joão tordo: A Gárgula

18-12-2009
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A minha irmã mostrou-me um artigo sobre este livro: The Gargoyle, por Andrew Davidson. Quem? Exacto. Ilustre desconhecido, ao primeiro romance oferecem-lhe 1, 25 milhões de dólares de adiantamento - a Random House, nada menos, fazendo de Davidson o mais bem pago romancista do Canadá. Sublinho: primeiro romance. Está bem. Vou saber quem é: tem menos de 40 anos, aspecto de advogado, bonacheirão e cínico. Leia-se o próprio, falando dos tempos a seguir à faculdade: "I had tens of thousands of dollars of student debt, and could no longer avoid getting a job. I soon discovered, in no uncertain terms, that work is no fun. I stuck it out for as long as I could, which was way less than a lifetime. As my thirtieth birthday approached, I became incredibly aware that I had never lived abroad, so I moved to Japan."The Gargoyle está a ser um sucesso estrondoso nos EUA e Canadá. O plot, em 25 palavras: "actor porno tem desastre de carro que o deixa completamente desfigurado encontrando à beira da cama do hospital mulher que jura conhecê-lo há oito séculos". Excitante? Mais ainda quando lemos a crítica da Entertainment Weekly, que diz que o romance é "atroz de nos saltarem os olhos" e senhor de uma prosa "pior do que um blog dos Dungeons & Dragons". Entertainment Weekly? A sério? Benefício da dúvida. Até que encontro a seguinte frase, escrita por Davidson-himself, e que faz parte deste baladado romance (a tradução é liberal): "Um fio quente de queijo caiu da boca dela até à extremidade do mamilo esquerdo, e eu quis fazer rappel por ele acima como um comando da mozzarella num assalto aos seus encantadores seios." E depois Davidson diz assim nas entrevistas: "A strange thing happened: I found that I don’t write like other people when it comes to novels". Ah pois não, não escreves!


A minha irmã mostrou-me um artigo sobre este livro: The Gargoyle, por Andrew Davidson. Quem? Exacto. Ilustre desconhecido, ao primeiro romance oferecem-lhe 1, 25 milhões de dólares de adiantamento - a Random House, nada menos, fazendo de Davidson o mais bem pago romancista do Canadá. Sublinho: primeiro romance. Está bem. Vou saber quem é: tem menos de 40 anos, aspecto de advogado, bonacheirão e cínico. Leia-se o próprio, falando dos tempos a seguir à faculdade: "I had tens of thousands of dollars of student debt, and could no longer avoid getting a job. I soon discovered, in no uncertain terms, that work is no fun. I stuck it out for as long as I could, which was way less than a lifetime. As my thirtieth birthday approached, I became incredibly aware that I had never lived abroad, so I moved to Japan."The Gargoyle está a ser um sucesso estrondoso nos EUA e Canadá. O plot, em 25 palavras: "actor porno tem desastre de carro que o deixa completamente desfigurado encontrando à beira da cama do hospital mulher que jura conhecê-lo há oito séculos". Excitante? Mais ainda quando lemos a crítica da Entertainment Weekly, que diz que o romance é "atroz de nos saltarem os olhos" e senhor de uma prosa "pior do que um blog dos Dungeons & Dragons". Entertainment Weekly? A sério? Benefício da dúvida. Até que encontro a seguinte frase, escrita por Davidson-himself, e que faz parte deste baladado romance (a tradução é liberal): "Um fio quente de queijo caiu da boca dela até à extremidade do mamilo esquerdo, e eu quis fazer rappel por ele acima como um comando da mozzarella num assalto aos seus encantadores seios." E depois Davidson diz assim nas entrevistas: "A strange thing happened: I found that I don’t write like other people when it comes to novels". Ah pois não, não escreves!

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