Dois jovens queixam-se de agressões pela PSP de Lisboa

29-05-2010
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Versões contraditórias sobre o caso levaram deputada do BE a questionar o ministro da Administração Interna

Os hematomas na cara e nos braços e um maxilar partido vão custar a Vasco Dias, de 19 anos, duas semanas de internamento e obrigá-lo a alimentar-se através de "palhinha". O jovem entrou anteontem no Hospital de São José, em Lisboa, onde continuará a recuperar da operação à mandíbula a que foi submetido na terça-feira, na sequência de alegadas agressões de que diz ter sido alvo por parte de vários agentes da PSP. A amiga Laura Diogo, de 18 anos, que estava com ele no Bairro Alto na madrugada de terça-feira, quando foram abordados pela polícia, apresenta hematomas no cotovelo, na orelha e na pálpebra, tendo também sido examinada no hospital. Contactada pelo PÚBLICO, a PSP nega as agressões e conta outra versão dos acontecimentos.

Os dois jovens tinham saído, por volta das 3h00, de um jantar num restaurante do Bairro Alto e dirigiam-se para o Cais do Sodré. Pelo caminho, perto do Largo de Camões, Laura começou a "cantar" e a fazer "percussão" num caixote do lixo. Laura conta a sua versão ao PÚBLICO: "Um indivíduo à civil abordou-me de forma agressiva e disse para eu parar, mas não se identificou. Eu reagi e ele deu-me um estalo e um murro".

Momentos depois, surgiu um veículo da PSP do qual saíram três agentes, um fardado e os restantes à civil, garantem os jovens, sublinhando que, quando Laura pediu a identificação aos polícias, estes "guardaram" as placas com o nome.

O Vasco veio depois. "Perguntou o que se passava e eles atiraram-no para o chão e começaram a pontapeá-lo, na cara e na cabeça", alega Laura, acrescentando que, enquanto isso, ela própria era alvo de agressões. Os dois jovens foram depois algemados e conduzidos à 2.ª Esquadra da Praça do Comércio.

PSP tem outra versão

A PSP apresenta, porém, uma história diferente. "Os jovens foram levados para a esquadra porque não quiseram identificar-se no local", garante fonte do gabinete de relações públicas da PSP. A mesma fonte explica que o primeiro agente se deslocou ao local, porque a PSP recebeu "uma comunicação indicando que havia indivíduos a pontapear caixotes do lixo no cruzamento entre a Rua da Emenda e a Rua do Loreto". O agente, "devidamente identificado", advertiu a jovem, mas ela "recusou-se a acatar a ordem" e "recusou identificar-se", explica a polícia.

No entanto, Laura garante que nunca lhe pediram identificação, nem na esquadra, e diz que, quando tentou falar com os pais, lhe foi negado o telefonema, com o argumento de que, "como não estava detida, não tinha esse direito". "Chamaram-me nomes e nunca me explicaram por que estava ali", alega.

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Confrontada com o facto de um dos jovens ter sido depois hospitalizado e submetido a uma cirurgia, fonte da PSP afirma que "não lhes foi dado qualquer tipo de assistência, porque não houve agressões por parte de nenhum dos agentes".

Vasco e Laura saíram da esquadra às 4h25 e dirigiram-se de táxi ao Hospital de São José, onde o jovem foi internado por ter o maxilar fracturado, de acordo com fonte hospitalar. Segundo o gabinete de imprensa do hospital, "a partir do momento em que uma agressão é indicada como motivo da deslocação [às urgências], uma cópia da folha de admissão é automaticamente enviada para o posto de polícia" local, decorrendo depois as diligências necessárias.

Os jovens prometem apresentar queixa pelo sucedido. Entretanto, a deputada Helena Pinto, do Bloco de Esquerda, dirigiu ontem uma pergunta ao ministro da Administração Interna, para esclarecer o que se passou.

Versões contraditórias sobre o caso levaram deputada do BE a questionar o ministro da Administração Interna

Os hematomas na cara e nos braços e um maxilar partido vão custar a Vasco Dias, de 19 anos, duas semanas de internamento e obrigá-lo a alimentar-se através de "palhinha". O jovem entrou anteontem no Hospital de São José, em Lisboa, onde continuará a recuperar da operação à mandíbula a que foi submetido na terça-feira, na sequência de alegadas agressões de que diz ter sido alvo por parte de vários agentes da PSP. A amiga Laura Diogo, de 18 anos, que estava com ele no Bairro Alto na madrugada de terça-feira, quando foram abordados pela polícia, apresenta hematomas no cotovelo, na orelha e na pálpebra, tendo também sido examinada no hospital. Contactada pelo PÚBLICO, a PSP nega as agressões e conta outra versão dos acontecimentos.

Os dois jovens tinham saído, por volta das 3h00, de um jantar num restaurante do Bairro Alto e dirigiam-se para o Cais do Sodré. Pelo caminho, perto do Largo de Camões, Laura começou a "cantar" e a fazer "percussão" num caixote do lixo. Laura conta a sua versão ao PÚBLICO: "Um indivíduo à civil abordou-me de forma agressiva e disse para eu parar, mas não se identificou. Eu reagi e ele deu-me um estalo e um murro".

Momentos depois, surgiu um veículo da PSP do qual saíram três agentes, um fardado e os restantes à civil, garantem os jovens, sublinhando que, quando Laura pediu a identificação aos polícias, estes "guardaram" as placas com o nome.

O Vasco veio depois. "Perguntou o que se passava e eles atiraram-no para o chão e começaram a pontapeá-lo, na cara e na cabeça", alega Laura, acrescentando que, enquanto isso, ela própria era alvo de agressões. Os dois jovens foram depois algemados e conduzidos à 2.ª Esquadra da Praça do Comércio.

PSP tem outra versão

A PSP apresenta, porém, uma história diferente. "Os jovens foram levados para a esquadra porque não quiseram identificar-se no local", garante fonte do gabinete de relações públicas da PSP. A mesma fonte explica que o primeiro agente se deslocou ao local, porque a PSP recebeu "uma comunicação indicando que havia indivíduos a pontapear caixotes do lixo no cruzamento entre a Rua da Emenda e a Rua do Loreto". O agente, "devidamente identificado", advertiu a jovem, mas ela "recusou-se a acatar a ordem" e "recusou identificar-se", explica a polícia.

No entanto, Laura garante que nunca lhe pediram identificação, nem na esquadra, e diz que, quando tentou falar com os pais, lhe foi negado o telefonema, com o argumento de que, "como não estava detida, não tinha esse direito". "Chamaram-me nomes e nunca me explicaram por que estava ali", alega.

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Confrontada com o facto de um dos jovens ter sido depois hospitalizado e submetido a uma cirurgia, fonte da PSP afirma que "não lhes foi dado qualquer tipo de assistência, porque não houve agressões por parte de nenhum dos agentes".

Vasco e Laura saíram da esquadra às 4h25 e dirigiram-se de táxi ao Hospital de São José, onde o jovem foi internado por ter o maxilar fracturado, de acordo com fonte hospitalar. Segundo o gabinete de imprensa do hospital, "a partir do momento em que uma agressão é indicada como motivo da deslocação [às urgências], uma cópia da folha de admissão é automaticamente enviada para o posto de polícia" local, decorrendo depois as diligências necessárias.

Os jovens prometem apresentar queixa pelo sucedido. Entretanto, a deputada Helena Pinto, do Bloco de Esquerda, dirigiu ontem uma pergunta ao ministro da Administração Interna, para esclarecer o que se passou.

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