O Cachimbo de Magritte: Perdoa-me

21-01-2011
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Entre a vitória do Benfica e a visita do Papa, o Governo, com o prestimoso acordo do PSD, decidiu aumentar os impostos. Para diminuir o défice e porque não havia alternativa, já se sabe.O facto de Sócrates estar a agora a fazer o contrário do que prometeu há escassas semanas é irrelevante. Só acredita no Primeiro-Ministro quem quer. O que devia ser um pouco embaraçoso, sobretudo para os fiéis, é o pedido de desculpa de Passos Coelho - ao mesmo tempo que afirma não se sentir "pessoalmente responsável" pela coisa. Não porque contrarie o que também ele disse há escassas semanas, em concreto quando o PEC foi aprovado na Assembleia da República com a abstenção do PSD. (Via Público, vale a pena lembrar as suas declarações a 25 de Março passado: "Eu não ajudarei a viabilizar propostas de aumento de impostos e portanto não me sinto vinculado a qualquer deliberação que o Parlamento hoje venha a fazer sobre a matéria.") Afinal, já estamos habituados às mudanças de opinião de Passos Coelho em assuntos menores como o TGV ou o casamento gay. Não, o embaraço deveria estar na crítica que ele fez à viabilização do PEC por Manuela Ferreira Leite. Na altura, a liderança laranja invocou o interesse nacional e Passos clamou o que se pode ler acima. Agora, o mesmo Passos apoia o assalto fiscal do PS em nome... hummm... portanto... ora deixa cá ver... do interesse nacional.George Bernard Shaw diz algures que a democracia é o regime pelo qual a maioria assegura ter o Governo que merece. Nunca pensei que isto fosse extensível à oposição.


Entre a vitória do Benfica e a visita do Papa, o Governo, com o prestimoso acordo do PSD, decidiu aumentar os impostos. Para diminuir o défice e porque não havia alternativa, já se sabe.O facto de Sócrates estar a agora a fazer o contrário do que prometeu há escassas semanas é irrelevante. Só acredita no Primeiro-Ministro quem quer. O que devia ser um pouco embaraçoso, sobretudo para os fiéis, é o pedido de desculpa de Passos Coelho - ao mesmo tempo que afirma não se sentir "pessoalmente responsável" pela coisa. Não porque contrarie o que também ele disse há escassas semanas, em concreto quando o PEC foi aprovado na Assembleia da República com a abstenção do PSD. (Via Público, vale a pena lembrar as suas declarações a 25 de Março passado: "Eu não ajudarei a viabilizar propostas de aumento de impostos e portanto não me sinto vinculado a qualquer deliberação que o Parlamento hoje venha a fazer sobre a matéria.") Afinal, já estamos habituados às mudanças de opinião de Passos Coelho em assuntos menores como o TGV ou o casamento gay. Não, o embaraço deveria estar na crítica que ele fez à viabilização do PEC por Manuela Ferreira Leite. Na altura, a liderança laranja invocou o interesse nacional e Passos clamou o que se pode ler acima. Agora, o mesmo Passos apoia o assalto fiscal do PS em nome... hummm... portanto... ora deixa cá ver... do interesse nacional.George Bernard Shaw diz algures que a democracia é o regime pelo qual a maioria assegura ter o Governo que merece. Nunca pensei que isto fosse extensível à oposição.

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