A Direcção-Geral da Saúde (DGS) editou e divulgou recentemente (15 e 16 de Agosto) no seu sítio na web dois relatórios de um Grupo de Trabalho Interministerial, um sobre a “Exposição da população aos campos electromagnéticos” , como linhas de alta tensão, antenas de telemóvel, rádio e televisão, e outro sobre os “Sistemas de comunicações móveis : efeitos na saúde humana” 1.Nestes documentos de trabalho se refere que, apesar de a ciência não ter estabelecido uma relação inequívoca entre a exposição a campos electromagnéticos e problemas na saúde humana, a utilização de telemóveis pelas crianças deve ser feita “com algumas restrições”, recomendando-se o uso de auricular e devendo-se evitar a utilização de capas especiais. O documento sobre os sistemas de comunicações móveis sublinha mesmo que tem havido uma “avaliação incorrecta dos riscos” pelos media e as populações, porque se verifica uma ‘sobre-estimação’ dos riscos associados às estações das antenas de telemóveis e uma ‘subestimação’ dos inerentes ao uso dos telemóveis.O relatório sobre a Exposição aos Campos Electromagnéticos lembra que hoje “as radiações [não ionizantes] são omnipresentes” e “não existe um risco zero”, pois as pessoas estão cada vez mais rodeadas de aparelhos eléctricos. O problema é que, a dado ponto, o relatório refere a possibilidade de uma intensa exposição aos campos electromagnéticos aumentar ligeiramente os riscos de leucemia infantil e tumores cerebrais nos adultos nos locais de trabalho. Mas frisa que as radiações terão de possuir uma intensidade suficientemente elevada para produzir efeitos térmicos. O relatório pretende funcionar como “um aviso para as populações estarem despertas e informadas sobre os riscos que correm” e adoptarem comportamentos que os minimizem, evitando exposições excessivas 2.Em suma, existem ou não riscos para a saúde humana?Para um responsável do departamento de Física da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, existem duas situações no uso dos telemóveis que motivam queixas de algum desconforto: a perturbação dos componentes anatómicos do ouvido devido à aproximação artificial do som, o que pode causar dores de cabeça, e os efeitos térmicos provocados pelas radiações. Para funcionar, o aparelho pressupõe um campo electromagnético que - numa situação de conversa - se aproxima do corpo, o que produz aquecimento de células e dilatação dos micro-vasos sanguíneos.Também o coordenador do departamento de Saúde Ambiental do Instituto Ricardo Jorge abordou os efeitos térmicos, explicando que a relação entre o aparecimento de cataratas em indivíduos expostos durante muito tempo a microondas deve-se ao facto de o olho ser um órgão pouco irrigado. Todos aconselham a restrição do uso de aparelhos telefónicos móveis pelas crianças, já que a sua estrutura está em formação e a sua caixa craniana é mais fina e por isso mais permeável à penetração das radiações dos campos magnéticos. Outro exemplo de radiações potencialmente prejudiciais para a saúde é a da proximidade dos postes de alta tensão e das linhas ferroviárias das populações que vivem nas proximidades daquelas fontes de radiações, pois estas apresentam uma maior incidência de cancro. Embora ainda se desconheça se existe relação causa/efeito, “há evidência científica”, resultante de estudos internacionais, de que a presença de uma corrente eléctrica muito forte pode levar ao “aumento de patologias do foro oncológico”, principalmente, leucemias.Em suma, é recomendado que se reduza a exposição, o uso de um sistema kit mãos livres ou o encurtar a duração das chamadas. Recomenda-se ainda às pessoas com implantes electrónicos, como ‘pacemakers’, bombas de insulina ou neuroestimuladores que transportem o seu telemóvel afastado, pelo menos, 15 centímetros do seu implante, e que o usem na orelha do lado oposto, bem como se afastem do ‘convívio’ com os postes de alta tensão 3.1. Ver www.dgs.pt2. Ver “Direcção-Geral de Saúde recomenda restrições no uso de telemóveis por crianças” Alexandra Campos, Público de 2007-08-18, p. 63. Ver www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=849602&div_id=291 e http://jn.sapo.pt/2007/09/03/sociedade_e_vida/uso_telemovel_deve_restrito.html e www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=256360&idselect=10&idCanal=10&p=200
Categorias
Entidades
A Direcção-Geral da Saúde (DGS) editou e divulgou recentemente (15 e 16 de Agosto) no seu sítio na web dois relatórios de um Grupo de Trabalho Interministerial, um sobre a “Exposição da população aos campos electromagnéticos” , como linhas de alta tensão, antenas de telemóvel, rádio e televisão, e outro sobre os “Sistemas de comunicações móveis : efeitos na saúde humana” 1.Nestes documentos de trabalho se refere que, apesar de a ciência não ter estabelecido uma relação inequívoca entre a exposição a campos electromagnéticos e problemas na saúde humana, a utilização de telemóveis pelas crianças deve ser feita “com algumas restrições”, recomendando-se o uso de auricular e devendo-se evitar a utilização de capas especiais. O documento sobre os sistemas de comunicações móveis sublinha mesmo que tem havido uma “avaliação incorrecta dos riscos” pelos media e as populações, porque se verifica uma ‘sobre-estimação’ dos riscos associados às estações das antenas de telemóveis e uma ‘subestimação’ dos inerentes ao uso dos telemóveis.O relatório sobre a Exposição aos Campos Electromagnéticos lembra que hoje “as radiações [não ionizantes] são omnipresentes” e “não existe um risco zero”, pois as pessoas estão cada vez mais rodeadas de aparelhos eléctricos. O problema é que, a dado ponto, o relatório refere a possibilidade de uma intensa exposição aos campos electromagnéticos aumentar ligeiramente os riscos de leucemia infantil e tumores cerebrais nos adultos nos locais de trabalho. Mas frisa que as radiações terão de possuir uma intensidade suficientemente elevada para produzir efeitos térmicos. O relatório pretende funcionar como “um aviso para as populações estarem despertas e informadas sobre os riscos que correm” e adoptarem comportamentos que os minimizem, evitando exposições excessivas 2.Em suma, existem ou não riscos para a saúde humana?Para um responsável do departamento de Física da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, existem duas situações no uso dos telemóveis que motivam queixas de algum desconforto: a perturbação dos componentes anatómicos do ouvido devido à aproximação artificial do som, o que pode causar dores de cabeça, e os efeitos térmicos provocados pelas radiações. Para funcionar, o aparelho pressupõe um campo electromagnético que - numa situação de conversa - se aproxima do corpo, o que produz aquecimento de células e dilatação dos micro-vasos sanguíneos.Também o coordenador do departamento de Saúde Ambiental do Instituto Ricardo Jorge abordou os efeitos térmicos, explicando que a relação entre o aparecimento de cataratas em indivíduos expostos durante muito tempo a microondas deve-se ao facto de o olho ser um órgão pouco irrigado. Todos aconselham a restrição do uso de aparelhos telefónicos móveis pelas crianças, já que a sua estrutura está em formação e a sua caixa craniana é mais fina e por isso mais permeável à penetração das radiações dos campos magnéticos. Outro exemplo de radiações potencialmente prejudiciais para a saúde é a da proximidade dos postes de alta tensão e das linhas ferroviárias das populações que vivem nas proximidades daquelas fontes de radiações, pois estas apresentam uma maior incidência de cancro. Embora ainda se desconheça se existe relação causa/efeito, “há evidência científica”, resultante de estudos internacionais, de que a presença de uma corrente eléctrica muito forte pode levar ao “aumento de patologias do foro oncológico”, principalmente, leucemias.Em suma, é recomendado que se reduza a exposição, o uso de um sistema kit mãos livres ou o encurtar a duração das chamadas. Recomenda-se ainda às pessoas com implantes electrónicos, como ‘pacemakers’, bombas de insulina ou neuroestimuladores que transportem o seu telemóvel afastado, pelo menos, 15 centímetros do seu implante, e que o usem na orelha do lado oposto, bem como se afastem do ‘convívio’ com os postes de alta tensão 3.1. Ver www.dgs.pt2. Ver “Direcção-Geral de Saúde recomenda restrições no uso de telemóveis por crianças” Alexandra Campos, Público de 2007-08-18, p. 63. Ver www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=849602&div_id=291 e http://jn.sapo.pt/2007/09/03/sociedade_e_vida/uso_telemovel_deve_restrito.html e www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=256360&idselect=10&idCanal=10&p=200