Na Pública de domingo, termino assim um artigo sobre tinta electrónica, a tecnologia que permite fabricar ecrãs onde a leitura é semelhante à da tinta impressa no papel:
O fundador da Amazon, Jeff Bezos, acredita que este aparelho [o Kindle] pode mudar a indústria livreira da mesma forma que o iPod, da Apple, mudou o mundo da música. Talvez tenha razão. Tanto o Kindle como a concorrência podem ser usados para ler praticamente todo o tipo de documentos que podem ser lidos num computador: textos da Web, jornais e revistas, documentos pessoais. Mas, nota o vice-presidente da iRex [empresa que fabrica e comercializa o leitor iLiad], é sobretudo para ler livros que as pessoas estão interessadas nesta tecnologia.
Ontem, numa troca de ideias com a Isabel Coutinho – que tem opinião muito informada sobre o tema -, defendi que o sucesso comercial dos leitores electrónicos está dependente da adesão que conseguirem para a tarefa de leituras longas (ou seja, de livros e documentos). A Isabel acha que a componente de trabalho (a possibilidade de tirar notas ou editar documentos, na linha de um tablet pc) é um factor importante.
O meu argumento é que o (cada vez mais frequente) trabalho nómada passará, muito mais do que por leitores equipados com ecrãs de tinta electrónica, pelos computadores ultra-portáteis para executivos e pela nova vaga de netbooks (como o Asus Eee), que foram desenhados para acesso à Internet e utilização de aplicações de produtividade, como processadores de texto.
Os netbooks são computadores pessoais – o que significa que são uma ferramenta com a qual o utilizador já está habituado a trabalhar, na qual pode usar as aplicações a que está acostumado e até um sistema operativo familiar. As vantagens de um ecrã de tinta electrónica (essencialmente, o menor cansaço dos olhos e a facilidade de leitura em condições de muita luminosidade) não compensam o grande atraso que estes aparelhos têm enquanto ferramentas de trabalho.
A propósito (dica da Isabel), vale a pena ver este projecto de uma empresa inglesa.
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Na Pública de domingo, termino assim um artigo sobre tinta electrónica, a tecnologia que permite fabricar ecrãs onde a leitura é semelhante à da tinta impressa no papel:
O fundador da Amazon, Jeff Bezos, acredita que este aparelho [o Kindle] pode mudar a indústria livreira da mesma forma que o iPod, da Apple, mudou o mundo da música. Talvez tenha razão. Tanto o Kindle como a concorrência podem ser usados para ler praticamente todo o tipo de documentos que podem ser lidos num computador: textos da Web, jornais e revistas, documentos pessoais. Mas, nota o vice-presidente da iRex [empresa que fabrica e comercializa o leitor iLiad], é sobretudo para ler livros que as pessoas estão interessadas nesta tecnologia.
Ontem, numa troca de ideias com a Isabel Coutinho – que tem opinião muito informada sobre o tema -, defendi que o sucesso comercial dos leitores electrónicos está dependente da adesão que conseguirem para a tarefa de leituras longas (ou seja, de livros e documentos). A Isabel acha que a componente de trabalho (a possibilidade de tirar notas ou editar documentos, na linha de um tablet pc) é um factor importante.
O meu argumento é que o (cada vez mais frequente) trabalho nómada passará, muito mais do que por leitores equipados com ecrãs de tinta electrónica, pelos computadores ultra-portáteis para executivos e pela nova vaga de netbooks (como o Asus Eee), que foram desenhados para acesso à Internet e utilização de aplicações de produtividade, como processadores de texto.
Os netbooks são computadores pessoais – o que significa que são uma ferramenta com a qual o utilizador já está habituado a trabalhar, na qual pode usar as aplicações a que está acostumado e até um sistema operativo familiar. As vantagens de um ecrã de tinta electrónica (essencialmente, o menor cansaço dos olhos e a facilidade de leitura em condições de muita luminosidade) não compensam o grande atraso que estes aparelhos têm enquanto ferramentas de trabalho.
A propósito (dica da Isabel), vale a pena ver este projecto de uma empresa inglesa.