Linha do Douro com modernização travada sem que se conheça nova data para o projecto

30-08-2010
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Ministério das Obras Públicas, respondendo a pergunta formulada no Parlamento, fala em "recalendarização" dos trabalhos

A modernização da Linha do Douro, em especial a electrificação do troço entre Caíde e Marco de Canaveses, já não vai avançar, segundo foi assumido pelo Governo em resposta a uma pergunta do deputado Honório Novo, do PCP.

Até agora, apenas se sabia que a Rede Ferroviária Nacional (Refer) tinha comunicado às empresas que se apresentaram no concurso público para o projecto que este fora cancelado. O Ministério das Obras Públicas vem agora confirmar que, no âmbito do Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC), "foram recalendarizados vários projectos, no que diz respeito ao horizonte 2010-2013, entre os quais a electrificação do troço Caíde-Marco e requalificação da Linha do Tâmega".

Na resposta ao deputado do PCP, o gabinete do ministro António Mendonça dedica quatro das seis páginas do documento à crise internacional, ao défice público e à necessidade da consolidação orçamental. Quando chega à ferrovia, explica que praticamente cingiu os investimentos no sector à conclusão das empreitadas em curso, supressão de passagens de nível e aos projectos relacionados com mercadorias (ligações a portos e plataformas logísticas).

É neste contexto que a modernização da Linha do Douro é "recalendarizada", sem que sejam apontadas novas datas.

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Esta é o segundo adiamento da modernização da Linha do Douro. O primeiro ocorreu no primeiro Governo de José Sócrates, numa altura em que a obra já tinha projecto. A ausência de electrificação nos 14 quilómetros que separam Caíde e Marco faz com que o serviço suburbano da CP Porto tenha que ser assegurado naquele troço com comboios da CP Regional. É também esse o motivo por que é feito um transbordo em Caíde - acabam os comboios eléctricos e segue-se em material antiquado até ao Marco, Régua e Pocinho. Para a CP Porto, isto acarreta custos elevados, uma vez que tem de pagar à sua congénere CP Regional pelo serviço de navette entre Caíde e Marco. Os custos de exploração são obviamente mais pesados, mas as receitas, a preços de suburbano, são bem mais leves.

"Camelos" estão atrasadas

A primeira das 17 automotoras espanholas, alugadas pela CP para operar no Minho e Douro, já chegou ao Porto. Foi rebocada de Valença a 5 de Agosto. A composição, estacionada em Contumil, aguarda há semanas homologação da Refer para poder circular nas linhas portuguesas, o que só acontecerá após ensaios técnicos. As restantes 16 "camelos" (assim designadas em Espanha por os equipamentos do ar condicionado no tejadilho parecerem bossas) devem chegar nos próximos meses. De momento, estão em Valladolid para serem requalificadas e pintadas com as cores da CP. A empresa vai pagar 5,35 milhões por ano por este material, que substituirá as automotoras que circulam no Douro e na Linha do Minho. Estas serão deslocadas para o Algarve.

Ministério das Obras Públicas, respondendo a pergunta formulada no Parlamento, fala em "recalendarização" dos trabalhos

A modernização da Linha do Douro, em especial a electrificação do troço entre Caíde e Marco de Canaveses, já não vai avançar, segundo foi assumido pelo Governo em resposta a uma pergunta do deputado Honório Novo, do PCP.

Até agora, apenas se sabia que a Rede Ferroviária Nacional (Refer) tinha comunicado às empresas que se apresentaram no concurso público para o projecto que este fora cancelado. O Ministério das Obras Públicas vem agora confirmar que, no âmbito do Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC), "foram recalendarizados vários projectos, no que diz respeito ao horizonte 2010-2013, entre os quais a electrificação do troço Caíde-Marco e requalificação da Linha do Tâmega".

Na resposta ao deputado do PCP, o gabinete do ministro António Mendonça dedica quatro das seis páginas do documento à crise internacional, ao défice público e à necessidade da consolidação orçamental. Quando chega à ferrovia, explica que praticamente cingiu os investimentos no sector à conclusão das empreitadas em curso, supressão de passagens de nível e aos projectos relacionados com mercadorias (ligações a portos e plataformas logísticas).

É neste contexto que a modernização da Linha do Douro é "recalendarizada", sem que sejam apontadas novas datas.

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Esta é o segundo adiamento da modernização da Linha do Douro. O primeiro ocorreu no primeiro Governo de José Sócrates, numa altura em que a obra já tinha projecto. A ausência de electrificação nos 14 quilómetros que separam Caíde e Marco faz com que o serviço suburbano da CP Porto tenha que ser assegurado naquele troço com comboios da CP Regional. É também esse o motivo por que é feito um transbordo em Caíde - acabam os comboios eléctricos e segue-se em material antiquado até ao Marco, Régua e Pocinho. Para a CP Porto, isto acarreta custos elevados, uma vez que tem de pagar à sua congénere CP Regional pelo serviço de navette entre Caíde e Marco. Os custos de exploração são obviamente mais pesados, mas as receitas, a preços de suburbano, são bem mais leves.

"Camelos" estão atrasadas

A primeira das 17 automotoras espanholas, alugadas pela CP para operar no Minho e Douro, já chegou ao Porto. Foi rebocada de Valença a 5 de Agosto. A composição, estacionada em Contumil, aguarda há semanas homologação da Refer para poder circular nas linhas portuguesas, o que só acontecerá após ensaios técnicos. As restantes 16 "camelos" (assim designadas em Espanha por os equipamentos do ar condicionado no tejadilho parecerem bossas) devem chegar nos próximos meses. De momento, estão em Valladolid para serem requalificadas e pintadas com as cores da CP. A empresa vai pagar 5,35 milhões por ano por este material, que substituirá as automotoras que circulam no Douro e na Linha do Minho. Estas serão deslocadas para o Algarve.

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