Alto Hama: Ena! Tantos camaleões e tão poucos primatas

23-12-2009
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Porque muitos, cada vez mais, fogem sem pensar, é preciso que alguns (cada vez menos) pensem sem fugir, mesmo quando lhe encostam uma pistola à cabeça.Quando será que em Portugal veremos os trabalhadores a serem avaliados de forma objectiva e imparcial, sem que para essa avaliação contem o cartão do partido, os jantares com o chefe ou a prenda de anos no aniversário do director?É claro que todos devemos ser avaliados pelo mérito, sendo que este é perfeitamente mensurável e não necessita de análises subjectivas. Acresce que só quem for competente pode avaliar a competência. Digo eu, na inocência de quem julga viver num Estado de Direito.Ora, como cada vez mais a competência é – em Portugal - substituída pela subserviência, não adianta instituir o primado da transparência quando todos os seus agentes são opacos. O tecido laboral em Portugal está a mudar? Está. Durante muitos anos, as avaliações laborais (fossem nas empresas do Estado ou nas privadas) pareciam sérias mas não eram. Hoje não parecem nem são. Hoje, sejam a empresas do Estado ou privadas, o ambiente é de valorização exponencial do aparente, do faz de conta, do travesti profissional que veste a farda que mais jeito dá ao capataz que está acima.Não admira por isso que, na eventualidade (rara, raríssima) de alguém questionar o veredicto superior (tão superior quanto a sua similitude com os camaleões) corre o risco de ver a avaliação reduzida ainda mais. Reduções, é claro, proporcionais às vezes que ousar questionar o dono da verdade. O presente é, ou parece ser, de todos aqueles que às segundas, quartas e sextas elogiam o chefe, às terças, quintas e sábados o director e ao domingo esboçam elogios a quem pensam que possa vir a ser chefe ou director. Pelo meio deste circuito aparecem sempre os sipaios que acalentam a esperança de um dia serem chefes de posto e que, no cumprimento de ordens superiores, passam ao papel a avaliação pré-determinada, mesmo que no lugar da assinatura tenham de pôr a impressão… digital.


Porque muitos, cada vez mais, fogem sem pensar, é preciso que alguns (cada vez menos) pensem sem fugir, mesmo quando lhe encostam uma pistola à cabeça.Quando será que em Portugal veremos os trabalhadores a serem avaliados de forma objectiva e imparcial, sem que para essa avaliação contem o cartão do partido, os jantares com o chefe ou a prenda de anos no aniversário do director?É claro que todos devemos ser avaliados pelo mérito, sendo que este é perfeitamente mensurável e não necessita de análises subjectivas. Acresce que só quem for competente pode avaliar a competência. Digo eu, na inocência de quem julga viver num Estado de Direito.Ora, como cada vez mais a competência é – em Portugal - substituída pela subserviência, não adianta instituir o primado da transparência quando todos os seus agentes são opacos. O tecido laboral em Portugal está a mudar? Está. Durante muitos anos, as avaliações laborais (fossem nas empresas do Estado ou nas privadas) pareciam sérias mas não eram. Hoje não parecem nem são. Hoje, sejam a empresas do Estado ou privadas, o ambiente é de valorização exponencial do aparente, do faz de conta, do travesti profissional que veste a farda que mais jeito dá ao capataz que está acima.Não admira por isso que, na eventualidade (rara, raríssima) de alguém questionar o veredicto superior (tão superior quanto a sua similitude com os camaleões) corre o risco de ver a avaliação reduzida ainda mais. Reduções, é claro, proporcionais às vezes que ousar questionar o dono da verdade. O presente é, ou parece ser, de todos aqueles que às segundas, quartas e sextas elogiam o chefe, às terças, quintas e sábados o director e ao domingo esboçam elogios a quem pensam que possa vir a ser chefe ou director. Pelo meio deste circuito aparecem sempre os sipaios que acalentam a esperança de um dia serem chefes de posto e que, no cumprimento de ordens superiores, passam ao papel a avaliação pré-determinada, mesmo que no lugar da assinatura tenham de pôr a impressão… digital.

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