Mais Évora: O segundo ano!

24-12-2009
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Quase a meio da legislatura, dois anos depois de ter tomado posse, pode dizer-se que o Governo PS frustrou a esperança de mudança que lhe permitira obter a primeira maioria absoluta da sua história.Nos aspectos relevantes, a situação do País consegue estar (ainda) pior que no início de 2005 (apesar de Portas e de Santana). Esta não é uma consideração pessoal, resulta da crueza dos indicadores oficiais, nacionais e europeus. E o que sabemos é que a taxa de desemprego no fim de 2006 ultrapassou 8%, a maior dos últimos 20 anos; o que lemos é que, na UE, Portugal tem o maior desequilíbrio na distribuição da riqueza produzida e é um dos que apresenta maiores taxas de pobreza; o que constatamos é que continuam a agravar-se as assimetrias internas e o fosso entre regiões (p. ex., os PIBs do Norte e do Centro - onde vive mais de metade da população - continuam a descer de forma quase assustadora). E nem mesmo o crescimento económico – que consegue subir em termos relativos (1,3% em 2006 contra 0,5% em 2005 e valores ainda menores em 2004) – pode ser invocado a favor do Governo. Quem disser o contrário quer mascarar a realidade e atirar-nos areia aos olhos. É que Portugal é o pior dos 27 países da União no crescimento económico, já desceu de 15º para 18º lugar – tendendo a passar para 20º –, é que o País continua, desde 2001, alegremente em divergência económica relativamente à média comunitária!...Não há assim um único indicador de natureza social ou económica que não se tenha agravado e que sirva para absolver o PS desde que prometeu a mudança e começou a governar. Mas há pior, como seja o total desrespeito por compromissos intensamente divulgados, frustrando assim as expectativas geradas nos eleitores e no País (da descida de impostos ao crescimento de 3%, da criação de 150 000 postos de trabalho à recusa do aumento da idade da reforma).O que fica dos dois anos do Governo é a sua enorme habilidade para gerir a propaganda. (...) A central de comunicação do Governo é – aqui sim – altamente profissional e eficiente. Mas lá chegará o momento em que tudo isto ruirá como um castelo de cartas.Honório Novo19 Março 2007Jornal de Notícias

Quase a meio da legislatura, dois anos depois de ter tomado posse, pode dizer-se que o Governo PS frustrou a esperança de mudança que lhe permitira obter a primeira maioria absoluta da sua história.Nos aspectos relevantes, a situação do País consegue estar (ainda) pior que no início de 2005 (apesar de Portas e de Santana). Esta não é uma consideração pessoal, resulta da crueza dos indicadores oficiais, nacionais e europeus. E o que sabemos é que a taxa de desemprego no fim de 2006 ultrapassou 8%, a maior dos últimos 20 anos; o que lemos é que, na UE, Portugal tem o maior desequilíbrio na distribuição da riqueza produzida e é um dos que apresenta maiores taxas de pobreza; o que constatamos é que continuam a agravar-se as assimetrias internas e o fosso entre regiões (p. ex., os PIBs do Norte e do Centro - onde vive mais de metade da população - continuam a descer de forma quase assustadora). E nem mesmo o crescimento económico – que consegue subir em termos relativos (1,3% em 2006 contra 0,5% em 2005 e valores ainda menores em 2004) – pode ser invocado a favor do Governo. Quem disser o contrário quer mascarar a realidade e atirar-nos areia aos olhos. É que Portugal é o pior dos 27 países da União no crescimento económico, já desceu de 15º para 18º lugar – tendendo a passar para 20º –, é que o País continua, desde 2001, alegremente em divergência económica relativamente à média comunitária!...Não há assim um único indicador de natureza social ou económica que não se tenha agravado e que sirva para absolver o PS desde que prometeu a mudança e começou a governar. Mas há pior, como seja o total desrespeito por compromissos intensamente divulgados, frustrando assim as expectativas geradas nos eleitores e no País (da descida de impostos ao crescimento de 3%, da criação de 150 000 postos de trabalho à recusa do aumento da idade da reforma).O que fica dos dois anos do Governo é a sua enorme habilidade para gerir a propaganda. (...) A central de comunicação do Governo é – aqui sim – altamente profissional e eficiente. Mas lá chegará o momento em que tudo isto ruirá como um castelo de cartas.Honório Novo19 Março 2007Jornal de Notícias

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