JORGE NUNO PINTO DA COSTA: Veiga responde por burla e fraude

04-08-2010
marcar artigo

Investigação sobre a transferência de João PintoVeiga responde por burla e fraude Veiga vai pagar caução de 500 mil euros e não pode sair de Portugal Fraude fiscal e burla agravada são os crimes imputados a José Veiga pelo Ministério Público, no âmbito da investigação sobre a transferência de João Pinto do Benfica para o Sporting, na época 2000/2001. Em causa estão 3,29 milhões de euros que o Sporting terá pago a Veiga, verba que o, na altura, empresário, não entregou ao jogador e fez chegar a uma empresa inglesa ‘off-shore’, a Delta Stone.Ouvido ontem no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa pelo juiz Avelino Frescata (adepto do Sporting), durante 35 minutos, José Veiga ficou proibido de sair do País, teve o passaporte confiscado e vai pagar uma caução de 500 mil euros para continuar em liberdade.As investigações começaram no início de 2005, quando a PJ começou a analisar uma denúncia anónima que chegou à Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF) em finais de 2004. Nessa carta, que a PJ suspeita ter sido enviada por um ex-colaborador de Veiga, são relatados pormenores relativos à ida de João Pinto para o Sporting, bem como alguns documentos onde é mencionada a Delta Stone.Depois de ter contactado entidades bancárias inglesas, a PJ apurou que os 3,29 milhões de euros da transferência de João Pinto não foi o único montante que Veiga colocou na Delta Stone – empresa que já não está activa – sem ter pago, em Portugal, os impostos devidos. Daí a acusação de fraude fiscal.Já a acusação de burla qualificada tem a ver com o facto de Veiga ter dito ao Sporting que João Pinto queria 12,5 milhões de euros para rumar a Alvalade. Segundo soube o CM junto de várias fontes da PJ, o jogador terá dito ao empresário e amigo íntimo que aceitava vestir a camisola verde e branca por cinco milhões de euros. Nas conversações com o clube de Alvalade – na altura Luís Duque presidia à SAD, Rui Meireles era director financeiro e Carlos Freitas director desportivo –, Veiga aceita que o negócio se faça por pouco mais de 8,5 milhões de euros.Durante as investigações, a PJ ouviu vários dirigentes do Sporting (ver peça na pág. 5) e João Pinto. O jogador confirmou que nada sabia dos 3,29 milhões de euros que Veiga pediu a mais ao Sporting.Antes de ser presente ao juiz Adelino Frescata, José Veiga passou parte da manhã nas instalações da DCICCEF, em Lisboa, onde almoçou. A PJ efectuou ainda buscas à casa do ex--director-geral do Benfica, de onde levou vários documentos.O CM tentou contactar João Pinto, mas o futebolista do Sp. Braga não atendeu o telemóvel.O Benfica informou que não vai tomar qualquer posição, por não ter nada a ver com o negócio Veiga/João Pinto/Sporting. A EQUIPA DA PJ QUE FEZ A DETENÇÃOJosé Veiga foi detido ontem de manhã na moradia onde reside, em Birre (Cascais), por inspectores da Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF) da PJ. No passado dia 15, elementos da mesma DCICCEF, acompanhados por um procurador italiano, estiveram no Estádio da Luz para ouvir Veiga e Luís Filipe Vieira por causa da transferência de Miccoli da Juventus para o Benfica. No âmbito do processo ‘calciocaos’, a Justiça italiana quer saber se a Juventus fugiu ao Fisco quando negociou com o clube da Luz. "SPORTING QUE EXPLIQUE PARA ONDE FOI O DINHEIRO"JOSÉ VEIGA, EM ENTREVISTA À SIC, FAZ ACUSAÇÕES AOS 'LEÕES'- Como começou este caso?- José Veiga – Isto é uma situação surpreendente, para mim não existia um caso João Pinto. Prestei declarações durante 35 minutos e penso que esclareci o juiz. Tinha possibilidades de não prestar declarações, mas fi-lo porque estou completamente inocente.- Em que qualidade participou na contratação de João Pinto?- Acompanhei-o na qualidade de amigo dele e da família. Não estive na operação para ganhar seja o que for. Alcino António, que agora é dirigente do Benfica, também lá estava como amigo. Estou inocente e não me vou calar, se alguém tem de explicar alguma coisa é a SAD do Sporting.- O Sporting já disse num comunicado que o senhor interveio como empresário do João Pinto...- É mentira. O João Pinto nunca teve empresário. O Sporting tem de explicar para onde mandou o dinheiro. Eu já aceitei que fosse levantado o sigilo bancário das minhas contas, para não restarem dúvidas, espero que os administradores do Sporting o façam também.- Está a referir-se a quem?- Aos dirigentes José Roquette, Luís Duque, Miguel Ribeiro Telles, Ferreira de Lima, Horta e Costa, Corrêa Sampaio e Carlos Freitas. Se mandaram dinheiro para uma empresa lá fora têm de explicar porque é que o fizeram. Se há uma burla não foi praticada por mim. Há que investigar para saber quem são os culpados. Quem me diz a mim que o dinheiro não foi para outro lado ligado ao Sporting? Que não foi para outros bolsos? Para mim nem um euro foi.- A sua defesa é atacar o Sporting, mas quem é arguido e pagou uma caução foi o senhor...- Sinto-me revoltado. Estou a dar a cara porque quem não deve não teme. É lamentável que algumas pessoas, dirigentes do Sporting, estejam escondidas. O Sporting tem de explicar para onde foram os 3,392 milhões de euros. Quem é que me diz que não é uma operação cosmética do Sporting. Vão ter de sair da toca e mostrar porque o fizeram.- Continua a achar que há uma cabala contra si?- A transferência do João Pinto foi em 2000 e o processo só foi aberto em 2005, depois de eu entrar no Benfica. Por que esperaram 4,5 anos? Não tenho dúvidas de que é uma cabala.- Este caso tem algo a ver com o do Banco Dexia?- Não. Não pensem que me demiti do Benfica por este caso, se fosse por este caso não me demitia.- Pensa regressar ao Benfica?- O presidente é meu amigo. Quando resolver o meu problema vou ter uma conversa com ele e se ele achar que posso ser útil... JVC PAGO A EMPRESA RECORRENTE“A conta bancária da empresa para a qual a SAD efectuou o pagamento em causa [alegadamente referente a ‘luvas’ e prémios ou eventuais comissões resultantes da transacção que ditou a contratação de João Pinto] é a mesma utilizada noutros negócios intermediados pelo então empresário José Veiga”, garantiu ao CM fonte bem posicionada na hierarquia ‘leonina’. Aliás, segundo o CM apurou, a SAD ‘leonina’ terá na sua posse várias facturas da referida empresa, uma sociedade de origem inglesa, emitidas sempre após operações feitas com a ‘chancela’ de Veiga e da ‘Superfute’. A comprovar-se este cenário, como o Sporting pretende agora com a instauração de um processo-crime por difamação, cai por terra a argumentação de José Veiga e a consequente tese da cabala. Para já, vários actuais e ex-responsáveis ‘leoninos’ passaram pela Judiciária. O presidente Soares Franco e o ‘vice’ Ribeiro Teles esclareceram a respectiva ausência nas negociações para a contratação de João Pinto, razão pela qual não conheciam o processo em detalhe. Já o trio composto por Luís Duque, Rui Meireles e Carlos Freitas, estes sim, representantes nas negociações com Veiga e o jogador, prestaram esclarecimentos adicionais aos inspectores. Refira-se que também o agente FIFA Jorge Baidek, então colaborador de Veiga, foi chamado a prestar declarações.O Sporting pretende agora constituir-se assistente do processo movido a Veiga para acompanhar o caso de mais perto. PROCESSO-CRIME CONTRA VEIGAAs declarações proferidas por José Veiga ontem à noite, à SIC, provocaram indignação em Alvalade e uma pronta reacção. Um processo-crime por difamação contra o ex-agente, apurou o CM, está já a ser ultimado. A SAD terá provas documentais que a ilibam de qualquer infracção. Antes desta decisão ser tomada, já um comunicado esclarecia a posição dos ‘leões’: “A SAD tem vindo, nos últimos meses, a prestar à PJ todos os esclarecimentos, designadamente o destino dos pagamentos efectuados”, diz, recordando à SAD que “Veiga interveio nas negociações na qualidade de Empresário.” “A SAD respeitou os acordos, os quais se encontram suportados contabilisticamente e os pagamentos registados e auditados”, pode ler-se. Desconhecendo “a existência ou não de conduta ilícita ou criminosa por parte do então empresário”, a SAD esclarece que “todos os pagamentos foram efectuados de acordo com as instruções deste e do jogador”. A terminar, a SAD admitia recorrer aos tribunais. LUÍS DUQUE DIZ ESTAR TRANQUILOLuís Duque, presidente da SAD do Sporting ao tempo da contratação de João Pinto, garantiu ao CM que todo o processo “foi feito com lisura e transparência. Estou absolutamente tranquilo em relação a tudo isto que se fala”, reforçou o agora vereador da Câmara Municipal de Sintra. “É verdade que fui eu a pessoa que conduziu o processo de ingresso do João Pinto no Sporting, uma contratação importante e da qual muito me orgulho, pois ajudou o clube a ganhar um Campeonato e uma Taça.” Sobre os detalhes da operação, nomeadamente as verbas envolvidas e o destino dos pagamentos feitos, Duque escusou-se a falar: “Respeitámos todas as regras e isso pode ser comprovado, pois as contas do clube eram auditadas e toda a documentação registada. O resto não posso contar por agora.” PERCURSO DE PINTO DA COSTA A VIEIRATRABALHOU MUITO E PARA TODOS‘Nasceu’ no FC Porto e esteve depois com o Benfica, o Sporting e o Boavista.José Veiga teve um percurso de sucesso até ao início deste século, mas foi também fazendo muitos inimigos, sobretudo entre os que lhe foram mais próximos.Era emigrante no Luxemburgo, mas o seu portismo e a sua ambição convenceram Pinto da Costa, que basicamente o criou como empresário no final dos anos 80. Em 1990, quando Joaquim Oliveira precisava de alguém para tratar de uma empresa de intermediação de jogadores, foi José Veiga que escolheu para o lugar. Durante três anos, as coisas correram mais ou menos bem, mas Veiga saiu e levou consigo o activo da empresa – os contratos com os jogadores. Joaquim Oliveira, obviamente, não gostou.Os anos 90 são de sucesso, atingindo o cume com a transferência de Luís Figo do Barcelona para o Real Madrid, onde Veiga ganhou centenas de milhares de contos. Já a sua participação posterior na transferência de Zidane para os madrilenos é mais de ficção do que de realidade.Grandes transferências já tinha feito com Paulo Sousa (do Sporting para a Juventus), mas a maior parte do negócio era com o FC Porto, embora aqui tivesse a concorrência de Luciano D’Onofrio. É este que lhe tira a possibilidade de fazer a transferência de Sérgio Conceição, que acaba na Lazio por intermédio do italo-belga, que embolsa a choruda comissão. Aqui há outra zanga, mais grave ainda, com Pinto da Costa, a quem Veiga fez vários favores (nessa altura o Fisco não tinha tantas posses). Foi ainda por causa de Sérgio Conceição que Alexandre Pinto da Costa deixa de falar ao pai. Veiga e Alexandre entram em guerra aberta com o FC Porto até hoje. Mais inimigos pesados. Corria o ano de 1998.Veiga fala várias línguas, trabalha muito, tem muitos contactos. Fechadas as portas do FC Porto, faz negócios com o Sporting de Roquette e Santana Lopes – o argentino Aldo Duscher para o Corunha, por exemplo –, e com o Benfica de Vale e Azevedo. O Boavista de João Loureiro é outro cliente e a proximidade ao clube do Bessa no ano do título (2001) não escapa a ninguém. Como também estivera muito ligado ao Sporting no ano anterior, quando o clube de Alvalade acabou com o seu jejum de títulos de campeão.Segue-se o Estoril, onde há um episódio que pode ter sido importante: um dia, o guarda-redes suplente teve de jogar por lesão do titular. A coisa correu tão mal (3-3 com o Varzim, no Coimbra da Mota) que Veiga, no fim, o despede. O guarda-redes não aceitou bem. Uns dias depois, o jogador aparece no Estoril com um familiar próximo que tem conhecimentos nas Finanças e a partir daí há mais problemas.Nessa altura, José Veiga já perdeu todos os jogadores importantes que tinha sob contrato (Cristiano Ronaldo, Quaresma, Paulo Ferreira, Bruno Gama) para Jorge Mendes, que chega a agredi-lo no Aeroporto de Lisboa. O Benfica é uma salvação e ajuda o clube a sagrar-se campeão ao lado de Vieira, mantendo um balneário unido. O resto é história recente. COLABORADORES DA SUPERFUTEForam vários os colaboradores da Superfute, a empresa de agenciamento de jogadores que José Veiga fundou em 1994 e que viria a tornar-se, durante alguns anos, a mais poderosa e lucrativa do País. Alexandre Pinto da Costa, filho do presidente do FC Porto, foi administrador da empresa, da qual sempre se disse ser sócio, estatuto que, no entanto, nunca chegou a ser assumido. Outros nomes ligados ao FC Porto foram recrutados por Veiga. Casos de Jorge Gomes ou António Bandeira, ex-relações públicas do FC Porto e o próprio Fernando Gomes, o ex-avançado portista, que tinha a seu cargos projectos da empresa no Brasil. Em 2001 entra para a empresa Carlos Janela, braço direito de Veiga até 2003. Os advogados João Correia, também causídico do Benfica, e Hugo Velosa estiveram igualmente ligados à Superfute. AMIGOS E DIVERGÊNCIASHá quem diga que José Veiga tem duas caras, outros dizem que tem mais. Muitos dos que trabalharam com ele não se separaram a bem. Figo deixou de o ter como representante já no Real Madrid, ao que parece por divergências fortes. Carlos Janela – que não quis falar ao CM – organizou-lhe a Superfute (que tinha problemas de contabilidade) mas deixou-o quando o Estoril subiu à I Divisão. Jorge Gomes, antigo director do FC Porto, mantém uma relação com Veiga, que o chegou a convidar para ir também para o Benfica, mas houve uma reacção interna que o impediu. FIGO FOI O NEGÓCIO MAIS LUCRATIVO: 37 MILHÕESHá muito Veiga trilhava o caminho dos milhões provenientes das transferências que, interna, em regime de quase exclusividade, e externamente, conduzia e oficializava. Mas seria com a badalada passagem de Figo do Barcelona para o Real Madrid, operação cujos contornos desportivos, financeiros e emocionais ultrapassaram em muito os de uma mera transferência, que Veiga tocou o céu. O seu nome, como o de Figo, correu o Mundo. Aliás, tal como a então recordista verba paga pelos ‘merengues’, liderados pelo criador dos ‘galácticos’ Florentino Perez, – cerca de 37 milhões de euros – pelo extremo português. Veiga tinha razões de sobra para sorrir, isto antes do início de um penoso retrocesso empresarial que haveria de culminar com o encerramento da sua famosa ‘Superfute’ e da consequente mudança de área profissional – assumiria, já com Vieira ao leme, as guerras do Benfica de peito aberto.Afinal, nos anos loucos em que o futebol fazia correr rios de dinheiro, Veiga movia-se como poucos no seu epicentro. Sabia estar atento e jogar na antecipação. Fernando Couto saiu do FC Porto por uma verba a rondar os 3,11 milhões de euros, Paulo Sousa deixou Alvalade rumo à Juventus de Turim por pouco mais de 2,33 milhões de euros. A vida corria-lhe de feição. Mas nem tudo foram rosas... Nos últimos tempos de agente, envolveu-se com Mário Jardel, que ele havia feito regressar a Portugal pela porta de Alvalade, numa novela decadente e perigosa. Com a entrada no Benfica, Veiga suspendeu a sua licença de agente FIFA em 2004 para poder desempenhar funções no clube da Luz. É já com Veiga no Benfica que começam a tornar-se públicas as dívidas fiscais do homem forte do futebol ‘encarnado’, alvo de várias penhoras pela máquina fiscal. Os milhões ganhos em comissões como agente FIFA [geralmente o empresário encaixa dez por cento do valor da transferência dos jogadores] não foram suficientes para impedir o arresto dos bens pessoais na última semana, facto que levou José Veiga a anunciar a saída do Benfica.LUCROU COM TIAGO NO CHELSEASeria aliás o Benfica, onde deixou obra e, pelos vistos, saudades entre jogadores e adeptos, a dar-lhe as últimas alegrias e também os últimos euros, num momento em que as notícias sobre penhoras aos seus bens apareciam quase diariamente na Imprensa. A venda de o internacional português Tiago ao Chelsea, por exemplo, ao abrigo de uma cláusula que constava no contrato estabelecido ainda quando o empresário Veiga ‘patrocinou’ a contratação do médio do Sporting de Braga para o Benfica, ter-lhe-á proporcionado ganhos na ordem dos 40 mil contos. A transferência de Tiago para os ‘blues’ de José Mourinho tem lugar já com Veiga empossado como director-geral ‘encarnado’.PASSAGEM DO BENFICA PARA O SPORTING- 4 de Junho de 2000João Pinto rescinde com o Benfica depois de Vale e Azevedo ter dito que a sua continuidade não era compatível com os interesses financeiros e desportivos do clube- 5 de Junho de 2000No dia da concentração da Selecção para o Europeu desse ano, João Pinto anuncia, numa conferência de Imprensa, que é “um jogador livre e no desemprego”- 10 de Junho de 2000Começa o Europeu de futebol, na Holanda e Bélgica. João Pinto integra a selecção nacional na qualidade de único jogador do certame sem clube- 2 de Julho de 2000Na madrugada deste dia, João Pinto chega a acordo com o Sporting e assina um contrato válido por quatro temporadas, que cumpre integralmenteOS OUTROS PROCESSOS DE VEIGA- DESVIO Dexia exige 1,5 milhõesO banco luxemburguês entra com acção acusando-o de desvio de fundos. Veiga garante que foi uma operação financeira, mas dia 15 deste mês bens da sua casa de Cascais foram arrestados- SUPERFUTEFisco reclama três O Fisco reclama três milhões de euros da Superfute relativos ao IVA de 1997, 1998 e 1999 e ao IRC de 1997, 1998 e 2000. Camarote na Luz e mobiliário da Superfute vão a hasta pública- IRS Processos a título individualA título individual, as Finanças de Cascais reclamam do antigo director-geral da SAD uma dívida de cerca de três milhões de euros (3 321 333,13), relativa ao IRS do ano 2000- IVAPenhora de acções e salárioO Fisco reclama ainda uma dívida de 1,4 milhões de euros referentes ao IVA de 2000. Os processos por IRS e IVA levaram à penhora de acções e de 1/3 do salário que Veiga tinha no Benfica Correio da Manhã Octávio Lopes / B.E. / Pedro Rita / P.R. / M.P. / Manuel Queiroz / A.T.T.

Investigação sobre a transferência de João PintoVeiga responde por burla e fraude Veiga vai pagar caução de 500 mil euros e não pode sair de Portugal Fraude fiscal e burla agravada são os crimes imputados a José Veiga pelo Ministério Público, no âmbito da investigação sobre a transferência de João Pinto do Benfica para o Sporting, na época 2000/2001. Em causa estão 3,29 milhões de euros que o Sporting terá pago a Veiga, verba que o, na altura, empresário, não entregou ao jogador e fez chegar a uma empresa inglesa ‘off-shore’, a Delta Stone.Ouvido ontem no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa pelo juiz Avelino Frescata (adepto do Sporting), durante 35 minutos, José Veiga ficou proibido de sair do País, teve o passaporte confiscado e vai pagar uma caução de 500 mil euros para continuar em liberdade.As investigações começaram no início de 2005, quando a PJ começou a analisar uma denúncia anónima que chegou à Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF) em finais de 2004. Nessa carta, que a PJ suspeita ter sido enviada por um ex-colaborador de Veiga, são relatados pormenores relativos à ida de João Pinto para o Sporting, bem como alguns documentos onde é mencionada a Delta Stone.Depois de ter contactado entidades bancárias inglesas, a PJ apurou que os 3,29 milhões de euros da transferência de João Pinto não foi o único montante que Veiga colocou na Delta Stone – empresa que já não está activa – sem ter pago, em Portugal, os impostos devidos. Daí a acusação de fraude fiscal.Já a acusação de burla qualificada tem a ver com o facto de Veiga ter dito ao Sporting que João Pinto queria 12,5 milhões de euros para rumar a Alvalade. Segundo soube o CM junto de várias fontes da PJ, o jogador terá dito ao empresário e amigo íntimo que aceitava vestir a camisola verde e branca por cinco milhões de euros. Nas conversações com o clube de Alvalade – na altura Luís Duque presidia à SAD, Rui Meireles era director financeiro e Carlos Freitas director desportivo –, Veiga aceita que o negócio se faça por pouco mais de 8,5 milhões de euros.Durante as investigações, a PJ ouviu vários dirigentes do Sporting (ver peça na pág. 5) e João Pinto. O jogador confirmou que nada sabia dos 3,29 milhões de euros que Veiga pediu a mais ao Sporting.Antes de ser presente ao juiz Adelino Frescata, José Veiga passou parte da manhã nas instalações da DCICCEF, em Lisboa, onde almoçou. A PJ efectuou ainda buscas à casa do ex--director-geral do Benfica, de onde levou vários documentos.O CM tentou contactar João Pinto, mas o futebolista do Sp. Braga não atendeu o telemóvel.O Benfica informou que não vai tomar qualquer posição, por não ter nada a ver com o negócio Veiga/João Pinto/Sporting. A EQUIPA DA PJ QUE FEZ A DETENÇÃOJosé Veiga foi detido ontem de manhã na moradia onde reside, em Birre (Cascais), por inspectores da Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF) da PJ. No passado dia 15, elementos da mesma DCICCEF, acompanhados por um procurador italiano, estiveram no Estádio da Luz para ouvir Veiga e Luís Filipe Vieira por causa da transferência de Miccoli da Juventus para o Benfica. No âmbito do processo ‘calciocaos’, a Justiça italiana quer saber se a Juventus fugiu ao Fisco quando negociou com o clube da Luz. "SPORTING QUE EXPLIQUE PARA ONDE FOI O DINHEIRO"JOSÉ VEIGA, EM ENTREVISTA À SIC, FAZ ACUSAÇÕES AOS 'LEÕES'- Como começou este caso?- José Veiga – Isto é uma situação surpreendente, para mim não existia um caso João Pinto. Prestei declarações durante 35 minutos e penso que esclareci o juiz. Tinha possibilidades de não prestar declarações, mas fi-lo porque estou completamente inocente.- Em que qualidade participou na contratação de João Pinto?- Acompanhei-o na qualidade de amigo dele e da família. Não estive na operação para ganhar seja o que for. Alcino António, que agora é dirigente do Benfica, também lá estava como amigo. Estou inocente e não me vou calar, se alguém tem de explicar alguma coisa é a SAD do Sporting.- O Sporting já disse num comunicado que o senhor interveio como empresário do João Pinto...- É mentira. O João Pinto nunca teve empresário. O Sporting tem de explicar para onde mandou o dinheiro. Eu já aceitei que fosse levantado o sigilo bancário das minhas contas, para não restarem dúvidas, espero que os administradores do Sporting o façam também.- Está a referir-se a quem?- Aos dirigentes José Roquette, Luís Duque, Miguel Ribeiro Telles, Ferreira de Lima, Horta e Costa, Corrêa Sampaio e Carlos Freitas. Se mandaram dinheiro para uma empresa lá fora têm de explicar porque é que o fizeram. Se há uma burla não foi praticada por mim. Há que investigar para saber quem são os culpados. Quem me diz a mim que o dinheiro não foi para outro lado ligado ao Sporting? Que não foi para outros bolsos? Para mim nem um euro foi.- A sua defesa é atacar o Sporting, mas quem é arguido e pagou uma caução foi o senhor...- Sinto-me revoltado. Estou a dar a cara porque quem não deve não teme. É lamentável que algumas pessoas, dirigentes do Sporting, estejam escondidas. O Sporting tem de explicar para onde foram os 3,392 milhões de euros. Quem é que me diz que não é uma operação cosmética do Sporting. Vão ter de sair da toca e mostrar porque o fizeram.- Continua a achar que há uma cabala contra si?- A transferência do João Pinto foi em 2000 e o processo só foi aberto em 2005, depois de eu entrar no Benfica. Por que esperaram 4,5 anos? Não tenho dúvidas de que é uma cabala.- Este caso tem algo a ver com o do Banco Dexia?- Não. Não pensem que me demiti do Benfica por este caso, se fosse por este caso não me demitia.- Pensa regressar ao Benfica?- O presidente é meu amigo. Quando resolver o meu problema vou ter uma conversa com ele e se ele achar que posso ser útil... JVC PAGO A EMPRESA RECORRENTE“A conta bancária da empresa para a qual a SAD efectuou o pagamento em causa [alegadamente referente a ‘luvas’ e prémios ou eventuais comissões resultantes da transacção que ditou a contratação de João Pinto] é a mesma utilizada noutros negócios intermediados pelo então empresário José Veiga”, garantiu ao CM fonte bem posicionada na hierarquia ‘leonina’. Aliás, segundo o CM apurou, a SAD ‘leonina’ terá na sua posse várias facturas da referida empresa, uma sociedade de origem inglesa, emitidas sempre após operações feitas com a ‘chancela’ de Veiga e da ‘Superfute’. A comprovar-se este cenário, como o Sporting pretende agora com a instauração de um processo-crime por difamação, cai por terra a argumentação de José Veiga e a consequente tese da cabala. Para já, vários actuais e ex-responsáveis ‘leoninos’ passaram pela Judiciária. O presidente Soares Franco e o ‘vice’ Ribeiro Teles esclareceram a respectiva ausência nas negociações para a contratação de João Pinto, razão pela qual não conheciam o processo em detalhe. Já o trio composto por Luís Duque, Rui Meireles e Carlos Freitas, estes sim, representantes nas negociações com Veiga e o jogador, prestaram esclarecimentos adicionais aos inspectores. Refira-se que também o agente FIFA Jorge Baidek, então colaborador de Veiga, foi chamado a prestar declarações.O Sporting pretende agora constituir-se assistente do processo movido a Veiga para acompanhar o caso de mais perto. PROCESSO-CRIME CONTRA VEIGAAs declarações proferidas por José Veiga ontem à noite, à SIC, provocaram indignação em Alvalade e uma pronta reacção. Um processo-crime por difamação contra o ex-agente, apurou o CM, está já a ser ultimado. A SAD terá provas documentais que a ilibam de qualquer infracção. Antes desta decisão ser tomada, já um comunicado esclarecia a posição dos ‘leões’: “A SAD tem vindo, nos últimos meses, a prestar à PJ todos os esclarecimentos, designadamente o destino dos pagamentos efectuados”, diz, recordando à SAD que “Veiga interveio nas negociações na qualidade de Empresário.” “A SAD respeitou os acordos, os quais se encontram suportados contabilisticamente e os pagamentos registados e auditados”, pode ler-se. Desconhecendo “a existência ou não de conduta ilícita ou criminosa por parte do então empresário”, a SAD esclarece que “todos os pagamentos foram efectuados de acordo com as instruções deste e do jogador”. A terminar, a SAD admitia recorrer aos tribunais. LUÍS DUQUE DIZ ESTAR TRANQUILOLuís Duque, presidente da SAD do Sporting ao tempo da contratação de João Pinto, garantiu ao CM que todo o processo “foi feito com lisura e transparência. Estou absolutamente tranquilo em relação a tudo isto que se fala”, reforçou o agora vereador da Câmara Municipal de Sintra. “É verdade que fui eu a pessoa que conduziu o processo de ingresso do João Pinto no Sporting, uma contratação importante e da qual muito me orgulho, pois ajudou o clube a ganhar um Campeonato e uma Taça.” Sobre os detalhes da operação, nomeadamente as verbas envolvidas e o destino dos pagamentos feitos, Duque escusou-se a falar: “Respeitámos todas as regras e isso pode ser comprovado, pois as contas do clube eram auditadas e toda a documentação registada. O resto não posso contar por agora.” PERCURSO DE PINTO DA COSTA A VIEIRATRABALHOU MUITO E PARA TODOS‘Nasceu’ no FC Porto e esteve depois com o Benfica, o Sporting e o Boavista.José Veiga teve um percurso de sucesso até ao início deste século, mas foi também fazendo muitos inimigos, sobretudo entre os que lhe foram mais próximos.Era emigrante no Luxemburgo, mas o seu portismo e a sua ambição convenceram Pinto da Costa, que basicamente o criou como empresário no final dos anos 80. Em 1990, quando Joaquim Oliveira precisava de alguém para tratar de uma empresa de intermediação de jogadores, foi José Veiga que escolheu para o lugar. Durante três anos, as coisas correram mais ou menos bem, mas Veiga saiu e levou consigo o activo da empresa – os contratos com os jogadores. Joaquim Oliveira, obviamente, não gostou.Os anos 90 são de sucesso, atingindo o cume com a transferência de Luís Figo do Barcelona para o Real Madrid, onde Veiga ganhou centenas de milhares de contos. Já a sua participação posterior na transferência de Zidane para os madrilenos é mais de ficção do que de realidade.Grandes transferências já tinha feito com Paulo Sousa (do Sporting para a Juventus), mas a maior parte do negócio era com o FC Porto, embora aqui tivesse a concorrência de Luciano D’Onofrio. É este que lhe tira a possibilidade de fazer a transferência de Sérgio Conceição, que acaba na Lazio por intermédio do italo-belga, que embolsa a choruda comissão. Aqui há outra zanga, mais grave ainda, com Pinto da Costa, a quem Veiga fez vários favores (nessa altura o Fisco não tinha tantas posses). Foi ainda por causa de Sérgio Conceição que Alexandre Pinto da Costa deixa de falar ao pai. Veiga e Alexandre entram em guerra aberta com o FC Porto até hoje. Mais inimigos pesados. Corria o ano de 1998.Veiga fala várias línguas, trabalha muito, tem muitos contactos. Fechadas as portas do FC Porto, faz negócios com o Sporting de Roquette e Santana Lopes – o argentino Aldo Duscher para o Corunha, por exemplo –, e com o Benfica de Vale e Azevedo. O Boavista de João Loureiro é outro cliente e a proximidade ao clube do Bessa no ano do título (2001) não escapa a ninguém. Como também estivera muito ligado ao Sporting no ano anterior, quando o clube de Alvalade acabou com o seu jejum de títulos de campeão.Segue-se o Estoril, onde há um episódio que pode ter sido importante: um dia, o guarda-redes suplente teve de jogar por lesão do titular. A coisa correu tão mal (3-3 com o Varzim, no Coimbra da Mota) que Veiga, no fim, o despede. O guarda-redes não aceitou bem. Uns dias depois, o jogador aparece no Estoril com um familiar próximo que tem conhecimentos nas Finanças e a partir daí há mais problemas.Nessa altura, José Veiga já perdeu todos os jogadores importantes que tinha sob contrato (Cristiano Ronaldo, Quaresma, Paulo Ferreira, Bruno Gama) para Jorge Mendes, que chega a agredi-lo no Aeroporto de Lisboa. O Benfica é uma salvação e ajuda o clube a sagrar-se campeão ao lado de Vieira, mantendo um balneário unido. O resto é história recente. COLABORADORES DA SUPERFUTEForam vários os colaboradores da Superfute, a empresa de agenciamento de jogadores que José Veiga fundou em 1994 e que viria a tornar-se, durante alguns anos, a mais poderosa e lucrativa do País. Alexandre Pinto da Costa, filho do presidente do FC Porto, foi administrador da empresa, da qual sempre se disse ser sócio, estatuto que, no entanto, nunca chegou a ser assumido. Outros nomes ligados ao FC Porto foram recrutados por Veiga. Casos de Jorge Gomes ou António Bandeira, ex-relações públicas do FC Porto e o próprio Fernando Gomes, o ex-avançado portista, que tinha a seu cargos projectos da empresa no Brasil. Em 2001 entra para a empresa Carlos Janela, braço direito de Veiga até 2003. Os advogados João Correia, também causídico do Benfica, e Hugo Velosa estiveram igualmente ligados à Superfute. AMIGOS E DIVERGÊNCIASHá quem diga que José Veiga tem duas caras, outros dizem que tem mais. Muitos dos que trabalharam com ele não se separaram a bem. Figo deixou de o ter como representante já no Real Madrid, ao que parece por divergências fortes. Carlos Janela – que não quis falar ao CM – organizou-lhe a Superfute (que tinha problemas de contabilidade) mas deixou-o quando o Estoril subiu à I Divisão. Jorge Gomes, antigo director do FC Porto, mantém uma relação com Veiga, que o chegou a convidar para ir também para o Benfica, mas houve uma reacção interna que o impediu. FIGO FOI O NEGÓCIO MAIS LUCRATIVO: 37 MILHÕESHá muito Veiga trilhava o caminho dos milhões provenientes das transferências que, interna, em regime de quase exclusividade, e externamente, conduzia e oficializava. Mas seria com a badalada passagem de Figo do Barcelona para o Real Madrid, operação cujos contornos desportivos, financeiros e emocionais ultrapassaram em muito os de uma mera transferência, que Veiga tocou o céu. O seu nome, como o de Figo, correu o Mundo. Aliás, tal como a então recordista verba paga pelos ‘merengues’, liderados pelo criador dos ‘galácticos’ Florentino Perez, – cerca de 37 milhões de euros – pelo extremo português. Veiga tinha razões de sobra para sorrir, isto antes do início de um penoso retrocesso empresarial que haveria de culminar com o encerramento da sua famosa ‘Superfute’ e da consequente mudança de área profissional – assumiria, já com Vieira ao leme, as guerras do Benfica de peito aberto.Afinal, nos anos loucos em que o futebol fazia correr rios de dinheiro, Veiga movia-se como poucos no seu epicentro. Sabia estar atento e jogar na antecipação. Fernando Couto saiu do FC Porto por uma verba a rondar os 3,11 milhões de euros, Paulo Sousa deixou Alvalade rumo à Juventus de Turim por pouco mais de 2,33 milhões de euros. A vida corria-lhe de feição. Mas nem tudo foram rosas... Nos últimos tempos de agente, envolveu-se com Mário Jardel, que ele havia feito regressar a Portugal pela porta de Alvalade, numa novela decadente e perigosa. Com a entrada no Benfica, Veiga suspendeu a sua licença de agente FIFA em 2004 para poder desempenhar funções no clube da Luz. É já com Veiga no Benfica que começam a tornar-se públicas as dívidas fiscais do homem forte do futebol ‘encarnado’, alvo de várias penhoras pela máquina fiscal. Os milhões ganhos em comissões como agente FIFA [geralmente o empresário encaixa dez por cento do valor da transferência dos jogadores] não foram suficientes para impedir o arresto dos bens pessoais na última semana, facto que levou José Veiga a anunciar a saída do Benfica.LUCROU COM TIAGO NO CHELSEASeria aliás o Benfica, onde deixou obra e, pelos vistos, saudades entre jogadores e adeptos, a dar-lhe as últimas alegrias e também os últimos euros, num momento em que as notícias sobre penhoras aos seus bens apareciam quase diariamente na Imprensa. A venda de o internacional português Tiago ao Chelsea, por exemplo, ao abrigo de uma cláusula que constava no contrato estabelecido ainda quando o empresário Veiga ‘patrocinou’ a contratação do médio do Sporting de Braga para o Benfica, ter-lhe-á proporcionado ganhos na ordem dos 40 mil contos. A transferência de Tiago para os ‘blues’ de José Mourinho tem lugar já com Veiga empossado como director-geral ‘encarnado’.PASSAGEM DO BENFICA PARA O SPORTING- 4 de Junho de 2000João Pinto rescinde com o Benfica depois de Vale e Azevedo ter dito que a sua continuidade não era compatível com os interesses financeiros e desportivos do clube- 5 de Junho de 2000No dia da concentração da Selecção para o Europeu desse ano, João Pinto anuncia, numa conferência de Imprensa, que é “um jogador livre e no desemprego”- 10 de Junho de 2000Começa o Europeu de futebol, na Holanda e Bélgica. João Pinto integra a selecção nacional na qualidade de único jogador do certame sem clube- 2 de Julho de 2000Na madrugada deste dia, João Pinto chega a acordo com o Sporting e assina um contrato válido por quatro temporadas, que cumpre integralmenteOS OUTROS PROCESSOS DE VEIGA- DESVIO Dexia exige 1,5 milhõesO banco luxemburguês entra com acção acusando-o de desvio de fundos. Veiga garante que foi uma operação financeira, mas dia 15 deste mês bens da sua casa de Cascais foram arrestados- SUPERFUTEFisco reclama três O Fisco reclama três milhões de euros da Superfute relativos ao IVA de 1997, 1998 e 1999 e ao IRC de 1997, 1998 e 2000. Camarote na Luz e mobiliário da Superfute vão a hasta pública- IRS Processos a título individualA título individual, as Finanças de Cascais reclamam do antigo director-geral da SAD uma dívida de cerca de três milhões de euros (3 321 333,13), relativa ao IRS do ano 2000- IVAPenhora de acções e salárioO Fisco reclama ainda uma dívida de 1,4 milhões de euros referentes ao IVA de 2000. Os processos por IRS e IVA levaram à penhora de acções e de 1/3 do salário que Veiga tinha no Benfica Correio da Manhã Octávio Lopes / B.E. / Pedro Rita / P.R. / M.P. / Manuel Queiroz / A.T.T.

marcar artigo