O Cachimbo de Magritte: Agora a Sério

21-01-2011
marcar artigo


A peça de Tom Stoppard, em cena no Teatro Aberto, é uma escolha de Pedro Mexia, responsável pela tradução e encenação. Agora a Sério – no original “The Real Thing” – conta a história de um dramaturgo dividido entre duas mulheres. A peça é de 1982 e lança o debate em torno de temas como o talento, a fidelidade e percepção da realidade.Agora a Sério põe em palco Ana Brandão, São José Correia, João Reis e Pedro Lima, nos principais papéis. Se a conjugação de actores é bem conseguida, a interpretação de São José Correia e de Pedro Lima mais “natural”, num registo televisivo, onde o cómico sobressai na linguagem corporal, contrasta com a de Ana Brandão e João Reis, com trabalhos de composição apurados, onde a ironia perde-se, ofuscada pela densidade dramática.A distinção entre actores é notória e levanta a questão: será possível conciliar no palco duas visões tão distintas de interpretação? É que no final, o enredo enxuto de Stoppard, autor de argumentos como o Império do Sol, ou Shakespeare in Love, perde ritmo e graça, sobrando uma peça com duas velocidades dramáticas, dessincronizadas.


A peça de Tom Stoppard, em cena no Teatro Aberto, é uma escolha de Pedro Mexia, responsável pela tradução e encenação. Agora a Sério – no original “The Real Thing” – conta a história de um dramaturgo dividido entre duas mulheres. A peça é de 1982 e lança o debate em torno de temas como o talento, a fidelidade e percepção da realidade.Agora a Sério põe em palco Ana Brandão, São José Correia, João Reis e Pedro Lima, nos principais papéis. Se a conjugação de actores é bem conseguida, a interpretação de São José Correia e de Pedro Lima mais “natural”, num registo televisivo, onde o cómico sobressai na linguagem corporal, contrasta com a de Ana Brandão e João Reis, com trabalhos de composição apurados, onde a ironia perde-se, ofuscada pela densidade dramática.A distinção entre actores é notória e levanta a questão: será possível conciliar no palco duas visões tão distintas de interpretação? É que no final, o enredo enxuto de Stoppard, autor de argumentos como o Império do Sol, ou Shakespeare in Love, perde ritmo e graça, sobrando uma peça com duas velocidades dramáticas, dessincronizadas.

marcar artigo