A Cinco Tons: Gente

26-05-2011
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http://www.flickr.com/photos/liacostacarvalho/3700826291/in/photostream
Ainda agora começaram os preliminares da campanha eleitoral e já se percebeu uma coisa: a Política desapareceu definitivamente do discurso político. E não é necessário ir muito longe para comprovar que foram os políticos, por falta de astúcia ou inaptidão, que apagaram a Política da sua própria existência. Basta lermos com atenção as entrevistas que temos vindo a publicar no “DA” para nos apercebermos do alcance deste feito apenas aparentemente paradoxal: políticos sem Política. Nenhum dos candidatos consegue sugerir qualquer medida ou ideia que se projete para lá da economia e da burocracia. Do dinheiro e da norma. Do capital e do aparelho de Estado. Não há gente, nem humanidade, nem calor na fala destes e  dos demais políticos que se perfilam na governança do País. Até parece que as pessoas deixaram de contar, parece que são um empecilho, uma dificuldade, uma contrariedade sistémica ao chamado “crescimento”. Quando, ao contrário, a Política, a verdadeira Política, aquela que fertiliza as sociedades e as faz crescer, provém exatamente das pessoas e não dos números. Descende do indíviduo e não do regulamento. Nasce daquilo que é humano e nunca dos mercados. A bem da própria economia, está na hora de os políticos tornarem  à Política. Que é outra das formas de pronunciar a mais plural das palavras singulares: gente.
Paulo Barriga(um excelente - segundo a minha opinião, é claro - editorial do "Diário do Alentejo" desta semana)


http://www.flickr.com/photos/liacostacarvalho/3700826291/in/photostream
Ainda agora começaram os preliminares da campanha eleitoral e já se percebeu uma coisa: a Política desapareceu definitivamente do discurso político. E não é necessário ir muito longe para comprovar que foram os políticos, por falta de astúcia ou inaptidão, que apagaram a Política da sua própria existência. Basta lermos com atenção as entrevistas que temos vindo a publicar no “DA” para nos apercebermos do alcance deste feito apenas aparentemente paradoxal: políticos sem Política. Nenhum dos candidatos consegue sugerir qualquer medida ou ideia que se projete para lá da economia e da burocracia. Do dinheiro e da norma. Do capital e do aparelho de Estado. Não há gente, nem humanidade, nem calor na fala destes e  dos demais políticos que se perfilam na governança do País. Até parece que as pessoas deixaram de contar, parece que são um empecilho, uma dificuldade, uma contrariedade sistémica ao chamado “crescimento”. Quando, ao contrário, a Política, a verdadeira Política, aquela que fertiliza as sociedades e as faz crescer, provém exatamente das pessoas e não dos números. Descende do indíviduo e não do regulamento. Nasce daquilo que é humano e nunca dos mercados. A bem da própria economia, está na hora de os políticos tornarem  à Política. Que é outra das formas de pronunciar a mais plural das palavras singulares: gente.
Paulo Barriga(um excelente - segundo a minha opinião, é claro - editorial do "Diário do Alentejo" desta semana)

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