o franco atirador: É lamentável que a Santa Inquisição tenha sido extinta pelas Cortes Gerais de 1821.

03-08-2010
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Com o seu conhecimento da história, a sua obsessão com a virtude e uma insuperável mestria na subtil arte da desqualificação, Pacheco Pereira ficaria bem de olhinhos ausentes e rosto macerado, em frente à fogueira quase extinta de um auto-da-fé, aquecendo as mãos sedosas nas ruínas calcinadas de um cadáver fumegante.Os leitores que assistiram ao seu, como direi, entaramelado desempenho no Prós e Contras de segunda-feira não estavam com certeza à espera que a vingança contra Mário Soares tardasse muito. Não só não tardou, como veio antecipada, nas páginas oportunas da revista Sábado. Vejam com que panache Pacheco Pereira associa aqui Mário Soares aos tristes governos de Evo Morales e Hugo Chávez:Duas ditaduras estão rapidamente em construção na América Latina. Como não são militares de óculos escuros, ao serviço da CIA, ninguém diz nada. Na Bolívia, o Movimento para o Socialismo do Presidente Evo Morales, fez aprovar de forma anticonstitucional legislação que possibilita ao regime impor tudo o que quiser a pretexto do carácter "originário" da Assembleia Constituinte; na Venezuela, Chávez prepara-se para se declarar Presidente Vitalício. O apoio político a Morales e Chávez tem vindo em Portugal dos que se reclamam do altermundialismo de Porto Alegre, verdadeiro cadinho político desses dois candidatos a ditadores, ou seja, o BE, Boaventura de Sousa Santos, Mário Soares, entre outros. Seria interessante saber o que pensam sobre os seus amigos latino-americanos.Dando de barato que os eleitos Chávez e Morales se comparam ao usurpador Pinochet, e admitindo até que desejem chacinar estádios inteiros de opositores ou atirar chefes de família para o alto-mar, concentremo-nos no argumento essencial:Mário Soares é aliado dessa gente porque, tal como ela, participa nos encontros de Porto Alegre e quer impor algumas regras à globalização.Permitam-me agora um salto abrupto ao post imediatamente anterior do blog com o mesmo nome. Aqui, Pacheco Pereira insurge-se contra o Bloco de Esquerda e contra Francisco Louçã, por este comparar a classe empresarial portuguesa à máfia:Ora para quem é Corleone, para quem é da máfia, só há uma resposta - se nós levássemos a sério Louçã e o seu BE, o que num acto de bom senso não levamos, titularíamos o seu discurso inflamado, com caixa alta: “Louçã quer prender os empresários portugueses “. Ninguém fará isso, mas que é fiel á letra e ao conteúdo do comício do BE, lá isso é.Compreendem? Podemos comparar Soares a Morales e a Chávez sem qualquer escrúpulo, mas já é indecente juntar numa única frase Carrapatoso, Belmiro e Corleone. E mais: para além de incorrer no mesmo tipo de associações que condena nos outros, Pacheco Pereira ainda espera que Mário Soares se explique pela associação que ele, Pacheco, faz.Se me perdoarem os mesmos vícios de argumentação concluirei, à maneira do famoso comentador, que Torquemada não faria melhor.

Com o seu conhecimento da história, a sua obsessão com a virtude e uma insuperável mestria na subtil arte da desqualificação, Pacheco Pereira ficaria bem de olhinhos ausentes e rosto macerado, em frente à fogueira quase extinta de um auto-da-fé, aquecendo as mãos sedosas nas ruínas calcinadas de um cadáver fumegante.Os leitores que assistiram ao seu, como direi, entaramelado desempenho no Prós e Contras de segunda-feira não estavam com certeza à espera que a vingança contra Mário Soares tardasse muito. Não só não tardou, como veio antecipada, nas páginas oportunas da revista Sábado. Vejam com que panache Pacheco Pereira associa aqui Mário Soares aos tristes governos de Evo Morales e Hugo Chávez:Duas ditaduras estão rapidamente em construção na América Latina. Como não são militares de óculos escuros, ao serviço da CIA, ninguém diz nada. Na Bolívia, o Movimento para o Socialismo do Presidente Evo Morales, fez aprovar de forma anticonstitucional legislação que possibilita ao regime impor tudo o que quiser a pretexto do carácter "originário" da Assembleia Constituinte; na Venezuela, Chávez prepara-se para se declarar Presidente Vitalício. O apoio político a Morales e Chávez tem vindo em Portugal dos que se reclamam do altermundialismo de Porto Alegre, verdadeiro cadinho político desses dois candidatos a ditadores, ou seja, o BE, Boaventura de Sousa Santos, Mário Soares, entre outros. Seria interessante saber o que pensam sobre os seus amigos latino-americanos.Dando de barato que os eleitos Chávez e Morales se comparam ao usurpador Pinochet, e admitindo até que desejem chacinar estádios inteiros de opositores ou atirar chefes de família para o alto-mar, concentremo-nos no argumento essencial:Mário Soares é aliado dessa gente porque, tal como ela, participa nos encontros de Porto Alegre e quer impor algumas regras à globalização.Permitam-me agora um salto abrupto ao post imediatamente anterior do blog com o mesmo nome. Aqui, Pacheco Pereira insurge-se contra o Bloco de Esquerda e contra Francisco Louçã, por este comparar a classe empresarial portuguesa à máfia:Ora para quem é Corleone, para quem é da máfia, só há uma resposta - se nós levássemos a sério Louçã e o seu BE, o que num acto de bom senso não levamos, titularíamos o seu discurso inflamado, com caixa alta: “Louçã quer prender os empresários portugueses “. Ninguém fará isso, mas que é fiel á letra e ao conteúdo do comício do BE, lá isso é.Compreendem? Podemos comparar Soares a Morales e a Chávez sem qualquer escrúpulo, mas já é indecente juntar numa única frase Carrapatoso, Belmiro e Corleone. E mais: para além de incorrer no mesmo tipo de associações que condena nos outros, Pacheco Pereira ainda espera que Mário Soares se explique pela associação que ele, Pacheco, faz.Se me perdoarem os mesmos vícios de argumentação concluirei, à maneira do famoso comentador, que Torquemada não faria melhor.

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