A Cinco Tons: ...até a areia especializada para o xixi dos nossos gatos

20-05-2011
marcar artigo

"Essa áurea idade do reinado de D. Manoel ainda não foi devidamente analisada, aliás achar-se-ia que a nossa miséria foi muitas vezes tão grande, pelo menos, como havia sido grande a nossa riqueza dias antes"
querem então o quê? atribuir culpas ao PS, ao PSD, a todos os partidos da ARCA do Poder, aos caprichos da meteorologia, às alterações climáticas, ao vício de fumar do Cardeal Patriarca?responsabilizar este ou aquele pela sementeira, em manhã de temporal, de milhares de milhões de euros?
"em 1521 o aperto da fome foi tal que os pobres, correndo em bando para Lisboa, caíam rendidos de forças pelas estradas e ali jaziam sem sepultura; compraram-se então 50 000 cruzados de cereais nos depósitos estrangeiros. Nesse mesmo ano faleceu o Rei, deixando no seu guarda-roupa 89 chapéus e 125 barretes: a nação punha a caraça de um luxo idiota na sua miséria valdevina."
a PAC estabeleu-nos quotas para tudo quanto, séculos atrás, pela filosofia de Adam Smith, resultasse do trabalho agrícola, da exploração do setor primário,incluindo aquilo em que podíamos ser não só suficientes como excedentários, pela extensão do Campo, o Mar, a riqueza da Pesca.
sem tratores lavrando as terras nem navios para a faina da pesca o que é que nos resta?:contar ao fim do mês alguns euros que nos chegam da Europa - para comprarmos os seus flocos de aveia, a sua carne de rodízio, o seu salmão de aquacultura, os seus concentrados para os nossos cães, até a areia especializada para o xixi dos nossos gatos.
"em 1553 D.João III empregou somas avultadas para importar trigo e centeio, e em 1545 André Soares, escrivão da Fazenda, recebia ordem para obter do Rei de França autorização para a saída de mil moios de pão. Muito antes desta época já o país importava de África todos os anos 388 000 moios de trigo e 670 000 de cevada.em fins de 1543 deviam-se em Flandres uns 15 762 contos da moeda de hoje, alem de 18 000 cruzados já tomados em letras, a tão altos preços que se dobra o dinheiro em quatro anos.Portugal era um estroina arruinado sob a garra dos agiotas" .
este panorama, cuja descrição tem continuidade em páginas seguintes, pode ler-se em "Manual de Instrução na Escola Primária", de Artur Castilho, em reprodução fac-similada da Universidade de Évora.
quando, depreende-se, a população escolar, desde a Primária, era sensibilizada para o interesse da questão Agrícola
António Saias 
(via mail)

"Essa áurea idade do reinado de D. Manoel ainda não foi devidamente analisada, aliás achar-se-ia que a nossa miséria foi muitas vezes tão grande, pelo menos, como havia sido grande a nossa riqueza dias antes"
querem então o quê? atribuir culpas ao PS, ao PSD, a todos os partidos da ARCA do Poder, aos caprichos da meteorologia, às alterações climáticas, ao vício de fumar do Cardeal Patriarca?responsabilizar este ou aquele pela sementeira, em manhã de temporal, de milhares de milhões de euros?
"em 1521 o aperto da fome foi tal que os pobres, correndo em bando para Lisboa, caíam rendidos de forças pelas estradas e ali jaziam sem sepultura; compraram-se então 50 000 cruzados de cereais nos depósitos estrangeiros. Nesse mesmo ano faleceu o Rei, deixando no seu guarda-roupa 89 chapéus e 125 barretes: a nação punha a caraça de um luxo idiota na sua miséria valdevina."
a PAC estabeleu-nos quotas para tudo quanto, séculos atrás, pela filosofia de Adam Smith, resultasse do trabalho agrícola, da exploração do setor primário,incluindo aquilo em que podíamos ser não só suficientes como excedentários, pela extensão do Campo, o Mar, a riqueza da Pesca.
sem tratores lavrando as terras nem navios para a faina da pesca o que é que nos resta?:contar ao fim do mês alguns euros que nos chegam da Europa - para comprarmos os seus flocos de aveia, a sua carne de rodízio, o seu salmão de aquacultura, os seus concentrados para os nossos cães, até a areia especializada para o xixi dos nossos gatos.
"em 1553 D.João III empregou somas avultadas para importar trigo e centeio, e em 1545 André Soares, escrivão da Fazenda, recebia ordem para obter do Rei de França autorização para a saída de mil moios de pão. Muito antes desta época já o país importava de África todos os anos 388 000 moios de trigo e 670 000 de cevada.em fins de 1543 deviam-se em Flandres uns 15 762 contos da moeda de hoje, alem de 18 000 cruzados já tomados em letras, a tão altos preços que se dobra o dinheiro em quatro anos.Portugal era um estroina arruinado sob a garra dos agiotas" .
este panorama, cuja descrição tem continuidade em páginas seguintes, pode ler-se em "Manual de Instrução na Escola Primária", de Artur Castilho, em reprodução fac-similada da Universidade de Évora.
quando, depreende-se, a população escolar, desde a Primária, era sensibilizada para o interesse da questão Agrícola
António Saias 
(via mail)

marcar artigo