Exílio de Andarilho: Não resisto...

03-08-2010
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...a colocar online a nota de Francisco Assis sobre a deputada Inês de Medeiros, via blog do meu amigo Pedro Coimbra (Devaneios do Oriente). Dois comentários breves para dizer que com líderes parlamentares destes, o PS não vai longe. A verborreia que o Dr. Assis debita é igual à falta de vergonha pelos sopapos que levou há uns anos numa distrital do seu partido, experiência de que nada aprendeu. São naturais as razões para as reservas do Parlamento, sobre as ajudas de custo à deputada. Se algum dos partidos se lembrar de meter nas listas alguém que esteja na Venezuela ou na África do Sul, lá teremos o nosso Parlamento a pagar umas viagens ao feliz obsequiado à custa dos contribuintes. O porte moral da querida deputada está à vista de todos ao insistir numa prebenda o que lhe fica mal na fotografia. Não se sabe se a deputada é militante do PS ou se é daquelas independentes que os partidos, por complexo frentista, têm a mania de meter na lista de deputados e que em vez de trazerem votos, trazem problemas e enguiços. O PS é useiro e vezeiro nesta embrulhada, mas também nos outros partidos existem problemas iguais. Não percebo sinceramente esta história da independência, independência de quê? Da política? Então para que estão eles na Casa da Democracia?
Um leitor comentava, em nota no Devaneios do Oriente, que o PS esperaria que a dita cuja trouxesse votos do Bloco de Esquerda e isso não aconteceu. Mal vai um partido democrático (como o PS) quando faz da "marcação à zona" a um partido proto-comunista, como o  Bloco de Esquerda, uma referência para as suas escolhas e decisões. Ou alguém tem alguma dúvida que se o sistema político se clarificasse, o Bloco de Esquerda não se assumiria como partido comunista que é? Quem dirige o Bloco de Esquerda? Não é a direcção da LCI + UDP? O que é que eles são? 
Nisto se gasta o tempo da nossa democracia. Fica-me a curiosidade de apurar quantas intervenções no Plenário, propostas de lei ou sugestões fará a carinha laroca até ao fim da legislatura. Se me lembrar regressarei a isso quando isso ocorrer. 

Em defesa de Inês de MedeirosA fronteira entre a prudência e o calculismo é, por vezes, tão ténue que permite a algumas boas consciências uma tranquila convivência com a desonra.
De todas as formas de cobardia, repugnam-me especialmente aquelas que se pretendem justificar pela invocação de grandes virtudes. Nenhum silêncio se justifica quando só a indignação é justa.Por isso mesmo, aqui estou a manifestar a minha profunda solidariedade à deputada Inês de Medeiros, que tem sido alvo de uma insidiosa campanha difamatória que visa pôr em causa a sua imagem de integridade e seriedade.Inês de Medeiros não cometeu qualquer crime, não praticou qualquer indignidade.Limitou-se a aceitar um convite formulado pela direcção do PS para integrar as listas de candidatos a deputados nas últimas eleições legislativas.Acedeu a participar activamente na vida política portuguesa.Fê-lo em nome de causas, de um projecto e de uma esperança.Trouxe consigo o seu percurso, as suas propostas e a sua vontade.Revelou coragem e sentido do compromisso cívico.Antes de ser deputada, Inês de Medeiros tinha uma história, quer no plano profissional, quer no âmbito da intervenção pública.Foi essa história que a conduziu à Assembleia da República.A sua biografia tem densidade e significado.No cinema e no mundo da cultura em geral, Inês de Medeiros percorreu um caminho, construiu o seu próprio percurso. Que é, aliás, conhecido e respeitado.Como deputada ela é herdeira da sua própria vida.Acresce a isto que nunca se furtou a ter uma intervenção clara na esfera pública portuguesa.Num país em que tanta gente se refugia no limbo das grandes proclamações convenientes, ela tomou posições, fez opções, disse de que lado estava.Em momentos decisivos esteve presente.Não desertou, nem se escondeu.Não é virtude menor, num país de tanta gente pequena julgando-se grande à custa da gestão da ambiguidade.Conheci a Inês de Medeiros quando ela chegou ao Parlamento.Convidei-a para a direcção do grupo parlamentar a que presido.Tornámo-nos próximos e isso permitiu-me acompanhar todo este processo.Tenho por isso plena consciência da dor que a infâmia produz numa pessoa honesta. E isso impele-me a aparecer em público a tomar posição.Inês de Medeiros nada pediu ao Parlamento.Não veio para aqui para obter qualquer vantagem, simbólica ou material.Ela já existia antes de ser deputada.Não solicitou qualquer tratamento especial.Não procurou qualquer benefício indevido. E agora, que finalmente o assunto está fechado, impõe-se dizer o seguinte: o Parlamento não lhe concedeu qualquer tratamento excepcional.Ela não aufere nem mais um cêntimo que os restantes deputados.O regime a que fica sujeita em matéria de ajudas para deslocações é, até mesmo, o mais exigente que se pratica na AR.São, por isso, vis as acusações e insinuações que pretendem atingi-la.Na vida política confrontamo-nos diariamente com a grandeza e a pequenez dos homens. Mas não podemos ficar anestesiados ao ponto de convivermos pacificamente com a sordidez.Nesse dia estaremos mortos.Por cansaço, por resignação, por cobardia.Teremos desistido de tudo o que é essencial.Não é isso que se espera dos políticos e dos parlamentares.Foi por isso que escrevi este pequeno texto.Porque me recuso a render-me à ditadura das boas consciências medíocres e cínicas.Desses seres pequenos e vis sempre tão cheios de estafadas proclamações.Escrevi este texto por solidariedade com a Inês, que respeito e admiro.Mas sobretudo para permanecer fiel à minha maior preocupação cívica – a de ser um cidadão decente.É essa a minha ambição de todos os dias – permanecer do lado da decência.O que neste caso me leva a estar, sem qualquer dúvida, do lado da Inês de Medeiros.Francisco Assis - Líder parlamentar do PS


...a colocar online a nota de Francisco Assis sobre a deputada Inês de Medeiros, via blog do meu amigo Pedro Coimbra (Devaneios do Oriente). Dois comentários breves para dizer que com líderes parlamentares destes, o PS não vai longe. A verborreia que o Dr. Assis debita é igual à falta de vergonha pelos sopapos que levou há uns anos numa distrital do seu partido, experiência de que nada aprendeu. São naturais as razões para as reservas do Parlamento, sobre as ajudas de custo à deputada. Se algum dos partidos se lembrar de meter nas listas alguém que esteja na Venezuela ou na África do Sul, lá teremos o nosso Parlamento a pagar umas viagens ao feliz obsequiado à custa dos contribuintes. O porte moral da querida deputada está à vista de todos ao insistir numa prebenda o que lhe fica mal na fotografia. Não se sabe se a deputada é militante do PS ou se é daquelas independentes que os partidos, por complexo frentista, têm a mania de meter na lista de deputados e que em vez de trazerem votos, trazem problemas e enguiços. O PS é useiro e vezeiro nesta embrulhada, mas também nos outros partidos existem problemas iguais. Não percebo sinceramente esta história da independência, independência de quê? Da política? Então para que estão eles na Casa da Democracia?
Um leitor comentava, em nota no Devaneios do Oriente, que o PS esperaria que a dita cuja trouxesse votos do Bloco de Esquerda e isso não aconteceu. Mal vai um partido democrático (como o PS) quando faz da "marcação à zona" a um partido proto-comunista, como o  Bloco de Esquerda, uma referência para as suas escolhas e decisões. Ou alguém tem alguma dúvida que se o sistema político se clarificasse, o Bloco de Esquerda não se assumiria como partido comunista que é? Quem dirige o Bloco de Esquerda? Não é a direcção da LCI + UDP? O que é que eles são? 
Nisto se gasta o tempo da nossa democracia. Fica-me a curiosidade de apurar quantas intervenções no Plenário, propostas de lei ou sugestões fará a carinha laroca até ao fim da legislatura. Se me lembrar regressarei a isso quando isso ocorrer. 

Em defesa de Inês de MedeirosA fronteira entre a prudência e o calculismo é, por vezes, tão ténue que permite a algumas boas consciências uma tranquila convivência com a desonra.
De todas as formas de cobardia, repugnam-me especialmente aquelas que se pretendem justificar pela invocação de grandes virtudes. Nenhum silêncio se justifica quando só a indignação é justa.Por isso mesmo, aqui estou a manifestar a minha profunda solidariedade à deputada Inês de Medeiros, que tem sido alvo de uma insidiosa campanha difamatória que visa pôr em causa a sua imagem de integridade e seriedade.Inês de Medeiros não cometeu qualquer crime, não praticou qualquer indignidade.Limitou-se a aceitar um convite formulado pela direcção do PS para integrar as listas de candidatos a deputados nas últimas eleições legislativas.Acedeu a participar activamente na vida política portuguesa.Fê-lo em nome de causas, de um projecto e de uma esperança.Trouxe consigo o seu percurso, as suas propostas e a sua vontade.Revelou coragem e sentido do compromisso cívico.Antes de ser deputada, Inês de Medeiros tinha uma história, quer no plano profissional, quer no âmbito da intervenção pública.Foi essa história que a conduziu à Assembleia da República.A sua biografia tem densidade e significado.No cinema e no mundo da cultura em geral, Inês de Medeiros percorreu um caminho, construiu o seu próprio percurso. Que é, aliás, conhecido e respeitado.Como deputada ela é herdeira da sua própria vida.Acresce a isto que nunca se furtou a ter uma intervenção clara na esfera pública portuguesa.Num país em que tanta gente se refugia no limbo das grandes proclamações convenientes, ela tomou posições, fez opções, disse de que lado estava.Em momentos decisivos esteve presente.Não desertou, nem se escondeu.Não é virtude menor, num país de tanta gente pequena julgando-se grande à custa da gestão da ambiguidade.Conheci a Inês de Medeiros quando ela chegou ao Parlamento.Convidei-a para a direcção do grupo parlamentar a que presido.Tornámo-nos próximos e isso permitiu-me acompanhar todo este processo.Tenho por isso plena consciência da dor que a infâmia produz numa pessoa honesta. E isso impele-me a aparecer em público a tomar posição.Inês de Medeiros nada pediu ao Parlamento.Não veio para aqui para obter qualquer vantagem, simbólica ou material.Ela já existia antes de ser deputada.Não solicitou qualquer tratamento especial.Não procurou qualquer benefício indevido. E agora, que finalmente o assunto está fechado, impõe-se dizer o seguinte: o Parlamento não lhe concedeu qualquer tratamento excepcional.Ela não aufere nem mais um cêntimo que os restantes deputados.O regime a que fica sujeita em matéria de ajudas para deslocações é, até mesmo, o mais exigente que se pratica na AR.São, por isso, vis as acusações e insinuações que pretendem atingi-la.Na vida política confrontamo-nos diariamente com a grandeza e a pequenez dos homens. Mas não podemos ficar anestesiados ao ponto de convivermos pacificamente com a sordidez.Nesse dia estaremos mortos.Por cansaço, por resignação, por cobardia.Teremos desistido de tudo o que é essencial.Não é isso que se espera dos políticos e dos parlamentares.Foi por isso que escrevi este pequeno texto.Porque me recuso a render-me à ditadura das boas consciências medíocres e cínicas.Desses seres pequenos e vis sempre tão cheios de estafadas proclamações.Escrevi este texto por solidariedade com a Inês, que respeito e admiro.Mas sobretudo para permanecer fiel à minha maior preocupação cívica – a de ser um cidadão decente.É essa a minha ambição de todos os dias – permanecer do lado da decência.O que neste caso me leva a estar, sem qualquer dúvida, do lado da Inês de Medeiros.Francisco Assis - Líder parlamentar do PS

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