portugal dos pequeninos: «PRODUZIR E POUPAR»

28-05-2010
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«Perante a catástrofe que se aproxima, há várias maneiras de reagir. Primeira, arranjar "nervos de aço" e prosseguir serenamente na asneira, como o nosso inefável Sócrates; e as consequências que se lixem, sobretudo se forem para o próximo. Segunda, inventar um "ataque especulativo" (o melhor seria uma "conspiração especulativa"), para nos sentirmos, como de costume, a vítima inocente de forças maléficas como o "capitalismo internacional", "o capitalismo de casino" ou monstros do género; o que nos permite não fazer coisíssima nenhuma, em boa consciência e sem cêntimo no bolso. Ou, terceira, tomar medidas para que o pior não chegue ao pior. Peço licença, para dar uma amostra sugerida pela Grécia, pela Espanha e pelo que tenho observado dos costumes da Pátria. Aqui vai. 1.º Reduzir o número de feriados. Quatro (4) chegam: o Natal, o Ano Novo, o Dia de Portugal e a Sexta-feira Santa. Ganhávamos com isso e com a eliminação das "pontes" mais de um mês de trabalho. 2.º Fechar empresas públicas: as que são inteiramente substituíveis (por exemplo, a EPUL e a RTP) e as que perdem dinheiro sem qualquer resultado relevante ou benéfico (a lista é infinita). 3.º Fechar as fundações e pseudofundações que o Governo sustenta, quer directamente (ou seja, do centro), quer através das câmaras. 4.º Vender as propriedades do Estado que não servem um interesse nacional evidente (quartéis, prédios, matas, florestas, por aí fora). 5.º Vender os submarinos e outro armamento inútil ou excessivo. 6.º Demolir e vender o autódromo do Estoril, o autódromo do Algarve e meia dúzia de estádios deficitários, sem indemnização a particulares.Isto ajuda, mas não chega. É preciso continuar. Com o seguinte: 1.º Suspender imediatamente os grandes projectos (o novo aeroporto, o TGV, a TTT). 2.º Não construir um único quilómetro de auto-estrada. 3.º Proibir a contratação de mais funcionários públicos. 4.º Eliminar serviços sem objecto ou mesmo nocivos (por exemplo, o Instituto do Livro). 5.º Congelar as promoções no funcionalismo, pelo menos, durante 5 anos. 5.º Acabar com o chamado "subsídio de férias" (para subsídio, já bastam as férias pagas). 6.º Pôr um limite legal à despesa do Estado. 7.º Aumentar o IVA dois por cento. 8.º Regular a banca estrita e rigorosamente. É muito? É de mais. Acham que sim? Brinquem, brinquem e depois não se queixem.»Vasco Pulido Valente, PúblicoAdenda: A propósito dos "exemplos" 4º, segunda parte (eliminar serviços sem objecto ou mesmo nocivos), e 6º (pôr um limite legal à despesa do Estado), ocorreu-me o parlamento e as suas inúteis comissões, os governos civis, a "parpública", os vastos gabinetes ministeriais e de secretários de estado, o parque automóvel oficial, os pagamentos a terceiros de serviços para os quais há milhares de funcionários públicos "treinados" para os fazer e Inês de Medeiros. Sobre esta, a deputada pelo arrondissement de Lisboa, esta petição.Adenda2 (de um leitor): «Sugiro, em vez da Regionalização, e a par da extinção dos governos civis, acabar com metade das autarquias. Num País com a nossa dimensão, não faz sentido ter mais de 300 reizinhos e respectiva côrte. Nalguns casos, da janela de uma Câmara Municipal avista-se a Câmara do concelho do lado. Não pode ser. Além disso, a unidade paisagística e cultural das nossas regiões é muito maior do que a divisão concelhia pressupõe. Tal como acontece nas escolas, poderia haver agrupamentos (ex: Gouveia-Seia, Lousã-Gois, Arganil-Poiares, etc, etc), com os mesmos serviços e muito menos custos de instalação. Obrigando as pessoas a mover-se da esfera terrinha na sua região em conjuntos maiores também "abriria" bastante as mentalidades. Seria preciso alguma coragem para isto, mas o resultado seria melhor do que ver concelhos enfezados, fechados sobre si-próprios, à espera da extinção.»


«Perante a catástrofe que se aproxima, há várias maneiras de reagir. Primeira, arranjar "nervos de aço" e prosseguir serenamente na asneira, como o nosso inefável Sócrates; e as consequências que se lixem, sobretudo se forem para o próximo. Segunda, inventar um "ataque especulativo" (o melhor seria uma "conspiração especulativa"), para nos sentirmos, como de costume, a vítima inocente de forças maléficas como o "capitalismo internacional", "o capitalismo de casino" ou monstros do género; o que nos permite não fazer coisíssima nenhuma, em boa consciência e sem cêntimo no bolso. Ou, terceira, tomar medidas para que o pior não chegue ao pior. Peço licença, para dar uma amostra sugerida pela Grécia, pela Espanha e pelo que tenho observado dos costumes da Pátria. Aqui vai. 1.º Reduzir o número de feriados. Quatro (4) chegam: o Natal, o Ano Novo, o Dia de Portugal e a Sexta-feira Santa. Ganhávamos com isso e com a eliminação das "pontes" mais de um mês de trabalho. 2.º Fechar empresas públicas: as que são inteiramente substituíveis (por exemplo, a EPUL e a RTP) e as que perdem dinheiro sem qualquer resultado relevante ou benéfico (a lista é infinita). 3.º Fechar as fundações e pseudofundações que o Governo sustenta, quer directamente (ou seja, do centro), quer através das câmaras. 4.º Vender as propriedades do Estado que não servem um interesse nacional evidente (quartéis, prédios, matas, florestas, por aí fora). 5.º Vender os submarinos e outro armamento inútil ou excessivo. 6.º Demolir e vender o autódromo do Estoril, o autódromo do Algarve e meia dúzia de estádios deficitários, sem indemnização a particulares.Isto ajuda, mas não chega. É preciso continuar. Com o seguinte: 1.º Suspender imediatamente os grandes projectos (o novo aeroporto, o TGV, a TTT). 2.º Não construir um único quilómetro de auto-estrada. 3.º Proibir a contratação de mais funcionários públicos. 4.º Eliminar serviços sem objecto ou mesmo nocivos (por exemplo, o Instituto do Livro). 5.º Congelar as promoções no funcionalismo, pelo menos, durante 5 anos. 5.º Acabar com o chamado "subsídio de férias" (para subsídio, já bastam as férias pagas). 6.º Pôr um limite legal à despesa do Estado. 7.º Aumentar o IVA dois por cento. 8.º Regular a banca estrita e rigorosamente. É muito? É de mais. Acham que sim? Brinquem, brinquem e depois não se queixem.»Vasco Pulido Valente, PúblicoAdenda: A propósito dos "exemplos" 4º, segunda parte (eliminar serviços sem objecto ou mesmo nocivos), e 6º (pôr um limite legal à despesa do Estado), ocorreu-me o parlamento e as suas inúteis comissões, os governos civis, a "parpública", os vastos gabinetes ministeriais e de secretários de estado, o parque automóvel oficial, os pagamentos a terceiros de serviços para os quais há milhares de funcionários públicos "treinados" para os fazer e Inês de Medeiros. Sobre esta, a deputada pelo arrondissement de Lisboa, esta petição.Adenda2 (de um leitor): «Sugiro, em vez da Regionalização, e a par da extinção dos governos civis, acabar com metade das autarquias. Num País com a nossa dimensão, não faz sentido ter mais de 300 reizinhos e respectiva côrte. Nalguns casos, da janela de uma Câmara Municipal avista-se a Câmara do concelho do lado. Não pode ser. Além disso, a unidade paisagística e cultural das nossas regiões é muito maior do que a divisão concelhia pressupõe. Tal como acontece nas escolas, poderia haver agrupamentos (ex: Gouveia-Seia, Lousã-Gois, Arganil-Poiares, etc, etc), com os mesmos serviços e muito menos custos de instalação. Obrigando as pessoas a mover-se da esfera terrinha na sua região em conjuntos maiores também "abriria" bastante as mentalidades. Seria preciso alguma coragem para isto, mas o resultado seria melhor do que ver concelhos enfezados, fechados sobre si-próprios, à espera da extinção.»

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