Portugal, em breve, vai incumprir: quer dizer, deixar de pagar a sua dívida, pelo que lhe será completamente vedado o acesso ao crédito no mercado (e outras coisas igualmente calamitosas). Não fora a estupidez endémica dos mercados, sempre atrasados em relação a tudo, e isso já teria acontecido. Nestas circunstâncias, abrir de manhã os jornais e ver que a grande batalha política que está a ser travada é para levar o Governo a abandonar a ideia do TGV faz-nos ter uma súbita vontade de voltar para a cama, dormir dez anos, e acordar depois, num lugar talvez normal.
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Portugal, em breve, vai incumprir: quer dizer, deixar de pagar a sua dívida, pelo que lhe será completamente vedado o acesso ao crédito no mercado (e outras coisas igualmente calamitosas). Não fora a estupidez endémica dos mercados, sempre atrasados em relação a tudo, e isso já teria acontecido. Nestas circunstâncias, abrir de manhã os jornais e ver que a grande batalha política que está a ser travada é para levar o Governo a abandonar a ideia do TGV faz-nos ter uma súbita vontade de voltar para a cama, dormir dez anos, e acordar depois, num lugar talvez normal.