ABRUPTO

19-12-2009
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PIRATARIAS 12

Como se viu h� pouco mais de meia hora, (obrigada aos leitores que prontamente comunicam a apari��o do falso Abrupto) e ontem por volta das 20 horas, por um pequeno per�odo de tempo, os ataques continuam. O Blogger tem conhecimento desta situa��o h� cerca de quinze dias. Logo a seguir ao primeiro ataque, e j� v�rias vezes posteriormente, me escreveram a dizer que o problema, que reconhecem ser uma explora��o de uma falha do pr�prio Blogger, estava resolvido. Algu�m continua a tentar sobrepor um falso blogue ao verdadeiro, usando uma falha do Blogger que este se revela incapaz de resolver. Como se viu h� pouco mais de meia hora, (obrigada aos leitores que prontamente comunicam a apari��o do falso Abrupto) e ontem por volta das 20 horas, por um pequeno per�odo de tempo, os ataques continuam. O Blogger tem conhecimento desta situa��o h� cerca de quinze dias. Logo a seguir ao primeiro ataque, e j� v�rias vezes posteriormente, me escreveram a dizer que o problema, que reconhecem ser uma explora��o de uma falha do pr�prio Blogger, estava resolvido. Algu�m continua a tentar sobrepor um falso blogue ao verdadeiro, usando uma falha do Blogger que este se revela incapaz de resolver.

RETRATOS DO TRABALHO EM CHINATOWN, NOVA IORQUE, EUA

Nova Iorque, cabeleireiro em Chinatown, 2001

(Carlos Fernandes) Nova Iorque, cabeleireiro em Chinatown, 2001(Carlos Fernandes)

LENDO

VENDO

OUVINDO

�TOMOS E BITS

de 31 de Julho de 2006

"M� f�" no

Acrescento mais um exemplo: a utiliza��o da palavra "massacre" nos notici�rios da RTP1 e no P�blico de hoje (os que vi, � prov�vel que apare�a noutros meios de comunica��o). No Dicion�rio da Academia � claro que a palavra implica matar "indiscriminadamente" "com selvajaria e crueldade", tendo como significados "chacina", "matan�a", e o acto de massacrar significa "chacinar" "trucidar", "dizimar", "exterminar". Podem parecer cru�is estes preciosismos vocabulares, mas o uso da palavra "massacre" n�o � descritivo � propagand�stico porque implica haver dolo por parte de Israel. Se um inqu�rito revelar que o ataque a civis foi deliberado, ent�o � leg�timo usar a palavra "massacre", at� l� � uma opini�o disfar�ada de not�cia. Qualquer manual de deontologia jornal�stica ensina o que se deve fazer em casos destes, seja qual for a opini�o do jornalista, a indigna��o que possa ter perante a viol�ncia da guerra e a sua inerente injusti�a face a inocentes.

*

Confesso que me incomodam alguns coment�rios de leitores do Abrupto que na minha opini�o fazem uma leitura muito ligeira do que se passa no L�bano. Como se v� pelos v�rios coment�rios, opini�es e �not�cias� � cada vez mais dif�cil a uma Democracia fazer a Guerra. H� at� quem defenda que a barb�rie n�o depende dos actos, mas antes da condi��o de quem os pratica.

Pode hoje um regime democr�tico defender-se de um ataque terrorista? Ou de uma ac��o militar? Sabemos que qualquer guerra implica actos violentos, b�rbaros, massacres se quiserem e quase sempre provoca vitimas inocentes e que nada t�m a ver com o conflito. Houve demasiados exemplos durante o s�culo XX para que algu�m ache que uma Guerra pode n�o ser assim. � por isso legitimo colocar a quest�o; pode um regime democr�tico cometer actos de barb�rie mesmo em legitima defesa? Se pode, ent�o h� quem questione se de facto o regime � ou n�o democr�tico; se n�o pode, ent�o a democracia est� impedida de existir quando � atacada.

A resposta � quest�o parece-me evidente. Uma Democracia deve poder defender-se com todos os meios ao seu alcance quando � atacada. N�o obstante tentar evitar ao m�ximo atacar quem nada tem que ver com o conflito, sabe contudo, que quando inicia a sua defesa vai inevitavelmente causar sofrimento, cometer barbaridades e com probabilidade elevada vitimizar, massacrar inocentes. � isto a Guerra.

� importante que n�o nos esque�amos destes �detalhes� quando nos apressamos a condenar Israel pelos ataques ao Sul do L�bano. T�m sido usados os mesmos adjectivos para analisar os actos terroristas do Hezbolla, que matam inocentes de forma deliberada, dos ataques de Israel �s posi��es do grupo terrorista que mata inocentes de forma acidental. S� esp�ritos mal�volos e pouco dados � an�lise concluem que Israel atacou postos das NU e matou inocentes em Qana de forma deliberada. Como � evidente isso s� prejudica a posi��o pol�tica de Israel. Os pressupostos dos ataques do Hezbolla e de Israel n�o se confundem. Os primeiros visam o terror e o exterm�nio e por isso o objectivo principal � atacar alvos civis; os segundos t�m como objectivo criar uma zona tamp�o que evite os bombardeamentos �s cidades do Norte de Israel e por isso actuam sobretudo sobre as posi��es do grupo terrorista. O que tamb�m toda a gente conhece � que o Hezbolla se refugia junto de civis para evitar os ataques do exercito israelita. S� isto j� demonstra o car�cter sinistro deste tipo de actua��o, que para tirar dividendos pol�ticos n�o se importa de p�r em risco as popula��es compatriotas.

(Ricardo Sousa)

*

Impressiona-me a rapidez, e a precis�o vocabular, com que procura �desmontar� a suposta m� f� no tratamento da not�cia relativa ao massacre perpetrado pelos Israelitas sobre a popula��o libanesa. Com que vocabul�rio podemos ent�o descrever as constantes humilha��es que a popula��o palestiniana tem sofrido h� d�cadas? Os actos de resist�ncia dos Palestinianos contra a ocupa��o israelita, j� o sabemos, s�o r�pida e comodamente designados de terrorismo� Impressiona-me, al�m do mais, na leitura de blogs e da imprensa, uma tend�ncia fortemente manique�sta no tratamento deste tema. Estudei especificamente a constru��o do discurso ideol�gico de justifica��o da guerra territorial contra o Isl�o entre os s�culos XI e XIII (tese em hist�ria medieval, fcsh/unl) e n�o encontro, nos discursos contempor�neos, a diferen�a que justificaria a passagem, de ent�o para c�, de mais de oito s�culos. Confesso que as minhas leituras sobre temas contempor�neos t�m sido pouco sistem�ticas, dada a cronologia das minhas investiga��es, e por isso gostaria sinceramente que o Dr. J. Pacheco Pereira, que creio conhece bem estas mat�rias, nos oferecesse um texto escrito sob o ponto de vista palestiniano (quer queiramos quer n�o, o actual problema do L�bano insere-se basicamente na quest�o palestiniana). Li h� meses o livro de Hamira Hass e fiquei impressionado com a arbitrariedade e a humilha��o a que s�o sujeitos os Palestinianos, vis�vel tamb�m num excelente document�rio sobre os �checkpoints� apresentado no festival Doc.Lisboa no ano passado.

(Armando de Sousa Pereira)

*

Na Wikipedia "massacre" : " the human rights commission agreed on a specific definition: "A massacre shall be considered the execution of five or more people, in the same place, as part of the same operation and whose victims were in an indefensible state."

(Filipe Dias)

*

Como � que chamaria ao "incidente", como lhe chama a CNN?

Dano colateral?

Aquele que n�o tem nome?

Para que n�o me chame anti-semita e para que n�o pense que estou de m�-f�, deixe-me dizer-lhe que conhe�o israelitas, que vivem e trabalham em Israel, na classe m�dia, sem as vantagens dos pol�ticos ou diplomatas, e n�o conhe�o �rabes. E que gosto dos israelitas que conhe�o. S�o pessoas decentes, trabalhadoras, sens�veis, que criticam os que no seu pr�prio lado v�em apenas um lado da quest�o. Gosto de ouvir falar com mais intelig�ncia do que a dos partid�rios de uma coisa. Como diria o outro, o mundo est� perigoso. N�o � hora de fundamentalismos. Nunca � hora de fundamentalismos.

(M.)

"M� f�" no Kontratempos Acrescento mais um exemplo: a utiliza��o da palavra "massacre" nos notici�rios da RTP1 e node hoje (os que vi, � prov�vel que apare�a noutros meios de comunica��o). No� claro que a palavra implica matar "indiscriminadamente" "com selvajaria e crueldade", tendo como significados "chacina", "matan�a", e o acto de massacrar significa "chacinar" "trucidar", "dizimar", "exterminar". Podem parecer cru�is estes preciosismos vocabulares, mas o uso da palavra "massacre" n�o � descritivo � propagand�stico porque implica haver dolo por parte de Israel. Se um inqu�rito revelar que o ataque a civis foi deliberado, ent�o � leg�timo usar a palavra "massacre", at� l� � uma opini�o disfar�ada de not�cia. Qualquer manual de deontologia jornal�stica ensina o que se deve fazer em casos destes, seja qual for a opini�o do jornalista, a indigna��o que possa ter perante a viol�ncia da guerra e a sua inerente injusti�a face a inocentes.

OS NOVOS DESCOBRIMENTOS: LAGOS EM TIT�

Em vez de �gua, metano.

EARLY MORNING BLOGS

829 -Lune de Miel

Ils ont vu les Pays-Bas, ils rentrent � Terre Haute;

Mais une nuit d'�t�, les voici � Ravenne,

A l'sur le dos �cartant les genoux

De quatre jambes molles tout gonfl�es de morsures.

On rel�ve le drap pour mieux �gratigner.

Moins d'une lieue d'ici est Saint Apollinaire

In Classe, basilique connue des amateurs

De chapitaux d'acanthe que touraoie le vent.

Ils vont prendre le train de huit heures

Prolonger leurs mis�res de Padoue � Milan

Ou se trouvent le C�ne, et un restaurant pas cher.

Lui pense aux pourboires, et redige son bilan.

Ils auront vu la Suisse et travers� la France.

Et Saint Apollinaire, raide et asc�tique,

Vieille usine d�saffect�e de Dieu, tient encore

Dans ses pierres �croulantes la forme precise de Byzance.

(Thomas Stearns Eliot)

*

Bom dia! (Thomas Stearns Eliot)Bom dia!

RETRATOS DO TRABALHO EM LOURES, PORTUGAL

Oper�rio da constru��o na nova fase da Urbaniza��o do Infantado-Loures.

(Lu�s Miguel Reino)

Oper�rio da constru��o na nova fase da Urbaniza��o do Infantado-Loures.(Lu�s Miguel Reino)

LENDO

VENDO

OUVINDO

�TOMOS E BITS

de 30 de Julho de 2006

Vale cem n�meros da Vis�o a entrevista a Miguel Veiga. O Miguel Veiga � um dos �ltimos originais antigos, - os originais modernos s�o muito menos originais -, um exc�ntrico na melhor tradi��o inglesa, logo portuense, ou vice-versa, e um homem de grande dignidade pessoal, bem rara qualidade. Meu amigo, de momentos bons e maus, como � suposto nos amigos.

*

O rolo de On the Road de Kerouac, um dos manuscritos (bom, n�o � bem manuscrito mas escrito � m�quina com correc��es) mais originais da hist�ria da literatura

*

Como eu

"Ce n'est pas pour me vanter mais dans quelques jours, je partirais en vacances. Ne croyez pas que je vous l�cherais pour autant, chers amis et chers ennemis : mon PC me suit partout et le tavernier continuera � servir � boire et � manger tous les jours ou presque. Si je vous raconte �a, c'est parce qu'en songeant � la valise � faire, le m�me doute m'envahit comme toujours en cette occasion : quels livres emporter ? Il faut dire que je suis du genre � emporter deux livres plut�t qu'un lorsque je dois prendre le bus ou le m�tro, c'est � dire tous les jours, par prudence au cas o� il y aurait une panne. Pour les trajets en avion, j'emm�ne trois livres plut�t que deux en cas de d�tournement prolong�. Vous aurez compris que la perspective de me retrouver bloqu� quelque part sans avoir rien � lire me rend malade par avance. Je n'en suis pas � emmener un livre avant de prendre l'ascenseur (et puis on peut toujours relire la notice) mais je n'en suis pas loin." Eu levo mais, mas � doen�a.

*

No

"A man walks along the inside of a circle of chess tables, glancing at each for two or three seconds before making his move. On the outer rim, dozens of amateurs sit pondering their replies until he completes the circuit. The year is 1909, the man is Jos� Ra�l Capablanca of Cuba, and the result is a whitewash: 28 wins in as many games. The exhibition was part of a tour in which Capablanca won 168 games in a row. How did he play so well, so quickly? And how far ahead could he calculate under such constraints? "I see only one move ahead," Capablanca is said to have answered, "but it is always the correct one." Vale cem n�meros daa entrevista a Miguel Veiga. O Miguel Veiga � um dos �ltimos originais antigos, - os originais modernos s�o muito menos originais -, um exc�ntrico na melhor tradi��o inglesa, logo portuense, ou vice-versa, e um homem de grande dignidade pessoal, bem rara qualidade. Meu amigo, de momentos bons e maus, como � suposto nos amigos.O rolo dede Kerouac, um dos manuscritos (bom, n�o � bem manuscrito mas escrito � m�quina com correc��es) mais originais da hist�ria da literatura vai ser publicado na vers�o original, a enrolada.Como eu o percebo:No Scientific American *

Aqueles para quem o fim do mundo (o fim de um mundo) chega antes: os Aqueles para quem o fim do mundo (o fim de um mundo) chega antes: os �ltimos Shakers

EARLY MORNING BLOGS

828 - ...haviam de achar homens homens, haviam de achar homens brutos, haviam de achar homens troncos, haviam de achar homens pedras.

Quando Cristo mandou pregar os Ap�stolos pelo Mundo, disse-lhes desta maneira: Euntes in mundum universum, praedicate omni creaturae : �Ide, e pregai a toda a criatura�. Como assim, Senhor?! Os animais n�o s�o criaturas?! As �rvores n�o s�o criaturas?! As pedras n�o s�o criaturas?! Pois h�o os Ap�stolos de pregar �s pedras?! H�o-de pregar aos troncos?! H�o-de pregar aos animais?! Sim, diz S. Greg�rio, depois de Santo Agostinho. Porque como os Ap�stolos iam pregar a todas as na��es do Mundo, muitas delas b�rbaras e incultas, haviam de achar os homens degenerados em todas as esp�cies de criaturas: haviam de achar homens homens, haviam de achar homens brutos, haviam de achar homens troncos, haviam de achar homens pedras. E quando os pregadores evang�licos v�o pregar a toda a criatura, que se armem contra eles todas as criaturas?! Grande desgra�a!

(Padre Ant�nio Vieira)

*

Bom dia! Euntes in mundum universum, praedicate omni creaturae(Padre Ant�nio Vieira)Bom dia!

PIRATARIAS 11

Vinte e quatro horas sem "perder" o Abrupto genu�no a favor do falso. � bom, mas ainda � cedo para pensar que tudo est� resolvido e acabaram as tentativas de "substitui��o". Pelo caminho ficaram as imagens de arquivo que estou a ver se recupero. Vinte e quatro horas sem "perder" o Abrupto genu�no a favor do falso. � bom, mas ainda � cedo para pensar que tudo est� resolvido e acabaram as tentativas de "substitui��o". Pelo caminho ficaram as imagens de arquivo que estou a ver se recupero.

RETRATOS DO TRABALHO

Arbeit macht Frei ".

Muitos leitores do Abrupto t�m olhado assim para o trabalho. Obrigado.

Os Retratos t�m um programa simples: pessoas normais a trabalharem normalmente. � o lado da vida das pessoas que mais lhes determina o quotidiano, a que horas se levantam, os caminhos que levam, o tempo que t�m ou n�o t�m, o esfor�o de todos os dias, o modo como se relacionam socialmente, o dinheiro que t�m. O trabalho raras vezes � fonte de felicidade, mas ter trabalho d� uma dignidade que faz muita diferen�a, em tempos de desemprego. O trabalho, salvo rar�ssimas excep��es, � o resultado de uma maldi��o: o "suor do teu rosto" come�ou na expuls�o do Para�so e os nazis escreveram a mais c�nica (porque infinitamente verdadeira no outro sentido que as coisas t�m) frase sobre ele: "".Muitos leitores do Abrupto t�m olhado assim para o trabalho. Obrigado.

RETRATOS DO TRABALHO EM MATOSINHOS, PORTUGAL

� entrada da lota de Matosinhos. Esta manh�.

(Gil Coelho) � entrada da lota de Matosinhos. Esta manh�.(Gil Coelho)

EARLY MORNING BLOGS

827 - Executive

I am a young executive. No cuffs than mine are cleaner;

I have a Slimline brief-case and I use the firm's Cortina.

In every roadside hostelry from here to Burgess Hill

The ma�tres d'h�tel all know me well, and let me sign the bill.

You ask me what it is I do. Well, actually, you know,

I'm partly a liaison man, and partly P.R.O.

Essentially, I integrate the current export drive

And basically I'm viable from ten o'clock till five.

For vital off-the-record work - that's talking transport-wise -

I've a scarlet Aston-Martin - and does she go? She flies!

Pedestrians and dogs and cats, we mark them down for slaughter.

I also own a speedboat which has never touched the water.

She's built of fibre-glass, of course. I call her 'Mandy Jane'

After a bird I used to know - No soda, please, just plain -

And how did I acquire her? Well, to tell you about that

And to put you in the picture, I must wear my other hat.

I do some mild developing. The sort of place I need

Is a quiet country market town that's rather run to seed

A luncheon and a drink or two, a little savoir faire -

I fix the Planning Officer, the Town Clerk and the Mayor.

And if some Preservationist attempts to interfere

A 'dangerous structure' notice from the Borough Engineer

Will settle any buildings that are standing in our way -

The modern style, sir, with respect, has really come to stay.

(John Betjeman)

*

Bom dia! (John Betjeman)Bom dia!

CONTRIBUI��ES PARA AS MELHORES OBRAS DE REFER�NCIA EM PORTUGU�S

(�ltima s�rie)

Os eventos dos �ltimos dias que perturbaram a publica��o do Abrupto impediram a finaliza��o desta s�rie. Aqui ficam as �ltimas sugest�es antes da lista final.

Qualquer lista que pretenda elecar as vinte melhores obras de refer�ncia em Portugu�s, e que n�o inclua a B�blia Sagrada , � manifestamente incompleta. Ainda por cima no ano em que se comemora o 325�. anivers�rio da primeira edi��o do Novo Testamento da tradu��o para a l�ngua portuguesa, por Jo�o Ferreira de Almeida (1681).

A B�blia n�o � s� um livro de f�, � uma obra basilar da Cultura e da Literatura, que pertence ao patrim�nio da humanidade.

Ignor�-lo, s� por preconceito ou ignor�ncia...

(Brissos Lino )

*

(...) algumas obras de refer�ncia:

a) No campo da poesia (al�m de alguns j� referidos):

- As quatro s�ries das L�ricas Portuguesas : Primeira (1944), organizada por Jos� R�gio, com autores nascidos desde o s�c. XII at� 1894; Segunda (1945), organizada por Cabral do Nascimento, com autores nascidos entre 1859 e 1908; Terceira (1958/1972/1983), organizada por Jorge de Sena, em dois volumes, com autores nascidos entre 1871 e 1929; Quarta (1969), organizada por Ant�nio Ramos Rosa, com autores nascidos entre 1930 e 1941.

- N�mero especial da revista da editora Ass�rio & Alvim, "A Phala", intitulada " Um S�culo de Poesia " (1989 - ideia de Manuel Herm�nio Monteiro), com textos de v�rios autores sobre a poesia portuguesa entre 1888 e 1988.

b) No campo da religi�o:

- Hist�ria da Igreja em Portugal de Fortunato de Almeida (4 vo. - 1967-1971)

- Hist�ria Religiosa de Portugal (3 vol. - 2000-2002) e Dicion�rio da Hist�ria Religiosa de Portugal (4 vol. - 2000-2001), sob a direc��o de Carlos Moreira Azevedo

c) No campo da hist�ria:

- A colec��o de biografias que o C�rculo de Leitores est� a editar, de todos os Reis de Portugal

- Colec��o de fotobiografias de todos os Presidentes at� Jorge Sampaio, que o Museu da Presid�ncia da Rep�blica editou no �ltimo ano

(Rui Almeida)

*

H� o " livro das saudades da Terra " de Gaspar frutuoso. Obra fundamental (e monumental) sobre os A�ores de Quinhentos.

Depois estou a lembrar-me sobre um livro sobre a arquitectura popular dos A�ores (n�o tenho aqui a refer�ncia). H� ali�s um conjunto de livros sobre a arquitectura vern�cula de portugal tem tem bastante interesse.

(Gilberto Carreira)

*

Gostei da sua iniciativa sobre as melhores obras de refer�ncia em portugu�s.

Aqui v�o as minhas sugest�es (algo regionalistas � certo):

- Maria Nat�lia Almeida d'E�a, Roteiro artes�o portugu�s , Porto, Tipografia Inova, v�rias datas (1980s - 2000).

Tem v�rios volumes, nunca os consultei a todos, sobre a totalidade (?) das regi�es do pa�s.

- Pedro Branco (com colab. de Lu�s Vidigal), Notas para a hist�ria dos bonifrates, pres�pios, fantoches, robertos e marionetas em Portugal , Oeiras, Biblioteca Oper�ria, 1983. [Colec��o Cadernos da Biblioteca Oper�ria Oeirense]

- T�lio Espanca (1913-1993), �vora , 2� ed., Lisboa : Presen�a, 1996. [Colec��o Cidades e vilas de Portugal]

- Jos� Augusto Alegria (c�nego), Arquivo das M�sicas da S� de �vora. Cat�logo, Lisboa, Funda��o Calouste Gulbenkian, 1973.

(Jorge Moleirinho) Os eventos dos �ltimos dias que perturbaram a publica��o do Abrupto impediram a finaliza��o desta s�rie. Aqui ficam as �ltimas sugest�es antes da lista final.

COISAS DA S�BADO

ISRAEL, A ESQUERDA E A DIREITA, AMERICANISMO, ANTI-AMERICANISMO J� se escreveu que o anti-americanismo � o anti-semitismo dos nossos dias. � um anti-semitismo diferente, mas � muito parecido. Israel est� a ser v�tima dessa forma peculiar de anti-semitismo. A hist�ria n�o ensina tanto como pensamos, mas d�-nos compara��es �teis. O caso de Israel � muito interessante para a an�lise das evolu��es pol�ticas e ideol�gicas do s�culo XX. Quando nasceu o estado de Israel, a ferro e fogo contra os ingleses e os partid�rios do Grande Mufti de Jerusal�m, amigo dos nazis, a causa sionista era sentida como uma causa da esquerda. Foi a URSS uma grande impulsionadora das resolu��es da ONU para a partilha da Palestina, e o primeiro estado a reconhecer Israel. Estava-se na altura em que o nosso Avante! clandestino saudava a luta de Israel contra as �monarquias feudais �rabes� que lhe faziam guerra e a saga socialista dos kibutz fazia parte do imagin�rio ut�pico de toda a esquerda e n�o s� da comunista. Os socialistas e a sua Internacional deram grande apoio pol�tico ao jovem estado. Ora, desde o primeiro minuto que a �causa� de Israel dependeu de ganhar as guerras aos pa�ses que o rodeavam e mesmo aos que estavam longe. Recordo-me de visitar a Arg�lia h� uns anos e ter verificado com alguma surpresa que ainda havia um estado de guerra com Israel, muitos anos depois do �ltimo conflito militar que op�s o estado judeu a outros estados e n�o a grupos de guerrilha ou grupos terroristas. Ora, nas suas guerras, sempre de natureza defensiva � n�o adianta explicar aos que est�o de m� f� que o car�cter ofensivo de algumas opera��es militares nada tem a ver com o car�cter defensivo do conflito - , o Israel de hoje n�o � distinto do do fim dos anos quarenta. No centro dessas guerras esteve sempre a pura sobreviv�ncia do estado de Israel , quer de um lado quer do outro. A recusa da exist�ncia de Israel esteve sempre no centro das guerras �rabes, agora cada vez mais mu�ulmanas, e s� muito mais tarde � que a �quest�o palestiniana� surgiu. A inflex�o da esquerda contra Israel acompanhou a pol�tica sovi�tica de Krutchev de apoio ao nacionalismo �rabe, que levou a prazo a uma mudan�a de aliados na regi�o. Apoiando Nasser, reagindo ao �ltimo estertor do colonialismo, o conflito do Suez, a URSS abriu caminho ao progressivo isolamento de Israel dos seus apoios na esquerda socialista e comunista. Nos anos sessenta, setenta, oitenta, at� ao fim da pr�pria URSS, esta tornou-se um dos principais apoios log�sticos e pol�ticos dos movimentos de guerrilha e terroristas palestinianos, ou pr�-palestinianos, embora o seu controle nunca fosse total, devido ao emaranhado muito complexo das intrigas nacionais e de cl�s que sempre atravessaram o Norte de Africa e o M�dio oriente. Ter que lidar com a L�bia, a S�ria, o Iraque, o Ir�o, a rede de terrorismo internacional que ia do Jap�o � Alemanha, era dif�cil, mas mesmo assim os sovi�ticos estiveram sempre presentes nesse mundo e sub-mundo. Foram os americanos, nem sempre muito voluntaristas na regi�o (como mostraram durante a guerra do Suez), que acabaram por se tornar os principais aliados de Israel. Para que isso acontecesse houve raz�es de guerra fria e press�es do importante lobi judaico na Am�rica, mas foi assim que se criou a realidade das alian�as actuais. Logo, os israelitas acabam tamb�m por ser alvo, e nalguns casos mais do que isso, pretexto central, do anti-americanismo contempor�neo. A paralisia europeia numa regi�o do mundo que faz parte da sua esfera geopol�tica vem desse anti-americanismo, em que a Europa, em grande parte por press�o de uma Fran�a p�s-gaullista, se deixou enredar tornando-a irrelevante. Ver um estado que foi uma cria��o francesa como o L�bano hoje ser vassalo da S�ria e assistir � completa impot�ncia militar e pol�tica da Fran�a � apenas o sintoma maior da mesma impot�ncia da Uni�o Europeia separada dos EUA. Tudo isto � fora, � margem. Para Israel muito pouco mudou desde o dia 15 de Maio de 1948 em que imediatamente a seguir � formaliza��o da independ�ncia pela ONU, os estados da Liga �rabe declararam guerra a Israel que foi atacada pela Jord�nia, o L�bano, o Egipto, o Iraque, e Ar�bia Saudita. O secret�rio geral da Liga �rabe, Azzam Pasha, invocou a jihad e apelou a uma �guerra de exterm�nio�. Algumas coisas mudaram desde este dia e algumas para melhor, mas para Israel continua a ser uma quest�o de pura sobreviv�ncia. � por ser assim que em Israel, nunca a esquerda e a direita se dividiram no essencial sobre a conduta de opera��es militares para defender o estado de Israel.

*

Ao ler o artigo de hoje fiquei com s�rias d�vidas se existe uma correspond�ncia entre estas duas fobias ideol�gicas. Parece-me que o antisemitismo � essencialmente racista e n�o diferencia judeus bons e judeus maus. Nesse sentido, o anti-sionismo tem sido confundido com o antisemitismo quando, creio eu, se trata da oposi��o ao regresso dos judeus da Di�spora � Terra Santa e/ou consequente refunda��o dum estado judaico.

O anti-americanismo � um fen�meno que est� ligado � cultura, � pol�tica, � economia, etc e tal, dum pa�s com uma influ�ncia mundial como jamais se viu. Mas n�o tem uma vertente racista.

A diferen�a pode ser secund�ria quando estas express�es est�o completamente inquinadas por preconceitos odiosos e virulentos que nada t�m a ver com a clareza dos conceitos e das posi��es pol�ticas/ideol�gicas. Pessoalmente creio ser relevante a distin��o entre uma ideologia racista e as outras.

Uma das situa��es (tragicamente) caricatas � assistir � evolu��o do discurso anti-sionista de express�o �rabe para o antisemitismo cl�ssico, profundamente ilustrado com estere�tipos racistas vulgares da Europa anterior ao Nazismo e que este elevou � categoria de ideologia do pr�prio estado alem�o, e �s suas vers�es revisionistas.

Curiosamente, quando o tema s�o os Estados Unidos e/ou Israel, o discurso pol�tico da extrema-direita e de certa esquerda anti-americana � muito semelhante.

Possivelmente, tamb�m existem semelhan�as entre certo discurso anti-�rabe/isl�o por parte de tend�ncias pol�ticas pr�-israelitas e o discurso da extrema-direita europeia quando aborda os temas da Imigra��o e do Isl�o na Europa.

Mundo confuso, n�?

(Pedro Freire de Almeida)

PIRATARIAS 10

O problema n�o est� resolvido como qualquer pessoa que c� viesse durante a noite tinha ocasi�o de ver, e o Blogger, apesar das sucessivas afirma��es de que corrigiu a pirataria, tamb�m ainda n�o a resolveu. Agora diz-me que vai impedir qualquer nova nota no falso Abrupto e que " tomou posse desse blogue ".

O meu dilema est� entre n�o querer conceder aos energ�menos que est�o a criar e a reavivar o falso Abrupto e o tempo que me fazem perder a mim e aos outros que gentilmente se t�m dedicado a ajudar a acabar com este ataque. O problema n�o est� resolvido como qualquer pessoa que c� viesse durante a noite tinha ocasi�o de ver, e o Blogger, apesar das sucessivas afirma��es de que corrigiu a pirataria, tamb�m ainda n�o a resolveu. Agora diz-me que vai impedir qualquer nova nota no falso Abrupto e que "".O meu dilema est� entre n�o querer conceder aos energ�menos que est�o a criar e a reavivar o falso Abrupto e o tempo que me fazem perder a mim e aos outros que gentilmente se t�m dedicado a ajudar a acabar com este ataque.

EARLY MORNING BLOGS

826 - Before Sleep

The lateral vibrations caress me,

They leap and caress me,

They work pathetically in my favour,

They seek my financial good.

She of the spear stands present.

The gods of the underworld attend me, O Annubis,

These are they of thy company.

With a pathetic solicitude they attend me;

Undulant,

Their realm is the lateral courses.

Light!

I am up to follow thee, Pallas.

Up and out of their caresses.

You were gone up as a rocket,

Bending your passages from right to left and from left to right

In the flat projection of a spiral.

The gods of drugged sleep attend me,

Wishing me well;

I am up to follow thee, Pallas.

(Ezra Pound)

*

Bom dia! (Ezra Pound)Bom dia!

PIRATARIAS 9

O Blogger comunicou-me (�s 19.30) que conseguiu finalmente apagar o falso Abrupto. Espero para ver, dado que h� dois dias me disse estar o problema resolvido e ele voltou de novo. Se algu�m l� for parar pelo genu�no endere�o, fa�a o favor de me comunicar.

Esta quest�o n�o est� encerrada, porque de facto n�o est� encerrada, mas podem ter a certeza que o que mais desejo � voltar ao business as usual aqui no Abrupto.

NOTA (�s 23.30) - O problema continua exactamente na mesma. Obrigada a quem me alertou. A actualiza��o desta nota deve apag�-lo, mas mostra que o Blogger n�o resolveu o assunto e continuam os ataques contra o Abrupto. Para quem acreditava na "hist�ria" de um inocente do outro lado, ele agora mudou de nome de Alex para Mike. O Blogger comunicou-me (�s 19.30) que conseguiu finalmente apagar o falso Abrupto. Espero para ver, dado que h� dois dias me disse estar o problema resolvido e ele voltou de novo. Se algu�m l� for parar pelo genu�no endere�o, fa�a o favor de me comunicar.Esta quest�o n�o est� encerrada, porque de facto n�o est� encerrada, mas podem ter a certeza que o que mais desejo � voltar aoaqui no Abrupto.NOTA (�s 23.30) - O problema continua exactamente na mesma. Obrigada a quem me alertou. A actualiza��o desta nota deve apag�-lo, mas mostra que o Blogger n�o resolveu o assunto e continuam os ataques contra o Abrupto. Para quem acreditava na "hist�ria" de um inocente do outro lado, ele agora mudou de nome de Alex para Mike.

RETRATOS DO TRABALHO NO PORTO, PORTUGAL

Repara��o dos telhados. Igreja de S.Francisco no Porto, h� instantes.

(Gil Coelho) Repara��o dos telhados. Igreja de S.Francisco no Porto, h� instantes.(Gil Coelho)

QUE SEJA BEM CLARO

que acho que Rui Rio tem raz�o, no essencial, quanto �s posi��es que toma em defesa das institui��es e do poder democr�tico face � arrog�ncia dos poderes f�cticos e dos interesses n�o escrutinados que muitas vezes defendem. Rui Rio � uma enorme raridade na vida pol�tica portuguesa e o facto de a minha cidade o ter eleito s� pode prestigiar o Porto. Mas exactamente por pensar assim e o ter defendido (na �ltima Quadratura do C�rculo) n�o quer dizer que n�o considere que acho que Rui Rio tem raz�o, no essencial, quanto �s posi��es que toma em defesa das institui��es e do poder democr�tico face � arrog�ncia dos poderes f�cticos e dos interesses n�o escrutinados que muitas vezes defendem. Rui Rio � uma enorme raridade na vida pol�tica portuguesa e o facto de a minha cidade o ter eleito s� pode prestigiar o Porto. Mas exactamente por pensar assim e o ter defendido (na �ltima Quadratura do C�rculo) n�o quer dizer que n�o considere isto inadm�ssivel numa p�gina de uma autarquia.

PIRATARIAS 8

Para uma discuss�o (entre outras) da falha do Blogger que permite o ataque ao Abrupto veja-se Para uma discuss�o (entre outras) da falha do Blogger que permite o ataque ao Abrupto veja-se aqui aqui . O problema parece estar a ser controlado, mas ainda n�o est� resolvido. Para n�o facilitar a vida ao autor do ataque e identific�-lo se poss�vel, alguns elementos j� existentes n�o podem nem devem ser divulgados. Mas h� fantasmas e fantasmas de fantasmas em ac��o. Como � habitual neste mundo, nada do que parece �.

LENDO

VENDO

OUVINDO

�TOMOS E BITS

de 27 de Julho de 2006

Vale a pena o artigo de Carlos Gaspar no P�blico (sem liga��o) em defesa de uma interven��o militar da UE no L�bano:

"A Uni�o Europeia, desde a crise iraquiana e os referenda negativos do ano passado, entrou numa crise profunda: as divis�es internas minaram a sua credibilidade, num momento crucial. A guerra do L�bano e a interven��o militar nesse conflito pode inverter o veredicto iraquiano, quer quanto � decomposi��o da comunidade transatl�ntica de defesa, quer quanto � comunidade europeia de defesa. H� tr�s anos, a interven��o dos Estados Unidos no Iraque abriu uma dupla crise da unidade atl�ntica e da alian�a europeia, que est� longe de ter sido ultrapassada, sobretudo na opini�o p�blica norte-americana. Hoje, por�m, s�o os Estados Unidos que n�o querem intervir no L�bano, para n�o abrir uma segunda frente ou correr o risco de criar um "segundo Iraque", desta vez contra uma minoria xiita. A oportunidade da Uni�o Europeia � tamb�m uma forma de revelar a sua capacidade para ultrapassar as divis�es internas e para resolver uma crise decisiva. Essa demonstra��o, com a interven��o militar da Uni�o Europeia na guerra do L�bano, podia ser o primeiro passo da pol�tica europeia de seguran�a e de defesa, a primeira demonstra��o de que existe uma vontade pol�tica e estrat�gica europeia para l� das f�rmulas opacas e est�reis sobre as virtudes da pot�ncia normativa e os valores �ticos da Uni�o Europeia." Vale a pena o artigo de Carlos Gaspar no(sem liga��o) em defesa de uma interven��o militar da UE no L�bano:

EARLY MORNING BLOGS

825 - ...obra m� de m� argila...

E agora o mundo parece-me um imenso mont�o de ru�nas onde a minha alma solit�ria, como um exilado que erra por entre colunas tombadas, geme, sem descontinuar...

As flores dos meus aposentos murcham e ningu�m as renova: toda a luz me parece uma tocha: e quando as minhas amantes v�m, na brancura dos seus penteadores, encostar-se ao meu leito, eu choro - como se avistasse a legi�o amortalhada das minhas alegrias defuntas...

Sinto-me morrer. Tenho o meu testamento feito. Nele lego os meus milh�es ao Dem�nio; pertencem-lhe; ele que os reclame e que os reparta...

E a v�s, homens, lego-vos apenas, sem coment�rios, estas palavras: �S� sabe bem o p�o que dia a dia ganham as nossas m�os: nunca mates o Mandarim!�

E todavia, ao expirar, consola-me prodigiosamente esta ideia: que do norte ao sul e do oeste a leste, desde a Grande Muralha da Tart�ria at� �s ondas do mar Amarelo, em todo o vasto Imp�rio da China, nenhum mandarim ficaria vivo, se tu, t�o facilmente como eu, o pudesses suprimir e herdar-lhe os milh�es, � leitor, criatura improvisada por Deus, obra m� de m� argila, meu semelhante e meu irm�o!

(E�a de Queiroz, O Mandarim )

*

Bom dia! (E�a de Queiroz,Bom dia!

PIRATARIAS 7

O problema subsiste com a apari��o h� cerca de meia-hora, ap�s um dia de calma, do falso Abrupto. Este n�o tem nada escrito de novo, mas apresenta uma "identidade" americana, certamente para refor�ar a "hist�ria" que alguns tomam � letra, de um inocente surpreendido com um hacker portugu�s, eu, que lhe assalta o blogue. E ele t�o preso ao nome de "Abrupto" v�-se l� saber porqu�, n�o quer mudar o endere�o, nem percebe o que se passa. Para bot , como alguns "t�cnicos" diziam, � muito esperto.

A falha � do Blogger, isso j� se sabe e o Blogger admite, mas a explora��o da falha � feita contra o Abrupto e continua. O problema subsiste com a apari��o h� cerca de meia-hora, ap�s um dia de calma, do falso Abrupto. Este n�o tem nada escrito de novo, mas apresenta uma "identidade" americana, certamente para refor�ar a "hist�ria" que alguns tomam � letra, de um inocente surpreendido com umportugu�s, eu, que lhe assalta o blogue. E ele t�o preso ao nome de "Abrupto" v�-se l� saber porqu�, n�o quer mudar o endere�o, nem percebe o que se passa. Para, como alguns "t�cnicos" diziam, � muito esperto.A falha � do Blogger, isso j� se sabe e o Blogger admite, mas a explora��o da falha � feita contra o Abrupto e continua.

RETRATOS DO TRABALHO EM FEZ, MARROCOS

Tintureiros.

(Diogo Vasconcelos) Tintureiros.(Diogo Vasconcelos)

LENDO

VENDO

OUVINDO

�TOMOS E BITS

de 26 de Julho de 2006

Jos� Rodrigues dos Santos no telejornal da RTP1 das 20 horas disse as primeiras coisas sensatas a� ditas h� muito tempo. S�o sensatas, evidentes e conhecidas de h� muito, mas parecem blasf�mias ditas nos notici�rios mais anti-americanos e israelitas da televis�o portuguesa. Disse que muitos libaneses sentem que o seu pa�s est� a ser violado por s�rios e iranianos para o usarem para uma guerra estrangeira ao L�bano. Disse que era preciso cuidado com a utiliza��o do termo "civis" porque o Hezbollah era s� constitu�do por civis e que usava casas civis de fam�lias civis para esconder o armamento. N�o � novidade nenhuma e n�o precisava de ir ao L�bano para nos dizer isto, mas no meio da cont�nua manipula��o das palavras que constitui o grosso das not�cias sobre o conflito foi um o�sis, mais para o lado do jornalismo do que do "jornalismo de causas".

Relativamente ao seu post comentando a desri��o feita por Jos� Rodrigues dos Santos no Telejornal, fiquei tamb�m surpreendido pois soava um pouco distante tom habitual dos notici�rios nacionais. Aquela descri��o, como disse, n�o trazia de facto nada de novo em termos noticiosos mas causou impacto por ser verdadeira e imparcial!

Outro aspecto que me tem chamado � aten��o � a terminologia utilizada pelos jornalistas em rela��o �s tropas Israelitas. Muitas vezes referem-se a elas como as "tropas Judaicas" como se o conflito fosse �nica e exclusivamente religioso. Parece-me ser terminologia usada de forma deliberada e intencional ou ent�o n�o ser fruto de qualquer reflex�o por parte de quem a utiliza. Esquecem-se, no entanto, de usar os termos "tropas do partido de Deus" quando se referem �s tropas do Hezbollah.

(Miguel Castro) *

No Pe�o desculpa, mas ter�o de me explicar como se eu fosse muito burro: a que prop�sito � que o l�der do principal partido pol�tico da Oposi��o vem exigir esclarecimentos p�blicos sobre a reforma de Manuel Alegre? Trata-se de uma atitude populista que n�o o dignifica. Inteiramente de acordo. H� �guas turvas em que o peixe que vem � linha est� sempre envenenado.

*

Todos os n�meros s�o excelentes para os cientistas, mas nem todos para os amadores. Este � excelente para os curiosos: uma nota muito cr�tica sobre o PowerPoint, uma s�rie de artigos que levantam a quest�o do " Jos� Rodrigues dos Santos no telejornal da RTP1 das 20 horas disse as primeiras coisas sensatas a� ditas h� muito tempo. S�o sensatas, evidentes e conhecidas de h� muito, mas parecem blasf�mias ditas nos notici�rios mais anti-americanos e israelitas da televis�o portuguesa. Disse que muitos libaneses sentem que o seu pa�s est� a ser violado por s�rios e iranianos para o usarem para uma guerra estrangeira ao L�bano. Disse que era preciso cuidado com a utiliza��o do termo "civis" porque o Hezbollah era s� constitu�do por civis e que usava casas civis de fam�lias civis para esconder o armamento. N�o � novidade nenhuma e n�o precisava de ir ao L�bano para nos dizer isto, mas no meio da cont�nua manipula��o das palavras que constitui o grosso das not�cias sobre o conflito foi um o�sis, mais para o lado do jornalismo do que do "jornalismo de causas".No BLOGUITICA Inteiramente de acordo. H� �guas turvas em que o peixe que vem � linha est� sempre envenenado.Todos os n�meros s�o excelentes para os cientistas, mas nem todos para os amadores. Este � excelente para os curiosos: uma nota muito cr�tica sobre o PowerPoint, uma s�rie de artigos que levantam a quest�o do " homem bi�nico ", e um balan�o do estado da geologia, "Geology: The start of the world as we know it" (sem liga��o).

FIM DA PIRATARIA?

talvez sim, talvez n�o.

talvez sim, talvez n�o.

Vamos ver. O autor do falso Abrupto, que � uma pessoa e n�o um programa automatizado, passou o dia todo num pingue-pongue com o Abrupto e o Blogger. Ah! e sabe portugu�s...

Como estou em tr�nsito, os detalhes ficam para depois.

PS.[Actualizado] talvez ... ainda n�o.

Actualiza��o 2 - Cuidado! N�o enviar coment�rios quando o falso Abrupto aparece!

Actualiza��o 3 - Obrigado �s muitas pessoas, que nomearei depois, que est�o a tentar solucionar o ataque contra o Abrupto. Sim, porque � disso que se trata, basta ver o teatro que est� a fazer o pseudo-autor. mimando as queixas genu�nas do verdadeiro Abrupto. Vamos ver. O autor do falso Abrupto, que � uma pessoa e n�o um programa automatizado, passou o dia todo num pingue-pongue com o Abrupto e o Blogger. Ah! e sabe portugu�s...Como estou em tr�nsito, os detalhes ficam para depois.PS.[Actualizado] talvez ... ainda n�o.Actualiza��o 2 - Cuidado! N�o enviar coment�rios quando o falso Abrupto aparece!Actualiza��o 3 - Obrigado �s muitas pessoas, que nomearei depois, que est�o a tentar solucionar o ataque contra o Abrupto. Sim, porque � disso que se trata, basta ver o teatro que est� a fazer o pseudo-autor. mimando as queixas genu�nas do verdadeiro Abrupto.

PIRATARIAS 6

N�o sei se v�o conseguir ver esta nota e durante quanto tempo. Os textos publicados hoje no falso Abrupto deixam poucas d�vidas quanto � intencionalidade do ataque. N�o sei se v�o conseguir ver esta nota e durante quanto tempo. Os textos publicados hoje no falso Abrupto deixam poucas d�vidas quanto � intencionalidade do ataque.

CONTRIBUI��ES PARA AS MELHORES OBRAS DE REFER�NCIA EM PORTUGU�S

Se continua o levantamento das obras de refer�ncia, h� ainda duas que n�o devem ser esquecidas. S�o ambas do Pe. Francisco Leite de Faria:

- Estudos bibliogr�ficos sobre Dami�o de G�is e a sua �poca (Lisboa, SEC, 1977) - uma obra-prima da bibliografia!

- As muitas edi��es da " Peregrina��o " de Fern�o Mendes Pinto (Lisboa, Academia Portuguesa da Hist�ria, 1992).

N�o esquecer tamb�m dois cat�logos monumentais, ambos de 1972 e relativos ao IV Centen�rio da publica��o de Os Lus�adas:

- Cat�logo da exposi��o bibliogr�fica, iconogr�fica e medalh�stica de Cam�es (da responsabilidade de J. V. de Pina Martins), Lisboa, BN, 1972.

- IV Centen�rio de Os Lus�adas de Cam�es (da responsabilidade do Dr. Coimbra Martins), Madrid, Biblioteca Nacional, 1972.

E, j� que estamos em Cam�es, n�o esquecer ainda duas obras:

- A Colec��o Camoniana , de Jos� do Canto.

- o CDRom Cam�es and the first edition of the Lusiads , 1572,editado por Keneth David Jackson.

(Vasco Gra�a Moura)

*

J� agora Religi�es da Lusit�nia, de Leite de Vasconcelos (ou Vasconcellos?) - n�o tenho comigo o livro (Jos� Pimentel Teixeira) *

Portugaliae monumenta cartographica [ Material cartogr�fico / Armando Cortes�o, Avelino Teixeira da Mota ; pref. J. Caeiro da Mota Cartografia e cart�grafos portugueses dos s�culos XV e XVI : (contribui��o para um estudo completo) / Armando Cortes�o Hist�ria da cartografia portuguesa / Armando Cortes�o (Isabel Goul�o)

PIRATARIAS 5

Durante a noite o falso Abrupto voltou, de manh� esvaneceu-se. Faz-lhe mal o sol. Durante a noite o falso Abrupto voltou, de manh� esvaneceu-se. Faz-lhe mal o sol.

RETRATOS DO TRABALHO EM FEZ, MARROCOS

Curtidor de peles.

(Diogo Vasconcelos) Curtidor de peles.(Diogo Vasconcelos)

EARLY MORNING BLOGS

824 - De la graja y de los pavones.

monesta esta f�bula que ninguno deve fazer grandes muestras de cosas agenas, mas que es mejor que de esso poco que tiene, se comporte y componga porque quando lo que no es suyo le fuere quitado no sea en verg�en�a. La graja, llena de sobervia, tomando una vana osad�a, presumi� de se componer y vestir de las plumas de los pavones que hall�. E ass� mucho guarnecida, menospreciando a sus yguales, ella se entr� en la compa��a de los pavones, los quales, conociendo que era de su naturaleza, por fuer�a le quitaron las plumas y le dieron picadas e la acocearon. E ass�, escapando medio muerta e gravemente llagada, av�a verg�en�a, como estava ass� destro�ada o despeda�ada, a su propia generaci�n, donde en el tiempo de su pompa, a muchos de los amigos injuri� e menospreci�. A la qual se dize que dixo una de su linaje: -Si t� oviesses amado y estimado estas vestiduras que tu naturaleza te dio, assaz te ovieran abastado, como son d' ellas contentas otras tus semejantes. E ass� no padescieras injuria, ni de nosotras fueras lan�ada y echada, y te fuera buena si bivieras contenta con lo que naturaleza te dava. El que se ennoblece con lo ajeno, al tiempo que le es quitado queda afrentado

(La vida y f�bulas del Ysopo, Valencia, 1520)

*

Bom dia! (La vida y f�bulas del Ysopo, Valencia, 1520)Bom dia!

O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES: DEZOITO QUILOS DE CREME

Segundo o PortugalDi�rio de ontem, e em rela��o a um dos grandes p�nicos regularmente cultivados nesta �poca estival � o cancro da pele e o h�bito obviamente suicid�rio que as sociedades (ocidentais, claro) t�m em se expor ao sol � o presidente da Associa��o Portuguesa do Cancro Cut�neo ter� afirmado, sobre a necessidade de protec��o solar, que a quantidade ideal de creme a aplicar �, nada mais, nada menos, do que um grama por cent�metro quadrado. �� essa a quantidade recomendada�, sublinha o dermatologista

S� um pequeno coment�rio, na sequ�ncia de um h�bito, tamb�m saud�vel, que � o de fazer contas aos n�meros que com tanto gosto como displic�ncia os senhores jornalistas gostam de nos alarmar:

A superf�cie m�dia do corpo humano anda por volta dos 1,80 metros quadrados (1,81 para uma pessoa de 70 quilos e 1,70 metros). S�o portanto 18.000 (DEZOITO MIL) cent�metros quadrados. A um grama cada, s�o DEZOITO QUILOS DE CREME (a aplicar de duas em duas horas se tamb�m seguirmos as regras)!

Mesmo descontando as partes n�o expostas (poucas, como sabemos), convenhamos que � uma bela besuntadela e um excelente neg�cio para as farm�cias e fabricantes. Pode mesmo criar novos postos de trabalho para "carregadores balne�rios", uma vez que uma fam�lia de 4 indiv�duos precisar� de transportar, para cada duas horas de praia, qualquer coisa como 60 a 80 quilos de cremes. N�o imagino com que aspecto ficar� uma pessoa depois de aplicar o creme recomendado, mas calculo que n�o lhe ficaria mal colocar por cima meia d�zia de azeitonas e um raminho de salsa.

Fernando Gomes da Costa (m�dico)

... E SELEC��O NATURAL...

Foi not�cia em quase todos os �rg�os de informa��o nacionais que, no passado fim-de-semana, na praia do Magoito, uma pedra de 40 kg caiu, esmagando a perna de um senhor que estava no s�tio errado na hora errada.

O caso n�o seria mais do que um lament�vel acidente (n�o totalmente inesperado para quem, como eu, conhece o s�tio), se n�o se desse o caso de, pouco depois dessa ocorr�ncia, uma equipa de reportagem de TV ter ido ao mesmo local, onde entrevistou pessoas que, segundo declararam com o ar mais natural do mundo, sabiam perfeitamente o perigo que corriam (pois a zona perigosa estava bem assinalada) mas n�o tencionavam sair dali.

A minha primeira reac��o resumiu-se a lamentar a possibilidade de, atrav�s dos meus impostos, ter de vir a pagar o transporte e o tratamento de pessoas que agem assim. No entanto, se analisar o assunto em termos de longo prazo, a conclus�o j� poder� ser optimista:

Sucede que a chamada �selec��o natural� (como Darwin t�o bem explicou) funciona sempre no sentido da �melhoria das esp�cies�: as mais fracas (de corpo ou de mente) acabam, a longo prazo, por desaparecer - ou porque s�o comidas por predadores, ou porque s�o v�timas de desastres aos quais a sua diminuta intelig�ncia n�o permite que se furtem.

(C. Medina Ribeiro)

NOTA SOBRE AS MELHORES OBRAS DE REFER�NCIA EM PORTUGU�S

Ainda h� um grupo de contribui��es a acrescentar �s que j� foram publicadas. Em fun��o dos contributos recebidos vou fazer uma pequena altera��o na proposta inicial - farei uma lista com cinquenta obras de refer�ncia, para cobrir as v�rias �reas de forma equilibrada, por ordem alfab�tica, e uma lista mais curta de dez, para as obras-primas da erudi��o nacional, em fun��o do seu car�cter exaustivo, qualidade da investiga��o e utilidade actual. S�o bem-vindas todas as sugest�es, mas a responsabilidade da lista final ser� minha.

COISAS DA S�BADO : A GULBENKIAN

A Gulbenkian � das poucas presen�as do M�dio Oriente na nossa vida nacional, embora poucos a vejam assim. Gulbenkian era arm�nio, ou seja um homem de nenhures � p�tria errada, religi�o errada, lado do mundo errado, p�ssima geografia, boa hist�ria, a combina��o para o desastre. A Arm�nia era crist� em terras do Isl�o, e olhando-se � volta nos anos do fim do imp�rio otomano s� se encontra esta geografia errada: gregos ortodoxos h� centenas de anos vivendo em comunidades sob a �gide do Sult�o e depois do �Pai dos Turcos�, curdos entre v�rias possess�es e o martelo de Ataturk, iraquianos sunitas e chiitas, a irem parar aos despojos ingleses do imp�rio, enquanto relutantemente s�rios e libaneses ficavam franceses pelo mais absurdo argumento hist�rico: tinham sido �franceses� os �reinos� das Cruzadas. E depois o fogo zoarastriano eterno que escorria da terra, entre lamas e betumes, e de que Gulbenkian tirava os seu proverbiais cinco por cento, e n�s o verdadeiro Minist�rio da Cultura que nunca tivemos.

� por tudo isto que a melhor comemora��o do anivers�rio � a exposi��o sobre a �arte do livro do Oriente para o Ocidente�, que atrav�s dos livros da colec��o Gulbenkian nos lembra essa origem e essa hist�ria entre dois mundos que se conhecem pouco.

NOTA: Livro veneziano do s�culo XVI, com capa ao estilo oriental. A Gulbenkian � das poucas presen�as do M�dio Oriente na nossa vida nacional, embora poucos a vejam assim. Gulbenkian era arm�nio, ou seja um homem de nenhures � p�tria errada, religi�o errada, lado do mundo errado, p�ssima geografia, boa hist�ria, a combina��o para o desastre. A Arm�nia era crist� em terras do Isl�o, e olhando-se � volta nos anos do fim do imp�rio otomano s� se encontra esta geografia errada: gregos ortodoxos h� centenas de anos vivendo em comunidades sob a �gide do Sult�o e depois do �Pai dos Turcos�, curdos entre v�rias possess�es e o martelo de Ataturk, iraquianos sunitas e chiitas, a irem parar aos despojos ingleses do imp�rio, enquanto relutantemente s�rios e libaneses ficavam franceses pelo mais absurdo argumento hist�rico: tinham sido �franceses� os �reinos� das Cruzadas. E depois o fogo zoarastriano eterno que escorria da terra, entre lamas e betumes, e de que Gulbenkian tirava os seu proverbiais cinco por cento, e n�s o verdadeiro Minist�rio da Cultura que nunca tivemos.� por tudo isto que a melhor comemora��o do anivers�rio � a exposi��o sobre a �arte do livro do Oriente para o Ocidente�, que atrav�s dos livros da colec��o Gulbenkian nos lembra essa origem e essa hist�ria entre dois mundos que se conhecem pouco.NOTA: Livro veneziano do s�culo XVI, com capa ao estilo oriental.

LENDO

VENDO

OUVINDO

�TOMOS E BITS

de 24 de Julho de 2006

Se vem no Cebolinha , o mundo est� perdido de todo. E vem, pela voz do Bloguinho que fala internet�s. :)!

*

Msg d Z e M :) Se vem no, o mundo est� perdido de todo. E vem, pela voz do Bloguinho que fala internet�s. :)!

RETRATOS DO TRABALHO EM LISBOA, PORTUGAL

Obras em curso no Laborat�rio Chimico da Universidade de Lisboa. O edif�cio �, agora, parte do Museu de Ci�ncia da mesma Universidade. Est� em curso a recupera��o e musealiza��o do �nico laborat�rio qu�mico do s�culo XIX ainda existente em Portugal e na Europa Ocidental. Na realidade, os grandes laborat�rios qu�micos universit�rios da Europa foram sendo sucessivamente remodelados e modernizados enquanto o "nosso" parou, a dado momento, no tempo. O atraso cient�fico do Pa�s e a falta de investimento torno-o, agora, um espa�o �nico.

(Vasco Teixeira, Museu de Ci�ncia (MCUL))

EARLY MORNING BLOGS

823 - �Quem muito viu...�

Quem muito viu, sofreu, passou trabalhos,

m�goas, humilha��es, tristes surpresas;

e foi tra�do, e foi roubado, e foi

privado em extremo da justi�a justa;

e andou terras e gentes, conheceu

os mundos e submundos; e viveu

dentro de si o amor de ter criado;

quem tudo leu e amou, quem tudo foi -

n�o sabe nada, nem triunfar lhe cabe

em sorte como a todos os que vivem.

Apenas n�o viver lhe dava tudo.

Inquieto e franco, altivo e carinhoso,

ser� sempre sem p�tria. E a pr�pria morte,

quando o buscar, h�-de encontr�-lo morto.

(Jorge de Sena)

*

Bom dia! Bom dia!

COISAS DA S�BADO :

70� ANIVERS�RIO DA GUERRA CIVIL DE ESPANHA : DILEMAS

Uma nova historiografia revisionista entende arrombar portas de h� muito abertas, insistindo em que na guerra civil espanhola n�o havia lado �bom�. O motivo � evidentemente pol�tico: ao se igualizar os �lados� e ao se retirar qualquer conota��o moral �s escolhas dram�ticas da �poca, ajuda-se a igualizar ambos os beligerantes e a justificar quase sempre, o que ganha. Quem precisava desesperadamente desta revis�o da hist�ria eram os franquistas, n�o os republicanos, o que tamb�m mostra a dificuldade de iludir dilemas que s� nos parecem neutros porque j� estamos distantes dos eventos.

H� nesta hist�ria revisionista um pequeno problema; � que se os dois lados eram maus, n�o era poss�vel na �poca deixar de escolher um. Quem, dos muito poucos que achavam na altura que os dois lados eram maus, n�o o fazia explicitamente, acabava sempre por servir o mais forte que estava geograficamente do seu lado. Unamuno percebeu-o muito bem.

� que a hist�ria n�o dilui a moralidade, nem o dilema das escolhas feitas sob o fio da navalha, mas torna algumas coisas imposs�veis a um momento dado. H� coisas que pura e simplesmente n�o se podem fazer em determinados momentos, sem n�o as fazendo, escolhermos. Os manique�smos n�o s�o desej�veis, mas nem sempre s�o evit�veis. Para alguns homens, provavelmente dos melhores, isso � de uma enorme viol�ncia, que nalguns conduziu ao suic�dio, f�sico ou �tico, e a muitos a remorsos e culpas que arrastam toda a vida. Mas a verdadeira trag�dia da hist�ria � que h� momentos em que n�o nos deixa escolhas. � mesmo assim.

*

A prop�sito da guerra civil de Espanha, j� por vezes meditei no que faria eu se l� tivesse estado, sabendo daquela guerra o que sabemos hoje. E n�o partilho a sua opini�o de que h� momentos em que n�o temos escolha entre dois lados maus.

Naquele caso, por exemplo, como em outros semelhantes, h� uma escolha de princ�pio sempre de tentar: sair de l�, se poss�vel antes da guerra come�ar, o que requer uma grande capacidade de previs�o. Era, em grande medida, o que faziam os jovens portugueses que emigravam para escapar � guerra colonial.

A n�o ser poss�vel essa recusa da escolha, h� pelo menos outra poss�vel: a da recusa interior de identifica��o com a parte em que se for obrigado a estar, e a procura de uma participa��o reduzida ao m�ximo ao estrito humanitarismo. Era tamb�m, em grande medida, a atitude da maioria dos nossos jovens que iam � guerra colonial, raz�o importante da falta de empenho do nosso ex�rcito naquela guerra.

E, na II Guerra Mundial � ali�s como na pr�pria guerra civil espanhola, nas batalhas a norte de Madrid � os italianos do ex�rcito regular de Mussolini, nada convictos do ide�rio de Mussolini, rendiam-se em massa. A Hist�ria viria a d�-los como cobardes, mas eu fui ensinado a consider�-los muito mais inteligentes que os disciplinados alem�es de Hitler, que sempre me foram caracterizados como sendo dos que se atiravam a um po�o quando o chefe tal lhes ordenava...

(Pinto de S�)

*

No seu texto "70� ANIVERS�RIO DA GUERRA CIVIL DE ESPANHA : DILEMAS", toca o risco de revis�es � posteriori da Hist�ria, serem transpostas para a �poca dos acontecimentos.

Hoje em dia sabemos que na Guerra Civil de Espanha n�o havia o "lado bom". Entendendo o lado bom, como o lado da Democracia e da Liberdade. Franco, tal como a grande maioria dos ditadores de direita, nunca se escondeu debaixo de uma pele de cordeiro. O lado "Republicano" era na realidade um "lobo" t�o perigoso quanto o lobo nacionalista, mas usou sempre uma pele de cordeiro. Nem os anarquistas do POUM, nem os comunistas do PCE lutavam para uma sociedade democr�tica. Apenas lutavam para impor a sua "ditadura", ditadura onde n�o havia lugar para qualquer outra fac��o.

Mas h� 70 anos atr�s, o comunismo e o anarquismo ainda eram umas doutrinas rom�nticas, ainda se acreditava que efectivamente trariam algo de novo. por isso n�o podemos julgar � luz do conhecimento actual as decis�es que foram tomadas h� 70 anos atr�s. Os estrangeiros que serviram nas brigadas internacionais (sobretudo os de origem ocidental) julgaram sempre estar a lutar no lado "democr�tico" e de liberdade, por isso n�o podemos julgar a sua decis�o � luz do conhecimento actual.

(Lu�s Bonif�cio)

*

Aos exemplos nacionais que referi acima, de sensata recusa em fazer escolhas

imposs�veis, faltou-me acrescentar a rendi��o de Vassalo e Silva na �ndia,

atitude similar � dos italianos que eu referira e que creio merecer o apoio

geral dos portugueses. E, se me permite, gostaria de acrescentar especificamente quanto � Guerra Civil de Espanha:

A defini��o do lado bom era na altura f�cil, com o que (n�o) se sabia da

Hist�ria e em pleno apogeu das grandes ilus�es ideol�gicas totalit�rias do

s�culo XX.Para uns, era evidente que a desordem popular punha em perigo mortal valores sagrados: a unidade nacional com toda a sua mitologia hist�rica, a religi�o

cat�lica (basta ir a Sevilha na P�scoa para perceber o que isso significa em

Espanha), a ordem e a paz sociais.

Para os outros, o golpe militar justificava o fim da concilia��o com a apenas

tolerada democracia e o in�cio da revolu��o, a um tempo genuinamente popular

na viol�ncia com que se matavam cl�rigos, patr�es e administradores, e para

outros a oportunidade de estender a revolu��o russa a um segundo pa�s. N�o nos

esque�amos que a maioria dos combatentes das Brigadas Internacionais n�o eram

democratas rom�nticos como hemingway, mas sim comunistas organizados pelo

Komintern que em muitos casos estavam fugidos de ditaduras fascistas nos seus

pr�prios pa�ses.

A lutar pela democracia houve muitos poucos, e os que houve, como Azanha,

foram rapidamente marginalizados pelos outros. Em tal cen�rio, a escolha era f�cil, � luz da �poca, mas quase de certeza

errada. Qualquer que fosse.

Ah, para o leitor Bonif�cio: a principal organiza��o anarquista era a FAI e

n�o o POUM. O POUM era trotskista, e um dos epis�dios mais vergonhosos da

Rep�blica foi a liquida��o do POUM pelo PCE, em ferozes combates de rua numa

Barcelona com os "nacionales" � porta, e a execu��o dos dirigentes do POUM �

boa maneira estalinista (levados a maio da noite para nenhures).

(Pinto de S�) Uma nova historiografia revisionista entende arrombar portas de h� muito abertas, insistindo em que na guerra civil espanhola n�o havia lado �bom�. O motivo � evidentemente pol�tico: ao se igualizar os �lados� e ao se retirar qualquer conota��o moral �s escolhas dram�ticas da �poca, ajuda-se a igualizar ambos os beligerantes e a justificar quase sempre, o que ganha. Quem precisava desesperadamente desta revis�o da hist�ria eram os franquistas, n�o os republicanos, o que tamb�m mostra a dificuldade de iludir dilemas que s� nos parecem neutros porque j� estamos distantes dos eventos.H� nesta hist�ria revisionista um pequeno problema; � que se os dois lados eram maus, n�o era poss�vel na �poca deixar de escolher um. Quem, dos muito poucos que achavam na altura que os dois lados eram maus, n�o o fazia explicitamente, acabava sempre por servir o mais forte que estava geograficamente do seu lado. Unamuno percebeu-o muito bem.� que a hist�ria n�o dilui a moralidade, nem o dilema das escolhas feitas sob o fio da navalha, mas torna algumas coisas imposs�veis a um momento dado. H� coisas que pura e simplesmente n�o se podem fazer em determinados momentos, sem n�o as fazendo, escolhermos. Os manique�smos n�o s�o desej�veis, mas nem sempre s�o evit�veis. Para alguns homens, provavelmente dos melhores, isso � de uma enorme viol�ncia, que nalguns conduziu ao suic�dio, f�sico ou �tico, e a muitos a remorsos e culpas que arrastam toda a vida. Mas a verdadeira trag�dia da hist�ria � que h� momentos em que n�o nos deixa escolhas. � mesmo assim.

PIRATARIAS 4

A pirataria (como � que eu chamo a algu�m apropriar-se do trabalho de outrem?) continua. Entre ontem e hoje o falso Abrupto esteve em linha em vez do verdadeiro. A investiga��o do que se passa continua e j� tem alguns frutos.

Como muitas vezes acontece na mesquinhez colectiva, as v�timas s�o os culpados. Pelos vistos nada aconteceu, nada acontece e se acontece � o acaso a funcionar,. Entre dois mil ou tr�s mil blogues portugueses foi o Abrupto a v�tima, certamente porque tem uma culpabilidade "objectiva". Em vez de palavras de preocupa��o (pode vir a suceder a outros...) e condena��o com o que acontece, � o Abrupto que criticam. Por existir, presumo. Eu devia ter-me calado caladinho.

Pouca sorte, meus amigos, enquanto n�o me explicarem a raz�o porque foi comigo e que se saiba, n�o h� um surto de ataques do mesmo tipo um pouco por todo o lado (a maioria dos exemplos que me s�o dados, ali�s escass�ssimos, ou nada tem a ver com o que se passou, ou foram h� muito tempo, ou ocorreram em circunst�ncias � roubos de password , ou apagamentos de blogues reclamados por outr�m, por exemplo � que n�o se aplicam ao Abrupto), eu n�o posso dexar de pensar que o Abrupto foi o alvo deliberado. Devo dizer ali�s que h� mais racionalidade em pensar assim do que em imaginar que me calhou o azar entre quarenta e cinco milh�es de blogues. Muitos dos falsos exemplos que me s�o dados s�o ali�s um exerc�cio de m� f� pura, apenas para enganar quem n�o vai ler as explica��es sobre o que aconteceu. Este af� de dizer que o que aconteceu ao Abrupto � normal, legitima o autor da pirataria, porque algu�m a fez, n�o � verdade? Um qualquer hacker da Tail�ndia que encontrou uma falha no Blogger e escolheu ao acaso um blogue portugu�s, n�o � do que me querem convencer?

Devo ignorar que numa certa lama da blogosfera, se houvesse um bot�o miraculoso como a campainha do Mandarim que matasse o chin�s na China, j� havia h� muito uma sinfonia de toques e empurr�es para chegar ao bot�o. Ali�s a campainha n�o parava, tantos eram os candidatos a quererem "matar" o Abrupto. Basta ler alguns blogues, entre a pura m� f�, at� ao enorme contentamento e festejos pela "morte" anunciada. N�o ter�o muita sorte, mas � uma atitude reveladora do inc�modo que a mera exist�ncia de um blogue como o Abrupto traz � mediocridade invejosa. O mundo para eles seria muito mais aceit�vel se tudo fosse med�ocre, igual na lama. Compreendo bem, mas sigo a regra de George Bernard Shaw: " Never wrestle with a pig. You get dirty and besides the pig likes it" . A pirataria (como � que eu chamo a algu�m apropriar-se do trabalho de outrem?) continua. Entre ontem e hoje o falso Abrupto esteve em linha em vez do verdadeiro. A investiga��o do que se passa continua e j� tem alguns frutos.Como muitas vezes acontece na mesquinhez colectiva, as v�timas s�o os culpados. Pelos vistos nada aconteceu, nada acontece e se acontece � o acaso a funcionar,. Entre dois mil ou tr�s mil blogues portugueses foi o Abrupto a v�tima, certamente porque tem uma culpabilidade "objectiva". Em vez de palavras de preocupa��o (pode vir a suceder a outros...) e condena��o com o que acontece, � o Abrupto que criticam. Por existir, presumo. Eu devia ter-me calado caladinho.Pouca sorte, meus amigos, enquanto n�o me explicarem a raz�o porque foi comigo e que se saiba, n�o h� um surto de ataques do mesmo tipo um pouco por todo o lado (a maioria dos exemplos que me s�o dados, ali�s escass�ssimos, ou nada tem a ver com o que se passou, ou foram h� muito tempo, ou ocorreram em circunst�ncias � roubos de, ou apagamentos de blogues reclamados por outr�m, por exemplo � que n�o se aplicam ao Abrupto), eu n�o posso dexar de pensar que o Abrupto foi o alvo deliberado. Devo dizer ali�s que h� mais racionalidade em pensar assim do que em imaginar que me calhou o azar entre quarenta e cinco milh�es de blogues. Muitos dos falsos exemplos que me s�o dados s�o ali�s um exerc�cio de m� f� pura, apenas para enganar quem n�o vai ler as explica��es sobre o que aconteceu. Este af� de dizer que o que aconteceu ao Abrupto � normal, legitima o autor da pirataria, porque algu�m a fez, n�o � verdade? Um qualquerda Tail�ndia que encontrou uma falha no Blogger e escolheu ao acaso um blogue portugu�s, n�o � do que me querem convencer?Devo ignorar que numa certa lama da blogosfera, se houvesse um bot�o miraculoso como a campainha do Mandarim que matasse o chin�s na China, j� havia h� muito uma sinfonia de toques e empurr�es para chegar ao bot�o. Ali�s a campainha n�o parava, tantos eram os candidatos a quererem "matar" o Abrupto. Basta ler alguns blogues, entre a pura m� f�, at� ao enorme contentamento e festejos pela "morte" anunciada. N�o ter�o muita sorte, mas � uma atitude reveladora do inc�modo que a mera exist�ncia de um blogue como o Abrupto traz � mediocridade invejosa. O mundo para eles seria muito mais aceit�vel se tudo fosse med�ocre, igual na lama. Compreendo bem, mas sigo a regra de George Bernard Shaw: "

OS NOVOS DESCOBRIMENTOS: XANADU EM TIT�

In Xanadu did Kubla Khan

A stately pleasure-dome decree :

Where Alph, the sacred river, ran

Through caverns measureless to man

Down to a sunless sea.

Um filme com faces familiares.

HOJE, CORES DE UM CERTO FIM DA TARDE

INTEND�NCIA

Em actualiza��o os Em actualiza��o os ESTUDOS SOBRE COMUNISMO

O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES. O P�NICO DO DIA

Mote do dia na �rea do alarmismo pac�vio: �O Paracetamol destr�i o f�gado� (diversos jornais on-line, r�dios e logo � noite, provavelmente, na RTP e SIC e de certeza na TVI.

Diz, por exemplo, o �Portugal Di�rio� que � O medicamento mais vendido sem receita m�dica provocou, nos �ltimos tr�s anos, meia centena de reac��es adversas em Portugal, segundo o Instituto Nacional da Farm�cia e do Medicamento (Infarmed), e foi recentemente associado � destrui��o do f�gado, mesmo quando tomado em doses recomendadas�Para o estudo foram utilizados 106 participantes, divididos por tr�s grupos: dois tomaram diariamente quatro gramas de paracetamol ao longo de duas semanas, e o terceiro tomou apenas placebo�Entre quem tomou o �rem�dio falso� n�o houve problemas de f�gado, mas cerca de 40 por cento dos restantes participantes revelaram ind�cios de danifica��o daquele �rg�o. �

PRIMEIRO: 4 gramas de paracetamol s�o OITO "Ben-u-rons" por dia. Vezes duas semanas d� a m�dica quantia de 112 comprimidos. O facto de s� haver "ind�cios" de les�o hep�tica (algo muito subjectivo de analisar em termos m�dicos, uma vez que existem muitas outras coisas, a come�ar pelo �lcool e gorduras que o podem fazer) � antes de mais uma mostra da inocuidade do produto. Do mesmo modo, 50 reac��es adversas em Portugal (que muitas vezes s�o uma simples urtic�ria e nenhuma grave foi comunicada � classe m�dica) em 3 anos, sendo que em cada dia s�o prescritas embalagens na ordem dos milhares (fora as adquiridas sem receita), mostra que as probabilidades de haver problemas s�o bem menores que as de ser, por exemplo, atropelado por um jornalista.

SEGUNDO: nas recomenda��es de uso deste medicamento SEMPRE constaram avisos sobre os cuidados a ter em caso de toma prolongada ou em altas doses, sobretudo em rela��o ao f�gado e rins. N�o se percebe bem o porqu� desta not�cia ou "estudo" sobre uma coisa que n�o � novidade nenhuma, mas que pode ser alguma prepara��o para um novo produto a chegar ao mercado...

TERCEIRO: todos sabemos da papalvice e gosto pelo alarmismo de muito jornalista e da generalidade do p�blico portugu�s. Fica ent�o a sugest�o: TODOS os medicamentos t�m normas de utiliza��o, taxas de efeitos secund�rios e contra-indica��es, como poder� ser facilmente constatado, por exemplo, no Prontu�rio Terap�utico . Fazendo contas aos milhares de medicamentos comercializados, j� viram o manancial de not�cias assustadoras n�o devidamente aproveitadas? V� l� senhores jornalistas: aproveitem a silly season, para lan�arem uns belos p�nicos. J� agora: se levarem os vossos filhos � consulta, cheios de febre, preferem que lhes d�em chazinhos?

Fernando Gomes da Costa (m�dico)

O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES; O EDUQU�S EM AVALIA��O

Muito se tem falado de processos de avalia��o, centrada a discuss�o no teste de F�sica da primeira fase. N�o posso deixar de verificar escandalizada o seguinte, que diz respeito � maioria dos testes do Secund�rio que pelos quais se tem avaliado os nossos alunos :

1- As quest�es s�o de tal maneira sui generis, enviesadas e distantes do programa e da realidade escolar (aten��o, meus senhores, o pa�s vai de Tr�s-os-Montes ao Algarve), que ter investido ou n�o em estudo n�o � relevante;

2- Numa reforma que pela primeira vez � testada, n�o foram enviadas provas- refer�ncia;

3-O exame de 11� de Biologia e Geologia, por exemplo, para al�m da formula��o imprecisa de perguntas, tem aspectos absolutamente mirabolantes:

a) depois do investimento,por parte das escolas e col�gios,em material de laborat�rio para p�r a funcionar os trabalhos laboratoriais, ao abrigo da pen�ltima reforma, os trabalhos laboratoriais foram "extintos"na �ltima e actual reforma. E � precisamente o exame de Biologia e Geologia, 1� fase, que pede ao aluno que invente uma experi�ncia;

b)depois da inven��o da experi�ncia, prop�e-se que crie um projecto de investiga��o (!). Isto � muito interessante como experi�ncia para preencher 90 m de aula - ser� oportuno num exame? Fico a saber que a figura de "jovens investigadores" , utilizada pela Funda��o para a Ci�ncia e Tecnologia, se deve aplicar a jovens examinandos do Secund�rio.

4-Como Coordenadora Cient�fica de um Centro de Investiga��o (e m�e de uma aluna sujeita a esta brincadeira de mau gosto), pergunto: andam a brincar com o contribuinte, com os nossos jovens ou aos investigadores?

5- Fa�o outra pergunta, do fundo da minha indigna��o c�vica - a um professor que ouse "reter" um aluno s�o pedidos x formul�rios, relat�rios, justifica��es - e a uma comiss�o de incompetentes, aquartelada no semi-anonimato do GAVE, que � respons�vel pela desestabiliza��o e hecatombe de um pa�s inteiro, pela motiva��o de jovens para irem estudar para fora destas fronteiras, ? que se faz? n�o h� responsabilidades a pedir? bate-se palmas? de ci�ncia pouco sabem e da realidade de aplica��o e aplicabilidade dos programas ainda menos. Sinceramente, a Senhora Ministra pode estar cheia de boas inten��es para impor regras ao sistema, mas a primeira regra � n�o se rodear de incompetentes ...e brincalh�es.

(Maria do C�u Fialho, Prof. Cater�tica da Universidade de Coimbra e Coordenadora Cient�fica de um Centro de Investiga��o sem alunos do Secund�rio nem membros do GAVE.)

*

Vi ontem no canal parlamento e em directo, a presta��o da Ministra da Educa��o. Fiquei com a sensa��o que n�o � ela quem governa o seu minist�rio, devendo algu�m trabalhar por ela. Como � que por detr�s de tantas pol�ticas educativas pode estar uma pessoa que n�o sabe falar, n�o compreende o teor das perguntas directas feitas pelos demais intervenientes, engasgando-se, ruborizando, como se fosse uma caloira? Porque � que n�o responsabiliza o GAVE? Porque � que n�o demite quem est� � frente do referido Gabinete? Isto deixa-nos perceber claramente que existem motivos obscuros que �obrigaram� �s conhecidas medidas pol�ticas. V�rios exames tinham erros, eram extensos, quem os realizou � os �experts� ao servi�o da Ministra, deviam ser devidamente responsabilizados/demitidos.

Outra quest�o foi a declara��o mentirosa da Ministra relativamente aos resultados do exame nacional de matem�tica do 9� ano. A dita afirmou que a �bvia melhoria dos resultados do exame a matem�tica neste ano, se devia � implementa��o das suas novas pol�ticas. Eu vigiei esse exame, e tive a oportunidade de o ler: espantar-se-ia se lhe dissesse que qualquer pessoa com a antiga quarta classe, o saberia fazer tirando positiva. Pois �, at� o fiz de cabe�a. Algumas quest�es pareciam aqueles passatempos que compramos no quiosque para levarmos para f�rias. A� est� a pol�tica de rigor e exig�ncia da Ministra � a mentira. E j� falou que o pr�ximo objectivo ser� a L�ngua Portuguesa � adivinhe como ser� o exame nacional do 9� ano no pr�ximo ano: fazer uma c�pia sobre o texto �O capuchinho vermelho�, dizer o presente do indicativo do verbo mentir, e escrever uma composi��o sobre as f�rias de Ver�o que h�o-de vir� � uma vergonha.

(Sofia Silveira)

LENDO

VENDO

OUVINDO

�TOMOS E BITS

de 21 de Julho de 2006

Staline, Chostakovitch e a arte de agradar e desprezar no fio da navalha ou do tiro na nuca no

*

Grundsprache . Freud e o alem�o em

"Freud aurait-il pu d�couvrir l'inconscient dans une autre langue que l'allemand ? Voil� probablement l'une des questions les plus sens�es que les professionnels de la profession aient pos�e � l'occasion du 150 �me anniversaire de la naissance de cher Sigmund." *

Lu�s na A minha gera��o sofreu tr�s grav�ssimas contrariedades: primeiro aprendeu o mundo pelos comp�ndios do salazarismo. Depois pela vulgata marxista. A seguir veio o ru�do insuport�vel do entertainment. " Staline, Chostakovitch e a arte de agradar e desprezar no fio da navalha ou do tiro na nuca no Guardian Freud e o alem�o em La R�publique des Livres Lu�s na Natureza do Mal : "

RETRATOS DO TRABALHO NO PORTO, PORTUGAL

(...) uuma foto que tirei ontem, algures na cidade do Porto e que v�-se l� saber porqu� me fez recordar os primeiros versos da t�o conhecida e bel�ssima "TABACARIA", de �lvaro de Campos:

N�o sou nada.

Nunca serei nada.

N�o posso querer ser nada.

� parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,

Do meu quarto de um dos milh�es do mundo que ningu�m sabe quem �

(E se soubessem quem �, o que saberiam?),

Dais para o mist�rio de uma rua cruzada constantemente por gente,

Para uma rua inacess�vel a todos os pensamentos,

Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,

Com o mist�rio das coisas por baixo das pedras e dos seres,

Com a morte a p�r humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,

Com o Destino a conduzir a carro�a de tudo pela estrada de nada

(�lvaro Mendon�a)

EARLY MORNING BLOGS

822 - Devemos perdonar a los ignorantes y resistir a los locos .

De los que se r�en y escarnecen de los que no deven, el sabio propuso tal f�bula. Algunos hombres son enojosos y burladores, y escarnecedores de otros, mas a s� mismos causan y fazen mal, ass� como un asno que encontr� con un le�n, y d�xole burl�ndose d' �l: -�Dios te salve, hermano! Y ri�se d' �l. E le�n, indign�ndose de sus palabras, dixo entre s�: -No quiera Dios que vana sangre ensuzie mis dientes, ca convern�a dexarte injuriado o despeda�ado. Significa esta f�bula que devemos perdonar a los ignorantes, mas devemos resistir y defendernos de los locos que quieren acometer a otros mejores de s�. Y que el loco fant�stico no deve de reyrse de los hombres nobles y sabios y virtuosos, ni se ygualar con ellos. Devemos perdonar a los ignorantes y resistir a los locos

( La vida y f�bulas del Ysopo , Valencia, 1520.)

*

Bom dia! , Valencia, 1520.)Bom dia!

A SOLID�O DOS GUERREIROS

A gente � feita pelas nossas conversas. Conversas que nunca se esquecem, conversas que ficam e ficam e ficam, mudando, dizendo coisas diferentes em tempos diferentes. Mas ficam, l� atr�s de qualquer coisa que somos. Recordo-me nestes dias de ferro e fogo no M�dio Oriente de uma que tive com a mais improv�vel pessoa para lembrar neste contexto: Jonas Savimbi. Ou talvez n�o.

A Jamba, quartel operacional de Savimbi no Sul de Angola, quando se tornou na sua sala de visitas, caiu no mesmo logro de que era parte: o logro da propaganda para ocidentais desejosos de exotismo e de um pouco de aventura. Savimbi aprendera com os chineses, que por sua vez tinham aprendido com os sovi�ticos, a arte das aldeias Potemkine, a arte da "massagem do ego", a arte de iludir. Nas "excurs�es" � Jamba como lhe chamavam os seus detractores, tudo era cuidadosamente pensado para responder �s ilus�es, obtendo efeitos de propaganda, mas havia outra Jamba por detr�s da que era mostrada e essa era bem menos am�vel e bem menos ut�pica. Numa viagem que l� fiz, pude ver e ser sujeito a todas estas artes da ilus�o e da propaganda mas, sem querer gabar-me de qualquer omnisci�ncia ou cinismo militante, nem por isso deixava de saber que havia muito cen�rio.

Mas havia uma coisa na Jamba de natureza diferente do seu "sinaleiro", das suas aulas de Latim, da sua fanfarra marcial, e essa coisa era Jonas Savimbi ele mesmo, personagem maior que a vida, maior que a morte, personagem da hist�ria, cruel, obsessivo, tenebroso, mas uma "car�cter". Fiel aos mitos que alimentava, um dos quais era de que n�o dormia, encontrei-o uma vez �s tr�s da manh�. O local era uma cabana de madeira e colmo, com umas cadeiras de pl�stico e uma improv�vel cortina florida daquelas que se encontram nos quartos de banho suburbanos. Era mesmo uma cortina, triste e pobre, o improv�vel cen�rio dos homens que rodeavam Savimbi, todos hoje j� fantasmas no Inferno.

Era uma noite de crise, havia combates em Mavinga, e Magnus Malan tinha feito declara��es inc�modas para Savimbi, pelo que as rela��es com os aliados sul-africanos n�o deviam estar pelo melhor dos mundos. A guerra corria-lhe bem, talvez fosse isso que levou os sul-africanos a reivindicar o seu papel, o que atrapalhava a propaganda da UNITA. Talvez por isso, a meio da conversa e sem qualquer necessidade, Savimbi come�ou um longo mon�logo, meio interior, meio para eu ouvir, muito longe do que se podia esperar pela ocasi�o e pelo interlocutor portugu�s. Savimbi come�ou a falar da solid�o na luta. Disse-me: " Agora tenho todos comigo, os sul-africanos, os americanos, mas sei que isso n�o pode durar." "J� vi todos os meus aliados deixarem-me sozinhos, j� vi os americanos com a s�ndrome do p�s-Vietname, a abandonar os seus amigos... Quando fiz a minha "Longa Marcha" , at� comemos cascas de �rvore e cheg�mos � Jamba meia d�zia de homens para come�ar tudo de novo." E insistia: " Agora tenho amigos, mas sei que posso ficar outra vez sozinho, s� posso contar comigo e com os meus maninhos... " Havia um tom de tristeza e de resigna��o, pouco habitual em Savimbi, que n�o era dado a ter estados de alma.

Ele sentia-se ofendido pelos sul-africanos, este era o motivo pr�ximo, e Savimbi era orgulhoso. Mas ele tinha uma premoni��o sobre o que se iria passar, muitos anos depois, a sua morte em combate, sozinho, abandonado, apenas com meia d�zia de fieis irredut�veis muitos dos quais morreram com ele. Ele era uma raridade para um l�der africano, n�o tinha atrac��o pela vida faustosa no ex�lio dourado, n�o era corrupto, embora corrompesse, e toda a vida foi um general da frente de batalha, que liderava do ch�o perto dos seus homens. Era perigoso como poucos e sabia muito.

Recordo-me desta conversa nocturna, quando vejo mais uma vez o modo como os israelitas s�o deixados sozinhos para se defenderem, o que eles s� podem fazer atacando (olhe-se para um mapa de Israel para se perceber), perante uma opini�o p�blica e publicada que tamb�m ela, como os sul-africanos e americanos a Savimbi, os abandonou. Israel n�o � defens�vel em termos de um conflito cl�ssico, e s� com muito saber de experi�ncia feita consegue conter em termos aceit�veis o terrorismo de que � v�tima. � sua volta s� tem inimigos, que n�o datam da "quest�o palestiniana" como muitos pensam, mas do dia seguinte � cria��o do Estado de Israel, quando este foi invadido por todos os ex�rcitos dos pa�ses �rabes. O mesmo cen�rio repetiu-se v�rias vezes, at� que as ofensivas militares tradicionais, todas derrotadas, foram progressivamente substitu�das por actos de terrorismo localizado, mas sist�mico. Apesar de tudo, a situa��o de seguran�a de Israel melhorou, em grande parte porque a ocupa��o dos territ�rios da Cisjord�nia e da S�ria melhorou a sua capacidade de defesa, deu-lhe profundidade. A situa��o de Israel tamb�m melhorou, porque o "mundo �rabe" se dividiu, alguns corajosos chefes de Estado no Egipto e na Jord�nia aceitaram a realidade do seu Estado e o mesmo aconteceu com alguns palestinianos, a come�ar por dirigentes da OLP e da Fatah. Esse caminho foi positivo e � positivo.

Mas h� uma realidade nova no M�dio Oriente que pode inverter completamente a situa��o e fragilizar Israel e os seus amigos �rabes, de novo: a combina��o do fundamentalismo isl�mico com a nucleariza��o do Ir�o. O Ir�o e a S�ria s�o hoje a vanguarda de todos os que negam a pura exist�ncia de Israel, e o Hamas e o Hezbollah s�o os bra�os armados dessa nova realidade. Se somarmos a essa situa��o o caminho perigos�ssimo do Ir�o, Israel tem hoje de novo um desequil�brio que se est� a construir � sua volta. O problema n�o s�o os palestinianos, � o choque de pol�ticas nacionais de hegemonia regional, e a utiliza��o da religi�o como arma de mobiliza��o e radicalismo. Israel tem que conter o Ir�o, a S�ria, o Hamas e o Hezbollah quanto antes, antes de terem armamento nuclear, antes de se armarem com as novas armas do terrorismo, incluindo uma capacidade maior de projec��o de m�sseis sobre o seu territ�rio sem profundidade. � uma realidade militar antes de ser pol�tica.

Os israelitas fazem certamente muitas asneiras, porque n�o s�o passivos mas pr�-activos. N�o assistem sentados � sua progressiva neutraliza��o e destrui��o. N�o podem deixar de o ser e � por isso que conservadores e trabalhistas, partidos religiosos e socialistas n�o diferem muito na legitima��o da actua��o militar. � mesmo uma quest�o de sobreviv�ncia e a ideia de que se trata de "um conflito assim�trico" onde os "poderosos" esmagam os "fracos" � enganadora: h� assimetrias de tamanho que s�o a favor dos aparentemente mais fracos.

Percebe-se o que os israelitas querem com esta resposta violenta aos actos de guerra do Hezbollah e do Hamas: mostrar que a paz s� � poss�vel se n�o houver qualquer transig�ncia com os grupos que s�o os bra�os armados de estrat�gias de aniquila��o do Estado de Israel. E estes, e os Estados que os alimentam, s� percebem uma �nica linguagem, a da for�a. Israel tamb�m de h� muito sabe que s� pode haver paz com quem a deseja e, do mesmo modo que o Ir�o lhe quis enviar uma mensagem, Israel responde em esp�cie. � duro, mas naquele canto do mundo n�o h� muito terreno para amabilidades, e, infelizmente, muita gente sofre de passagem. A express�o "danos colaterais" � cruel na sua frieza, mas verdadeira.

� face a esta situa��o que a comunidade internacional n�o cumpriu as suas obriga��es. Fechou os olhos � presen�a de mil�cias s�rio-iranianas no Sul do L�bano, n�o se disp�s a fornecer reais garantias a Israel da sua seguran�a, para poder exigir o fim da ocupa��o dos territ�rios palestinianos com razoabilidade e sem risco para Israel. O �ltimo passo para a paz, a retirada unilateral da Faixa de Gaza, n�o foi acompanhada pelas devidas press�es sobre o Hamas para que mude de pol�tica face a Israel.

Bem pelo contr�rio, a Uni�o Europeia, cuja pol�tica no M�dio Oriente � claramente anti-israelita e por isso in�til para mediar qualquer coisa, continua a financiar a Autoridade Palestiniana controlada pelo Hamas. Os americanos d�o uma �ltima garantia de seguran�a a Israel, mas essa s� funciona num ambiente de Armaged�o, e a B�blia e os seus apocalipses n�o s�o os melhores conselheiros. At� l�, e esperamos, sem necessidade de chegar l� (um conflito nuclear), Israel est� sozinho e s� pode contar consigo mesmo. Eles sabem muito bem disso, como Savimbi sabia. Ele perdeu tudo, os israelitas fazem tudo para que o mesmo n�o lhes aconte�a.

(No P�blico de 20/7/2006) A gente � feita pelas nossas conversas. Conversas que nunca se esquecem, conversas que ficam e ficam e ficam, mudando, dizendo coisas diferentes em tempos diferentes. Mas ficam, l� atr�s de qualquer coisa que somos. Recordo-me nestes dias de ferro e fogo no M�dio Oriente de uma que tive com a mais improv�vel pessoa para lembrar neste contexto: Jonas Savimbi. Ou talvez n�o.A Jamba, quartel operacional de Savimbi no Sul de Angola, quando se tornou na sua sala de visitas, caiu no mesmo logro de que era parte: o logro da propaganda para ocidentais desejosos de exotismo e de um pouco de aventura. Savimbi aprendera com os chineses, que por sua vez tinham aprendido com os sovi�ticos, a arte das aldeias Potemkine, a arte da "massagem do ego", a arte de iludir. Nas "excurs�es" � Jamba como lhe chamavam os seus detractores, tudo era cuidadosamente pensado para responder �s ilus�es, obtendo efeitos de propaganda, mas havia outra Jamba por detr�s da que era mostrada e essa era bem menos am�vel e bem menos ut�pica. Numa viagem que l� fiz, pude ver e ser sujeito a todas estas artes da ilus�o e da propaganda mas, sem querer gabar-me de qualquer omnisci�ncia ou cinismo militante, nem por isso deixava de saber que havia muito cen�rio.Mas havia uma coisa na Jamba de natureza diferente do seu "sinaleiro", das suas aulas de Latim, da sua fanfarra marcial, e essa coisa era Jonas Savimbi ele mesmo, personagem maior que a vida, maior que a morte, personagem da hist�ria, cruel, obsessivo, tenebroso, mas uma "car�cter". Fiel aos mitos que alimentava, um dos quais era de que n�o dormia, encontrei-o uma vez �s tr�s da manh�. O local era uma cabana de madeira e colmo, com umas cadeiras de pl�stico e uma improv�vel cortina florida daquelas que se encontram nos quartos de banho suburbanos. Era mesmo uma cortina, triste e pobre, o improv�vel cen�rio dos homens que rodeavam Savimbi, todos hoje j� fantasmas no Inferno.Era uma noite de crise, havia combates em Mavinga, e Magnus Malan tinha feito declara��es inc�modas para Savimbi, pelo que as rela��es com os aliados sul-africanos n�o deviam estar pelo melhor dos mundos. A guerra corria-lhe bem, talvez fosse isso que levou os sul-africanos a reivindicar o seu papel, o que atrapalhava a propaganda da UNITA. Talvez por isso, a meio da conversa e sem qualquer necessidade, Savimbi come�ou um longo mon�logo, meio interior, meio para eu ouvir, muito longe do que se podia esperar pela ocasi�o e pelo interlocutor portugu�s. Savimbi come�ou a falar da solid�o na luta. Disse-me: "E insistia: "" Havia um tom de tristeza e de resigna��o, pouco habitual em Savimbi, que n�o era dado a ter estados de alma.Ele sentia-se ofendido pelos sul-africanos, este era o motivo pr�ximo, e Savimbi era orgulhoso. Mas ele tinha uma premoni��o sobre o que se iria passar, muitos anos depois, a sua morte em combate, sozinho, abandonado, apenas com meia d�zia de fieis irredut�veis muitos dos quais morreram com ele. Ele era uma raridade para um l�der africano, n�o tinha atrac��o pela vida faustosa no ex�lio dourado, n�o era corrupto, embora corrompesse, e toda a vida foi um general da frente de batalha, que liderava do ch�o perto dos seus homens. Era perigoso como poucos e sabia muito.Recordo-me desta conversa nocturna, quando vejo mais uma vez o modo como os israelitas s�o deixados sozinhos para se defenderem, o que eles s� podem fazer atacando (olhe-se para um mapa de Israel para se perceber), perante uma opini�o p�blica e publicada que tamb�m ela, como os sul-africanos e americanos a Savimbi, os abandonou. Israel n�o � defens�vel em termos de um conflito cl�ssico, e s� com muito saber de experi�ncia feita consegue conter em termos aceit�veis o terrorismo de que � v�tima. � sua volta s� tem inimigos, que n�o datam da "quest�o palestiniana" como muitos pensam, mas do dia seguinte � cria��o do Estado de Israel, quando este foi invadido por todos os ex�rcitos dos pa�ses �rabes. O mesmo cen�rio repetiu-se v�rias vezes, at� que as ofensivas militares tradicionais, todas derrotadas, foram progressivamente substitu�das por actos de terrorismo localizado, mas sist�mico. Apesar de tudo, a situa��o de seguran�a de Israel melhorou, em grande parte porque a ocupa��o dos territ�rios da Cisjord�nia e da S�ria melhorou a sua capacidade de defesa, deu-lhe profundidade. A situa��o de Israel tamb�m melhorou, porque o "mundo �rabe" se dividiu, alguns corajosos chefes de Estado no Egipto e na Jord�nia aceitaram a realidade do seu Estado e o mesmo aconteceu com alguns palestinianos, a come�ar por dirigentes da OLP e da Fatah. Esse caminho foi positivo e � positivo.Mas h� uma realidade nova no M�dio Oriente que pode inverter completamente a situa��o e fragilizar Israel e os seus amigos �rabes, de novo: a combina��o do fundamentalismo isl�mico com a nucleariza��o do Ir�o. O Ir�o e a S�ria s�o hoje a vanguarda de todos os que negam a pura exist�ncia de Israel, e o Hamas e o Hezbollah s�o os bra�os armados dessa nova realidade. Se somarmos a essa situa��o o caminho perigos�ssimo do Ir�o, Israel tem hoje de novo um desequil�brio que se est� a construir � sua volta. O problema n�o s�o os palestinianos, � o choque de pol�ticas nacionais de hegemonia regional, e a utiliza��o da religi�o como arma de mobiliza��o e radicalismo. Israel tem que conter o Ir�o, a S�ria, o Hamas e o Hezbollah quanto antes, antes de terem armamento nuclear, antes de se armarem com as novas armas do terrorismo, incluindo uma capacidade maior de projec��o de m�sseis sobre o seu territ�rio sem profundidade. � uma realidade militar antes de ser pol�tica.Os israelitas fazem certamente muitas asneiras, porque n�o s�o passivos mas pr�-activos. N�o assistem sentados � sua progressiva neutraliza��o e destrui��o. N�o podem deixar de o ser e � por isso que conservadores e trabalhistas, partidos religiosos e socialistas n�o diferem muito na legitima��o da actua��o militar. � mesmo uma quest�o de sobreviv�ncia e a ideia de que se trata de "um conflito assim�trico" onde os "poderosos" esmagam os "fracos" � enganadora: h� assimetrias de tamanho que s�o a favor dos aparentemente mais fracos.Percebe-se o que os israelitas querem com esta resposta violenta aos actos de guerra do Hezbollah e do Hamas: mostrar que a paz s� � poss�vel se n�o houver qualquer transig�ncia com os grupos que s�o os bra�os armados de estrat�gias de aniquila��o do Estado de Israel. E estes, e os Estados que os alimentam, s� percebem uma �nica linguagem, a da for�a. Israel tamb�m de h� muito sabe que s� pode haver paz com quem a deseja e, do mesmo modo que o Ir�o lhe quis enviar uma mensagem, Israel responde em esp�cie. � duro, mas naquele canto do mundo n�o h� muito terreno para amabilidades, e, infelizmente, muita gente sofre de passagem. A express�o "danos colaterais" � cruel na sua frieza, mas verdadeira.� face a esta situa��o que a comunidade internacional n�o cumpriu as suas obriga��es. Fechou os olhos � presen�a de mil�cias s�rio-iranianas no Sul do L�bano, n�o se disp�s a fornecer reais garantias a Israel da sua seguran�a, para poder exigir o fim da ocupa��o dos territ�rios palestinianos com razoabilidade e sem risco para Israel. O �ltimo passo para a paz, a retirada unilateral da Faixa de Gaza, n�o foi acompanhada pelas devidas press�es sobre o Hamas para que mude de pol�tica face a Israel.Bem pelo contr�rio, a Uni�o Europeia, cuja pol�tica no M�dio Oriente � claramente anti-israelita e por isso in�til para mediar qualquer coisa, continua a financiar a Autoridade Palestiniana controlada pelo Hamas. Os americanos d�o uma �ltima garantia de seguran�a a Israel, mas essa s� funciona num ambiente de Armaged�o, e a B�blia e os seus apocalipses n�o s�o os melhores conselheiros. At� l�, e esperamos, sem necessidade de chegar l� (um conflito nuclear), Israel est� sozinho e s� pode contar consigo mesmo. Eles sabem muito bem disso, como Savimbi sabia. Ele perdeu tudo, os israelitas fazem tudo para que o mesmo n�o lhes aconte�a.(Node 20/7/2006)

COISAS SIMPLES: A NOITE

(I. Levitan) (I. Levitan)

PIRATARIAS 3

A pirataria ainda n�o est� resolvida, mas est� a ser investigada. Uma informa��o preciosa seria a de saber que outros blogues em portugu�s, ou casos recentes fora de Portugal, conheceram o mesmo problema. At� agora nos blogues portugueses no Blogger apenas se conhece o caso do Abrupto, o que parece indicar deliberada inten��o e n�o ataque ao acaso como alguns se apressam a concluir. Exemplos portugueses seriam importantes para ajudar a compreender a pirataria e o seu car�cter. A pirataria ainda n�o est� resolvida, mas est� a ser investigada. Uma informa��o preciosa seria a de saber que outros blogues em portugu�s, ou casos recentes fora de Portugal, conheceram o mesmo problema. At� agora nos blogues portugueses no Blogger apenas se conhece o caso do Abrupto, o que parece indicar deliberada inten��o e n�o ataque ao acaso como alguns se apressam a concluir. Exemplos portugueses seriam importantes para ajudar a compreender a pirataria e o seu car�cter.

LENDO

VENDO

OUVINDO

�TOMOS E BITS

de 20 de Julho de 2006

Interessante e intrigante artigo de Ruben de Carvalho no

"A acompanhar uma am�vel entrevista com Francisco Lou��, o Expresso da passada semana publicou o que pretende ser o at� hoje mais completo estudo sobre a realidade org�nica do Bloco, clinicamente ali�s intitulado Radiografia do Bloco de Esquerda. Com direito a um pormenorizado mapa de Portugal, especificando os n�meros bloquistas por distrito e regi�es aut�nomas, de militantes e de votos nas legislativas de 2005.

Os resultados s�o deveras interessantes. Segundo o seman�rio, o Bloco possui em Portalegre 61 militantes; em Viana do Castelo, Vila Real, Bragan�a, Guarda, Castelo Branco, �vora, Beja e A�ores, em cada um, 122 militantes (o que, verifica-se, corresponde em todos exactamente ao dobro de Portalegre, 2x61); em Leiria ser�o 183 (ou seja, 3x61); em Aveiro, Santar�m, Faro e Viseu atingem em cada os 244 (uns quadrangulares 4x61); em Braga, Coimbra e Madeira j� sobem para uns distritais 305 (isto �, 5x61); em Set�bal o factor multiplicativo � de 12, a saber, 12x61=732. As maiores multiplica��es do Bloco ocorrem no Porto e em Lisboa, no primeiro 13 Portalegres (793=13x61), atingindo na segunda 24 Portalegres (1464=24x61)." *

O jornal Expresso publicou na sua �ltima edi��o uma Radiografia do Bloco de Esquerda onde publicava uma pequena discri��o sobre a implanta��o distrital do movimento, nomeadamente o seu n�mero de militantes. No gr�fico que acompanhava a not�cia, podia ver-se que, em v�rios distritos, o Bloco parecia ter o mesmo n�mero de filiados. Como � natural, essa informa��o poder� suscitar uma sensa��o de estranheza nos leitores, e por essa raz�o o Bloco entende prestar o seguinte esclarecimento.

A pedido do Expresso, o Bloco indicou o n�mero total dos seus inscritos e a percentagem por distrito. Estes valores foram indicados por aproxima��o � unidade. Assim, para um distrito que tenha aproximadamente 1% dos aderentes do Bloco, o Expresso extrapolou que seriam 61 (1% de 6100) e assim sucessivamente. � isso que explica que o Expresso tenha publicado nesse gr�fico o mesmo n�mero de militantes do Bloco em v�rios distritos.

Nota ao jornal Expresso que o Bloco de Esquerda enviou para esse mesmo jornal na passada segunda-feira,

(Pedro Sales, Assessor de Imprensa do Bloco de Esquerda)

*

Ora aqui est� um excelente exemplo do que acontece quando se sabe pouco de matem�tica. Quando digo pouco, digo pouco. Muito pouco mesmo. Matem�tica de 4� classe (antiga, que pela nova � preciso o 9� ano)..

Quando se brincam com percentagens de n�meros muito pequenos, e as percentagens s�o arredondadas � unidade (percentual), acontecem, inevitavelmente dessas coisas. Desagrad�veis. At� parece que se trata de um preconceito contra as v�rgulas.

H� quem diga que a esquerda detesta contas. Este exemplo n�o vai ao arrepio dessa afirma��o.

Quantos mais disparates ser�o ditos ao abrigo da mesmo arredondamento?

(H. Martins)

*

A r�bula dos �m�ltiplos-m�ltiplos de 61� (relativa aos militantes do BE) faz-me lembrar a anedota do Solnado:

- Meu general, v�m a� os �ndios!

- Quantos s�o eles?

- 1001, meu general!

- E como � que os contaste t�o depressa?

- � que vem 1 � frente, e atr�s s�o para a� uns 1000!

(C. Medina Ribeiro) Interessante e intrigante artigo de Ruben de Carvalho no Di�rio de Not�cias

RETRATOS DO TRABALHO EM NOVA DELI, �NDIA

Na �ndia, h� um m�s - homem ganhando a vida a pesar pessoas, com balan�a port�til.

(Fernando Correia de Oliveira)

Na �ndia, h� um m�s - homem ganhando a vida a pesar pessoas, com balan�a port�til.(Fernando Correia de Oliveira)

MAIS CONTRIBUTOS PARA

AS VINTE MELHORES OBRAS DE REFER�NCIA EM PORTUGU�S 1.0

(2� s�rie)

E � tamb�m no seguimento dos contributos para as vinte melhores obras de referer�ncia em portugu�s que lhe escrevo.E mais um par delas:

_ ANSELMO, Ant�nio Joaquim [1977], Bibliografia das obras impressas em Portugal no s�culo XVI, Lisboa. B.N.

_ PEREIRA, Paulo (dir. de) [1995], Hist�ria da Arte Portuguesa . Lisboa. C�rculo de Leitores.

_CARVALHO, Joaquim de [1947, 1948, 1949], Estudos sobre a Cultura Portuguesa dos s�culos XV e XVI.

_ Como complemento �s Normas do Padre Avelino, servindo de treino paleogr�fico: COSTA, P. Avelino de Jesus [1997], �lbum de Paleografia e Diplom�tica portuguesas . Estampas. 6� Edi��o. Coimbra. FLUC.

_BRAND�O, Fr. Francisco. [1976], Monarquia Lusitana . Ed. facsimilada. Lisboa. INCM.

_ N�o esquecer nunca:

SERR�O, Joel e MARQUES, A.H. de Oliveira (dir. de), Nova Hist�ria de Portugal. Ed. Presen�a.

_ CARDOSO, Pe. Jorge [1652], Agiologia Lusitana .

_ Como express�o paradigm�tica do movimento de Erudi��o em Portugal, a obra orientada por Alexandre Herculano: Portugaliae Monumenta Historica a saeculo octavo post Christum usque ad quintumdecimun, jussu Academiae Scientiarum Olisiponensis edita, nova s�rie.

_ GODINHO, Vitorino Magalh�es, Os Descobrimentos e a Economia Mundia l. Ed. Presen�a.4 vols.

_ FIGUEIREDO, C�ndido de [1996], Grande Dicion�rio da L�ngua Portuguesa. 25� Ed., 2 vols.

_ De elevada utilidade, um guia fundamental de obras gerais, disciplinas documentais e outras disciplinas de incid�ncia Hist�rica: R EPERT�RIO BIBLIOGR�FICO DA HISTORIOGRAFIA PORTUGUESA . [1974-1994], FLUC, Inst. Cam�es.

sandra costa

*

Noto que as obras de refer�ncia que t�m entrado no Abrupto v�o sempre para as mesmas �reas: filosofias, hist�rias, literaturas. Que tal meter um pouco de outra ci�ncia nisso:

Desenho T�cnico , de Lu�s Veiga da Cunha, FCG Introdu��o � An�lise Matem�tica , de Campos Ferreira, FCG

(nuno de magalh�es)

*

Tr�s sugest�es na �rea da �pera e do espect�culo:

MOREAU, M�rio - Teatro de S. Carlos : dois s�culos de hist�ria . Lisboa : Hugin, 1999. 2 vol. ISBN 972-8534-50-5

Est� l� tudo. Todos os concertos, todas as r�citas, todas as �peras, todos os bailados, todos os cantores, todos os maestros, todos os bailarinos, todos os actores, todos os encenadores, todos os cen�grafos, todos, todos, todos.

MOREAU, M�rio - Cantores de �pera portugueses. Amadora : Bertrand, 1981. 3 vol.

Tamb�m est�o todos, do S�c. 18 at� 1981.

BASTOS, Sousa - Carteira do artista : apontamentos para a hist�ria do theatro portuguez e brazileiro acompanhados de noticias sobre os principaes artistas, escriptores dramaticos e compositores estrangeiros. Lisboa : Antiga Casa Bartrand - Jos� Bastos, 1898

O autor era o marido da actriz Palmira Bastos. Um trabalho muito interessante que pretendeu ser exaustivo. Est� organizado em jeito de efem�rides e cont�m, no final, uma bibliografia e v�rios �ndices (actores portugueses e brasileiros, aderecistas, arquitectos e figurinistas, actores estrangeiros, benem�ritos, cabeleireiros, cantores portugueses, companhias, contraregras, curiosidades, decretos, portarias, tratados e outros documentos, empregados diversos, dramas, com�dias, trag�dias, operas-c�micas, revistas e pe�as, empres�rios, ensaiadores, escritores e cr�ticos, guarda-roupas, maquinistas, m�sicos, �peras e dan�as, pontos, cen�grafos, teatros e ainda um �ndice de gravuras

PIRATARIAS 12

Como se viu h� pouco mais de meia hora, (obrigada aos leitores que prontamente comunicam a apari��o do falso Abrupto) e ontem por volta das 20 horas, por um pequeno per�odo de tempo, os ataques continuam. O Blogger tem conhecimento desta situa��o h� cerca de quinze dias. Logo a seguir ao primeiro ataque, e j� v�rias vezes posteriormente, me escreveram a dizer que o problema, que reconhecem ser uma explora��o de uma falha do pr�prio Blogger, estava resolvido. Algu�m continua a tentar sobrepor um falso blogue ao verdadeiro, usando uma falha do Blogger que este se revela incapaz de resolver. Como se viu h� pouco mais de meia hora, (obrigada aos leitores que prontamente comunicam a apari��o do falso Abrupto) e ontem por volta das 20 horas, por um pequeno per�odo de tempo, os ataques continuam. O Blogger tem conhecimento desta situa��o h� cerca de quinze dias. Logo a seguir ao primeiro ataque, e j� v�rias vezes posteriormente, me escreveram a dizer que o problema, que reconhecem ser uma explora��o de uma falha do pr�prio Blogger, estava resolvido. Algu�m continua a tentar sobrepor um falso blogue ao verdadeiro, usando uma falha do Blogger que este se revela incapaz de resolver.

RETRATOS DO TRABALHO EM CHINATOWN, NOVA IORQUE, EUA

Nova Iorque, cabeleireiro em Chinatown, 2001

(Carlos Fernandes) Nova Iorque, cabeleireiro em Chinatown, 2001(Carlos Fernandes)

LENDO

VENDO

OUVINDO

�TOMOS E BITS

de 31 de Julho de 2006

"M� f�" no

Acrescento mais um exemplo: a utiliza��o da palavra "massacre" nos notici�rios da RTP1 e no P�blico de hoje (os que vi, � prov�vel que apare�a noutros meios de comunica��o). No Dicion�rio da Academia � claro que a palavra implica matar "indiscriminadamente" "com selvajaria e crueldade", tendo como significados "chacina", "matan�a", e o acto de massacrar significa "chacinar" "trucidar", "dizimar", "exterminar". Podem parecer cru�is estes preciosismos vocabulares, mas o uso da palavra "massacre" n�o � descritivo � propagand�stico porque implica haver dolo por parte de Israel. Se um inqu�rito revelar que o ataque a civis foi deliberado, ent�o � leg�timo usar a palavra "massacre", at� l� � uma opini�o disfar�ada de not�cia. Qualquer manual de deontologia jornal�stica ensina o que se deve fazer em casos destes, seja qual for a opini�o do jornalista, a indigna��o que possa ter perante a viol�ncia da guerra e a sua inerente injusti�a face a inocentes.

*

Confesso que me incomodam alguns coment�rios de leitores do Abrupto que na minha opini�o fazem uma leitura muito ligeira do que se passa no L�bano. Como se v� pelos v�rios coment�rios, opini�es e �not�cias� � cada vez mais dif�cil a uma Democracia fazer a Guerra. H� at� quem defenda que a barb�rie n�o depende dos actos, mas antes da condi��o de quem os pratica.

Pode hoje um regime democr�tico defender-se de um ataque terrorista? Ou de uma ac��o militar? Sabemos que qualquer guerra implica actos violentos, b�rbaros, massacres se quiserem e quase sempre provoca vitimas inocentes e que nada t�m a ver com o conflito. Houve demasiados exemplos durante o s�culo XX para que algu�m ache que uma Guerra pode n�o ser assim. � por isso legitimo colocar a quest�o; pode um regime democr�tico cometer actos de barb�rie mesmo em legitima defesa? Se pode, ent�o h� quem questione se de facto o regime � ou n�o democr�tico; se n�o pode, ent�o a democracia est� impedida de existir quando � atacada.

A resposta � quest�o parece-me evidente. Uma Democracia deve poder defender-se com todos os meios ao seu alcance quando � atacada. N�o obstante tentar evitar ao m�ximo atacar quem nada tem que ver com o conflito, sabe contudo, que quando inicia a sua defesa vai inevitavelmente causar sofrimento, cometer barbaridades e com probabilidade elevada vitimizar, massacrar inocentes. � isto a Guerra.

� importante que n�o nos esque�amos destes �detalhes� quando nos apressamos a condenar Israel pelos ataques ao Sul do L�bano. T�m sido usados os mesmos adjectivos para analisar os actos terroristas do Hezbolla, que matam inocentes de forma deliberada, dos ataques de Israel �s posi��es do grupo terrorista que mata inocentes de forma acidental. S� esp�ritos mal�volos e pouco dados � an�lise concluem que Israel atacou postos das NU e matou inocentes em Qana de forma deliberada. Como � evidente isso s� prejudica a posi��o pol�tica de Israel. Os pressupostos dos ataques do Hezbolla e de Israel n�o se confundem. Os primeiros visam o terror e o exterm�nio e por isso o objectivo principal � atacar alvos civis; os segundos t�m como objectivo criar uma zona tamp�o que evite os bombardeamentos �s cidades do Norte de Israel e por isso actuam sobretudo sobre as posi��es do grupo terrorista. O que tamb�m toda a gente conhece � que o Hezbolla se refugia junto de civis para evitar os ataques do exercito israelita. S� isto j� demonstra o car�cter sinistro deste tipo de actua��o, que para tirar dividendos pol�ticos n�o se importa de p�r em risco as popula��es compatriotas.

(Ricardo Sousa)

*

Impressiona-me a rapidez, e a precis�o vocabular, com que procura �desmontar� a suposta m� f� no tratamento da not�cia relativa ao massacre perpetrado pelos Israelitas sobre a popula��o libanesa. Com que vocabul�rio podemos ent�o descrever as constantes humilha��es que a popula��o palestiniana tem sofrido h� d�cadas? Os actos de resist�ncia dos Palestinianos contra a ocupa��o israelita, j� o sabemos, s�o r�pida e comodamente designados de terrorismo� Impressiona-me, al�m do mais, na leitura de blogs e da imprensa, uma tend�ncia fortemente manique�sta no tratamento deste tema. Estudei especificamente a constru��o do discurso ideol�gico de justifica��o da guerra territorial contra o Isl�o entre os s�culos XI e XIII (tese em hist�ria medieval, fcsh/unl) e n�o encontro, nos discursos contempor�neos, a diferen�a que justificaria a passagem, de ent�o para c�, de mais de oito s�culos. Confesso que as minhas leituras sobre temas contempor�neos t�m sido pouco sistem�ticas, dada a cronologia das minhas investiga��es, e por isso gostaria sinceramente que o Dr. J. Pacheco Pereira, que creio conhece bem estas mat�rias, nos oferecesse um texto escrito sob o ponto de vista palestiniano (quer queiramos quer n�o, o actual problema do L�bano insere-se basicamente na quest�o palestiniana). Li h� meses o livro de Hamira Hass e fiquei impressionado com a arbitrariedade e a humilha��o a que s�o sujeitos os Palestinianos, vis�vel tamb�m num excelente document�rio sobre os �checkpoints� apresentado no festival Doc.Lisboa no ano passado.

(Armando de Sousa Pereira)

*

Na Wikipedia "massacre" : " the human rights commission agreed on a specific definition: "A massacre shall be considered the execution of five or more people, in the same place, as part of the same operation and whose victims were in an indefensible state."

(Filipe Dias)

*

Como � que chamaria ao "incidente", como lhe chama a CNN?

Dano colateral?

Aquele que n�o tem nome?

Para que n�o me chame anti-semita e para que n�o pense que estou de m�-f�, deixe-me dizer-lhe que conhe�o israelitas, que vivem e trabalham em Israel, na classe m�dia, sem as vantagens dos pol�ticos ou diplomatas, e n�o conhe�o �rabes. E que gosto dos israelitas que conhe�o. S�o pessoas decentes, trabalhadoras, sens�veis, que criticam os que no seu pr�prio lado v�em apenas um lado da quest�o. Gosto de ouvir falar com mais intelig�ncia do que a dos partid�rios de uma coisa. Como diria o outro, o mundo est� perigoso. N�o � hora de fundamentalismos. Nunca � hora de fundamentalismos.

(M.)

"M� f�" no Kontratempos Acrescento mais um exemplo: a utiliza��o da palavra "massacre" nos notici�rios da RTP1 e node hoje (os que vi, � prov�vel que apare�a noutros meios de comunica��o). No� claro que a palavra implica matar "indiscriminadamente" "com selvajaria e crueldade", tendo como significados "chacina", "matan�a", e o acto de massacrar significa "chacinar" "trucidar", "dizimar", "exterminar". Podem parecer cru�is estes preciosismos vocabulares, mas o uso da palavra "massacre" n�o � descritivo � propagand�stico porque implica haver dolo por parte de Israel. Se um inqu�rito revelar que o ataque a civis foi deliberado, ent�o � leg�timo usar a palavra "massacre", at� l� � uma opini�o disfar�ada de not�cia. Qualquer manual de deontologia jornal�stica ensina o que se deve fazer em casos destes, seja qual for a opini�o do jornalista, a indigna��o que possa ter perante a viol�ncia da guerra e a sua inerente injusti�a face a inocentes.

OS NOVOS DESCOBRIMENTOS: LAGOS EM TIT�

Em vez de �gua, metano.

EARLY MORNING BLOGS

829 -Lune de Miel

Ils ont vu les Pays-Bas, ils rentrent � Terre Haute;

Mais une nuit d'�t�, les voici � Ravenne,

A l'sur le dos �cartant les genoux

De quatre jambes molles tout gonfl�es de morsures.

On rel�ve le drap pour mieux �gratigner.

Moins d'une lieue d'ici est Saint Apollinaire

In Classe, basilique connue des amateurs

De chapitaux d'acanthe que touraoie le vent.

Ils vont prendre le train de huit heures

Prolonger leurs mis�res de Padoue � Milan

Ou se trouvent le C�ne, et un restaurant pas cher.

Lui pense aux pourboires, et redige son bilan.

Ils auront vu la Suisse et travers� la France.

Et Saint Apollinaire, raide et asc�tique,

Vieille usine d�saffect�e de Dieu, tient encore

Dans ses pierres �croulantes la forme precise de Byzance.

(Thomas Stearns Eliot)

*

Bom dia! (Thomas Stearns Eliot)Bom dia!

RETRATOS DO TRABALHO EM LOURES, PORTUGAL

Oper�rio da constru��o na nova fase da Urbaniza��o do Infantado-Loures.

(Lu�s Miguel Reino)

Oper�rio da constru��o na nova fase da Urbaniza��o do Infantado-Loures.(Lu�s Miguel Reino)

LENDO

VENDO

OUVINDO

�TOMOS E BITS

de 30 de Julho de 2006

Vale cem n�meros da Vis�o a entrevista a Miguel Veiga. O Miguel Veiga � um dos �ltimos originais antigos, - os originais modernos s�o muito menos originais -, um exc�ntrico na melhor tradi��o inglesa, logo portuense, ou vice-versa, e um homem de grande dignidade pessoal, bem rara qualidade. Meu amigo, de momentos bons e maus, como � suposto nos amigos.

*

O rolo de On the Road de Kerouac, um dos manuscritos (bom, n�o � bem manuscrito mas escrito � m�quina com correc��es) mais originais da hist�ria da literatura

*

Como eu

"Ce n'est pas pour me vanter mais dans quelques jours, je partirais en vacances. Ne croyez pas que je vous l�cherais pour autant, chers amis et chers ennemis : mon PC me suit partout et le tavernier continuera � servir � boire et � manger tous les jours ou presque. Si je vous raconte �a, c'est parce qu'en songeant � la valise � faire, le m�me doute m'envahit comme toujours en cette occasion : quels livres emporter ? Il faut dire que je suis du genre � emporter deux livres plut�t qu'un lorsque je dois prendre le bus ou le m�tro, c'est � dire tous les jours, par prudence au cas o� il y aurait une panne. Pour les trajets en avion, j'emm�ne trois livres plut�t que deux en cas de d�tournement prolong�. Vous aurez compris que la perspective de me retrouver bloqu� quelque part sans avoir rien � lire me rend malade par avance. Je n'en suis pas � emmener un livre avant de prendre l'ascenseur (et puis on peut toujours relire la notice) mais je n'en suis pas loin." Eu levo mais, mas � doen�a.

*

No

"A man walks along the inside of a circle of chess tables, glancing at each for two or three seconds before making his move. On the outer rim, dozens of amateurs sit pondering their replies until he completes the circuit. The year is 1909, the man is Jos� Ra�l Capablanca of Cuba, and the result is a whitewash: 28 wins in as many games. The exhibition was part of a tour in which Capablanca won 168 games in a row. How did he play so well, so quickly? And how far ahead could he calculate under such constraints? "I see only one move ahead," Capablanca is said to have answered, "but it is always the correct one." Vale cem n�meros daa entrevista a Miguel Veiga. O Miguel Veiga � um dos �ltimos originais antigos, - os originais modernos s�o muito menos originais -, um exc�ntrico na melhor tradi��o inglesa, logo portuense, ou vice-versa, e um homem de grande dignidade pessoal, bem rara qualidade. Meu amigo, de momentos bons e maus, como � suposto nos amigos.O rolo dede Kerouac, um dos manuscritos (bom, n�o � bem manuscrito mas escrito � m�quina com correc��es) mais originais da hist�ria da literatura vai ser publicado na vers�o original, a enrolada.Como eu o percebo:No Scientific American *

Aqueles para quem o fim do mundo (o fim de um mundo) chega antes: os Aqueles para quem o fim do mundo (o fim de um mundo) chega antes: os �ltimos Shakers

EARLY MORNING BLOGS

828 - ...haviam de achar homens homens, haviam de achar homens brutos, haviam de achar homens troncos, haviam de achar homens pedras.

Quando Cristo mandou pregar os Ap�stolos pelo Mundo, disse-lhes desta maneira: Euntes in mundum universum, praedicate omni creaturae : �Ide, e pregai a toda a criatura�. Como assim, Senhor?! Os animais n�o s�o criaturas?! As �rvores n�o s�o criaturas?! As pedras n�o s�o criaturas?! Pois h�o os Ap�stolos de pregar �s pedras?! H�o-de pregar aos troncos?! H�o-de pregar aos animais?! Sim, diz S. Greg�rio, depois de Santo Agostinho. Porque como os Ap�stolos iam pregar a todas as na��es do Mundo, muitas delas b�rbaras e incultas, haviam de achar os homens degenerados em todas as esp�cies de criaturas: haviam de achar homens homens, haviam de achar homens brutos, haviam de achar homens troncos, haviam de achar homens pedras. E quando os pregadores evang�licos v�o pregar a toda a criatura, que se armem contra eles todas as criaturas?! Grande desgra�a!

(Padre Ant�nio Vieira)

*

Bom dia! Euntes in mundum universum, praedicate omni creaturae(Padre Ant�nio Vieira)Bom dia!

PIRATARIAS 11

Vinte e quatro horas sem "perder" o Abrupto genu�no a favor do falso. � bom, mas ainda � cedo para pensar que tudo est� resolvido e acabaram as tentativas de "substitui��o". Pelo caminho ficaram as imagens de arquivo que estou a ver se recupero. Vinte e quatro horas sem "perder" o Abrupto genu�no a favor do falso. � bom, mas ainda � cedo para pensar que tudo est� resolvido e acabaram as tentativas de "substitui��o". Pelo caminho ficaram as imagens de arquivo que estou a ver se recupero.

RETRATOS DO TRABALHO

Arbeit macht Frei ".

Muitos leitores do Abrupto t�m olhado assim para o trabalho. Obrigado.

Os Retratos t�m um programa simples: pessoas normais a trabalharem normalmente. � o lado da vida das pessoas que mais lhes determina o quotidiano, a que horas se levantam, os caminhos que levam, o tempo que t�m ou n�o t�m, o esfor�o de todos os dias, o modo como se relacionam socialmente, o dinheiro que t�m. O trabalho raras vezes � fonte de felicidade, mas ter trabalho d� uma dignidade que faz muita diferen�a, em tempos de desemprego. O trabalho, salvo rar�ssimas excep��es, � o resultado de uma maldi��o: o "suor do teu rosto" come�ou na expuls�o do Para�so e os nazis escreveram a mais c�nica (porque infinitamente verdadeira no outro sentido que as coisas t�m) frase sobre ele: "".Muitos leitores do Abrupto t�m olhado assim para o trabalho. Obrigado.

RETRATOS DO TRABALHO EM MATOSINHOS, PORTUGAL

� entrada da lota de Matosinhos. Esta manh�.

(Gil Coelho) � entrada da lota de Matosinhos. Esta manh�.(Gil Coelho)

EARLY MORNING BLOGS

827 - Executive

I am a young executive. No cuffs than mine are cleaner;

I have a Slimline brief-case and I use the firm's Cortina.

In every roadside hostelry from here to Burgess Hill

The ma�tres d'h�tel all know me well, and let me sign the bill.

You ask me what it is I do. Well, actually, you know,

I'm partly a liaison man, and partly P.R.O.

Essentially, I integrate the current export drive

And basically I'm viable from ten o'clock till five.

For vital off-the-record work - that's talking transport-wise -

I've a scarlet Aston-Martin - and does she go? She flies!

Pedestrians and dogs and cats, we mark them down for slaughter.

I also own a speedboat which has never touched the water.

She's built of fibre-glass, of course. I call her 'Mandy Jane'

After a bird I used to know - No soda, please, just plain -

And how did I acquire her? Well, to tell you about that

And to put you in the picture, I must wear my other hat.

I do some mild developing. The sort of place I need

Is a quiet country market town that's rather run to seed

A luncheon and a drink or two, a little savoir faire -

I fix the Planning Officer, the Town Clerk and the Mayor.

And if some Preservationist attempts to interfere

A 'dangerous structure' notice from the Borough Engineer

Will settle any buildings that are standing in our way -

The modern style, sir, with respect, has really come to stay.

(John Betjeman)

*

Bom dia! (John Betjeman)Bom dia!

CONTRIBUI��ES PARA AS MELHORES OBRAS DE REFER�NCIA EM PORTUGU�S

(�ltima s�rie)

Os eventos dos �ltimos dias que perturbaram a publica��o do Abrupto impediram a finaliza��o desta s�rie. Aqui ficam as �ltimas sugest�es antes da lista final.

Qualquer lista que pretenda elecar as vinte melhores obras de refer�ncia em Portugu�s, e que n�o inclua a B�blia Sagrada , � manifestamente incompleta. Ainda por cima no ano em que se comemora o 325�. anivers�rio da primeira edi��o do Novo Testamento da tradu��o para a l�ngua portuguesa, por Jo�o Ferreira de Almeida (1681).

A B�blia n�o � s� um livro de f�, � uma obra basilar da Cultura e da Literatura, que pertence ao patrim�nio da humanidade.

Ignor�-lo, s� por preconceito ou ignor�ncia...

(Brissos Lino )

*

(...) algumas obras de refer�ncia:

a) No campo da poesia (al�m de alguns j� referidos):

- As quatro s�ries das L�ricas Portuguesas : Primeira (1944), organizada por Jos� R�gio, com autores nascidos desde o s�c. XII at� 1894; Segunda (1945), organizada por Cabral do Nascimento, com autores nascidos entre 1859 e 1908; Terceira (1958/1972/1983), organizada por Jorge de Sena, em dois volumes, com autores nascidos entre 1871 e 1929; Quarta (1969), organizada por Ant�nio Ramos Rosa, com autores nascidos entre 1930 e 1941.

- N�mero especial da revista da editora Ass�rio & Alvim, "A Phala", intitulada " Um S�culo de Poesia " (1989 - ideia de Manuel Herm�nio Monteiro), com textos de v�rios autores sobre a poesia portuguesa entre 1888 e 1988.

b) No campo da religi�o:

- Hist�ria da Igreja em Portugal de Fortunato de Almeida (4 vo. - 1967-1971)

- Hist�ria Religiosa de Portugal (3 vol. - 2000-2002) e Dicion�rio da Hist�ria Religiosa de Portugal (4 vol. - 2000-2001), sob a direc��o de Carlos Moreira Azevedo

c) No campo da hist�ria:

- A colec��o de biografias que o C�rculo de Leitores est� a editar, de todos os Reis de Portugal

- Colec��o de fotobiografias de todos os Presidentes at� Jorge Sampaio, que o Museu da Presid�ncia da Rep�blica editou no �ltimo ano

(Rui Almeida)

*

H� o " livro das saudades da Terra " de Gaspar frutuoso. Obra fundamental (e monumental) sobre os A�ores de Quinhentos.

Depois estou a lembrar-me sobre um livro sobre a arquitectura popular dos A�ores (n�o tenho aqui a refer�ncia). H� ali�s um conjunto de livros sobre a arquitectura vern�cula de portugal tem tem bastante interesse.

(Gilberto Carreira)

*

Gostei da sua iniciativa sobre as melhores obras de refer�ncia em portugu�s.

Aqui v�o as minhas sugest�es (algo regionalistas � certo):

- Maria Nat�lia Almeida d'E�a, Roteiro artes�o portugu�s , Porto, Tipografia Inova, v�rias datas (1980s - 2000).

Tem v�rios volumes, nunca os consultei a todos, sobre a totalidade (?) das regi�es do pa�s.

- Pedro Branco (com colab. de Lu�s Vidigal), Notas para a hist�ria dos bonifrates, pres�pios, fantoches, robertos e marionetas em Portugal , Oeiras, Biblioteca Oper�ria, 1983. [Colec��o Cadernos da Biblioteca Oper�ria Oeirense]

- T�lio Espanca (1913-1993), �vora , 2� ed., Lisboa : Presen�a, 1996. [Colec��o Cidades e vilas de Portugal]

- Jos� Augusto Alegria (c�nego), Arquivo das M�sicas da S� de �vora. Cat�logo, Lisboa, Funda��o Calouste Gulbenkian, 1973.

(Jorge Moleirinho) Os eventos dos �ltimos dias que perturbaram a publica��o do Abrupto impediram a finaliza��o desta s�rie. Aqui ficam as �ltimas sugest�es antes da lista final.

COISAS DA S�BADO

ISRAEL, A ESQUERDA E A DIREITA, AMERICANISMO, ANTI-AMERICANISMO J� se escreveu que o anti-americanismo � o anti-semitismo dos nossos dias. � um anti-semitismo diferente, mas � muito parecido. Israel est� a ser v�tima dessa forma peculiar de anti-semitismo. A hist�ria n�o ensina tanto como pensamos, mas d�-nos compara��es �teis. O caso de Israel � muito interessante para a an�lise das evolu��es pol�ticas e ideol�gicas do s�culo XX. Quando nasceu o estado de Israel, a ferro e fogo contra os ingleses e os partid�rios do Grande Mufti de Jerusal�m, amigo dos nazis, a causa sionista era sentida como uma causa da esquerda. Foi a URSS uma grande impulsionadora das resolu��es da ONU para a partilha da Palestina, e o primeiro estado a reconhecer Israel. Estava-se na altura em que o nosso Avante! clandestino saudava a luta de Israel contra as �monarquias feudais �rabes� que lhe faziam guerra e a saga socialista dos kibutz fazia parte do imagin�rio ut�pico de toda a esquerda e n�o s� da comunista. Os socialistas e a sua Internacional deram grande apoio pol�tico ao jovem estado. Ora, desde o primeiro minuto que a �causa� de Israel dependeu de ganhar as guerras aos pa�ses que o rodeavam e mesmo aos que estavam longe. Recordo-me de visitar a Arg�lia h� uns anos e ter verificado com alguma surpresa que ainda havia um estado de guerra com Israel, muitos anos depois do �ltimo conflito militar que op�s o estado judeu a outros estados e n�o a grupos de guerrilha ou grupos terroristas. Ora, nas suas guerras, sempre de natureza defensiva � n�o adianta explicar aos que est�o de m� f� que o car�cter ofensivo de algumas opera��es militares nada tem a ver com o car�cter defensivo do conflito - , o Israel de hoje n�o � distinto do do fim dos anos quarenta. No centro dessas guerras esteve sempre a pura sobreviv�ncia do estado de Israel , quer de um lado quer do outro. A recusa da exist�ncia de Israel esteve sempre no centro das guerras �rabes, agora cada vez mais mu�ulmanas, e s� muito mais tarde � que a �quest�o palestiniana� surgiu. A inflex�o da esquerda contra Israel acompanhou a pol�tica sovi�tica de Krutchev de apoio ao nacionalismo �rabe, que levou a prazo a uma mudan�a de aliados na regi�o. Apoiando Nasser, reagindo ao �ltimo estertor do colonialismo, o conflito do Suez, a URSS abriu caminho ao progressivo isolamento de Israel dos seus apoios na esquerda socialista e comunista. Nos anos sessenta, setenta, oitenta, at� ao fim da pr�pria URSS, esta tornou-se um dos principais apoios log�sticos e pol�ticos dos movimentos de guerrilha e terroristas palestinianos, ou pr�-palestinianos, embora o seu controle nunca fosse total, devido ao emaranhado muito complexo das intrigas nacionais e de cl�s que sempre atravessaram o Norte de Africa e o M�dio oriente. Ter que lidar com a L�bia, a S�ria, o Iraque, o Ir�o, a rede de terrorismo internacional que ia do Jap�o � Alemanha, era dif�cil, mas mesmo assim os sovi�ticos estiveram sempre presentes nesse mundo e sub-mundo. Foram os americanos, nem sempre muito voluntaristas na regi�o (como mostraram durante a guerra do Suez), que acabaram por se tornar os principais aliados de Israel. Para que isso acontecesse houve raz�es de guerra fria e press�es do importante lobi judaico na Am�rica, mas foi assim que se criou a realidade das alian�as actuais. Logo, os israelitas acabam tamb�m por ser alvo, e nalguns casos mais do que isso, pretexto central, do anti-americanismo contempor�neo. A paralisia europeia numa regi�o do mundo que faz parte da sua esfera geopol�tica vem desse anti-americanismo, em que a Europa, em grande parte por press�o de uma Fran�a p�s-gaullista, se deixou enredar tornando-a irrelevante. Ver um estado que foi uma cria��o francesa como o L�bano hoje ser vassalo da S�ria e assistir � completa impot�ncia militar e pol�tica da Fran�a � apenas o sintoma maior da mesma impot�ncia da Uni�o Europeia separada dos EUA. Tudo isto � fora, � margem. Para Israel muito pouco mudou desde o dia 15 de Maio de 1948 em que imediatamente a seguir � formaliza��o da independ�ncia pela ONU, os estados da Liga �rabe declararam guerra a Israel que foi atacada pela Jord�nia, o L�bano, o Egipto, o Iraque, e Ar�bia Saudita. O secret�rio geral da Liga �rabe, Azzam Pasha, invocou a jihad e apelou a uma �guerra de exterm�nio�. Algumas coisas mudaram desde este dia e algumas para melhor, mas para Israel continua a ser uma quest�o de pura sobreviv�ncia. � por ser assim que em Israel, nunca a esquerda e a direita se dividiram no essencial sobre a conduta de opera��es militares para defender o estado de Israel.

*

Ao ler o artigo de hoje fiquei com s�rias d�vidas se existe uma correspond�ncia entre estas duas fobias ideol�gicas. Parece-me que o antisemitismo � essencialmente racista e n�o diferencia judeus bons e judeus maus. Nesse sentido, o anti-sionismo tem sido confundido com o antisemitismo quando, creio eu, se trata da oposi��o ao regresso dos judeus da Di�spora � Terra Santa e/ou consequente refunda��o dum estado judaico.

O anti-americanismo � um fen�meno que est� ligado � cultura, � pol�tica, � economia, etc e tal, dum pa�s com uma influ�ncia mundial como jamais se viu. Mas n�o tem uma vertente racista.

A diferen�a pode ser secund�ria quando estas express�es est�o completamente inquinadas por preconceitos odiosos e virulentos que nada t�m a ver com a clareza dos conceitos e das posi��es pol�ticas/ideol�gicas. Pessoalmente creio ser relevante a distin��o entre uma ideologia racista e as outras.

Uma das situa��es (tragicamente) caricatas � assistir � evolu��o do discurso anti-sionista de express�o �rabe para o antisemitismo cl�ssico, profundamente ilustrado com estere�tipos racistas vulgares da Europa anterior ao Nazismo e que este elevou � categoria de ideologia do pr�prio estado alem�o, e �s suas vers�es revisionistas.

Curiosamente, quando o tema s�o os Estados Unidos e/ou Israel, o discurso pol�tico da extrema-direita e de certa esquerda anti-americana � muito semelhante.

Possivelmente, tamb�m existem semelhan�as entre certo discurso anti-�rabe/isl�o por parte de tend�ncias pol�ticas pr�-israelitas e o discurso da extrema-direita europeia quando aborda os temas da Imigra��o e do Isl�o na Europa.

Mundo confuso, n�?

(Pedro Freire de Almeida)

PIRATARIAS 10

O problema n�o est� resolvido como qualquer pessoa que c� viesse durante a noite tinha ocasi�o de ver, e o Blogger, apesar das sucessivas afirma��es de que corrigiu a pirataria, tamb�m ainda n�o a resolveu. Agora diz-me que vai impedir qualquer nova nota no falso Abrupto e que " tomou posse desse blogue ".

O meu dilema est� entre n�o querer conceder aos energ�menos que est�o a criar e a reavivar o falso Abrupto e o tempo que me fazem perder a mim e aos outros que gentilmente se t�m dedicado a ajudar a acabar com este ataque. O problema n�o est� resolvido como qualquer pessoa que c� viesse durante a noite tinha ocasi�o de ver, e o Blogger, apesar das sucessivas afirma��es de que corrigiu a pirataria, tamb�m ainda n�o a resolveu. Agora diz-me que vai impedir qualquer nova nota no falso Abrupto e que "".O meu dilema est� entre n�o querer conceder aos energ�menos que est�o a criar e a reavivar o falso Abrupto e o tempo que me fazem perder a mim e aos outros que gentilmente se t�m dedicado a ajudar a acabar com este ataque.

EARLY MORNING BLOGS

826 - Before Sleep

The lateral vibrations caress me,

They leap and caress me,

They work pathetically in my favour,

They seek my financial good.

She of the spear stands present.

The gods of the underworld attend me, O Annubis,

These are they of thy company.

With a pathetic solicitude they attend me;

Undulant,

Their realm is the lateral courses.

Light!

I am up to follow thee, Pallas.

Up and out of their caresses.

You were gone up as a rocket,

Bending your passages from right to left and from left to right

In the flat projection of a spiral.

The gods of drugged sleep attend me,

Wishing me well;

I am up to follow thee, Pallas.

(Ezra Pound)

*

Bom dia! (Ezra Pound)Bom dia!

PIRATARIAS 9

O Blogger comunicou-me (�s 19.30) que conseguiu finalmente apagar o falso Abrupto. Espero para ver, dado que h� dois dias me disse estar o problema resolvido e ele voltou de novo. Se algu�m l� for parar pelo genu�no endere�o, fa�a o favor de me comunicar.

Esta quest�o n�o est� encerrada, porque de facto n�o est� encerrada, mas podem ter a certeza que o que mais desejo � voltar ao business as usual aqui no Abrupto.

NOTA (�s 23.30) - O problema continua exactamente na mesma. Obrigada a quem me alertou. A actualiza��o desta nota deve apag�-lo, mas mostra que o Blogger n�o resolveu o assunto e continuam os ataques contra o Abrupto. Para quem acreditava na "hist�ria" de um inocente do outro lado, ele agora mudou de nome de Alex para Mike. O Blogger comunicou-me (�s 19.30) que conseguiu finalmente apagar o falso Abrupto. Espero para ver, dado que h� dois dias me disse estar o problema resolvido e ele voltou de novo. Se algu�m l� for parar pelo genu�no endere�o, fa�a o favor de me comunicar.Esta quest�o n�o est� encerrada, porque de facto n�o est� encerrada, mas podem ter a certeza que o que mais desejo � voltar aoaqui no Abrupto.NOTA (�s 23.30) - O problema continua exactamente na mesma. Obrigada a quem me alertou. A actualiza��o desta nota deve apag�-lo, mas mostra que o Blogger n�o resolveu o assunto e continuam os ataques contra o Abrupto. Para quem acreditava na "hist�ria" de um inocente do outro lado, ele agora mudou de nome de Alex para Mike.

RETRATOS DO TRABALHO NO PORTO, PORTUGAL

Repara��o dos telhados. Igreja de S.Francisco no Porto, h� instantes.

(Gil Coelho) Repara��o dos telhados. Igreja de S.Francisco no Porto, h� instantes.(Gil Coelho)

QUE SEJA BEM CLARO

que acho que Rui Rio tem raz�o, no essencial, quanto �s posi��es que toma em defesa das institui��es e do poder democr�tico face � arrog�ncia dos poderes f�cticos e dos interesses n�o escrutinados que muitas vezes defendem. Rui Rio � uma enorme raridade na vida pol�tica portuguesa e o facto de a minha cidade o ter eleito s� pode prestigiar o Porto. Mas exactamente por pensar assim e o ter defendido (na �ltima Quadratura do C�rculo) n�o quer dizer que n�o considere que acho que Rui Rio tem raz�o, no essencial, quanto �s posi��es que toma em defesa das institui��es e do poder democr�tico face � arrog�ncia dos poderes f�cticos e dos interesses n�o escrutinados que muitas vezes defendem. Rui Rio � uma enorme raridade na vida pol�tica portuguesa e o facto de a minha cidade o ter eleito s� pode prestigiar o Porto. Mas exactamente por pensar assim e o ter defendido (na �ltima Quadratura do C�rculo) n�o quer dizer que n�o considere isto inadm�ssivel numa p�gina de uma autarquia.

PIRATARIAS 8

Para uma discuss�o (entre outras) da falha do Blogger que permite o ataque ao Abrupto veja-se Para uma discuss�o (entre outras) da falha do Blogger que permite o ataque ao Abrupto veja-se aqui aqui . O problema parece estar a ser controlado, mas ainda n�o est� resolvido. Para n�o facilitar a vida ao autor do ataque e identific�-lo se poss�vel, alguns elementos j� existentes n�o podem nem devem ser divulgados. Mas h� fantasmas e fantasmas de fantasmas em ac��o. Como � habitual neste mundo, nada do que parece �.

LENDO

VENDO

OUVINDO

�TOMOS E BITS

de 27 de Julho de 2006

Vale a pena o artigo de Carlos Gaspar no P�blico (sem liga��o) em defesa de uma interven��o militar da UE no L�bano:

"A Uni�o Europeia, desde a crise iraquiana e os referenda negativos do ano passado, entrou numa crise profunda: as divis�es internas minaram a sua credibilidade, num momento crucial. A guerra do L�bano e a interven��o militar nesse conflito pode inverter o veredicto iraquiano, quer quanto � decomposi��o da comunidade transatl�ntica de defesa, quer quanto � comunidade europeia de defesa. H� tr�s anos, a interven��o dos Estados Unidos no Iraque abriu uma dupla crise da unidade atl�ntica e da alian�a europeia, que est� longe de ter sido ultrapassada, sobretudo na opini�o p�blica norte-americana. Hoje, por�m, s�o os Estados Unidos que n�o querem intervir no L�bano, para n�o abrir uma segunda frente ou correr o risco de criar um "segundo Iraque", desta vez contra uma minoria xiita. A oportunidade da Uni�o Europeia � tamb�m uma forma de revelar a sua capacidade para ultrapassar as divis�es internas e para resolver uma crise decisiva. Essa demonstra��o, com a interven��o militar da Uni�o Europeia na guerra do L�bano, podia ser o primeiro passo da pol�tica europeia de seguran�a e de defesa, a primeira demonstra��o de que existe uma vontade pol�tica e estrat�gica europeia para l� das f�rmulas opacas e est�reis sobre as virtudes da pot�ncia normativa e os valores �ticos da Uni�o Europeia." Vale a pena o artigo de Carlos Gaspar no(sem liga��o) em defesa de uma interven��o militar da UE no L�bano:

EARLY MORNING BLOGS

825 - ...obra m� de m� argila...

E agora o mundo parece-me um imenso mont�o de ru�nas onde a minha alma solit�ria, como um exilado que erra por entre colunas tombadas, geme, sem descontinuar...

As flores dos meus aposentos murcham e ningu�m as renova: toda a luz me parece uma tocha: e quando as minhas amantes v�m, na brancura dos seus penteadores, encostar-se ao meu leito, eu choro - como se avistasse a legi�o amortalhada das minhas alegrias defuntas...

Sinto-me morrer. Tenho o meu testamento feito. Nele lego os meus milh�es ao Dem�nio; pertencem-lhe; ele que os reclame e que os reparta...

E a v�s, homens, lego-vos apenas, sem coment�rios, estas palavras: �S� sabe bem o p�o que dia a dia ganham as nossas m�os: nunca mates o Mandarim!�

E todavia, ao expirar, consola-me prodigiosamente esta ideia: que do norte ao sul e do oeste a leste, desde a Grande Muralha da Tart�ria at� �s ondas do mar Amarelo, em todo o vasto Imp�rio da China, nenhum mandarim ficaria vivo, se tu, t�o facilmente como eu, o pudesses suprimir e herdar-lhe os milh�es, � leitor, criatura improvisada por Deus, obra m� de m� argila, meu semelhante e meu irm�o!

(E�a de Queiroz, O Mandarim )

*

Bom dia! (E�a de Queiroz,Bom dia!

PIRATARIAS 7

O problema subsiste com a apari��o h� cerca de meia-hora, ap�s um dia de calma, do falso Abrupto. Este n�o tem nada escrito de novo, mas apresenta uma "identidade" americana, certamente para refor�ar a "hist�ria" que alguns tomam � letra, de um inocente surpreendido com um hacker portugu�s, eu, que lhe assalta o blogue. E ele t�o preso ao nome de "Abrupto" v�-se l� saber porqu�, n�o quer mudar o endere�o, nem percebe o que se passa. Para bot , como alguns "t�cnicos" diziam, � muito esperto.

A falha � do Blogger, isso j� se sabe e o Blogger admite, mas a explora��o da falha � feita contra o Abrupto e continua. O problema subsiste com a apari��o h� cerca de meia-hora, ap�s um dia de calma, do falso Abrupto. Este n�o tem nada escrito de novo, mas apresenta uma "identidade" americana, certamente para refor�ar a "hist�ria" que alguns tomam � letra, de um inocente surpreendido com umportugu�s, eu, que lhe assalta o blogue. E ele t�o preso ao nome de "Abrupto" v�-se l� saber porqu�, n�o quer mudar o endere�o, nem percebe o que se passa. Para, como alguns "t�cnicos" diziam, � muito esperto.A falha � do Blogger, isso j� se sabe e o Blogger admite, mas a explora��o da falha � feita contra o Abrupto e continua.

RETRATOS DO TRABALHO EM FEZ, MARROCOS

Tintureiros.

(Diogo Vasconcelos) Tintureiros.(Diogo Vasconcelos)

LENDO

VENDO

OUVINDO

�TOMOS E BITS

de 26 de Julho de 2006

Jos� Rodrigues dos Santos no telejornal da RTP1 das 20 horas disse as primeiras coisas sensatas a� ditas h� muito tempo. S�o sensatas, evidentes e conhecidas de h� muito, mas parecem blasf�mias ditas nos notici�rios mais anti-americanos e israelitas da televis�o portuguesa. Disse que muitos libaneses sentem que o seu pa�s est� a ser violado por s�rios e iranianos para o usarem para uma guerra estrangeira ao L�bano. Disse que era preciso cuidado com a utiliza��o do termo "civis" porque o Hezbollah era s� constitu�do por civis e que usava casas civis de fam�lias civis para esconder o armamento. N�o � novidade nenhuma e n�o precisava de ir ao L�bano para nos dizer isto, mas no meio da cont�nua manipula��o das palavras que constitui o grosso das not�cias sobre o conflito foi um o�sis, mais para o lado do jornalismo do que do "jornalismo de causas".

Relativamente ao seu post comentando a desri��o feita por Jos� Rodrigues dos Santos no Telejornal, fiquei tamb�m surpreendido pois soava um pouco distante tom habitual dos notici�rios nacionais. Aquela descri��o, como disse, n�o trazia de facto nada de novo em termos noticiosos mas causou impacto por ser verdadeira e imparcial!

Outro aspecto que me tem chamado � aten��o � a terminologia utilizada pelos jornalistas em rela��o �s tropas Israelitas. Muitas vezes referem-se a elas como as "tropas Judaicas" como se o conflito fosse �nica e exclusivamente religioso. Parece-me ser terminologia usada de forma deliberada e intencional ou ent�o n�o ser fruto de qualquer reflex�o por parte de quem a utiliza. Esquecem-se, no entanto, de usar os termos "tropas do partido de Deus" quando se referem �s tropas do Hezbollah.

(Miguel Castro) *

No Pe�o desculpa, mas ter�o de me explicar como se eu fosse muito burro: a que prop�sito � que o l�der do principal partido pol�tico da Oposi��o vem exigir esclarecimentos p�blicos sobre a reforma de Manuel Alegre? Trata-se de uma atitude populista que n�o o dignifica. Inteiramente de acordo. H� �guas turvas em que o peixe que vem � linha est� sempre envenenado.

*

Todos os n�meros s�o excelentes para os cientistas, mas nem todos para os amadores. Este � excelente para os curiosos: uma nota muito cr�tica sobre o PowerPoint, uma s�rie de artigos que levantam a quest�o do " Jos� Rodrigues dos Santos no telejornal da RTP1 das 20 horas disse as primeiras coisas sensatas a� ditas h� muito tempo. S�o sensatas, evidentes e conhecidas de h� muito, mas parecem blasf�mias ditas nos notici�rios mais anti-americanos e israelitas da televis�o portuguesa. Disse que muitos libaneses sentem que o seu pa�s est� a ser violado por s�rios e iranianos para o usarem para uma guerra estrangeira ao L�bano. Disse que era preciso cuidado com a utiliza��o do termo "civis" porque o Hezbollah era s� constitu�do por civis e que usava casas civis de fam�lias civis para esconder o armamento. N�o � novidade nenhuma e n�o precisava de ir ao L�bano para nos dizer isto, mas no meio da cont�nua manipula��o das palavras que constitui o grosso das not�cias sobre o conflito foi um o�sis, mais para o lado do jornalismo do que do "jornalismo de causas".No BLOGUITICA Inteiramente de acordo. H� �guas turvas em que o peixe que vem � linha est� sempre envenenado.Todos os n�meros s�o excelentes para os cientistas, mas nem todos para os amadores. Este � excelente para os curiosos: uma nota muito cr�tica sobre o PowerPoint, uma s�rie de artigos que levantam a quest�o do " homem bi�nico ", e um balan�o do estado da geologia, "Geology: The start of the world as we know it" (sem liga��o).

FIM DA PIRATARIA?

talvez sim, talvez n�o.

talvez sim, talvez n�o.

Vamos ver. O autor do falso Abrupto, que � uma pessoa e n�o um programa automatizado, passou o dia todo num pingue-pongue com o Abrupto e o Blogger. Ah! e sabe portugu�s...

Como estou em tr�nsito, os detalhes ficam para depois.

PS.[Actualizado] talvez ... ainda n�o.

Actualiza��o 2 - Cuidado! N�o enviar coment�rios quando o falso Abrupto aparece!

Actualiza��o 3 - Obrigado �s muitas pessoas, que nomearei depois, que est�o a tentar solucionar o ataque contra o Abrupto. Sim, porque � disso que se trata, basta ver o teatro que est� a fazer o pseudo-autor. mimando as queixas genu�nas do verdadeiro Abrupto. Vamos ver. O autor do falso Abrupto, que � uma pessoa e n�o um programa automatizado, passou o dia todo num pingue-pongue com o Abrupto e o Blogger. Ah! e sabe portugu�s...Como estou em tr�nsito, os detalhes ficam para depois.PS.[Actualizado] talvez ... ainda n�o.Actualiza��o 2 - Cuidado! N�o enviar coment�rios quando o falso Abrupto aparece!Actualiza��o 3 - Obrigado �s muitas pessoas, que nomearei depois, que est�o a tentar solucionar o ataque contra o Abrupto. Sim, porque � disso que se trata, basta ver o teatro que est� a fazer o pseudo-autor. mimando as queixas genu�nas do verdadeiro Abrupto.

PIRATARIAS 6

N�o sei se v�o conseguir ver esta nota e durante quanto tempo. Os textos publicados hoje no falso Abrupto deixam poucas d�vidas quanto � intencionalidade do ataque. N�o sei se v�o conseguir ver esta nota e durante quanto tempo. Os textos publicados hoje no falso Abrupto deixam poucas d�vidas quanto � intencionalidade do ataque.

CONTRIBUI��ES PARA AS MELHORES OBRAS DE REFER�NCIA EM PORTUGU�S

Se continua o levantamento das obras de refer�ncia, h� ainda duas que n�o devem ser esquecidas. S�o ambas do Pe. Francisco Leite de Faria:

- Estudos bibliogr�ficos sobre Dami�o de G�is e a sua �poca (Lisboa, SEC, 1977) - uma obra-prima da bibliografia!

- As muitas edi��es da " Peregrina��o " de Fern�o Mendes Pinto (Lisboa, Academia Portuguesa da Hist�ria, 1992).

N�o esquecer tamb�m dois cat�logos monumentais, ambos de 1972 e relativos ao IV Centen�rio da publica��o de Os Lus�adas:

- Cat�logo da exposi��o bibliogr�fica, iconogr�fica e medalh�stica de Cam�es (da responsabilidade de J. V. de Pina Martins), Lisboa, BN, 1972.

- IV Centen�rio de Os Lus�adas de Cam�es (da responsabilidade do Dr. Coimbra Martins), Madrid, Biblioteca Nacional, 1972.

E, j� que estamos em Cam�es, n�o esquecer ainda duas obras:

- A Colec��o Camoniana , de Jos� do Canto.

- o CDRom Cam�es and the first edition of the Lusiads , 1572,editado por Keneth David Jackson.

(Vasco Gra�a Moura)

*

J� agora Religi�es da Lusit�nia, de Leite de Vasconcelos (ou Vasconcellos?) - n�o tenho comigo o livro (Jos� Pimentel Teixeira) *

Portugaliae monumenta cartographica [ Material cartogr�fico / Armando Cortes�o, Avelino Teixeira da Mota ; pref. J. Caeiro da Mota Cartografia e cart�grafos portugueses dos s�culos XV e XVI : (contribui��o para um estudo completo) / Armando Cortes�o Hist�ria da cartografia portuguesa / Armando Cortes�o (Isabel Goul�o)

PIRATARIAS 5

Durante a noite o falso Abrupto voltou, de manh� esvaneceu-se. Faz-lhe mal o sol. Durante a noite o falso Abrupto voltou, de manh� esvaneceu-se. Faz-lhe mal o sol.

RETRATOS DO TRABALHO EM FEZ, MARROCOS

Curtidor de peles.

(Diogo Vasconcelos) Curtidor de peles.(Diogo Vasconcelos)

EARLY MORNING BLOGS

824 - De la graja y de los pavones.

monesta esta f�bula que ninguno deve fazer grandes muestras de cosas agenas, mas que es mejor que de esso poco que tiene, se comporte y componga porque quando lo que no es suyo le fuere quitado no sea en verg�en�a. La graja, llena de sobervia, tomando una vana osad�a, presumi� de se componer y vestir de las plumas de los pavones que hall�. E ass� mucho guarnecida, menospreciando a sus yguales, ella se entr� en la compa��a de los pavones, los quales, conociendo que era de su naturaleza, por fuer�a le quitaron las plumas y le dieron picadas e la acocearon. E ass�, escapando medio muerta e gravemente llagada, av�a verg�en�a, como estava ass� destro�ada o despeda�ada, a su propia generaci�n, donde en el tiempo de su pompa, a muchos de los amigos injuri� e menospreci�. A la qual se dize que dixo una de su linaje: -Si t� oviesses amado y estimado estas vestiduras que tu naturaleza te dio, assaz te ovieran abastado, como son d' ellas contentas otras tus semejantes. E ass� no padescieras injuria, ni de nosotras fueras lan�ada y echada, y te fuera buena si bivieras contenta con lo que naturaleza te dava. El que se ennoblece con lo ajeno, al tiempo que le es quitado queda afrentado

(La vida y f�bulas del Ysopo, Valencia, 1520)

*

Bom dia! (La vida y f�bulas del Ysopo, Valencia, 1520)Bom dia!

O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES: DEZOITO QUILOS DE CREME

Segundo o PortugalDi�rio de ontem, e em rela��o a um dos grandes p�nicos regularmente cultivados nesta �poca estival � o cancro da pele e o h�bito obviamente suicid�rio que as sociedades (ocidentais, claro) t�m em se expor ao sol � o presidente da Associa��o Portuguesa do Cancro Cut�neo ter� afirmado, sobre a necessidade de protec��o solar, que a quantidade ideal de creme a aplicar �, nada mais, nada menos, do que um grama por cent�metro quadrado. �� essa a quantidade recomendada�, sublinha o dermatologista

S� um pequeno coment�rio, na sequ�ncia de um h�bito, tamb�m saud�vel, que � o de fazer contas aos n�meros que com tanto gosto como displic�ncia os senhores jornalistas gostam de nos alarmar:

A superf�cie m�dia do corpo humano anda por volta dos 1,80 metros quadrados (1,81 para uma pessoa de 70 quilos e 1,70 metros). S�o portanto 18.000 (DEZOITO MIL) cent�metros quadrados. A um grama cada, s�o DEZOITO QUILOS DE CREME (a aplicar de duas em duas horas se tamb�m seguirmos as regras)!

Mesmo descontando as partes n�o expostas (poucas, como sabemos), convenhamos que � uma bela besuntadela e um excelente neg�cio para as farm�cias e fabricantes. Pode mesmo criar novos postos de trabalho para "carregadores balne�rios", uma vez que uma fam�lia de 4 indiv�duos precisar� de transportar, para cada duas horas de praia, qualquer coisa como 60 a 80 quilos de cremes. N�o imagino com que aspecto ficar� uma pessoa depois de aplicar o creme recomendado, mas calculo que n�o lhe ficaria mal colocar por cima meia d�zia de azeitonas e um raminho de salsa.

Fernando Gomes da Costa (m�dico)

... E SELEC��O NATURAL...

Foi not�cia em quase todos os �rg�os de informa��o nacionais que, no passado fim-de-semana, na praia do Magoito, uma pedra de 40 kg caiu, esmagando a perna de um senhor que estava no s�tio errado na hora errada.

O caso n�o seria mais do que um lament�vel acidente (n�o totalmente inesperado para quem, como eu, conhece o s�tio), se n�o se desse o caso de, pouco depois dessa ocorr�ncia, uma equipa de reportagem de TV ter ido ao mesmo local, onde entrevistou pessoas que, segundo declararam com o ar mais natural do mundo, sabiam perfeitamente o perigo que corriam (pois a zona perigosa estava bem assinalada) mas n�o tencionavam sair dali.

A minha primeira reac��o resumiu-se a lamentar a possibilidade de, atrav�s dos meus impostos, ter de vir a pagar o transporte e o tratamento de pessoas que agem assim. No entanto, se analisar o assunto em termos de longo prazo, a conclus�o j� poder� ser optimista:

Sucede que a chamada �selec��o natural� (como Darwin t�o bem explicou) funciona sempre no sentido da �melhoria das esp�cies�: as mais fracas (de corpo ou de mente) acabam, a longo prazo, por desaparecer - ou porque s�o comidas por predadores, ou porque s�o v�timas de desastres aos quais a sua diminuta intelig�ncia n�o permite que se furtem.

(C. Medina Ribeiro)

NOTA SOBRE AS MELHORES OBRAS DE REFER�NCIA EM PORTUGU�S

Ainda h� um grupo de contribui��es a acrescentar �s que j� foram publicadas. Em fun��o dos contributos recebidos vou fazer uma pequena altera��o na proposta inicial - farei uma lista com cinquenta obras de refer�ncia, para cobrir as v�rias �reas de forma equilibrada, por ordem alfab�tica, e uma lista mais curta de dez, para as obras-primas da erudi��o nacional, em fun��o do seu car�cter exaustivo, qualidade da investiga��o e utilidade actual. S�o bem-vindas todas as sugest�es, mas a responsabilidade da lista final ser� minha.

COISAS DA S�BADO : A GULBENKIAN

A Gulbenkian � das poucas presen�as do M�dio Oriente na nossa vida nacional, embora poucos a vejam assim. Gulbenkian era arm�nio, ou seja um homem de nenhures � p�tria errada, religi�o errada, lado do mundo errado, p�ssima geografia, boa hist�ria, a combina��o para o desastre. A Arm�nia era crist� em terras do Isl�o, e olhando-se � volta nos anos do fim do imp�rio otomano s� se encontra esta geografia errada: gregos ortodoxos h� centenas de anos vivendo em comunidades sob a �gide do Sult�o e depois do �Pai dos Turcos�, curdos entre v�rias possess�es e o martelo de Ataturk, iraquianos sunitas e chiitas, a irem parar aos despojos ingleses do imp�rio, enquanto relutantemente s�rios e libaneses ficavam franceses pelo mais absurdo argumento hist�rico: tinham sido �franceses� os �reinos� das Cruzadas. E depois o fogo zoarastriano eterno que escorria da terra, entre lamas e betumes, e de que Gulbenkian tirava os seu proverbiais cinco por cento, e n�s o verdadeiro Minist�rio da Cultura que nunca tivemos.

� por tudo isto que a melhor comemora��o do anivers�rio � a exposi��o sobre a �arte do livro do Oriente para o Ocidente�, que atrav�s dos livros da colec��o Gulbenkian nos lembra essa origem e essa hist�ria entre dois mundos que se conhecem pouco.

NOTA: Livro veneziano do s�culo XVI, com capa ao estilo oriental. A Gulbenkian � das poucas presen�as do M�dio Oriente na nossa vida nacional, embora poucos a vejam assim. Gulbenkian era arm�nio, ou seja um homem de nenhures � p�tria errada, religi�o errada, lado do mundo errado, p�ssima geografia, boa hist�ria, a combina��o para o desastre. A Arm�nia era crist� em terras do Isl�o, e olhando-se � volta nos anos do fim do imp�rio otomano s� se encontra esta geografia errada: gregos ortodoxos h� centenas de anos vivendo em comunidades sob a �gide do Sult�o e depois do �Pai dos Turcos�, curdos entre v�rias possess�es e o martelo de Ataturk, iraquianos sunitas e chiitas, a irem parar aos despojos ingleses do imp�rio, enquanto relutantemente s�rios e libaneses ficavam franceses pelo mais absurdo argumento hist�rico: tinham sido �franceses� os �reinos� das Cruzadas. E depois o fogo zoarastriano eterno que escorria da terra, entre lamas e betumes, e de que Gulbenkian tirava os seu proverbiais cinco por cento, e n�s o verdadeiro Minist�rio da Cultura que nunca tivemos.� por tudo isto que a melhor comemora��o do anivers�rio � a exposi��o sobre a �arte do livro do Oriente para o Ocidente�, que atrav�s dos livros da colec��o Gulbenkian nos lembra essa origem e essa hist�ria entre dois mundos que se conhecem pouco.NOTA: Livro veneziano do s�culo XVI, com capa ao estilo oriental.

LENDO

VENDO

OUVINDO

�TOMOS E BITS

de 24 de Julho de 2006

Se vem no Cebolinha , o mundo est� perdido de todo. E vem, pela voz do Bloguinho que fala internet�s. :)!

*

Msg d Z e M :) Se vem no, o mundo est� perdido de todo. E vem, pela voz do Bloguinho que fala internet�s. :)!

RETRATOS DO TRABALHO EM LISBOA, PORTUGAL

Obras em curso no Laborat�rio Chimico da Universidade de Lisboa. O edif�cio �, agora, parte do Museu de Ci�ncia da mesma Universidade. Est� em curso a recupera��o e musealiza��o do �nico laborat�rio qu�mico do s�culo XIX ainda existente em Portugal e na Europa Ocidental. Na realidade, os grandes laborat�rios qu�micos universit�rios da Europa foram sendo sucessivamente remodelados e modernizados enquanto o "nosso" parou, a dado momento, no tempo. O atraso cient�fico do Pa�s e a falta de investimento torno-o, agora, um espa�o �nico.

(Vasco Teixeira, Museu de Ci�ncia (MCUL))

EARLY MORNING BLOGS

823 - �Quem muito viu...�

Quem muito viu, sofreu, passou trabalhos,

m�goas, humilha��es, tristes surpresas;

e foi tra�do, e foi roubado, e foi

privado em extremo da justi�a justa;

e andou terras e gentes, conheceu

os mundos e submundos; e viveu

dentro de si o amor de ter criado;

quem tudo leu e amou, quem tudo foi -

n�o sabe nada, nem triunfar lhe cabe

em sorte como a todos os que vivem.

Apenas n�o viver lhe dava tudo.

Inquieto e franco, altivo e carinhoso,

ser� sempre sem p�tria. E a pr�pria morte,

quando o buscar, h�-de encontr�-lo morto.

(Jorge de Sena)

*

Bom dia! Bom dia!

COISAS DA S�BADO :

70� ANIVERS�RIO DA GUERRA CIVIL DE ESPANHA : DILEMAS

Uma nova historiografia revisionista entende arrombar portas de h� muito abertas, insistindo em que na guerra civil espanhola n�o havia lado �bom�. O motivo � evidentemente pol�tico: ao se igualizar os �lados� e ao se retirar qualquer conota��o moral �s escolhas dram�ticas da �poca, ajuda-se a igualizar ambos os beligerantes e a justificar quase sempre, o que ganha. Quem precisava desesperadamente desta revis�o da hist�ria eram os franquistas, n�o os republicanos, o que tamb�m mostra a dificuldade de iludir dilemas que s� nos parecem neutros porque j� estamos distantes dos eventos.

H� nesta hist�ria revisionista um pequeno problema; � que se os dois lados eram maus, n�o era poss�vel na �poca deixar de escolher um. Quem, dos muito poucos que achavam na altura que os dois lados eram maus, n�o o fazia explicitamente, acabava sempre por servir o mais forte que estava geograficamente do seu lado. Unamuno percebeu-o muito bem.

� que a hist�ria n�o dilui a moralidade, nem o dilema das escolhas feitas sob o fio da navalha, mas torna algumas coisas imposs�veis a um momento dado. H� coisas que pura e simplesmente n�o se podem fazer em determinados momentos, sem n�o as fazendo, escolhermos. Os manique�smos n�o s�o desej�veis, mas nem sempre s�o evit�veis. Para alguns homens, provavelmente dos melhores, isso � de uma enorme viol�ncia, que nalguns conduziu ao suic�dio, f�sico ou �tico, e a muitos a remorsos e culpas que arrastam toda a vida. Mas a verdadeira trag�dia da hist�ria � que h� momentos em que n�o nos deixa escolhas. � mesmo assim.

*

A prop�sito da guerra civil de Espanha, j� por vezes meditei no que faria eu se l� tivesse estado, sabendo daquela guerra o que sabemos hoje. E n�o partilho a sua opini�o de que h� momentos em que n�o temos escolha entre dois lados maus.

Naquele caso, por exemplo, como em outros semelhantes, h� uma escolha de princ�pio sempre de tentar: sair de l�, se poss�vel antes da guerra come�ar, o que requer uma grande capacidade de previs�o. Era, em grande medida, o que faziam os jovens portugueses que emigravam para escapar � guerra colonial.

A n�o ser poss�vel essa recusa da escolha, h� pelo menos outra poss�vel: a da recusa interior de identifica��o com a parte em que se for obrigado a estar, e a procura de uma participa��o reduzida ao m�ximo ao estrito humanitarismo. Era tamb�m, em grande medida, a atitude da maioria dos nossos jovens que iam � guerra colonial, raz�o importante da falta de empenho do nosso ex�rcito naquela guerra.

E, na II Guerra Mundial � ali�s como na pr�pria guerra civil espanhola, nas batalhas a norte de Madrid � os italianos do ex�rcito regular de Mussolini, nada convictos do ide�rio de Mussolini, rendiam-se em massa. A Hist�ria viria a d�-los como cobardes, mas eu fui ensinado a consider�-los muito mais inteligentes que os disciplinados alem�es de Hitler, que sempre me foram caracterizados como sendo dos que se atiravam a um po�o quando o chefe tal lhes ordenava...

(Pinto de S�)

*

No seu texto "70� ANIVERS�RIO DA GUERRA CIVIL DE ESPANHA : DILEMAS", toca o risco de revis�es � posteriori da Hist�ria, serem transpostas para a �poca dos acontecimentos.

Hoje em dia sabemos que na Guerra Civil de Espanha n�o havia o "lado bom". Entendendo o lado bom, como o lado da Democracia e da Liberdade. Franco, tal como a grande maioria dos ditadores de direita, nunca se escondeu debaixo de uma pele de cordeiro. O lado "Republicano" era na realidade um "lobo" t�o perigoso quanto o lobo nacionalista, mas usou sempre uma pele de cordeiro. Nem os anarquistas do POUM, nem os comunistas do PCE lutavam para uma sociedade democr�tica. Apenas lutavam para impor a sua "ditadura", ditadura onde n�o havia lugar para qualquer outra fac��o.

Mas h� 70 anos atr�s, o comunismo e o anarquismo ainda eram umas doutrinas rom�nticas, ainda se acreditava que efectivamente trariam algo de novo. por isso n�o podemos julgar � luz do conhecimento actual as decis�es que foram tomadas h� 70 anos atr�s. Os estrangeiros que serviram nas brigadas internacionais (sobretudo os de origem ocidental) julgaram sempre estar a lutar no lado "democr�tico" e de liberdade, por isso n�o podemos julgar a sua decis�o � luz do conhecimento actual.

(Lu�s Bonif�cio)

*

Aos exemplos nacionais que referi acima, de sensata recusa em fazer escolhas

imposs�veis, faltou-me acrescentar a rendi��o de Vassalo e Silva na �ndia,

atitude similar � dos italianos que eu referira e que creio merecer o apoio

geral dos portugueses. E, se me permite, gostaria de acrescentar especificamente quanto � Guerra Civil de Espanha:

A defini��o do lado bom era na altura f�cil, com o que (n�o) se sabia da

Hist�ria e em pleno apogeu das grandes ilus�es ideol�gicas totalit�rias do

s�culo XX.Para uns, era evidente que a desordem popular punha em perigo mortal valores sagrados: a unidade nacional com toda a sua mitologia hist�rica, a religi�o

cat�lica (basta ir a Sevilha na P�scoa para perceber o que isso significa em

Espanha), a ordem e a paz sociais.

Para os outros, o golpe militar justificava o fim da concilia��o com a apenas

tolerada democracia e o in�cio da revolu��o, a um tempo genuinamente popular

na viol�ncia com que se matavam cl�rigos, patr�es e administradores, e para

outros a oportunidade de estender a revolu��o russa a um segundo pa�s. N�o nos

esque�amos que a maioria dos combatentes das Brigadas Internacionais n�o eram

democratas rom�nticos como hemingway, mas sim comunistas organizados pelo

Komintern que em muitos casos estavam fugidos de ditaduras fascistas nos seus

pr�prios pa�ses.

A lutar pela democracia houve muitos poucos, e os que houve, como Azanha,

foram rapidamente marginalizados pelos outros. Em tal cen�rio, a escolha era f�cil, � luz da �poca, mas quase de certeza

errada. Qualquer que fosse.

Ah, para o leitor Bonif�cio: a principal organiza��o anarquista era a FAI e

n�o o POUM. O POUM era trotskista, e um dos epis�dios mais vergonhosos da

Rep�blica foi a liquida��o do POUM pelo PCE, em ferozes combates de rua numa

Barcelona com os "nacionales" � porta, e a execu��o dos dirigentes do POUM �

boa maneira estalinista (levados a maio da noite para nenhures).

(Pinto de S�) Uma nova historiografia revisionista entende arrombar portas de h� muito abertas, insistindo em que na guerra civil espanhola n�o havia lado �bom�. O motivo � evidentemente pol�tico: ao se igualizar os �lados� e ao se retirar qualquer conota��o moral �s escolhas dram�ticas da �poca, ajuda-se a igualizar ambos os beligerantes e a justificar quase sempre, o que ganha. Quem precisava desesperadamente desta revis�o da hist�ria eram os franquistas, n�o os republicanos, o que tamb�m mostra a dificuldade de iludir dilemas que s� nos parecem neutros porque j� estamos distantes dos eventos.H� nesta hist�ria revisionista um pequeno problema; � que se os dois lados eram maus, n�o era poss�vel na �poca deixar de escolher um. Quem, dos muito poucos que achavam na altura que os dois lados eram maus, n�o o fazia explicitamente, acabava sempre por servir o mais forte que estava geograficamente do seu lado. Unamuno percebeu-o muito bem.� que a hist�ria n�o dilui a moralidade, nem o dilema das escolhas feitas sob o fio da navalha, mas torna algumas coisas imposs�veis a um momento dado. H� coisas que pura e simplesmente n�o se podem fazer em determinados momentos, sem n�o as fazendo, escolhermos. Os manique�smos n�o s�o desej�veis, mas nem sempre s�o evit�veis. Para alguns homens, provavelmente dos melhores, isso � de uma enorme viol�ncia, que nalguns conduziu ao suic�dio, f�sico ou �tico, e a muitos a remorsos e culpas que arrastam toda a vida. Mas a verdadeira trag�dia da hist�ria � que h� momentos em que n�o nos deixa escolhas. � mesmo assim.

PIRATARIAS 4

A pirataria (como � que eu chamo a algu�m apropriar-se do trabalho de outrem?) continua. Entre ontem e hoje o falso Abrupto esteve em linha em vez do verdadeiro. A investiga��o do que se passa continua e j� tem alguns frutos.

Como muitas vezes acontece na mesquinhez colectiva, as v�timas s�o os culpados. Pelos vistos nada aconteceu, nada acontece e se acontece � o acaso a funcionar,. Entre dois mil ou tr�s mil blogues portugueses foi o Abrupto a v�tima, certamente porque tem uma culpabilidade "objectiva". Em vez de palavras de preocupa��o (pode vir a suceder a outros...) e condena��o com o que acontece, � o Abrupto que criticam. Por existir, presumo. Eu devia ter-me calado caladinho.

Pouca sorte, meus amigos, enquanto n�o me explicarem a raz�o porque foi comigo e que se saiba, n�o h� um surto de ataques do mesmo tipo um pouco por todo o lado (a maioria dos exemplos que me s�o dados, ali�s escass�ssimos, ou nada tem a ver com o que se passou, ou foram h� muito tempo, ou ocorreram em circunst�ncias � roubos de password , ou apagamentos de blogues reclamados por outr�m, por exemplo � que n�o se aplicam ao Abrupto), eu n�o posso dexar de pensar que o Abrupto foi o alvo deliberado. Devo dizer ali�s que h� mais racionalidade em pensar assim do que em imaginar que me calhou o azar entre quarenta e cinco milh�es de blogues. Muitos dos falsos exemplos que me s�o dados s�o ali�s um exerc�cio de m� f� pura, apenas para enganar quem n�o vai ler as explica��es sobre o que aconteceu. Este af� de dizer que o que aconteceu ao Abrupto � normal, legitima o autor da pirataria, porque algu�m a fez, n�o � verdade? Um qualquer hacker da Tail�ndia que encontrou uma falha no Blogger e escolheu ao acaso um blogue portugu�s, n�o � do que me querem convencer?

Devo ignorar que numa certa lama da blogosfera, se houvesse um bot�o miraculoso como a campainha do Mandarim que matasse o chin�s na China, j� havia h� muito uma sinfonia de toques e empurr�es para chegar ao bot�o. Ali�s a campainha n�o parava, tantos eram os candidatos a quererem "matar" o Abrupto. Basta ler alguns blogues, entre a pura m� f�, at� ao enorme contentamento e festejos pela "morte" anunciada. N�o ter�o muita sorte, mas � uma atitude reveladora do inc�modo que a mera exist�ncia de um blogue como o Abrupto traz � mediocridade invejosa. O mundo para eles seria muito mais aceit�vel se tudo fosse med�ocre, igual na lama. Compreendo bem, mas sigo a regra de George Bernard Shaw: " Never wrestle with a pig. You get dirty and besides the pig likes it" . A pirataria (como � que eu chamo a algu�m apropriar-se do trabalho de outrem?) continua. Entre ontem e hoje o falso Abrupto esteve em linha em vez do verdadeiro. A investiga��o do que se passa continua e j� tem alguns frutos.Como muitas vezes acontece na mesquinhez colectiva, as v�timas s�o os culpados. Pelos vistos nada aconteceu, nada acontece e se acontece � o acaso a funcionar,. Entre dois mil ou tr�s mil blogues portugueses foi o Abrupto a v�tima, certamente porque tem uma culpabilidade "objectiva". Em vez de palavras de preocupa��o (pode vir a suceder a outros...) e condena��o com o que acontece, � o Abrupto que criticam. Por existir, presumo. Eu devia ter-me calado caladinho.Pouca sorte, meus amigos, enquanto n�o me explicarem a raz�o porque foi comigo e que se saiba, n�o h� um surto de ataques do mesmo tipo um pouco por todo o lado (a maioria dos exemplos que me s�o dados, ali�s escass�ssimos, ou nada tem a ver com o que se passou, ou foram h� muito tempo, ou ocorreram em circunst�ncias � roubos de, ou apagamentos de blogues reclamados por outr�m, por exemplo � que n�o se aplicam ao Abrupto), eu n�o posso dexar de pensar que o Abrupto foi o alvo deliberado. Devo dizer ali�s que h� mais racionalidade em pensar assim do que em imaginar que me calhou o azar entre quarenta e cinco milh�es de blogues. Muitos dos falsos exemplos que me s�o dados s�o ali�s um exerc�cio de m� f� pura, apenas para enganar quem n�o vai ler as explica��es sobre o que aconteceu. Este af� de dizer que o que aconteceu ao Abrupto � normal, legitima o autor da pirataria, porque algu�m a fez, n�o � verdade? Um qualquerda Tail�ndia que encontrou uma falha no Blogger e escolheu ao acaso um blogue portugu�s, n�o � do que me querem convencer?Devo ignorar que numa certa lama da blogosfera, se houvesse um bot�o miraculoso como a campainha do Mandarim que matasse o chin�s na China, j� havia h� muito uma sinfonia de toques e empurr�es para chegar ao bot�o. Ali�s a campainha n�o parava, tantos eram os candidatos a quererem "matar" o Abrupto. Basta ler alguns blogues, entre a pura m� f�, at� ao enorme contentamento e festejos pela "morte" anunciada. N�o ter�o muita sorte, mas � uma atitude reveladora do inc�modo que a mera exist�ncia de um blogue como o Abrupto traz � mediocridade invejosa. O mundo para eles seria muito mais aceit�vel se tudo fosse med�ocre, igual na lama. Compreendo bem, mas sigo a regra de George Bernard Shaw: "

OS NOVOS DESCOBRIMENTOS: XANADU EM TIT�

In Xanadu did Kubla Khan

A stately pleasure-dome decree :

Where Alph, the sacred river, ran

Through caverns measureless to man

Down to a sunless sea.

Um filme com faces familiares.

HOJE, CORES DE UM CERTO FIM DA TARDE

INTEND�NCIA

Em actualiza��o os Em actualiza��o os ESTUDOS SOBRE COMUNISMO

O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES. O P�NICO DO DIA

Mote do dia na �rea do alarmismo pac�vio: �O Paracetamol destr�i o f�gado� (diversos jornais on-line, r�dios e logo � noite, provavelmente, na RTP e SIC e de certeza na TVI.

Diz, por exemplo, o �Portugal Di�rio� que � O medicamento mais vendido sem receita m�dica provocou, nos �ltimos tr�s anos, meia centena de reac��es adversas em Portugal, segundo o Instituto Nacional da Farm�cia e do Medicamento (Infarmed), e foi recentemente associado � destrui��o do f�gado, mesmo quando tomado em doses recomendadas�Para o estudo foram utilizados 106 participantes, divididos por tr�s grupos: dois tomaram diariamente quatro gramas de paracetamol ao longo de duas semanas, e o terceiro tomou apenas placebo�Entre quem tomou o �rem�dio falso� n�o houve problemas de f�gado, mas cerca de 40 por cento dos restantes participantes revelaram ind�cios de danifica��o daquele �rg�o. �

PRIMEIRO: 4 gramas de paracetamol s�o OITO "Ben-u-rons" por dia. Vezes duas semanas d� a m�dica quantia de 112 comprimidos. O facto de s� haver "ind�cios" de les�o hep�tica (algo muito subjectivo de analisar em termos m�dicos, uma vez que existem muitas outras coisas, a come�ar pelo �lcool e gorduras que o podem fazer) � antes de mais uma mostra da inocuidade do produto. Do mesmo modo, 50 reac��es adversas em Portugal (que muitas vezes s�o uma simples urtic�ria e nenhuma grave foi comunicada � classe m�dica) em 3 anos, sendo que em cada dia s�o prescritas embalagens na ordem dos milhares (fora as adquiridas sem receita), mostra que as probabilidades de haver problemas s�o bem menores que as de ser, por exemplo, atropelado por um jornalista.

SEGUNDO: nas recomenda��es de uso deste medicamento SEMPRE constaram avisos sobre os cuidados a ter em caso de toma prolongada ou em altas doses, sobretudo em rela��o ao f�gado e rins. N�o se percebe bem o porqu� desta not�cia ou "estudo" sobre uma coisa que n�o � novidade nenhuma, mas que pode ser alguma prepara��o para um novo produto a chegar ao mercado...

TERCEIRO: todos sabemos da papalvice e gosto pelo alarmismo de muito jornalista e da generalidade do p�blico portugu�s. Fica ent�o a sugest�o: TODOS os medicamentos t�m normas de utiliza��o, taxas de efeitos secund�rios e contra-indica��es, como poder� ser facilmente constatado, por exemplo, no Prontu�rio Terap�utico . Fazendo contas aos milhares de medicamentos comercializados, j� viram o manancial de not�cias assustadoras n�o devidamente aproveitadas? V� l� senhores jornalistas: aproveitem a silly season, para lan�arem uns belos p�nicos. J� agora: se levarem os vossos filhos � consulta, cheios de febre, preferem que lhes d�em chazinhos?

Fernando Gomes da Costa (m�dico)

O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES; O EDUQU�S EM AVALIA��O

Muito se tem falado de processos de avalia��o, centrada a discuss�o no teste de F�sica da primeira fase. N�o posso deixar de verificar escandalizada o seguinte, que diz respeito � maioria dos testes do Secund�rio que pelos quais se tem avaliado os nossos alunos :

1- As quest�es s�o de tal maneira sui generis, enviesadas e distantes do programa e da realidade escolar (aten��o, meus senhores, o pa�s vai de Tr�s-os-Montes ao Algarve), que ter investido ou n�o em estudo n�o � relevante;

2- Numa reforma que pela primeira vez � testada, n�o foram enviadas provas- refer�ncia;

3-O exame de 11� de Biologia e Geologia, por exemplo, para al�m da formula��o imprecisa de perguntas, tem aspectos absolutamente mirabolantes:

a) depois do investimento,por parte das escolas e col�gios,em material de laborat�rio para p�r a funcionar os trabalhos laboratoriais, ao abrigo da pen�ltima reforma, os trabalhos laboratoriais foram "extintos"na �ltima e actual reforma. E � precisamente o exame de Biologia e Geologia, 1� fase, que pede ao aluno que invente uma experi�ncia;

b)depois da inven��o da experi�ncia, prop�e-se que crie um projecto de investiga��o (!). Isto � muito interessante como experi�ncia para preencher 90 m de aula - ser� oportuno num exame? Fico a saber que a figura de "jovens investigadores" , utilizada pela Funda��o para a Ci�ncia e Tecnologia, se deve aplicar a jovens examinandos do Secund�rio.

4-Como Coordenadora Cient�fica de um Centro de Investiga��o (e m�e de uma aluna sujeita a esta brincadeira de mau gosto), pergunto: andam a brincar com o contribuinte, com os nossos jovens ou aos investigadores?

5- Fa�o outra pergunta, do fundo da minha indigna��o c�vica - a um professor que ouse "reter" um aluno s�o pedidos x formul�rios, relat�rios, justifica��es - e a uma comiss�o de incompetentes, aquartelada no semi-anonimato do GAVE, que � respons�vel pela desestabiliza��o e hecatombe de um pa�s inteiro, pela motiva��o de jovens para irem estudar para fora destas fronteiras, ? que se faz? n�o h� responsabilidades a pedir? bate-se palmas? de ci�ncia pouco sabem e da realidade de aplica��o e aplicabilidade dos programas ainda menos. Sinceramente, a Senhora Ministra pode estar cheia de boas inten��es para impor regras ao sistema, mas a primeira regra � n�o se rodear de incompetentes ...e brincalh�es.

(Maria do C�u Fialho, Prof. Cater�tica da Universidade de Coimbra e Coordenadora Cient�fica de um Centro de Investiga��o sem alunos do Secund�rio nem membros do GAVE.)

*

Vi ontem no canal parlamento e em directo, a presta��o da Ministra da Educa��o. Fiquei com a sensa��o que n�o � ela quem governa o seu minist�rio, devendo algu�m trabalhar por ela. Como � que por detr�s de tantas pol�ticas educativas pode estar uma pessoa que n�o sabe falar, n�o compreende o teor das perguntas directas feitas pelos demais intervenientes, engasgando-se, ruborizando, como se fosse uma caloira? Porque � que n�o responsabiliza o GAVE? Porque � que n�o demite quem est� � frente do referido Gabinete? Isto deixa-nos perceber claramente que existem motivos obscuros que �obrigaram� �s conhecidas medidas pol�ticas. V�rios exames tinham erros, eram extensos, quem os realizou � os �experts� ao servi�o da Ministra, deviam ser devidamente responsabilizados/demitidos.

Outra quest�o foi a declara��o mentirosa da Ministra relativamente aos resultados do exame nacional de matem�tica do 9� ano. A dita afirmou que a �bvia melhoria dos resultados do exame a matem�tica neste ano, se devia � implementa��o das suas novas pol�ticas. Eu vigiei esse exame, e tive a oportunidade de o ler: espantar-se-ia se lhe dissesse que qualquer pessoa com a antiga quarta classe, o saberia fazer tirando positiva. Pois �, at� o fiz de cabe�a. Algumas quest�es pareciam aqueles passatempos que compramos no quiosque para levarmos para f�rias. A� est� a pol�tica de rigor e exig�ncia da Ministra � a mentira. E j� falou que o pr�ximo objectivo ser� a L�ngua Portuguesa � adivinhe como ser� o exame nacional do 9� ano no pr�ximo ano: fazer uma c�pia sobre o texto �O capuchinho vermelho�, dizer o presente do indicativo do verbo mentir, e escrever uma composi��o sobre as f�rias de Ver�o que h�o-de vir� � uma vergonha.

(Sofia Silveira)

LENDO

VENDO

OUVINDO

�TOMOS E BITS

de 21 de Julho de 2006

Staline, Chostakovitch e a arte de agradar e desprezar no fio da navalha ou do tiro na nuca no

*

Grundsprache . Freud e o alem�o em

"Freud aurait-il pu d�couvrir l'inconscient dans une autre langue que l'allemand ? Voil� probablement l'une des questions les plus sens�es que les professionnels de la profession aient pos�e � l'occasion du 150 �me anniversaire de la naissance de cher Sigmund." *

Lu�s na A minha gera��o sofreu tr�s grav�ssimas contrariedades: primeiro aprendeu o mundo pelos comp�ndios do salazarismo. Depois pela vulgata marxista. A seguir veio o ru�do insuport�vel do entertainment. " Staline, Chostakovitch e a arte de agradar e desprezar no fio da navalha ou do tiro na nuca no Guardian Freud e o alem�o em La R�publique des Livres Lu�s na Natureza do Mal : "

RETRATOS DO TRABALHO NO PORTO, PORTUGAL

(...) uuma foto que tirei ontem, algures na cidade do Porto e que v�-se l� saber porqu� me fez recordar os primeiros versos da t�o conhecida e bel�ssima "TABACARIA", de �lvaro de Campos:

N�o sou nada.

Nunca serei nada.

N�o posso querer ser nada.

� parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,

Do meu quarto de um dos milh�es do mundo que ningu�m sabe quem �

(E se soubessem quem �, o que saberiam?),

Dais para o mist�rio de uma rua cruzada constantemente por gente,

Para uma rua inacess�vel a todos os pensamentos,

Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,

Com o mist�rio das coisas por baixo das pedras e dos seres,

Com a morte a p�r humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,

Com o Destino a conduzir a carro�a de tudo pela estrada de nada

(�lvaro Mendon�a)

EARLY MORNING BLOGS

822 - Devemos perdonar a los ignorantes y resistir a los locos .

De los que se r�en y escarnecen de los que no deven, el sabio propuso tal f�bula. Algunos hombres son enojosos y burladores, y escarnecedores de otros, mas a s� mismos causan y fazen mal, ass� como un asno que encontr� con un le�n, y d�xole burl�ndose d' �l: -�Dios te salve, hermano! Y ri�se d' �l. E le�n, indign�ndose de sus palabras, dixo entre s�: -No quiera Dios que vana sangre ensuzie mis dientes, ca convern�a dexarte injuriado o despeda�ado. Significa esta f�bula que devemos perdonar a los ignorantes, mas devemos resistir y defendernos de los locos que quieren acometer a otros mejores de s�. Y que el loco fant�stico no deve de reyrse de los hombres nobles y sabios y virtuosos, ni se ygualar con ellos. Devemos perdonar a los ignorantes y resistir a los locos

( La vida y f�bulas del Ysopo , Valencia, 1520.)

*

Bom dia! , Valencia, 1520.)Bom dia!

A SOLID�O DOS GUERREIROS

A gente � feita pelas nossas conversas. Conversas que nunca se esquecem, conversas que ficam e ficam e ficam, mudando, dizendo coisas diferentes em tempos diferentes. Mas ficam, l� atr�s de qualquer coisa que somos. Recordo-me nestes dias de ferro e fogo no M�dio Oriente de uma que tive com a mais improv�vel pessoa para lembrar neste contexto: Jonas Savimbi. Ou talvez n�o.

A Jamba, quartel operacional de Savimbi no Sul de Angola, quando se tornou na sua sala de visitas, caiu no mesmo logro de que era parte: o logro da propaganda para ocidentais desejosos de exotismo e de um pouco de aventura. Savimbi aprendera com os chineses, que por sua vez tinham aprendido com os sovi�ticos, a arte das aldeias Potemkine, a arte da "massagem do ego", a arte de iludir. Nas "excurs�es" � Jamba como lhe chamavam os seus detractores, tudo era cuidadosamente pensado para responder �s ilus�es, obtendo efeitos de propaganda, mas havia outra Jamba por detr�s da que era mostrada e essa era bem menos am�vel e bem menos ut�pica. Numa viagem que l� fiz, pude ver e ser sujeito a todas estas artes da ilus�o e da propaganda mas, sem querer gabar-me de qualquer omnisci�ncia ou cinismo militante, nem por isso deixava de saber que havia muito cen�rio.

Mas havia uma coisa na Jamba de natureza diferente do seu "sinaleiro", das suas aulas de Latim, da sua fanfarra marcial, e essa coisa era Jonas Savimbi ele mesmo, personagem maior que a vida, maior que a morte, personagem da hist�ria, cruel, obsessivo, tenebroso, mas uma "car�cter". Fiel aos mitos que alimentava, um dos quais era de que n�o dormia, encontrei-o uma vez �s tr�s da manh�. O local era uma cabana de madeira e colmo, com umas cadeiras de pl�stico e uma improv�vel cortina florida daquelas que se encontram nos quartos de banho suburbanos. Era mesmo uma cortina, triste e pobre, o improv�vel cen�rio dos homens que rodeavam Savimbi, todos hoje j� fantasmas no Inferno.

Era uma noite de crise, havia combates em Mavinga, e Magnus Malan tinha feito declara��es inc�modas para Savimbi, pelo que as rela��es com os aliados sul-africanos n�o deviam estar pelo melhor dos mundos. A guerra corria-lhe bem, talvez fosse isso que levou os sul-africanos a reivindicar o seu papel, o que atrapalhava a propaganda da UNITA. Talvez por isso, a meio da conversa e sem qualquer necessidade, Savimbi come�ou um longo mon�logo, meio interior, meio para eu ouvir, muito longe do que se podia esperar pela ocasi�o e pelo interlocutor portugu�s. Savimbi come�ou a falar da solid�o na luta. Disse-me: " Agora tenho todos comigo, os sul-africanos, os americanos, mas sei que isso n�o pode durar." "J� vi todos os meus aliados deixarem-me sozinhos, j� vi os americanos com a s�ndrome do p�s-Vietname, a abandonar os seus amigos... Quando fiz a minha "Longa Marcha" , at� comemos cascas de �rvore e cheg�mos � Jamba meia d�zia de homens para come�ar tudo de novo." E insistia: " Agora tenho amigos, mas sei que posso ficar outra vez sozinho, s� posso contar comigo e com os meus maninhos... " Havia um tom de tristeza e de resigna��o, pouco habitual em Savimbi, que n�o era dado a ter estados de alma.

Ele sentia-se ofendido pelos sul-africanos, este era o motivo pr�ximo, e Savimbi era orgulhoso. Mas ele tinha uma premoni��o sobre o que se iria passar, muitos anos depois, a sua morte em combate, sozinho, abandonado, apenas com meia d�zia de fieis irredut�veis muitos dos quais morreram com ele. Ele era uma raridade para um l�der africano, n�o tinha atrac��o pela vida faustosa no ex�lio dourado, n�o era corrupto, embora corrompesse, e toda a vida foi um general da frente de batalha, que liderava do ch�o perto dos seus homens. Era perigoso como poucos e sabia muito.

Recordo-me desta conversa nocturna, quando vejo mais uma vez o modo como os israelitas s�o deixados sozinhos para se defenderem, o que eles s� podem fazer atacando (olhe-se para um mapa de Israel para se perceber), perante uma opini�o p�blica e publicada que tamb�m ela, como os sul-africanos e americanos a Savimbi, os abandonou. Israel n�o � defens�vel em termos de um conflito cl�ssico, e s� com muito saber de experi�ncia feita consegue conter em termos aceit�veis o terrorismo de que � v�tima. � sua volta s� tem inimigos, que n�o datam da "quest�o palestiniana" como muitos pensam, mas do dia seguinte � cria��o do Estado de Israel, quando este foi invadido por todos os ex�rcitos dos pa�ses �rabes. O mesmo cen�rio repetiu-se v�rias vezes, at� que as ofensivas militares tradicionais, todas derrotadas, foram progressivamente substitu�das por actos de terrorismo localizado, mas sist�mico. Apesar de tudo, a situa��o de seguran�a de Israel melhorou, em grande parte porque a ocupa��o dos territ�rios da Cisjord�nia e da S�ria melhorou a sua capacidade de defesa, deu-lhe profundidade. A situa��o de Israel tamb�m melhorou, porque o "mundo �rabe" se dividiu, alguns corajosos chefes de Estado no Egipto e na Jord�nia aceitaram a realidade do seu Estado e o mesmo aconteceu com alguns palestinianos, a come�ar por dirigentes da OLP e da Fatah. Esse caminho foi positivo e � positivo.

Mas h� uma realidade nova no M�dio Oriente que pode inverter completamente a situa��o e fragilizar Israel e os seus amigos �rabes, de novo: a combina��o do fundamentalismo isl�mico com a nucleariza��o do Ir�o. O Ir�o e a S�ria s�o hoje a vanguarda de todos os que negam a pura exist�ncia de Israel, e o Hamas e o Hezbollah s�o os bra�os armados dessa nova realidade. Se somarmos a essa situa��o o caminho perigos�ssimo do Ir�o, Israel tem hoje de novo um desequil�brio que se est� a construir � sua volta. O problema n�o s�o os palestinianos, � o choque de pol�ticas nacionais de hegemonia regional, e a utiliza��o da religi�o como arma de mobiliza��o e radicalismo. Israel tem que conter o Ir�o, a S�ria, o Hamas e o Hezbollah quanto antes, antes de terem armamento nuclear, antes de se armarem com as novas armas do terrorismo, incluindo uma capacidade maior de projec��o de m�sseis sobre o seu territ�rio sem profundidade. � uma realidade militar antes de ser pol�tica.

Os israelitas fazem certamente muitas asneiras, porque n�o s�o passivos mas pr�-activos. N�o assistem sentados � sua progressiva neutraliza��o e destrui��o. N�o podem deixar de o ser e � por isso que conservadores e trabalhistas, partidos religiosos e socialistas n�o diferem muito na legitima��o da actua��o militar. � mesmo uma quest�o de sobreviv�ncia e a ideia de que se trata de "um conflito assim�trico" onde os "poderosos" esmagam os "fracos" � enganadora: h� assimetrias de tamanho que s�o a favor dos aparentemente mais fracos.

Percebe-se o que os israelitas querem com esta resposta violenta aos actos de guerra do Hezbollah e do Hamas: mostrar que a paz s� � poss�vel se n�o houver qualquer transig�ncia com os grupos que s�o os bra�os armados de estrat�gias de aniquila��o do Estado de Israel. E estes, e os Estados que os alimentam, s� percebem uma �nica linguagem, a da for�a. Israel tamb�m de h� muito sabe que s� pode haver paz com quem a deseja e, do mesmo modo que o Ir�o lhe quis enviar uma mensagem, Israel responde em esp�cie. � duro, mas naquele canto do mundo n�o h� muito terreno para amabilidades, e, infelizmente, muita gente sofre de passagem. A express�o "danos colaterais" � cruel na sua frieza, mas verdadeira.

� face a esta situa��o que a comunidade internacional n�o cumpriu as suas obriga��es. Fechou os olhos � presen�a de mil�cias s�rio-iranianas no Sul do L�bano, n�o se disp�s a fornecer reais garantias a Israel da sua seguran�a, para poder exigir o fim da ocupa��o dos territ�rios palestinianos com razoabilidade e sem risco para Israel. O �ltimo passo para a paz, a retirada unilateral da Faixa de Gaza, n�o foi acompanhada pelas devidas press�es sobre o Hamas para que mude de pol�tica face a Israel.

Bem pelo contr�rio, a Uni�o Europeia, cuja pol�tica no M�dio Oriente � claramente anti-israelita e por isso in�til para mediar qualquer coisa, continua a financiar a Autoridade Palestiniana controlada pelo Hamas. Os americanos d�o uma �ltima garantia de seguran�a a Israel, mas essa s� funciona num ambiente de Armaged�o, e a B�blia e os seus apocalipses n�o s�o os melhores conselheiros. At� l�, e esperamos, sem necessidade de chegar l� (um conflito nuclear), Israel est� sozinho e s� pode contar consigo mesmo. Eles sabem muito bem disso, como Savimbi sabia. Ele perdeu tudo, os israelitas fazem tudo para que o mesmo n�o lhes aconte�a.

(No P�blico de 20/7/2006) A gente � feita pelas nossas conversas. Conversas que nunca se esquecem, conversas que ficam e ficam e ficam, mudando, dizendo coisas diferentes em tempos diferentes. Mas ficam, l� atr�s de qualquer coisa que somos. Recordo-me nestes dias de ferro e fogo no M�dio Oriente de uma que tive com a mais improv�vel pessoa para lembrar neste contexto: Jonas Savimbi. Ou talvez n�o.A Jamba, quartel operacional de Savimbi no Sul de Angola, quando se tornou na sua sala de visitas, caiu no mesmo logro de que era parte: o logro da propaganda para ocidentais desejosos de exotismo e de um pouco de aventura. Savimbi aprendera com os chineses, que por sua vez tinham aprendido com os sovi�ticos, a arte das aldeias Potemkine, a arte da "massagem do ego", a arte de iludir. Nas "excurs�es" � Jamba como lhe chamavam os seus detractores, tudo era cuidadosamente pensado para responder �s ilus�es, obtendo efeitos de propaganda, mas havia outra Jamba por detr�s da que era mostrada e essa era bem menos am�vel e bem menos ut�pica. Numa viagem que l� fiz, pude ver e ser sujeito a todas estas artes da ilus�o e da propaganda mas, sem querer gabar-me de qualquer omnisci�ncia ou cinismo militante, nem por isso deixava de saber que havia muito cen�rio.Mas havia uma coisa na Jamba de natureza diferente do seu "sinaleiro", das suas aulas de Latim, da sua fanfarra marcial, e essa coisa era Jonas Savimbi ele mesmo, personagem maior que a vida, maior que a morte, personagem da hist�ria, cruel, obsessivo, tenebroso, mas uma "car�cter". Fiel aos mitos que alimentava, um dos quais era de que n�o dormia, encontrei-o uma vez �s tr�s da manh�. O local era uma cabana de madeira e colmo, com umas cadeiras de pl�stico e uma improv�vel cortina florida daquelas que se encontram nos quartos de banho suburbanos. Era mesmo uma cortina, triste e pobre, o improv�vel cen�rio dos homens que rodeavam Savimbi, todos hoje j� fantasmas no Inferno.Era uma noite de crise, havia combates em Mavinga, e Magnus Malan tinha feito declara��es inc�modas para Savimbi, pelo que as rela��es com os aliados sul-africanos n�o deviam estar pelo melhor dos mundos. A guerra corria-lhe bem, talvez fosse isso que levou os sul-africanos a reivindicar o seu papel, o que atrapalhava a propaganda da UNITA. Talvez por isso, a meio da conversa e sem qualquer necessidade, Savimbi come�ou um longo mon�logo, meio interior, meio para eu ouvir, muito longe do que se podia esperar pela ocasi�o e pelo interlocutor portugu�s. Savimbi come�ou a falar da solid�o na luta. Disse-me: "E insistia: "" Havia um tom de tristeza e de resigna��o, pouco habitual em Savimbi, que n�o era dado a ter estados de alma.Ele sentia-se ofendido pelos sul-africanos, este era o motivo pr�ximo, e Savimbi era orgulhoso. Mas ele tinha uma premoni��o sobre o que se iria passar, muitos anos depois, a sua morte em combate, sozinho, abandonado, apenas com meia d�zia de fieis irredut�veis muitos dos quais morreram com ele. Ele era uma raridade para um l�der africano, n�o tinha atrac��o pela vida faustosa no ex�lio dourado, n�o era corrupto, embora corrompesse, e toda a vida foi um general da frente de batalha, que liderava do ch�o perto dos seus homens. Era perigoso como poucos e sabia muito.Recordo-me desta conversa nocturna, quando vejo mais uma vez o modo como os israelitas s�o deixados sozinhos para se defenderem, o que eles s� podem fazer atacando (olhe-se para um mapa de Israel para se perceber), perante uma opini�o p�blica e publicada que tamb�m ela, como os sul-africanos e americanos a Savimbi, os abandonou. Israel n�o � defens�vel em termos de um conflito cl�ssico, e s� com muito saber de experi�ncia feita consegue conter em termos aceit�veis o terrorismo de que � v�tima. � sua volta s� tem inimigos, que n�o datam da "quest�o palestiniana" como muitos pensam, mas do dia seguinte � cria��o do Estado de Israel, quando este foi invadido por todos os ex�rcitos dos pa�ses �rabes. O mesmo cen�rio repetiu-se v�rias vezes, at� que as ofensivas militares tradicionais, todas derrotadas, foram progressivamente substitu�das por actos de terrorismo localizado, mas sist�mico. Apesar de tudo, a situa��o de seguran�a de Israel melhorou, em grande parte porque a ocupa��o dos territ�rios da Cisjord�nia e da S�ria melhorou a sua capacidade de defesa, deu-lhe profundidade. A situa��o de Israel tamb�m melhorou, porque o "mundo �rabe" se dividiu, alguns corajosos chefes de Estado no Egipto e na Jord�nia aceitaram a realidade do seu Estado e o mesmo aconteceu com alguns palestinianos, a come�ar por dirigentes da OLP e da Fatah. Esse caminho foi positivo e � positivo.Mas h� uma realidade nova no M�dio Oriente que pode inverter completamente a situa��o e fragilizar Israel e os seus amigos �rabes, de novo: a combina��o do fundamentalismo isl�mico com a nucleariza��o do Ir�o. O Ir�o e a S�ria s�o hoje a vanguarda de todos os que negam a pura exist�ncia de Israel, e o Hamas e o Hezbollah s�o os bra�os armados dessa nova realidade. Se somarmos a essa situa��o o caminho perigos�ssimo do Ir�o, Israel tem hoje de novo um desequil�brio que se est� a construir � sua volta. O problema n�o s�o os palestinianos, � o choque de pol�ticas nacionais de hegemonia regional, e a utiliza��o da religi�o como arma de mobiliza��o e radicalismo. Israel tem que conter o Ir�o, a S�ria, o Hamas e o Hezbollah quanto antes, antes de terem armamento nuclear, antes de se armarem com as novas armas do terrorismo, incluindo uma capacidade maior de projec��o de m�sseis sobre o seu territ�rio sem profundidade. � uma realidade militar antes de ser pol�tica.Os israelitas fazem certamente muitas asneiras, porque n�o s�o passivos mas pr�-activos. N�o assistem sentados � sua progressiva neutraliza��o e destrui��o. N�o podem deixar de o ser e � por isso que conservadores e trabalhistas, partidos religiosos e socialistas n�o diferem muito na legitima��o da actua��o militar. � mesmo uma quest�o de sobreviv�ncia e a ideia de que se trata de "um conflito assim�trico" onde os "poderosos" esmagam os "fracos" � enganadora: h� assimetrias de tamanho que s�o a favor dos aparentemente mais fracos.Percebe-se o que os israelitas querem com esta resposta violenta aos actos de guerra do Hezbollah e do Hamas: mostrar que a paz s� � poss�vel se n�o houver qualquer transig�ncia com os grupos que s�o os bra�os armados de estrat�gias de aniquila��o do Estado de Israel. E estes, e os Estados que os alimentam, s� percebem uma �nica linguagem, a da for�a. Israel tamb�m de h� muito sabe que s� pode haver paz com quem a deseja e, do mesmo modo que o Ir�o lhe quis enviar uma mensagem, Israel responde em esp�cie. � duro, mas naquele canto do mundo n�o h� muito terreno para amabilidades, e, infelizmente, muita gente sofre de passagem. A express�o "danos colaterais" � cruel na sua frieza, mas verdadeira.� face a esta situa��o que a comunidade internacional n�o cumpriu as suas obriga��es. Fechou os olhos � presen�a de mil�cias s�rio-iranianas no Sul do L�bano, n�o se disp�s a fornecer reais garantias a Israel da sua seguran�a, para poder exigir o fim da ocupa��o dos territ�rios palestinianos com razoabilidade e sem risco para Israel. O �ltimo passo para a paz, a retirada unilateral da Faixa de Gaza, n�o foi acompanhada pelas devidas press�es sobre o Hamas para que mude de pol�tica face a Israel.Bem pelo contr�rio, a Uni�o Europeia, cuja pol�tica no M�dio Oriente � claramente anti-israelita e por isso in�til para mediar qualquer coisa, continua a financiar a Autoridade Palestiniana controlada pelo Hamas. Os americanos d�o uma �ltima garantia de seguran�a a Israel, mas essa s� funciona num ambiente de Armaged�o, e a B�blia e os seus apocalipses n�o s�o os melhores conselheiros. At� l�, e esperamos, sem necessidade de chegar l� (um conflito nuclear), Israel est� sozinho e s� pode contar consigo mesmo. Eles sabem muito bem disso, como Savimbi sabia. Ele perdeu tudo, os israelitas fazem tudo para que o mesmo n�o lhes aconte�a.(Node 20/7/2006)

COISAS SIMPLES: A NOITE

(I. Levitan) (I. Levitan)

PIRATARIAS 3

A pirataria ainda n�o est� resolvida, mas est� a ser investigada. Uma informa��o preciosa seria a de saber que outros blogues em portugu�s, ou casos recentes fora de Portugal, conheceram o mesmo problema. At� agora nos blogues portugueses no Blogger apenas se conhece o caso do Abrupto, o que parece indicar deliberada inten��o e n�o ataque ao acaso como alguns se apressam a concluir. Exemplos portugueses seriam importantes para ajudar a compreender a pirataria e o seu car�cter. A pirataria ainda n�o est� resolvida, mas est� a ser investigada. Uma informa��o preciosa seria a de saber que outros blogues em portugu�s, ou casos recentes fora de Portugal, conheceram o mesmo problema. At� agora nos blogues portugueses no Blogger apenas se conhece o caso do Abrupto, o que parece indicar deliberada inten��o e n�o ataque ao acaso como alguns se apressam a concluir. Exemplos portugueses seriam importantes para ajudar a compreender a pirataria e o seu car�cter.

LENDO

VENDO

OUVINDO

�TOMOS E BITS

de 20 de Julho de 2006

Interessante e intrigante artigo de Ruben de Carvalho no

"A acompanhar uma am�vel entrevista com Francisco Lou��, o Expresso da passada semana publicou o que pretende ser o at� hoje mais completo estudo sobre a realidade org�nica do Bloco, clinicamente ali�s intitulado Radiografia do Bloco de Esquerda. Com direito a um pormenorizado mapa de Portugal, especificando os n�meros bloquistas por distrito e regi�es aut�nomas, de militantes e de votos nas legislativas de 2005.

Os resultados s�o deveras interessantes. Segundo o seman�rio, o Bloco possui em Portalegre 61 militantes; em Viana do Castelo, Vila Real, Bragan�a, Guarda, Castelo Branco, �vora, Beja e A�ores, em cada um, 122 militantes (o que, verifica-se, corresponde em todos exactamente ao dobro de Portalegre, 2x61); em Leiria ser�o 183 (ou seja, 3x61); em Aveiro, Santar�m, Faro e Viseu atingem em cada os 244 (uns quadrangulares 4x61); em Braga, Coimbra e Madeira j� sobem para uns distritais 305 (isto �, 5x61); em Set�bal o factor multiplicativo � de 12, a saber, 12x61=732. As maiores multiplica��es do Bloco ocorrem no Porto e em Lisboa, no primeiro 13 Portalegres (793=13x61), atingindo na segunda 24 Portalegres (1464=24x61)." *

O jornal Expresso publicou na sua �ltima edi��o uma Radiografia do Bloco de Esquerda onde publicava uma pequena discri��o sobre a implanta��o distrital do movimento, nomeadamente o seu n�mero de militantes. No gr�fico que acompanhava a not�cia, podia ver-se que, em v�rios distritos, o Bloco parecia ter o mesmo n�mero de filiados. Como � natural, essa informa��o poder� suscitar uma sensa��o de estranheza nos leitores, e por essa raz�o o Bloco entende prestar o seguinte esclarecimento.

A pedido do Expresso, o Bloco indicou o n�mero total dos seus inscritos e a percentagem por distrito. Estes valores foram indicados por aproxima��o � unidade. Assim, para um distrito que tenha aproximadamente 1% dos aderentes do Bloco, o Expresso extrapolou que seriam 61 (1% de 6100) e assim sucessivamente. � isso que explica que o Expresso tenha publicado nesse gr�fico o mesmo n�mero de militantes do Bloco em v�rios distritos.

Nota ao jornal Expresso que o Bloco de Esquerda enviou para esse mesmo jornal na passada segunda-feira,

(Pedro Sales, Assessor de Imprensa do Bloco de Esquerda)

*

Ora aqui est� um excelente exemplo do que acontece quando se sabe pouco de matem�tica. Quando digo pouco, digo pouco. Muito pouco mesmo. Matem�tica de 4� classe (antiga, que pela nova � preciso o 9� ano)..

Quando se brincam com percentagens de n�meros muito pequenos, e as percentagens s�o arredondadas � unidade (percentual), acontecem, inevitavelmente dessas coisas. Desagrad�veis. At� parece que se trata de um preconceito contra as v�rgulas.

H� quem diga que a esquerda detesta contas. Este exemplo n�o vai ao arrepio dessa afirma��o.

Quantos mais disparates ser�o ditos ao abrigo da mesmo arredondamento?

(H. Martins)

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A r�bula dos �m�ltiplos-m�ltiplos de 61� (relativa aos militantes do BE) faz-me lembrar a anedota do Solnado:

- Meu general, v�m a� os �ndios!

- Quantos s�o eles?

- 1001, meu general!

- E como � que os contaste t�o depressa?

- � que vem 1 � frente, e atr�s s�o para a� uns 1000!

(C. Medina Ribeiro) Interessante e intrigante artigo de Ruben de Carvalho no Di�rio de Not�cias

RETRATOS DO TRABALHO EM NOVA DELI, �NDIA

Na �ndia, h� um m�s - homem ganhando a vida a pesar pessoas, com balan�a port�til.

(Fernando Correia de Oliveira)

Na �ndia, h� um m�s - homem ganhando a vida a pesar pessoas, com balan�a port�til.(Fernando Correia de Oliveira)

MAIS CONTRIBUTOS PARA

AS VINTE MELHORES OBRAS DE REFER�NCIA EM PORTUGU�S 1.0

(2� s�rie)

E � tamb�m no seguimento dos contributos para as vinte melhores obras de referer�ncia em portugu�s que lhe escrevo.E mais um par delas:

_ ANSELMO, Ant�nio Joaquim [1977], Bibliografia das obras impressas em Portugal no s�culo XVI, Lisboa. B.N.

_ PEREIRA, Paulo (dir. de) [1995], Hist�ria da Arte Portuguesa . Lisboa. C�rculo de Leitores.

_CARVALHO, Joaquim de [1947, 1948, 1949], Estudos sobre a Cultura Portuguesa dos s�culos XV e XVI.

_ Como complemento �s Normas do Padre Avelino, servindo de treino paleogr�fico: COSTA, P. Avelino de Jesus [1997], �lbum de Paleografia e Diplom�tica portuguesas . Estampas. 6� Edi��o. Coimbra. FLUC.

_BRAND�O, Fr. Francisco. [1976], Monarquia Lusitana . Ed. facsimilada. Lisboa. INCM.

_ N�o esquecer nunca:

SERR�O, Joel e MARQUES, A.H. de Oliveira (dir. de), Nova Hist�ria de Portugal. Ed. Presen�a.

_ CARDOSO, Pe. Jorge [1652], Agiologia Lusitana .

_ Como express�o paradigm�tica do movimento de Erudi��o em Portugal, a obra orientada por Alexandre Herculano: Portugaliae Monumenta Historica a saeculo octavo post Christum usque ad quintumdecimun, jussu Academiae Scientiarum Olisiponensis edita, nova s�rie.

_ GODINHO, Vitorino Magalh�es, Os Descobrimentos e a Economia Mundia l. Ed. Presen�a.4 vols.

_ FIGUEIREDO, C�ndido de [1996], Grande Dicion�rio da L�ngua Portuguesa. 25� Ed., 2 vols.

_ De elevada utilidade, um guia fundamental de obras gerais, disciplinas documentais e outras disciplinas de incid�ncia Hist�rica: R EPERT�RIO BIBLIOGR�FICO DA HISTORIOGRAFIA PORTUGUESA . [1974-1994], FLUC, Inst. Cam�es.

sandra costa

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Noto que as obras de refer�ncia que t�m entrado no Abrupto v�o sempre para as mesmas �reas: filosofias, hist�rias, literaturas. Que tal meter um pouco de outra ci�ncia nisso:

Desenho T�cnico , de Lu�s Veiga da Cunha, FCG Introdu��o � An�lise Matem�tica , de Campos Ferreira, FCG

(nuno de magalh�es)

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Tr�s sugest�es na �rea da �pera e do espect�culo:

MOREAU, M�rio - Teatro de S. Carlos : dois s�culos de hist�ria . Lisboa : Hugin, 1999. 2 vol. ISBN 972-8534-50-5

Est� l� tudo. Todos os concertos, todas as r�citas, todas as �peras, todos os bailados, todos os cantores, todos os maestros, todos os bailarinos, todos os actores, todos os encenadores, todos os cen�grafos, todos, todos, todos.

MOREAU, M�rio - Cantores de �pera portugueses. Amadora : Bertrand, 1981. 3 vol.

Tamb�m est�o todos, do S�c. 18 at� 1981.

BASTOS, Sousa - Carteira do artista : apontamentos para a hist�ria do theatro portuguez e brazileiro acompanhados de noticias sobre os principaes artistas, escriptores dramaticos e compositores estrangeiros. Lisboa : Antiga Casa Bartrand - Jos� Bastos, 1898

O autor era o marido da actriz Palmira Bastos. Um trabalho muito interessante que pretendeu ser exaustivo. Est� organizado em jeito de efem�rides e cont�m, no final, uma bibliografia e v�rios �ndices (actores portugueses e brasileiros, aderecistas, arquitectos e figurinistas, actores estrangeiros, benem�ritos, cabeleireiros, cantores portugueses, companhias, contraregras, curiosidades, decretos, portarias, tratados e outros documentos, empregados diversos, dramas, com�dias, trag�dias, operas-c�micas, revistas e pe�as, empres�rios, ensaiadores, escritores e cr�ticos, guarda-roupas, maquinistas, m�sicos, �peras e dan�as, pontos, cen�grafos, teatros e ainda um �ndice de gravuras

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