Viseu, Senhora da Beira...: Do Pavia...

23-12-2009
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Já são poucas as pessoas que nos primórdios da sua existência conheceram o rio Pavia com semelhante volume de água e onde navegaram pequenos barcos de recreio. Sem ser em invernos rigorosos, como o que atravessamos, é pouco mais que um olho de água e, onde na foto se vê saltar com imponência as comportas, é apenas um lacrimal. Ninguém o chama de rio. Borbota daqui e dali medroso, trémulo e empoça entre as pedras, por vezes, num cheiro de fossa insuportável. Mas, quando chove, como tem sucedido este ano, começa por se arrastar, engatinhar, depois aventura os primeiros passos, exigindo ainda o amparo das margens. Corre agarrado às pernas dos arbustos ou árvores, até que nenhum galho possa mais roçar com outro galho estendido na margem oposta. E, quando há intensa e prolongada pluviosidade, torna-se orgulhoso e forte, não pede mais caminho, abre o seu. Se aparece algum obstáculo contorna-o, mede o adversário e, pausadamente, cresce, encrespa-se e precipita-se sobre ele para o outro lado, estourando em catadupa. O Programa Polis parece que vai devolver o Pavia à cidade e ao espaço da Feira de S. Mateus. Dizemos “parece”, pois há mais de 20 anos que se sucedem os planos para a sua recuperação. Agora existem, de facto, compromissos com a dotação de verbas provindas da UE. Mas... o certo é que o arranque das obras tarda em aparecer. E, como o País está de tanga, não vá o demo desviar o dinheiro para outras prioridades. Quando o Pavia é um rio... Azevedo MarquesSerá que ainda vamos ver o Pavia azul?


Já são poucas as pessoas que nos primórdios da sua existência conheceram o rio Pavia com semelhante volume de água e onde navegaram pequenos barcos de recreio. Sem ser em invernos rigorosos, como o que atravessamos, é pouco mais que um olho de água e, onde na foto se vê saltar com imponência as comportas, é apenas um lacrimal. Ninguém o chama de rio. Borbota daqui e dali medroso, trémulo e empoça entre as pedras, por vezes, num cheiro de fossa insuportável. Mas, quando chove, como tem sucedido este ano, começa por se arrastar, engatinhar, depois aventura os primeiros passos, exigindo ainda o amparo das margens. Corre agarrado às pernas dos arbustos ou árvores, até que nenhum galho possa mais roçar com outro galho estendido na margem oposta. E, quando há intensa e prolongada pluviosidade, torna-se orgulhoso e forte, não pede mais caminho, abre o seu. Se aparece algum obstáculo contorna-o, mede o adversário e, pausadamente, cresce, encrespa-se e precipita-se sobre ele para o outro lado, estourando em catadupa. O Programa Polis parece que vai devolver o Pavia à cidade e ao espaço da Feira de S. Mateus. Dizemos “parece”, pois há mais de 20 anos que se sucedem os planos para a sua recuperação. Agora existem, de facto, compromissos com a dotação de verbas provindas da UE. Mas... o certo é que o arranque das obras tarda em aparecer. E, como o País está de tanga, não vá o demo desviar o dinheiro para outras prioridades. Quando o Pavia é um rio... Azevedo MarquesSerá que ainda vamos ver o Pavia azul?

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