoperacionalidade das viaturas médicas de emergência e reanimação (VMER). Mais de um quinto destas viaturas que prestam socorro em caso de emergência estão inoperacionais por períodos superiores a um mês, em grande parte devido à dificuldade dos hospitais assegurarem uma escala permanente de médicos.
"O tempo de socorro está absolu- tamente garantido", respondeu o INEM, lembrando que a Comissão de Apoio à Requalificação da Rede de Serviços de Urgência propunha que não excedesse 15 minutos, em zona urbana, e 30 minutos, em zona rural. "Estes tempos estão a ser cumpridos", frisou o instituto, num comentário à auditoria disponibilizado no seu site, em que reconhece apenas que a inoperacionalidade das VMER é "um problema".