Pó dos Livros: Editores piratas

28-05-2010
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Por vezes questiono-me sobre como é possível que surjam alguns títulos no mercado. Nesses momentos lembro-me de ouvir recorrentemente os editores queixarem-se de como os custos sobre os direitos dos livros estrangeiros (os chamados advances, a descontar nos royalties) são muitas vezes incomportáveis, alegando ser este um dos principais impedimentos à edição em Portugal de um grande número de livros importantes. Queixam-se também da existência de editores, normalmente refractários, que pura e simplesmente não pagam os advances e os royalties.Como em quase tudo na vida podemos, pelo menos, ter duas perspectivas sobre a mesma realidade: talvez seja benéfica para o leitor a presença no mercado português de alguns títulos traduzidos, que de outra maneira não teria acesso, mas esta prática não deixa de ser uma deslealdade para com os editores cumpridores. Não necessito de referir que se trata de uma prática totalmente ilegal. Só como curiosidade, uma vez ouvi a história de um editor estrangeiro (não sei se é verdade, nem o nome) que, questionado sobre a sua prática ilegal de não pagar direitos, respondeu: «O meu conceito de editora é igual à ideia que algumas prostitutas fazem das outras mulheres: todas são prostitutas, mas poucas se animam a exercer.» O mesmo editor, questionado sobre o facto de as suas edições e traduções serem de péssima qualidade, e uma vez que não podia alegar que os custos eram excessivos, respondeu: «Os livros são como as mulheres, se as tratamos bem atraiçoam-nos.» Não sei qual o tipo de argumento que usam por cá os editores piratas, mas sei que se forem deste calibre têm os dias contados. --Jaime Bulhosa


Por vezes questiono-me sobre como é possível que surjam alguns títulos no mercado. Nesses momentos lembro-me de ouvir recorrentemente os editores queixarem-se de como os custos sobre os direitos dos livros estrangeiros (os chamados advances, a descontar nos royalties) são muitas vezes incomportáveis, alegando ser este um dos principais impedimentos à edição em Portugal de um grande número de livros importantes. Queixam-se também da existência de editores, normalmente refractários, que pura e simplesmente não pagam os advances e os royalties.Como em quase tudo na vida podemos, pelo menos, ter duas perspectivas sobre a mesma realidade: talvez seja benéfica para o leitor a presença no mercado português de alguns títulos traduzidos, que de outra maneira não teria acesso, mas esta prática não deixa de ser uma deslealdade para com os editores cumpridores. Não necessito de referir que se trata de uma prática totalmente ilegal. Só como curiosidade, uma vez ouvi a história de um editor estrangeiro (não sei se é verdade, nem o nome) que, questionado sobre a sua prática ilegal de não pagar direitos, respondeu: «O meu conceito de editora é igual à ideia que algumas prostitutas fazem das outras mulheres: todas são prostitutas, mas poucas se animam a exercer.» O mesmo editor, questionado sobre o facto de as suas edições e traduções serem de péssima qualidade, e uma vez que não podia alegar que os custos eram excessivos, respondeu: «Os livros são como as mulheres, se as tratamos bem atraiçoam-nos.» Não sei qual o tipo de argumento que usam por cá os editores piratas, mas sei que se forem deste calibre têm os dias contados. --Jaime Bulhosa

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